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Eloí, Eloí, Lemá Sabactani? No reflexo de Jesus a imagem de Deus e do humano: uma análise teológica e psicanalítica da onipotência e do desamparo

Marcos Augusto Armange 07 March 2012 (has links)
O trabalho examina a teoria psicanalítica de Sigmund Freud sobre o ser humano e sobre o religioso, utilizando como chaves hermenêuticas os conceitos de onipotência e desamparo. Segundo Freud, no processo de tornar-se humano, é necessário que, no transcorrer da vida, o sujeito abandone a onipotência envolvente de sua primeira infância e assuma, progressivamente, o desamparo como perspectiva do próprio devir. Dentro desse contexto, ele entende que o fenômeno religioso tem um papel de utilidade negativa. Na árdua tarefa de abandono do narcisismo, a religião, a serviço das ilusões e da própria neurose, é criada pela cultura, para sustentar a onipotência que a pessoa/civilização não consegue abandonar, a partir de um Deus pai todo poderoso, que é o anseio próprio do desejo infantil. O autor destaca o aspecto da relacionalidade de Deus, expresso no evento Jesus Cristo, como resposta teológica às críticas freudianas. Jesus é entendido, simultaneamente, como o Deus que se esvazia de poder, que assume o caminho da cruz, no mais profundo desamparo e, como o homem que retrata a autêntica humanidade, num desamparo amparado. / The academic work examines the ideas of Sigmund Freud's psychoanalysis of the human being and the religious, as hermeneutical keys using the concepts of omnipotence and helplessness. For the process of becoming human, it is necessary that, in the course of life, the subject leaves surrounding the omnipotence of his early childhood and assumes progressively helplessness as the vision of becoming itself. Within this context, Freud believes that the religious phenomenon has a negative utility role. In the arduous task of abandonment of narcissism, religion, in the service of the illusions and the neurosis, is created by culture, to support the omnipotence that the person / civilization can not let go, from one God the father all powerful, which is the child's own longing desire. The author highlights the relational ability aspect of God expressed in Jesus Christ event as theological response to the criticisms Freudian. Jesus is seen simultaneously as the God who empties himself of power, which takes the path of the cross, in the deepest distress, and as the man who portrays the authentic humanity, in a sustained helplessness.

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