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Tópicos em composição: estrutura, formação e acento / Topics in Compounding: Structure, Formation and Stress

Nobrega, Vitor Augusto 27 June 2014 (has links)
O objetivo geral desta dissertação é fornecer um quadro amplo da formação dos compostos nas línguas naturais, deflagrando o que deve ser visto como universal em sua formação e o que deve ser visto como particular às línguas. Partindo de uma língua específica, o português brasileiro, demonstramos como a composição se estabelece em um sistema particular, e, no contraste entre as propriedades de seus dados e as propriedades atestadas nesse processo em trabalhos taxonômicos e tipológicos, delineamos as fronteiras entre o geral e o específico. Admitimos que sejam duas as propriedades universais da composição que devem ser abarcadas em um sistema gerativo: (i) o estabelecimento de uma relação gramatical entre os membros de um composto, a saber, uma relação de subordinação, atribuição ou coordenação fato bem comprovado translinguisticamente nos trabalhos de Bisetto e Scalise (2005), Guevara e Scalise (2009), e Scalise e Bisetto (2009) , e (ii) a criação de um domínio categorial acima de dois núcleos complexos conectados em determinada relação gramatical, o qual garante que uma estrutura complexa quase-sentencial seja interpretada como uma única unidade sintática. O particular nesse processo de formação de palavras reside no modo como as línguas naturais emolduram morfologicamente seus compostos, ou se a partir de uma combinação entre radicais, ou se a partir de uma combinação entre palavras, bem como os processos fonológicos que determinam a composição em um sistema linguístico específico. Essa assunção é evidenciada pela variedade de estruturas morfológicas encontrada nos compostos translinguisticamente, e pela assistematicidade de processos fonológicos que se aplicam nos compostos a fim de demarcá-los em uma língua. Para explicar esses fatos, assumimos um modelo não-lexicalista de gramática, a Morfologia Distribuída (cf. HALLE; MARANTZ, 1993; EMBICK; NOYER, 2007), e, com base nesse aparato teórico, demonstramos que as propriedades universais da composição são diretamente abarcadas no componente sintático. As relações gramaticais, primeiramente, são formalizadas através dos tipos de aplicação da operação Merge, tal como definidos em Chomsky (2000, 2004), nomeadamente, set-Merge e pair-Merge, enquanto que o domínio categorial é formado a partir da concatenação de um núcleo definidor de categoria acima de duas ou mais raízes categorizadas. As estruturas morfológicas, por sua vez, serão emolduradas pós-sintaticamente, nos componentes morfológico e fonológico da gramática, onde a variação translinguística se processa. Para tanto, argumentamos que a informação de classe carrega um papel importante na variação estrutural dos compostos translinguisticamente, pois será a presença ou ausência dessa informação que determinará quando uma raiz sintática será um radical ou uma palavra, distribuindo, desse modo, as estruturas sintáticas dos compostos em combinações morfológicas variadas / The main goal of this thesis is to provide a broad picture of compounding in natural languages, triggering what should be considered universal and what should be considered languagespecific in this word formation process. Starting from a particular language, Brazilian Portuguese, we demonstrate how compounding is established in a linguistic system, and by the contrast of the properties present in its compounds with the attested properties provided in taxonomic and typological works on the subject, we outline the boundaries between what is general and what is specific to this language. We argue that there are two universal properties of compounding that should be accounted for a generative system: (i) the establishment of a grammatical relation between the constituents of a compound, namely subordination, attribution and coordination a crosslinguistically well-proven fact in the works of Bisetto and Scalise (2005), Guevara and Scalise (2009) and Scalise and Bisetto (2009) and (ii) the formation of a categorial domain above two constituents connected in a specific grammatical relation, which ensures that a quasi-sentential structure will be interpreted as a single syntactic unit. What is language-specific in this word formation process lies in how languages frame their compounds in morphological structures, whether in a combination of stems or in a combination of words, as well as the phonological processes that specify compounding in some linguistic systems. This assumption finds evidence in the variety of morphological structures found in compounds through the languages of the world, and in the unsystematicity of phonological processes that apply to compounds to demarcate it in a particular language. In order to explain all the above-mentioned facts, we assume a non-lexicalist approach to grammar, the Distributed Morphology framework (see HALLE; MARANTZ, 1993; EMBICK; NOYER, 2007), and based on its tenets we demonstrate that the universal properties of compounding are straightforwardly accounted for the syntactic component of the grammar. Primarily, the grammatical relations are formalized through the nature of the operation Merge, as defined in Chomsky (2000, 2004), namely, set-Merge and pair-Merge, while the categorial domain is created by the concatenation of a category-defining head above two or more categorized roots. The morphological structures of the compounds will be framed post-syntactically at the morphological and phonological components, where crosslinguistic variation takes place. To this end, we argue that class marker information plays an important role in the variation of compounds morphological structure crosslinguistically, since it will be the absence or the presence of this feature that will define whether a syntactic root will be externalized as a stem or as a word, distributing this way the syntactic structure of a compound in various morphological combinations
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Tópicos em composição: estrutura, formação e acento / Topics in Compounding: Structure, Formation and Stress

