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O pobre na literatura: anÃlise sociolÃgica da obra O CortiÃo / The poverty in literature: analyses of the " O CortiÃo".

Ryanne Freire Monteiro Bahia 31 January 2012 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O objetivo geral desse trabalho à produzir uma leitura possÃvel sobre a representaÃÃo do pobre por meio do romance O CortiÃo, de AluÃsio Azevedo. Questiona-se: De que forma o pobre surge sob a perspectiva Aluisiana? Que construtos simbÃlicos ela define e fortalece? O primeiro capÃtulo apresenta de forma sucinta a filiaÃÃo intelectual de AluÃsio Azevedo: o naturalismo, assim como descreve o campo de estudos. No capÃtulo dois, encontra-se a fundamentaÃÃo teÃrica acerca dos eixos analÃticos que sustentam a discussÃo, a saber: representaÃÃo social, sociologia da literatura e pobreza. O terceiro capÃtulo marca o inÃcio da anÃlise de dados propriamente dita. Nesta, a pobreza à exposta atravÃs dos conceitos de estigma social de Erving Goffman e de distinÃÃo social de Bourdieu, amparados nos estudos de Sevcenko. O quarto capÃtulo trata da antinomia entre disciplina para o trabalho e vadiagem, recaindo na associaÃÃo imediata entre classes pobres e classes perigosas. No capÃtulo cinco, sÃo apresentadas as teorias raciais do sÃculo XIX e sua influÃncia direta da escrita da obra O CortiÃo. à guisa de uma conclusÃo, à possÃvel afirmar que o pobre à representado por ,pelo menos, duas correntes interpretativas : a de vÃtima da estrutura social, e a de sujeito responsÃvel por seu estado de penÃria. A pobreza à um estigma que representa uma forma de violÃncia simbÃlica. Na contemporaneidade, pobre à aquele que necessita de auxÃlio, seja por intermÃdio do poder pÃblico, seja pela da caridade civil. Pensadores como Serge Paugam e Georg Simmel compreendem a pobreza pelo viÃs da tutela, do assistencialismo. O presente estudo problematiza a pobreza na perspectiva de Anthony Giddens, como algo dotado de um valor subjetivo, o qual nÃo pode ser mensurado unicamente por meio das estatÃsticas da pobreza, mas pela percepÃÃo dos prÃprios atores sociais. De forma especÃfica, buscaremos expor discursos, as ditas âproduÃÃes de verdadeâ, sobre a pobreza, percebendo com isso as metamorfoses conceituais atinentes ao sentido da pobreza; bem como o pobre deixou de representar uma conexÃo com o divino, atravÃs da economia de salvaÃÃo na Idade MÃdia para transformar-se no estorvo, obstÃculo da modernizaÃÃo. A pobreza à um problema complexo, possuindo raÃzes histÃricas, polÃticas e econÃmicas. Com esse texto, procuramos incitar uma reflexÃo sobre o pobre, sujeito social e sua teia de significaÃÃes, as quais ele està vinculado por sua simples condiÃÃo. A concepÃÃo literÃria adotada na anÃlise neste trabalho à a perspectiva mediadora, a qual seria um meio termo entre a visÃo materialista e a estÃtica ou idealista. Ela admite a criatividade do autor, a inventividade, mas permeada por idÃias, sentimentos e questÃes relativas a um contexto de produÃÃo que à social e histÃrico.

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