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Eu não vejo por que aquilo que foi possível na música seria impossível na literatura / I don\'t know why what was possible in music would be impossible in literatureCarvalho, Bruna de 18 March 2019 (has links)
Esta pesquisa abre uma trajetória de leitura a partir de André Gide, centrando-se majoritariamente em dois de seus livros: Les Faux-monnayeurs, o único romance do autor, e Ainsi soit-il ou les jeux sont faits, livro de memórias e uma de suas últimas publicações em vida. A questão que guia a trajetória de leitura é primeiramente a escuta, de modo a entrelaçar o ensaio de Jean Luc-Nancy, À lécoute, o livro de Philippe Lacoue-Labarthe, Lécho du sujet e o texto de Jean Starobinski, La relation critique. Esse tecido teórico ajuda a investigar mais a fundo as seguintes perguntas: o que significa escutar um texto? Que implicações a escuta carrega para a crítica? Que tipo de fronteiras e divisões esse gesto é capaz de desfazer ou de reorganizar? Guiar-se pela escuta é possível segundo os pressupostos de escrita de uma tese acadêmica? Tais perguntas desencadeiam uma série de experimentos de leitura e escrita que diluem a nítida separação entre sujeito e objeto em meu texto, fazendo com que eu, como leitora, também me implique na narrativa a ser construída pela tese e dê a ver as experiências que funcionam como suas condições de enunciação (como, por exemplo, a discotecagem). Essa trajetória me conduzirá por fim às potenciais implicações políticas desse gesto por assim dizer experimental no interior da tese de doutorado. / This research opens a reading path based on André Gide, focused majorly on two of his books: Les Faux-monnayeurs, his only novel, and Ainsi soit-il ou les jeux sont faits, a memoir and one of his last publications in life. The main issue which guides this reading path is, first of all, listening itself, in a way to entwine Jean Luc-Nancys À lécoute, Philippe Lacoue- Labarthes Lécho du sujet, and Jean Starobinskis La relation critique. This theoretical tissue supports a deeper investigation around these questions: what does it mean to listen to a text? What implications listening conveys to critics? What kind of borders and divisions is this gesture capable of undoing or reorganizing? Is it possible to guide oneself through listening according to writing assumptions inside an academic thesis? These questions triggers a series of both reading and writing experiments that dilutes clear separations between subject and object in my text, enabling myself, as a reader, to enter this thesis narrative and manifest experiences that work as its utterance conditions (for example, DJing). This path ultimately guides me into potential political implications of the so to speak experimental gesture within this thesis.
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