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Sartre e Lévinas:linguagem e alteridade / Sartre and Lévinas:language and Alterity

Carvalho, Lucila Lang Patriani de 17 July 2014 (has links)
A presente dissertação busca a articular dois temas, a Linguagem e a Alteridade, ao longo do pensamento filosófico de Jean-Paul Sartre e Emmanuel Lévinas. Partindo da obra de Sartre propomos a análise dos temas em três momentos que se estende desde O Ser e o Nada até a Crítica da Razão Dialética, passando por O que é a literatura?. Ao passarmos pela exposição do autor a respeito dos temas - que se estabelece como Intersubjetividade e Linguagem-, podemos destacar, além da interação entre ambos, a situação da Linguagem em suas obras. Posteriormente, analisamos a obra de Lévinas e a construção de suas concepções de Linguagem e Alteridade, que se encontram no cerne de seu pensamento, tanto em Totalidade e Infinito como em Outramente que ser ou para-além da essência. A partir disto, é criado um ambiente temático comum para que possamos estabelecer o diálogo entre os filósofos, sob uma perspectiva que permeia nossa dissertação: a crítica de Lévinas sobre a Linguagem e a relação desta com o pensamento de Sartre / The following thesis has the purpose of articulating two subjects, the Language and the Alterity, through the philosophical thinking of Jean-Paul Sartre and Emmanuel Lévinas. Starting from Sartre\'s work we propose the analysis of the subjects in three different moments that extend from Being and Nothingness until the Critique of Dialectical Reason, also analyzing What Is Literature?. While we examine the author\'s exposure concerning the subjects - which are set as intersubjectivity and language - the interaction between both and the situation of language in his work stand out. Subsequently, we analyzed Lévinas\' work and the construction of his conceptions of Language and Alterity, which are in the core of his thinking, for Totality and Infinity and Otherwise than Being or Beyond Essence. From this, a common theme environment is set in order to establish the dialogue between philosophers, from a perspective that permeates our dissertation: the comment Lévinas made about language and the relation between this comment and Sartre\'s thinking
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O Mito da Resistência. Experiência histórica e forma filosófica em Sartre (Uma interpretação de L\'Être et le Néant). / Le Mythe de la Résistance - Expérience historique et forme philosophique chez Sartre (Une relecture de L\'Être et le Néant).

