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Fisiologia da levedura Dekkera bruxellensis durante a fermentação com substratos industriaisPEREIRA, Luciana Filgueira 31 January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / FACEPE / A levedura Dekkera bruxellensis tem sido conhecida por sua adaptação aos processos
fermentativos industriais, tendo chegado a situações que suplanta a levedura do processo
Saccharomyces cerevisiae possuindo rendimentos equivalentes. Apesar de possuir grande
adaptabilidade ao ambiente industrial, ainda são escassos trabalhos que se dediquem ao estudo
de suas características fisiológicas e bioquímicas e que expliquem seu sucesso adaptativo.
Este trabalho teve por objetivo descrever o metabolismo fermentativo da levedura GDB 248
em situações que simulem os processos fermentativos industriais na produção do álcool
combustível bem como, sua tolerância aos diferentes fatores de estresse presentes no ambiente
industrial. Foram realizadas fermentações com reciclo celular em meios sintético e caldo de
cana. Os resultados mostraram que as células de D. bruxellensis possuem baixa eficiência no
consumo da sacarose (consumo máximo 30%), maior tendência de conversão de açúcar em
biomassa, mas exibem rendimentos em etanol próximos ao de S. cerevisiae. Os experimentos
de tolerância aos fatores de estresse adicionados nas fermentações mostraram que D.
bruxellensis possui, quando comparada a S. cerevisiae, tanto tolerância similar ao etanol
quanto sensibilidade a ácidos orgânicos (acético e lático). Não foi detectada a produção de
acido acético nas culturas de D. bruxellensis, tendo em ácido lático produção similar a S.
cerevisiae. Para avaliar a tolerância de D. bruxellensis ao estresse, foram realizadas curvas de
sobrevivência celular na presença dos agentes de estresse: H2O2, etanol, KCl, e após um
choque térmico, relacionando o envolvimento de três proteínas de choque térmico no padrão
transcricional desta resposta. Em conjunto, os resultados mostraram que as células de D.
bruxellensis foram mais sensíveis aos fatores de estresse testados, quando comparados a S.
cerevisaie, apesar de exibir tolerância similar ao etanol. Os genes HSP22, HSP24 e HSP82
são apenas responsivos ao choque térmico, mas suas proteínas não conferem tolerância às
células. Por fim, para avaliar o comportamento desta levedura em outro substrato,
frequentemente utilizado em destilarias no Brasil, e assim, compararmos o melhor
desempenho desta espécie realizamos fermentações com reciclo em melaço e, desta vez,
determinamos o conteúdo intracelular de trealose e glicogênio. No melaço, D. bruxellensis
mostrou comportamento similar quanto à assimilação de sacarose, tendo tendência ao desvio
do açúcar para biomassa e rendimento final em etanol equivalente ao produzido pelas células
de S. cerevisiae. Mas, neste substrato, foi detectado a produção de ácido acético por esta
levedura em quantidades superiores ao detectado nas culturas com S. cerevisiae. Quanto ao
conteúdo intracelular dos carboidratos de reserva, só foi possível a detecção de glicogênio em
quantidades inferiores a S. cerevisiae, pois nenhuma produção de trealose foi detectada em
nossos ensaios.
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