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O discurso musical Rap: expressão local de um fenômeno mundial e sua interface com a educação / The rap musical discourse: local expression of a worldwide phenomenon and its interface with educationMacedo, Iolanda 05 March 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-03-05 / This study aims at examining the educational processes that are inherent to hip hop. This cultural movement emerged in the United States, created primarily by young people from African American and Latin American communities in the suburbs of New York city in the late 1970s. Four elements are present in the constitution of hip hop: the DJ, MC, breaking and graffiti writing; later, knowledge was included as another element. The performance of the DJ and the MC originates the rap genre. This musical genre is widely consumed, mainly by young people from many countries, since the rap style has gone through a process of globalization, in which the cultural industry, especially the North American one, played a key role. The movement has complex roots and, consequently, presents a heterogeneous context. In this sense, even though hip hop is related to a common collective universe, in the emergence of the street culture, it presents conflicts and contradictions, as in any other community. The hip hop movement came to Brazil through the media, but we consider that this transposition process was not based solely on the passive consumption, but on its reappropriation. This way, Brazilian hip hop is constituted as a local expression of a worldwide phenomenon. Rap, besides being a musical genre consumed by young people from the Brazilian suburbs, is also a generator of meanings, and its musical discourse is characterized as one of the stages of this production. Thus, besides listening to the songs, the public also wants to know who make them, and what their opinions, ideas and understanding of reality are. This production of meaning also permeates an aesthetic, behavioral, political and ideological construction. In order to explain such debate, we also use the concept of identity. The understanding of the educational processes intrinsic to rap is mainly due to the understanding of education in its broadest sense. In this sense, we consider that rap, as an deliberate musical discourse, propitiates a process of informal education. We aim at identifying in Brazilian rap, in which crime and violence are prevalent in the presentation of discourse, how the rappers try to convince the public to share a certain understanding of the historical reality, in particular the economic and social segregation experienced in the suburbs. Through this discourse and informal educational act, the rappers also aim at stimulating a change of behavior in his listeners, trying to lead them to participate of their action strategy towards a social change. / Este trabalho tem como objetivo compreender os processos educativos inerentes ao hip hop. O movimento cultural foi criado nos Estados Unidos primordialmente por jovens afro-descendentes e latinos, moradores de regiões periféricas da cidade de Nova Iorque, no final da década de 1970. Na constituição do hip hop aglutinaram-se quatro elementos: o DJ, MC, break e graffite, posteriormente, o conhecimento foi incluído neste conjunto. A atuação do DJ e do MC origina o rap. O gênero musical é amplamente consumido, preferencialmente por jovens de inúmeros países, pois o rap atravessou um processo de mundialização, em que a indústria cultural, sobretudo norte-americana, teve um papel fundamental. O movimento possui raízes complexas, como conseqüência, apresenta um contexto heterogêneo. Neste sentido, mesmo que o hip hop esteja relacionado a um universo coletivo comum, no âmbito da emergência da cultura de rua, é dotado de conflitos e contradições assim como em qualquer outra coletividade. O movimento hip hop chegou ao Brasil através da mídia, mas entendemos que este processo de transposição não esteve fundamentado apenas no consumo passivo, mas na sua reapropriação. Desta forma, o hip hop brasileiro se constitui como expressão local de um fenômeno mundial. O rap, além de ser um gênero musical consumido pelos jovens das periferias brasileiras, também é gerador de sentidos, cujo discurso musical se caracteriza como uma das etapas dessa produção. Assim, o público, além de ouvir as canções, busca conhecer quem as produz, ouvir suas opiniões e idéias, seu entendimento sobre a realidade. Esta produção de sentido também perpassa por uma construção estética, comportamental, política e ideológica. Para explicar tal debate, recorremos ainda ao conceito de identidade. A compreensão em relação aos processos educativos intrínsecos ao rap decorre, sobretudo, no entendimento da educação em seu sentido amplo. Nesta acepção, entendemos que o rap enquanto discurso musical deliberado possibilita um processo de educação informal. Busca-se identificar através do segmento do rap brasileiro, em que a criminalidade e a violência são predominantes na exposição do discurso, como os rappers objetivam o convencimento do público para que este compartilhe de um determinado entendimento da realidade histórica, em particular, a segregação econômica e social vivenciada pela periferia. Através deste discurso e ato educativo informal, os rappers também pretendem estimular uma mudança de comportamento em seus ouvintes para que estes participem da estratégia de ação que construíram e que almeja uma mudança social.
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