Mendonça, Cristina Diniz 10 July 2001 (has links)
Estudo de um clássico da filosofia francesa contemporânea -L\'Être et le Néant, de Jean-Paul Sartre-, procurando expor a estrutura do livro: uma forma filosófica (ou filosófico-literária) dramática, expressão do próprio material (histórico) que ela recria. O trabalho está dividido em duas partes. A primeira é uma desmontagem da armação filosófica do livro, expondo a gênese de suas principais figuras (a Liberdade e o Tempo). Essa desmontagem, evidenciando o caráter híbrido do material (filosófico, literário e histórico) que sustenta a estrutura de L\'Être et le Néant, colocou-nos na pista das relações entre esse Ensaio de Ontologia Fenomenológica (lido tradicionalmente como uma obra de \"pura Metafísica\") e uma certa construção coletiva (política e literária): o Mito da Resistência no período crítico da Segunda Guerra e da Ocupação da França (verdadeiro divisor de águas na cultura francesa contemporânea, e decisivo o suficiente para definir o perfil de uma \"geração intelectual\"). -Examinar os termos desse reencontro da elaboração filosófica com a matéria viva da história foi o propósito da Segunda Parte do trabalho. Se quiséssemos afinal resumir as relações existentes entre as duas partes deste trabalho, diríamos que a análise da organização interna de L\'Être et le Néant levou-nos a descobrir o fio filosófico da obra entrelaçado numa trama histórico-literária. É esse novelo composto de materiais heteróclitos --Husserl, Heidegger, o Hegel de Kojève, sem falar de Malraux, dos clássicos do modernismo americano e de Kafka, tudo isso amalgamado a assuntos da vida cotidiana-- que tratamos de desembrulhar. Ao fazê-lo, através do contraponto entre os atributos \"filosóficos\" da Liberdade e os vários registros \"fenomenológicos\" em que a experiência crucial da Resistência é recuperada e formalizada, terminamos por identificar o conteúdo de experiência desse que é considerado o mais \"abstrato\" (e técnico) tratado de Metafísica dos Tempos Modernos, ao menos no âmbito da filosofia francesa. / Il s\'agit d\'une étude d\'un classique de la philosophie française contemporaine, L\'Être et le Néant de Jean-Paul Sartre, qui essaie d\'exposer la structure du livre: une forme philosophique (ou philosophico-littéraire) dramatique, expression du matériau historique qu\'elle recrée. Ce travail se divise en deux parties dont la première consiste en un démontage de l\'armature philosophique du livre qui montre la genèse de ses principales figures (la Liberté et le Temps). Ce démontage, mettant en évidence la nature hybride des matériaux (philosophique, littéraire et historique) qui sous-tendent la structure de L\'Être et le Néant, nous a permis de repérer des relations entre cet Essai d\'Ontologie phénoménologique, traditionnellement lu comme une oeuvre de \"pure Métaphysique\", et une certaine construction collective (politique et littéraire): le Mythe de la Résistance dans la période critique de la Deuxième Guerre et de l\'Occupation de la France (point de clivage profond dans la culture française contemporaine et assez décisif pour définir le profil de toute une \"génération intellectuelle\"). Examiner les termes de cette rencontre de l\'élaboration philosophique avec la matière vivante de l\'histoire, a été l\'objectif de la Seconde Partie du présent travail. Si on voulait enfin résumer les relations existantes entre les deux parties de ce travail, on dirait que l\'analyse de l\'organisation interne de L\'Être et le Néant nous a amenés à découvrir le fil philosophique de l\'oeuvre entrelacé dans une trame historico-littéraire. C\'est ce noeud composé de matériaux hétéroclites --Husserl, Heidegger, le Hegel de Kojève, pour ne pas parler de Malraux, des classiques du modernisme américain et de Kafka, tout cela amalgamé à des sujets de la vie quotidienne-- que nous avons essayé de démêler. Ce faisant, par le moyen du contrepoint entre les attributs \"philosophiques\" de la Liberté et de multiples registres \"phénoménologiques\" où l\'expérience cruciale de la Résistance est récupérée et formalisée, nous avons fini par identifier le contenu d\'expérience de ce qui est considéré le plus \"abstrait\" et technique traité de Métaphysique des Temps Modernes, au moins dans le domaine de la philosophie française.
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Sartre e o pensamento mítico - revelação arquetípica da liberdade em \'As Moscas\' / Sartre and the mythical thought - archetypical revelation of the liberty in \'The Flies\'

