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O USO VARIÁVEL DO MAIS NO PORTUGUÊS AFRO-BRASILEIRO: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃOGomes, Débora Carvalho Trindade 30 July 2014 (has links)
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DISSERTAÇÃO versão FINAL completa.pdf: 2199491 bytes, checksum: 6175fba5afa63c94723e3864296a6790 (MD5) / No português popular do estado da Bahia, é muito comum o uso do item de vocabulário (IV) mais estabelecendo relação de subordinação, variando com o IV com, ou de coordenação de partes da sentença, variando com o IV e, além de seu uso culto como intensificador. Essas relações ampliam as características e a funcionalidade do IV mais, que pode exercer função de coordenador de DPs e preposição funcional/lexical introduzindo DPs comitativos. O presente estudo, realizado de acordo com os princípios teóricos e metodológicos da Sociolinguística Quantitativa, apresenta uma descrição do uso do IV mais como coordenador e subordinador em quatro comunidades rurais afrodescendentes localizadas no interior do estado da Bahia: Helvécia, Cinzento, Sapé, e Rio de Contas, cujas amostras de fala fazem parte do Projeto Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia (www.vertentes.ufba.br). Tais comunidades, que guardam vestígios de contato linguístico, foram selecionadas considerando-se a hipótese de que os fenômenos variáveis mais/com e mais/e resultam do contato entre a língua portuguesa e línguas do substrato africano no Brasil. O tratamento sociolinguístico dado à investigação dos fatores condicionantes da variante mais, no português rural afro-brasileiro, demonstrou que este IV é favorecido na fala dos indivíduos mais velhos, demonstrando que essa é a variante mais antiga na comunidade, e dos que permaneceram na comunidade. O mais subordinador é favorecido ainda na fala das mulheres, considerada mais conservadora no âmbito dessas comunidades. Esse resultado parece apontar para a confirmação da hipótese proposta de que a ampliação funcional do IV mais se deve ao multilinguísmo ocorrido no Brasil no período colonial. Os resultados revelam um perfil de mudança em progresso, em que a variante mais está sendo substituída, nessas comunidades, pelas formas urbanas cultas e/com, por conta de um processo de nivelamento linguístico (cf. Lucchesi, 2001, 2006). Os resultados referentes às duas variáveis dependentes mais/com and mais/e evidenciam ainda que a referencialidade e o estatuto sintático do DP são condicionantes linguísticos relevantes na escolha da variante mais. Assume-se, neste trabalho, que o IV mais foi a escolha dos falantes de português L2, do substrato africano, para relexificar uma entrada copiada de sua(s) língua(s) nativa(s), um IV com as funções de coordenador entre DPs e subordinador comitativo. / In the popular Portuguese of Bahia state, the vocabulary item (VI) ‘more’ requently occurs in functions beyond its standard spoken language use as an intensifier. Thus, ‘more’ occurs in variation with the VI ‘with’, marking a subordination relationship, and it also occurs in variation with ‘and’ signaling coordination of parts of the sentence. These relationships extend the features and functionality of VI ‘more’ whereby it may act as coordinator of DPs and also as a functional/lexical preposition introducing comitative DPs. This study, conducted in accordance with the theoretical and methodological principles of Quantitative Sociolinguistics, presents a description of the use of VI ‘more’ as coordinator and subordinator in four Afro-Brazilian rural communities located in the state of Bahia: Helvecia, Cinzento, Sape and Rio de Contas, whose speech samples are part of the Projeto Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia (www.vertentes.ufba.br). These communities, which retain vestiges of language contact, were selected considering the hypothesis that the variables ‘more’/’with’ and ‘more’/’and’ result from contact between Portuguese and African substrate languages in Brazil. The sociolinguistic evaluation of the conditioning factors of the variant ‘more’, in the data considered, demonstrated that this VI is favored in the speech of older individuals, and is thus the oldest variant of the particular variable in the community, and those who have remained in the community. The subordinator ‘more’ is favored even by women, whose speech is considered to be the more conservative variety within these communities. This result suggests confirmation of the hypothesis proposed, namely that the functional expansion of the VI ‘more’ is due to multilingualism present in Brazil during the colonial period. The results reveal a profile of change in progress, in which the variant ‘more’ is being replaced in these communities by the standard urban forms ‘and’/’with’, due to a process of linguistic leveling (cf. Lucchesi, 2001, 2006). The results for the two dependent variables ‘more’/’with’ and ‘more’/’and’ also show that the referentiality and syntactic status of the DP constitute relevant linguistic constraints on the choice of the variant ‘more’. The study assumes that the VI ‘more’ was the choice of African substrate speakers of Portuguese L2 to relexify an entry copied from their native language(s), an VI with the functions of coordinator of DPs and comitative subordinator.
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