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A constituição do ethos feminino em A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga

Estracieri, Elaine Aparecida dos Santos 02 September 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T19:33:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Elaine Aparecida dos Santos Estracieri.pdf: 7333160 bytes, checksum: d7798b818e75d4994fe45ff0ef34d20e (MD5) Previous issue date: 2015-09-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This work is part of the research line Text and Discourse on Oral and Written Procedures , the Postgraduate Program in Portuguese at the Pontifical Catholic University of São Paulo. The Theme of this research is The constitution of the feminine ethos in The Yellow Bag , Lygia Bojunga and born of the initial belief linked to the construction of social discourses. In this paper we analyse a literary work here considered as a representation of the world through words. In the discursive level, it is the female speech introjection that rhetorical tricks, as they reflect the being in existence, leverage the instituting discourse and sediment, by moving the passions, new ways of saying and understand the world. The Yellow Bag, published in 1976, still reverberates powerfully valid one speech to think the status of women today in presenting indisputable rhetorical force in the development of the main character s arguments, Rachel girl. Thus, the analysis undertaken in this study adopts a perspective centered in the speech of female character-child, by checking a rhetorical process of constituting an ethos created fictitiously by an adult, the writer Lygia Bojunga. As we observed, handling the language the author demonstrates enough discursive ability to move within the limits of a literary text, the dominant discourse and create instituting apeeches that highlight the condition of being a woman in today s world. Raquel, through the rant, makes its effective argument, causes the pathos (passion) and the auditorium, by setting out a line originated from the interior of a child, it becomes benevolent with the narrated facts. For present itself in the robes of a literary text, passion compels the audience to accept one or more conclusions about a woman nowadays. This attitude of acceptance presupposes driving through reasoning, albeit sharp appeal to the listener s emotions. The analysis addresses, then two facets: the recreation of speech in child communicative interaction situation and fictional view of how a child is imposed discursively to constitute its ethos in the narrative. Constituted as an analytical base studies of Aristotles (2000), Perelman and Olbrechts-Tyteca (2005), that guide research Reboul (2004), Meyer (2007) and Ferreira (2010). To create the historical context, draws up an overview of women, children and the family, through Bassanezi studies (1986), Aries (2012) and Santarcangelo (1980). For proof of persuasive means, analyses through features allowed by the rhetoric analisys, the efficacy of the speech by the girl-woman speaker called Raquel. At the end of the investigation it was concluded that, in the Yellow Bag, as imagined in the case of this study, the condition of women, historically marked by devaluation, submission and subservience, is partially abandoned to make way for discursive construction of a scenario that portends changes social and significant contemporany female professionals in the act. It appears, too, that the character Rachel is constructed rhetorically to highlight an ethos that seduces (movere) the auditorium to present as girl-child (delectare) and proposes questions that culminate in reflections (docere) to the auditorium / Esta dissertação insere-se na linha de pesquisa Texto e Discurso nas Modalidades Oral e Escrita , do Programa de Pós-Graduados em Língua Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O tema desta pesquisa é A constituição do ethos feminino no livro A Bolsa Amarela , de Lygia Bojunga, surgida de uma crença inicial ligada à construção dos discursos sociais. Neste trabalho, analisamos uma obra literária aqui considerada como representação do mundo por meio da palavra. No plano discursivo, é pela introjeção do discurso feminino que as artimanhas retóricas, enquanto refletem o estar na existência, potencializam o discurso instituinte e sedimentam, pelo movimentar das paixões, novas formas de dizer e compreender o mundo. O livro A Bolsa Amarela, publicado em 1976, ainda reverbera um discurso potentemente válido para pensar a condição da mulher em nossos dias, ao apresentar indiscutível força retórica na elaboração dos argumentos da personagem principal, a menina Raquel. Assim, a análise empreendida neste trabalho adota uma perspectiva centrada na fala de uma personagem-criança do sexo feminino, por meio da verificação de um processo retórico de constituição de um ethos criado ficticiamente por um adulto, a escritora Lygia Bojunga. Como foi possível verificar, o manuseio da língua pela autora demonstra habilidade discursiva suficiente para movimentar, nos limites de um texto literário, o discurso dominante e criar discursos instituintes que ressaltam na condição de ser mulher no mundo atual. Raquel, por meio do discurso retórico, torna sua argumentação eficaz, provoca o pathos (paixões) e o auditório, por enunciar uma fala originada do interior de uma criança, torna-se benevolente com os fatos narrados. Por se apresentar sob as vestes de um texto literário, a paixão compele o auditório a aceitar uma ou mais conclusões sobre o ser mulher na contemporaneidade. Essa atitude de aceitação pressupõe a condução por meio de raciocínios, ainda que de nítido apelo à emoção do ouvinte. A análise aborda, então, duas facetas: a recriação da fala infantil em situação de interação comunicativa e uma visão ficcional da forma como uma criança se impõe discursivamente para constituir seu ethos na narrativa. Constituíram como base analítica os estudos de Aristóteles (2000), Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), que orientam as pesquisas de Reboul (2004), Meyer (2007) e Ferreira (2010). À criação do contexto histórico, traça-se um panorama geral da mulher, da criança e da família, por meio dos estudos de Bassanezi (1986), Ariès (2012) e Santarcangelo (1980). À comprovação dos meios persuasivos, analisa-se, por meio de recursos permitidos pela análise retórica, a eficácia do discurso proferido pela oradora menina-mulher chamada Raquel. Ao término da investigação conclui-se que, em A Bolsa Amarela, como se imaginava na hipótese deste trabalho, a condição feminina, historicamente marcada pela desvalorização, submissão e subserviência, é parcialmente abandonada para dar lugar à edificação discursiva de um cenário que prenuncia mudanças sociais e profissionais significativas no agir feminino contemporâneo. Constata-se, também, que a personagem Raquel é construída retoricamente para ressaltar um ethos que seduz (movere) o auditório ao se apresentar como menina-criança (delectare) e propõe questionamentos que culminam em reflexões (docere) para o auditório

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