Soares, Caio Caramico 19 January 2006 (has links)
As Moscas (Les Mouches, 1943) representa o início da carreira de Jean-Paul Sartre como dramaturgo e o de seu \"teatro de situações\". Do mesmo ano de O Ser e o Nada - obra-prima do existencialismo sartriano-, a peça é uma versão existencialista da lenda grega de Orestes. Este é o filho do rei Agamêmnon - comandante das tropas gregas na Guerra de Tróia - que, com a irmã Electra, se vinga dos assassinos de seu pai, Egisto e a rainha Clitemnestra, esposa de Agamêmnon e mãe deles. O episódio foi revisitado pelos três grandes poetas da tragédia clássica, Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Em As Moscas Sartre transforma a vingança de Orestes em metáfora para os temas da liberdade e da má - fé e para a crítica à idéia tradicional de \"destino\" como em voga, no governo autoritário de Vichy, durante a Ocupação nazista da França (1940-44). Esse governo, apoiado pela hierarquia da Igreja Católica francesa, difundia uma ideologia \"religiosa\" de culpa e resignação diante da derrota militar frente a Hitler. A peça de Sartre pode, assim, ser lida como apologia ao movimento da Resistência antifascista dos franceses. Neste trabalho realizamos avaliação dos significados do mito em As Moscas. Considerando mas também indo além de seu sentido mais imediato de alegoria política, procuramos, à luz do ensaio clássico de Mircea Eliade de O Mito do Eterno Retorno, esclarecer as bases de um possível diálogo implícito da peça com o \"pensamento mítico\" universal, diálogo o qual é constituído por um movimento de crítica e de re-apropriação existencialista do valor \"arquetípico\" das narrativas míticas. O que se pretende mostrar é, sobretudo, que a peça de Sartre opera uma destruição e recriação do que Eliade chama de ontologia arcaica, estrutura de pensamento \"mítica\" porque calcada em arquétipos ou modelos transcendentes de significação e legitimação das ações e instituições humanas e do mundo em geral. A destruição se dá no contexto do ateísmo de Sartre e de sua crítica ao cristianismo; Sartre denuncia valores morais e religiosos ligados ao que chama de má- fé, tipo de conduta que, na situação específica de Vichy, trai a liberdade humana ao atrelar o poder e a história a certos arquétipos \"celestiais\" e deterministas. Por outro lado, a recriação se deve ao fato de As Moscas representar uma espécie de \"mito fundador\" da liberdade. Concluímos que, ao contrário do que seria de se esperar da perspectiva eliadiana, o existencialismo de As Moscas, anunciando a liberdade como horizonte fundamental da condição humana, não implica necessariamente o esvaziamento da possibilidade da experiência mítica, e sim sua renovação, já não como fuga - senão como revelação - da historicidade radical do homem. / The Flies (Les Mouches, 1943) represents the beginning of the dramaturgic career of Jean- Paul Sartre and of his \"theatre of situations\". Of the same year that Being and Nothingness - the masterpiece of Sartrian existentialism - this play is an existentialist version of Orestes\' Greek legend. Orestes is the king Agamemnon\'s son -the leader of Greek troops for the Trojan War - which, together with his sister Electra, takes revenge against their father\'s murderers, Aegisthus and Clytemnestra, Agamemnon\'s wife and their mother. The story was retold by the main Greek tragedians, Aesquylus, Sophocles and Euripides. In The Flies Sartre transforms Orestes\' revenge into a metaphor for the themes of liberty and bad faith, and into a critic against the traditional idea of \"destiny\", in the shape as it had a good run in the authoritarian govern of Vichy, during Nazi Occupation of France (1940-44). This government, supported by the French Catholic Church\'s hierarchy, disseminated a \"religious\" ideology of guilty and resignation for the defeat against Hitler. Sartre\'s play can, thus, be read as an apology for the anti- fascist Resistance of French people. In this work we study the significations of \"myth\" in The Flies. Considering but also going beyond its more immediate sense as a political allegory, we try, with the aid of Mircea Eliade\' classical essay The Myth of Eternal Return (1949), clarify the basis of a possible, implicit dialogue of the play with the universal \"mythical thought\", dialogue which is constituted by both a movement of critics and existentialist re-appropriation of \"arquetypical\" value of mythical narratives. We intend to show that Sartre\'s play operates some destruction and recreation of what Eliade calls \"archaic ontology\", structure of thought which is \"mythical\" once is based upon archetypes or transcendent models of meaning and legitimacy for human actions and institutions and of the World in general. The destruction happens in the context of Sartrian atheism and his critics of Christianity; Sartre denounces moral and religious values associated to what he calls \"bad faith\", a kind of conduct which, as in the specific situation of Vichy, betrays the human liberty tiding up the power and the History to certain deterministic, \"celestial\" arquetypes. On the other hand, the recreation is linked to the fact that The Flies represents a kind of \"founding myth\" of liberty. Our conclusion is that, in opposition to what would be expectable from Eliade\'s point of view, the existentialism of The Flies, announcing liberty as the fundamental horizon of the human condition, does not represent, necessarily, an impossibility of mythical experience, but its renovation, not as an escape from - but as a revelation of - the radical historicity of Man.
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Evangelhos da revolta. Camus, Sartre e a remitologização moderna / Gospels of the revolt. Camus, Sartre and modern remythologization

