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Acompanhamento clínico e nutricional de uma coorte de lactentes com síndrome da Zika congênita, nascidos em Sergipe, nordeste do Brasil / Clinical and nutritional follow-up of a cohort of infants with congenital Zika syndrome, born in Sergipe, northeastern BrazilLopes, Aline de Siqueira Alves 27 August 2018 (has links)
Introduction: At the end of 2015, zika virus became the protagonist of an epidemic of congenital anomalies never observed. The northeastern region of Brazil was the most affected. Congenital Zika Syndrome is characterized by severe microcephaly, critical brain damage, ophthalmologic, auditory, cardiac and orthopedic anomalies, as well as severe developmental delay with irritability, spasticity and convulsions. Owning to the fact that it is a new pathology, little is known about its long-term evolution, since affected children are aged around 3 years. Goal: To follow-up of a cohort of infants born with microcephaly and / or anomalies associated with congenital zika virus infection, from birth to 18 months of age, evaluating their growth, development, feeding and occurrence of associated morbidities. Methodology: This was a longitudinal, observational and descriptive study of a cohort of infants born in Sergipe during the outbreak of microcephaly and referred to two public health services. The children were followed up through 18 months of age in childcare consultations, together with expert evaluations and complementary examinations. The data was collected from August / 2017 to January / 2018 with using a research form. Statistical analyzes were carried out in R Core Team 2018 software. Results: The cohort comprised 84 children with Congenital Zika Syndrome. There was a predominance of females (53.8%) and only 9 newborns had no diagnosis of microcephaly but had other alterations compatible with Congenital Zika Syndrome. The Z scores for head circumference, weight and length remained stable over time, remaining below the expected standard for the three anthropometric indexes. The evolution of Z scores for weight / length showed a downward trend, although the average remained in the eutrophic pattern. In addition to the occurrence of other neurological impairments, such as seizures (69%), spasticity (48,8%), and irritability (64,3%), the infants presented severe developmental delays with delayed acquisition of all markers. The prevalence of exclusive breastfeeding until 6 months was law (14.3%) and a significant percentage of feeding difficulty (57,1%). This aspect reflected the delay in the introduction of complementary feeding (mean age of 7.1 months) and non-progression to the family diet in 22.6%. As to the complementary evaluation, cerebral malformations compatible with congenital Zika infection were detected in all children, ocular involvement was diagnosed in 42 infants (54.5%), and in half (50.7%) cardiac anomalies were observed. The main clinical morbidity observed was upper airways infection, followed by intestinal constipation. Conclusions: Infants with Congenital Zika Syndrome exhibited anthropometric growth impairment, as well as a severe delay in the acquisition of neuromotor development markers. It was found low prevalence of exclusive breastfeeding until 6 months, with a high frequency of feeding difficulties. There was also a significant number of infants who presented irritability, convulsion and spasticity. This study reinforces the need for specialized multiprofessional follow-up aimed at rehabilitation therapies and support to the family members involved. / Introdução: Ao final de 2015, o Zika vírus tornou-se protagonista de uma epidemia de anomalias congênitas jamais observada, sendo a região nordeste do Brasil a mais atingida. A Síndrome da Zika Congênita caracteriza-se por microcefalia com grave dano ao tecido cerebral, alterações oftalmológicas, auditivas, cardíacas e ortopédicas, além de crítico atraso do desenvolvimento, com irritabilidade, espasticidade e convulsões. Tratando-se de nova condição clínica, pouco se sabe sobre sua evolução em longo prazo, uma vez que as crianças acometidas estão com média de 3 anos de idade. Objetivo: Realizar o acompanhamento de uma coorte de bebês com Síndrome da Zika Congênita, do nascimento aos 18 meses de vida, avaliando seu crescimento, desenvolvimento, evolução da alimentação e ocorrência de morbidades. Metodologia: Trata-se de estudo longitudinal, observacional e descritivo do acompanhamento de uma coorte de lactentes nascidos em Sergipe durante o surto de microcefalia e referenciados para dois serviços públicos de saúde. As crianças foram avaliadas até os 18 meses de vida em consultas de puericultura somadas a interconsultas com especialistas e realização de exames complementares. Os dados foram coletados de agosto/2017 a janeiro/2018 através de um formulário de pesquisa. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software R Core 2018. Resultados: Compuseram a coorte 84 crianças com características clínicas da Síndrome da Zika Congênita. Houve predomínio do sexo feminino (53,8%) e somente 9 recém-nascidos não tiveram diagnóstico de microcefalia, mas apresentavam outras alterações compatíveis com a Síndrome da Zika Congênita. Os escores Z para perímetro cefálico (PC), peso e comprimento apresentaram pouca variação ao longo do tempo. As médias de escore Z na primeira e última consulta foram as seguintes: PC (-6,0; -5,9); Peso (-1,9; -1,6) e Comprimento (-2,5; -1,7). A evolução dos escores Z para peso/comprimento, revelou tendência de queda, apesar da média ter se mantido no padrão de eutrofia. As crianças manifestaram grave atraso do desenvolvimento com retardo na aquisição de todos os marcos pesquisados, além da ocorrência de outros comprometimentos neurológicos tais quais convulsão (69%), espasticidade (48,8%) e irritabilidade (64,3%). Encontrou-se baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses (14,3%) e percentual significativo de relatos de dificuldade alimentar (57,1%), aspecto que refletiu no atraso da introdução da alimentação complementar (idade média de 7,1 meses) e na não progressão para a alimentação da família em 22,6%. Quanto aos exames e avaliações complementares, em todos os lactentes foram detectadas malformações cerebrais compatíveis com a infecção congênita pelo Zika vírus, em 54,5% foi diagnosticado comprometimento ocular e em metade (50,7%) foi observado alguma alteração cardíaca. A principal morbidade clínica apresentada pelas crianças foram as infecções das vias aéreas superiores, seguido de constipação intestinal. Conclusões: Os lactentes com Síndrome da Zika Congênita exibiram comprometimento do crescimento antropométrico, além de grave atraso na aquisição de marcos do desenvolvimento neuromotor. Constatou-se baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, com alta frequência de dificuldades alimentares. Observou-se também número significativo de lactentes que evoluíram com irritabilidade, convulsão e espasticidade. Os achados deste estudo reforçam a necessidade de acompanhamento multiprofissional especializado para estas crianças, voltado para terapias de reabilitação e apoio aos familiares envolvidos. / Aracaju
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