Vitor Augusto Nobrega 27 June 2014 (has links)
O objetivo geral desta dissertação é fornecer um quadro amplo da formação dos compostos nas línguas naturais, deflagrando o que deve ser visto como universal em sua formação e o que deve ser visto como particular às línguas. Partindo de uma língua específica, o português brasileiro, demonstramos como a composição se estabelece em um sistema particular, e, no contraste entre as propriedades de seus dados e as propriedades atestadas nesse processo em trabalhos taxonômicos e tipológicos, delineamos as fronteiras entre o geral e o específico. Admitimos que sejam duas as propriedades universais da composição que devem ser abarcadas em um sistema gerativo: (i) o estabelecimento de uma relação gramatical entre os membros de um composto, a saber, uma relação de subordinação, atribuição ou coordenação fato bem comprovado translinguisticamente nos trabalhos de Bisetto e Scalise (2005), Guevara e Scalise (2009), e Scalise e Bisetto (2009) , e (ii) a criação de um domínio categorial acima de dois núcleos complexos conectados em determinada relação gramatical, o qual garante que uma estrutura complexa quase-sentencial seja interpretada como uma única unidade sintática. O particular nesse processo de formação de palavras reside no modo como as línguas naturais emolduram morfologicamente seus compostos, ou se a partir de uma combinação entre radicais, ou se a partir de uma combinação entre palavras, bem como os processos fonológicos que determinam a composição em um sistema linguístico específico. Essa assunção é evidenciada pela variedade de estruturas morfológicas encontrada nos compostos translinguisticamente, e pela assistematicidade de processos fonológicos que se aplicam nos compostos a fim de demarcá-los em uma língua. Para explicar esses fatos, assumimos um modelo não-lexicalista de gramática, a Morfologia Distribuída (cf. HALLE; MARANTZ, 1993; EMBICK; NOYER, 2007), e, com base nesse aparato teórico, demonstramos que as propriedades universais da composição são diretamente abarcadas no componente sintático. As relações gramaticais, primeiramente, são formalizadas através dos tipos de aplicação da operação Merge, tal como definidos em Chomsky (2000, 2004), nomeadamente, set-Merge e pair-Merge, enquanto que o domínio categorial é formado a partir da concatenação de um núcleo definidor de categoria acima de duas ou mais raízes categorizadas. As estruturas morfológicas, por sua vez, serão emolduradas pós-sintaticamente, nos componentes morfológico e fonológico da gramática, onde a variação translinguística se processa. Para tanto, argumentamos que a informação de classe carrega um papel importante na variação estrutural dos compostos translinguisticamente, pois será a presença ou ausência dessa informação que determinará quando uma raiz sintática será um radical ou uma palavra, distribuindo, desse modo, as estruturas sintáticas dos compostos em combinações morfológicas variadas / The main goal of this thesis is to provide a broad picture of compounding in natural languages, triggering what should be considered universal and what should be considered languagespecific in this word formation process. Starting from a particular language, Brazilian Portuguese, we demonstrate how compounding is established in a linguistic system, and by the contrast of the properties present in its compounds with the attested properties provided in taxonomic and typological works on the subject, we outline the boundaries between what is general and what is specific to this language. We argue that there are two universal properties of compounding that should be accounted for a generative system: (i) the establishment of a grammatical relation between the constituents of a compound, namely subordination, attribution and coordination a crosslinguistically well-proven fact in the works of Bisetto and Scalise (2005), Guevara and Scalise (2009) and Scalise and Bisetto (2009) and (ii) the formation of a categorial domain above two constituents connected in a specific grammatical relation, which ensures that a quasi-sentential structure will be interpreted as a single syntactic unit. What is language-specific in this word formation process lies in how languages frame their compounds in morphological structures, whether in a combination of stems or in a combination of words, as well as the phonological processes that specify compounding in some linguistic systems. This assumption finds evidence in the variety of morphological structures found in compounds through the languages of the world, and in the unsystematicity of phonological processes that apply to compounds to demarcate it in a particular language. In order to explain all the above-mentioned facts, we assume a non-lexicalist approach to grammar, the Distributed Morphology framework (see HALLE; MARANTZ, 1993; EMBICK; NOYER, 2007), and based on its tenets we demonstrate that the universal properties of compounding are straightforwardly accounted for the syntactic component of the grammar. Primarily, the grammatical relations are formalized through the nature of the operation Merge, as defined in Chomsky (2000, 2004), namely, set-Merge and pair-Merge, while the categorial domain is created by the concatenation of a category-defining head above two or more categorized roots. The morphological structures of the compounds will be framed post-syntactically at the morphological and phonological components, where crosslinguistic variation takes place. To this end, we argue that class marker information plays an important role in the variation of compounds morphological structure crosslinguistically, since it will be the absence or the presence of this feature that will define whether a syntactic root will be externalized as a stem or as a word, distributing this way the syntactic structure of a compound in various morphological combinations

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