Soares, Caio Caramico 16 February 2011 (has links)
O presente trabalho é uma análise das obras de Albert Camus e de Jean-Paul Sartre sob o ângulo do que o crítico russo E. M. Mielietínski designou, em sua A Poética do Mito, de remitologização moderna, fenômeno de revalorização do mito, forma de discurso e de pensamento supostamente arcaica, mas que, em pleno século XX era que deveria marcar o auge da dessacralização e autonomização racional do homem, ressurge como representação poderosa de explicitação da condição humana e do tempo presente. Um ressurgimento mais patente na literatura com as obras de Joyce, Kafka e Thomas Mann, entre outros, crítica literária e ciências humanas (especialmente a psicologia freudiana e junguiana e a etnologia), mas que também intervém de maneira significativa na filosofia ocidental, em bases que nos propomos a abordar em suas figurações particulares em Albert Camus e Jean-Paul Sartre. A célebre querela entre os dois, por conta da publicação por Camus de O Homem Revoltado, em 1952, oferece o contexto objetivo para uma investigação que, contudo, vai além de tal episódio, e mesmo das diferenças exclusivamente ideológicas e filosófico-doutrinais ali em questão. Tomando por eixo privilegiado de análise justamente O Homem Revoltado, pretendemos estudar os principais aspectos da armação mitopoética da obra, à luz de suas ressonâncias em outras obras do autor, para depois lançar pistas para um cotejo deste específico \"mitologismo moderno\" que também propomos desvendar enquanto fenômeno de \"camuflagem do sagrado\", segundo Mircea Eliade com o que Sartre apresenta especialmente na peça As Moscas, em suas concepções dramatúrgicas em geral e também em textos como \"Erostrato\" e o \"Prefácio\" de Os Condenados da Terra, de Frantz Fanon, no que nos propomos chamar de a antropo(a)gonia mítica sartriana, calcada no valor simbólico da violência para a gênese do humano, em contraste com a \"nostalgia participativa\" que, em Camus, une os homens entre si e com a Natureza. / This thesis analyzes the works of Albert Camus and Jean-Paul Sartre by the perspective designated by the Russian critic E.M. Mielietínski in his book The Poetics of Myth, as modern remythologization, the phenomenon of revalorization of myth, a form of discourse and thought supposedly archaic but that in the 20th century an era that should mark the apex of man\'s secularism and rational autonomy reemerges as a powerful representation of the universal human condition and/or the present time. An evident resurgence in literature through the works of Joyce, Kafka and Thomas Mann, among others literary criticism and the humanities (especially Jungian Freudian and psychology as well as ethnology) but one that also intervenes in a significant manner in Western philosophy, on foundations which we propose to approach through the particular case of Albert Camus and Jean-Paul Sartre. The famous quarrel between the two, due to Camus\'s publication of The Rebel in 1952, offers the objective context for an investigation that reaches beyond that episode and the exclusively ideological differences and philosophical doctrines in question. Privileging an analysis of The Rebel, we intend to study the principal aspects of the book\'s mythic-poetic motif, in light of its resonance with the author\'s other works, in order to set the stage for a comparison of this specific \"modern mythology\" which we further propose to reveal using the \"camouflage of the sacred\" phenomenon, according to Mircea Eliade with that which Sartre presents, particularly in the theatrical piece The Flies, in his dramaturgical concepts in general and also in written works such as \"Erostrato\" and the preface to Franz Fanon\'s Wretched of the Earth, in what we propose to call the mythic Sartrian anthropo(a)gonv, draped in the symbolic value of violence to the human genesis, in contrast with the \"participatory nostalgia\" which, in Camus, unites men within themselves and Nature.
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Seeking Sartre's style stylistic inroads into Les Chemins de la liberté /

Silvester, Rosalind. Van den Hoven, Adrian January 1900 (has links)
Version commerciale de : Thesis : French : Nottingham : 1998. / Notice de thèse d'ap. site Web http://www.qub.ac.uk/schools/SchoolofLanguagesLiteraturesandPerformingArts/SubjectAreas/FrenchStudies/StaffProfiles/DrRosalindSilvester. Bibliogr. p. [195]-208. Notes bibliogr. Index.
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Jean-Paul Sartre et le Tiers-monde : rhétorique d'un discours anticolonialiste /

Lamouchi, Noureddine, Idt, Geneviève. January 1996 (has links)
Texte remanié de: Th. doct.--Littérature--Paris VII, 1993. / Bibliogr. p. 319-340. Index.
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The problems of shame in guilt in Sartre's The flies

