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Reestruturação produtiva e organização do trabalho na industria de autopeças do BrasilPinto, Geraldo Augusto 30 October 2003 (has links)
Orientador: Ricardo Luiz Coltro Antunes / Dissertaçao (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-03T17:52:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2003 / Resumo: A posição ocupada pelo Brasil na divisão internacional do trabalho, há muito lhe reservou condições diferenciadas de desenvolvimento econômico e social, com relação aos países capitalistas centrais. A constituição da indústria automobilística brasileira, a partir dos anos 50, expressa claramente tais diferenciações, entre cujas causas está a atuação dos governos e da classe trabalhadora nacional frente ao empresariado nacional e internacional Nesta perspectiva, esta dissertação propõe-se a explorar as características dos sistemas de organização do trabalho das empresas do setor de autopeças brasileiro, adotando-se a hipótese de que os dois principais sistemas de organização utilizados pela indústria automobilística nas economias centrais, o sistema tayloristalfordista e o sistema toyotista, sofreram significativas
transformações ao serem implementados no Brasil. Baseando-se numa revisão bibliográfica, apresentam-se os elementos principais destes sistemas de organização, através de uma contextualização histórica que permita identificar os
objetivos que nortearam as experiências de sua criação e desenvolvimento, bem como salientar as necessidades que estiveram na base de sua posterior difusão internacional, especialmente aos países de economia periférica, como o Brasil.
Na análise do caso brasileiro, busca-se compreender as causas e conseqüências das transformações sofridas por estes sistemas em suas adaptações no setor de autopeças, considerando-se dois períodos: dos anos 50 até a década de 70, tratando-se da adaptação do sistema taylorista/fordista; dos anos 80 até o final da década de 90, período em que iniciou-se o
avanço no Brasil do processo de reestruturação produtiva, em meio ao qual difundiram-se os sistemas de organização flexíveis, como o toyotista. As particularidades da formação da classe trabalhadora industrial brasileira, junto à
intervenção estatal abrangente, implicaram em alterações no sistema taylorista/fordista em sua implementação no setor de autopeças, resultando em aspectos "predatórios" na alocação e no uso da força de trabalho pelas empresas, dos quais decorreram a manutenção de baixos níveis salariais, qualificação profissional e educacional insuficientes, altas taxas de rotatividade e grande informalidade no mercado de trabalho. Sobre este conjunto de fatores vieram a ser adaptados, a
partir dos anos 80, os conceitos e técnicas relativos aos sistemas flexíveis de organização, como o toyotista, sob influência do recuo da ação protecionista estatal e à crescente organização e combatividade da classe trabalhadora. A abertura comercial, na década de 90, permitiu às montadoras instaladas no país a aplicação de estratégias globais quanto ao fornecimento de autopeças. Premido por novas exigências de preço e qualidade, pela concorrência externa e por ajustes econômicos recessivos promovidos pelo Estado, o setor de autopeças brasileiro sofreu uma intensa "desnacionalização", processo que, junto ao avanço dos sistemas de organização flexíveis, resultou na elevação do desemprego e em alterações no perfil de qualificação exigido aos trabalhadores. Tais mudanças, tendo sido acompanhadas por medidas de flexibilização na legislação trabalhista, impuseram, por fnn, grandes dificuldades ao movimento sindical A cadeia de autopeças brasileira adquiriu, desde então, uma configuração pela qual se consolidou o avanço diferenciado de inovações tecnológico-organizacionais, não apenas no que tange ao refinamento das adaptações realizadas no âmbito interno das empresas, mas nas relações estabelecidas entre estas enquanto clientes e fornecedoras / Abstract: The position which Brazil occupies in the international division of work, has reserved to it differentiated conditions of social and economical development, in relation to the central capitalist countries. The constitution of Brazilian automotive industry, starting from the fifties, clearly expresses such differentiations, among those causes is the role of govemments and the national working class,before national and intemational capitalists. According to this perspective, this dissertation proposes to explore the features of the labor organization systems in the Brazilian automotive components sector, adopting the hypothesis that both main organization systems used by automotive industry within the central economies, the
taylorist/fordist system and the toyotist one, underwent significant changes when implemented in Brazil. Based on a bibliographical review, the main elements from these organization systems have been presented, by a historical contextualization which allows to identify the goals that guided the experiences of its creation and development, as well as to point out the necessities that were the foundations of their subsequent intemational diffusion, especially in relation to the peripheral economy countries, such as Brazil. Analyzing the Brazilian case, it's intended to understand the causes and consequences of the changes experienced by the systems in their adaptations within the automotive components
sector, considering two periods: from the fifties to the late seventies,referring to the adaptation of the taylorist/fordist system; from the eighties to the late nineties, period in which the restructure productive started its progress in Brazil, amid which the flexible organization systems, such toyotist system, were spread. The particularities of the formation of the Brazilian working class,along with the heavy state intervention, implicated in alterations conceming the tayloristlfordist system in its
implementation in the automotive components sector, resulting in "predatory" aspects towards allocation and the use of the work force by the companies, of which resulted the maintenance of low salary levels, insufficient professional and education qualifications, high rates of rotativity, and the wide informality in the job market. Over this group of factors, concepts and techniques related to the flexible system of organization, such as the toyotist system, were adapted starting from the eighties, under influence of the state protectionist retreat and the growing of the working class organization and struggle.
The commercial opening, in the nineties, allowed automotive assembly companies installed in Brazil to apply worldwide strategies as to the automotive components supply. Pressured by new price and quality demands, foreign concurrence and recessive economic adjustments, promoted by the State, the Brazilian automotive components sector endured "denationalization", process which, along with the development of the flexible organization systems, resulted in the
unemployment increase and alterations related to the qualification profile demanded from workers. Such changes, accompanied by flexibilization towards labor legislation, finally imposed great difficulties to the Union militancy.
The Brazilian automotive components chain, since then, acquired a configuration by which differentiated progress of technological and organizational innovations were consolidated, not only related to the improvement of the adaptations performed into the companies, but in the relations established among them while buyers and suppliers / Mestrado / Mestre em Sociologia
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