Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes, 2018. / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). / Esta pesquisa investiga a experiência de conhecer em movimento, um fenômeno de sentir e cocriar a partir das nuanças cinestésicas, micro tonalidades e dinâmicas qualitativas que afloram do movimento, enquanto dançamos. Ela segue a pista da fenomenóloga Sheets-Johnstone, que diz: “Como alguém pode perguntar-se sobre o mundo com palavras, eu o pergunto diretamente, em movimento.” (Sheets-Johnstone, 1981). Desta constatação, deriva-se algumas questões: Como conhecemos o mundo diretamente em movimento, e como essa experiência vem a modificar processos de formação artística e pedagógica em dança? Duran e a pesquisa, foi identificada uma abordagem que facilita o conhecer em movimento em diversos fazeres da dança. Apoiada na Somato-psicopedagogia, essa abordagem experiencial veio a chamar-se “Cocriação Sensível”, à luz das noções de movimento sensível (Bois, 2002) e de cocriação (Rengel, 2017; Chappell, 2013). As reflexões que movem o presente estudo alicerçam-se numa intensa prática pedagógica que aconteceu no âmbito do curso de Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília, de 2015 à 2017, quando a Cocriação Sensível atuou como abordagem na unidade curricular Dança Clássica 1. A partir de um estudo fenomenológico performativo (Svendler Nielsen, 2008) e da pesquisa somáticoperformativa (Fernandes 2014), a dissertação propõe uma maneira pontilhista de investigação, de forma que é no conjunto multimodal de informações (textos, imagens e a própria experiência em movimento do leitor), que a experiência do conhecer em movimento se revela. A pesquisa culmina dando voz aos participantes do curso Dança Clássica 1, observando momentos significativos de movimento em suas práticas. Ao final do estudo, desprende-se da análise de dados, possíveis perspectivas epistemológicas e artísticas engendradas no conhecer em movimento que possam contribuir para processos criativos e pedagógicos em dança. / This research investigates the experience of getting to know in movement, a phenomenon of perceiving and co-creating from the kinesthetic nuances, micro tonalities, and qualitative dynamics that emerge from movement, as we dance. It follows the trail of Sheets-Johnstone, when she says: “As one might wonder about the world in words, I am wondering the world directly, in movement” (Sheets-Johnstone, 2011). From this, some questions arise: How do we know the world directly in movement, and how could this experience modify processes of artistic and pedagogical training in dance? During the research, an approach is identified, that facilitates the experience of getting to know in movement in various dance practices. Based on Somato-psychopedagogy, this experimental approach was named "Sensorial Co-creation", in the light of the notions of sensorial movement (Bois, 2002) and co-creation (Rengel, 2017, Chappell, 2013). The reflections that move the present study are based on an intense pedagogical practice, which was carried out in the course the Dance Education Graduation Program of the Federal Institute of Brasília, from 2015 to 2017, in which Sensorial Cocreation acted as an approach for the curricular unit Classical Dance 1. From a performative phenomenological study (Svendler Nielsen, 2008) and somatic-performative research (Fernandes, 2014), the research proposes a pointillist way of investigating, so that it is in the multimodal set of information (texts, images, and the reader's own movement experience), that the experience of knowing in movement is revealed. The research culminates by giving voice to the participants of the course Classical Dance 1, observing significant moments of movement in their practices. At the end of the study, data analysis reveals possible epistemological and artistic perspectives engendered in the experience of knowing in movement that can contribute to creative and pedagogical processes in dance.