Panichella, Noelle. January 2008 (has links)
Thesis (M.A.)--Rutgers University, 2008. / "Graduate Program in Liberal Studies." Includes bibliographical references (p. 28-30).
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Exégese et explicitation de la conception de la subjectivité dans l'âge de raison (avec quelques exemples tirés de la nausée) de Jean-Paul Sartre : contextualisation philosophique et apories /

Raymond, Normand. January 2005 (has links)
Thesis (M.A.)--York University, 2005. Graduate Programme in Francaises. / Typescript. Includes bibliographical references (leaves 125-132). Also available on the Internet. MODE OF ACCESS via web browser by entering the following URL: http://gateway.proquest.com/openurl?url_ver=Z39.88-2004&res_dat=xri:pqdiss&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:dissertation&rft_dat=xri:pqdiss:MR19692
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Sartre e o pensamento mítico - revelação arquetípica da liberdade em \'As Moscas\' / Sartre and the mythical thought - archetypical revelation of the liberty in \'The Flies\'

Caio Caramico Soares 19 January 2006 (has links)
As Moscas (Les Mouches, 1943) representa o início da carreira de Jean-Paul Sartre como dramaturgo e o de seu \"teatro de situações\". Do mesmo ano de O Ser e o Nada - obra-prima do existencialismo sartriano-, a peça é uma versão existencialista da lenda grega de Orestes. Este é o filho do rei Agamêmnon - comandante das tropas gregas na Guerra de Tróia - que, com a irmã Electra, se vinga dos assassinos de seu pai, Egisto e a rainha Clitemnestra, esposa de Agamêmnon e mãe deles. O episódio foi revisitado pelos três grandes poetas da tragédia clássica, Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Em As Moscas Sartre transforma a vingança de Orestes em metáfora para os temas da liberdade e da má - fé e para a crítica à idéia tradicional de \"destino\" como em voga, no governo autoritário de Vichy, durante a Ocupação nazista da França (1940-44). Esse governo, apoiado pela hierarquia da Igreja Católica francesa, difundia uma ideologia \"religiosa\" de culpa e resignação diante da derrota militar frente a Hitler. A peça de Sartre pode, assim, ser lida como apologia ao movimento da Resistência antifascista dos franceses. Neste trabalho realizamos avaliação dos significados do mito em As Moscas. Considerando mas também indo além de seu sentido mais imediato de alegoria política, procuramos, à luz do ensaio clássico de Mircea Eliade de O Mito do Eterno Retorno, esclarecer as bases de um possível diálogo implícito da peça com o \"pensamento mítico\" universal, diálogo o qual é constituído por um movimento de crítica e de re-apropriação existencialista do valor \"arquetípico\" das narrativas míticas. O que se pretende mostrar é, sobretudo, que a peça de Sartre opera uma destruição e recriação do que Eliade chama de ontologia arcaica, estrutura de pensamento \"mítica\" porque calcada em arquétipos ou modelos transcendentes de significação e legitimação das ações e instituições humanas e do mundo em geral. A destruição se dá no contexto do ateísmo de Sartre e de sua crítica ao cristianismo; Sartre denuncia valores morais e religiosos ligados ao que chama de má- fé, tipo de conduta que, na situação específica de Vichy, trai a liberdade humana ao atrelar o poder e a história a certos arquétipos \"celestiais\" e deterministas. Por outro lado, a recriação se deve ao fato de As Moscas representar uma espécie de \"mito fundador\" da liberdade. Concluímos que, ao contrário do que seria de se esperar da perspectiva eliadiana, o existencialismo de As Moscas, anunciando a liberdade como horizonte fundamental da condição humana, não implica necessariamente o esvaziamento da possibilidade da experiência mítica, e sim sua renovação, já não como fuga - senão como revelação - da historicidade radical do homem. / The Flies (Les Mouches, 1943) represents the beginning of the dramaturgic career of Jean- Paul Sartre and of his \"theatre of situations\". Of the same year that Being and Nothingness - the masterpiece of Sartrian existentialism - this play is an existentialist version of Orestes\' Greek legend. Orestes is the king Agamemnon\'s son -the leader of Greek troops for the Trojan War - which, together with his sister Electra, takes revenge against their father\'s murderers, Aegisthus and Clytemnestra, Agamemnon\'s wife and their mother. The story was retold by the main Greek tragedians, Aesquylus, Sophocles and Euripides. In The Flies Sartre transforms Orestes\' revenge into a metaphor for the themes of liberty and bad faith, and into a critic against the traditional idea of \"destiny\", in the shape as it had a good run in the authoritarian govern of Vichy, during Nazi Occupation of France (1940-44). This government, supported by the French Catholic Church\'s hierarchy, disseminated a \"religious\" ideology of guilty and resignation for the defeat against Hitler. Sartre\'s play can, thus, be read as an apology for the anti- fascist Resistance of French people. In this work we study the significations of \"myth\" in The Flies. Considering but also going beyond its more immediate sense as a political allegory, we try, with the aid of Mircea Eliade\' classical essay The Myth of Eternal Return (1949), clarify the basis of a possible, implicit dialogue of the play with the universal \"mythical thought\", dialogue which is constituted by both a movement of critics and existentialist re-appropriation of \"arquetypical\" value of mythical narratives. We intend to show that Sartre\'s play operates some destruction and recreation of what Eliade calls \"archaic ontology\", structure of thought which is \"mythical\" once is based upon archetypes or transcendent models of meaning and legitimacy for human actions and institutions and of the World in general. The destruction happens in the context of Sartrian atheism and his critics of Christianity; Sartre denounces moral and religious values associated to what he calls \"bad faith\", a kind of conduct which, as in the specific situation of Vichy, betrays the human liberty tiding up the power and the History to certain deterministic, \"celestial\" arquetypes. On the other hand, the recreation is linked to the fact that The Flies represents a kind of \"founding myth\" of liberty. Our conclusion is that, in opposition to what would be expectable from Eliade\'s point of view, the existentialism of The Flies, announcing liberty as the fundamental horizon of the human condition, does not represent, necessarily, an impossibility of mythical experience, but its renovation, not as an escape from - but as a revelation of - the radical historicity of Man.
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Sartre e Lévinas:linguagem e alteridade / Sartre and Lévinas:language and Alterity

