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Quaquaraquaquá quem riu? Os negros que não foram... A representação humorística sobre os negros e a questão do branqueamento da belle époque aos anos 1920 no Rio de Janeiro / Quaquaraquaquá who laughed? The blacks who weren\'t... The humorous depiction of blacks and the question of whitening the belle époque to the years 1920 in Rio de JaneiroBenedicto, Maria Margarete dos Santos 22 February 2019 (has links)
Esta tese tem como objetivo contribuir para um melhor entendimento das relações entre humor e racismo no período que abrange da belle époque aos anos 1920 na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, mostramos que a ideologia do branqueamento influenciou de modo decisivo as representações dos negros e de seus descendentes nos textos, poesias satíricas e nas ilustrações impressas nas páginas das revistas humorísticas do período. A elite política e a intelligentsia brasileira, se debruçavam sobre a questão do problema negro, pois a nova sociedade republicana que surgia necessitava ser reconhecida como branca e fugir da cor preta branqueamento. Versavam entre os que viam a mestiçagem como a degeneração do povo brasileiro e os que entendiam que a mestiçagem seria a possibilidade de diluição da cor preta. A análise dessa sociedade, pelo riso, nos proporcionará uma leitura mais elucidativa, visto que esse possui um compromisso com o não normativo, não sério, o indizível. O humor buscou historicizar as representações dos conflitos políticos, econômicos, culturais e sociais motivados pelo contexto da belle époque carioca e as transformações por ela originadas, como as questões ligadas à nação, à identidade nacional e à política de branqueamento. A partir da investigação dos trabalhos de Antônio Torres, Emílio de Menezes e da revista humorística D. Quixote, de propriedade e direção de Manoel Bastos Tigre, foi possível apontar como os preconceitos sociais, culturais e raciais, não raro, entrelaçados inspiram a produção desses humoristas. De certa forma, esses trabalhos não somente propagaram, mas também perpetuaram os preconceitos no imaginário da sociedade brasileira. Nesse sentido, podemos dizer que o humor é, simultaneamente, parte e uma reflexão sobre a estrutura social que habita. / This thesis aims to contribute to a better understanding of the relations between humor and racism in the period that covers the belle époque to the years 1920 in the city of Rio de Janeiro. To this end, we show that the ideology of bleaching influenced decisively the representations of blacks and their descendants in the texts, satirical poetry and in the illustrations printed on the pages of the humorous journals of the period. The political elite and the brazilian intelligentsia were leaning on the issue of the \"black problem\", because the \"new republican society\" that emerged needed to be recognized as white and escape the black color bleaching. They were among those who saw the miscegenation as the degeneration of the brazilian people and those who understood that the miscegenation would be the possibility of \"dilution\" of the black color. The analysis of this society, by laughter, will provide us with a more elucidative reading, since it has a commitment to the \"non-normative\", \"not serious\", the \"unspeakable\". Humor sought to historicize the representations of political, economic, cultural and social conflicts motivated by the context of the carioca belle époque and the transformations it originated, such as the issues related to the nation, the national identity and the policy of bleaching. From the investigation of the works of Antônio Torres, Emílio de Menezes and the humorous magazine D. Quixote, owned and directed by Manoel Bastos Tigre, it was possible to point out how the prejudices social, cultural and racial, not rare, intertwined inspire the production of these humorists. In a certain way, these works have not only propagated, but also perpetuated prejudices in the imaginary of brazilian society. In this sense, we can say that humor is, simultaneously, part and a reflection on the social structure that inhabits.
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