Lucila Lang Patriani de Carvalho 17 July 2014 (has links)
A presente dissertação busca a articular dois temas, a Linguagem e a Alteridade, ao longo do pensamento filosófico de Jean-Paul Sartre e Emmanuel Lévinas. Partindo da obra de Sartre propomos a análise dos temas em três momentos que se estende desde O Ser e o Nada até a Crítica da Razão Dialética, passando por O que é a literatura?. Ao passarmos pela exposição do autor a respeito dos temas - que se estabelece como Intersubjetividade e Linguagem-, podemos destacar, além da interação entre ambos, a situação da Linguagem em suas obras. Posteriormente, analisamos a obra de Lévinas e a construção de suas concepções de Linguagem e Alteridade, que se encontram no cerne de seu pensamento, tanto em Totalidade e Infinito como em Outramente que ser ou para-além da essência. A partir disto, é criado um ambiente temático comum para que possamos estabelecer o diálogo entre os filósofos, sob uma perspectiva que permeia nossa dissertação: a crítica de Lévinas sobre a Linguagem e a relação desta com o pensamento de Sartre / The following thesis has the purpose of articulating two subjects, the Language and the Alterity, through the philosophical thinking of Jean-Paul Sartre and Emmanuel Lévinas. Starting from Sartre\'s work we propose the analysis of the subjects in three different moments that extend from Being and Nothingness until the Critique of Dialectical Reason, also analyzing What Is Literature?. While we examine the author\'s exposure concerning the subjects - which are set as intersubjectivity and language - the interaction between both and the situation of language in his work stand out. Subsequently, we analyzed Lévinas\' work and the construction of his conceptions of Language and Alterity, which are in the core of his thinking, for Totality and Infinity and Otherwise than Being or Beyond Essence. From this, a common theme environment is set in order to establish the dialogue between philosophers, from a perspective that permeates our dissertation: the comment Lévinas made about language and the relation between this comment and Sartre\'s thinking

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