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Se parece com Nelson é vida ou A Psicanálise como ela é...: narrativas de uma investigação psicanalíticaCosta, Rafael de Melo 10 May 2013 (has links)
This text is an investigative study that, under the interpretative lens of psychoanalysis method,
puts in question the concepts of psychoanalytic interpretation and psychic reality, which is
made from an analogy established between the creation movements in Nelson Rodrigues
Literature and those from the psychoanalytic productions. The reading of A vida como ela é...,
series of tales written by Nelson Rodrigues to Última Hora newspaper, between 1951 and
1961, turned out to be a strong theoretical and affective experience. When he produces,
Nelson creates realities and a particular form of man the Brazilian. He presents tragedies
and dramas, to which, untangles the ululant obvious which sustain them. In this sense, I
deducted that he would fulfill, with methodological rigour, the interpretative method demands
by disrupting the course, as proposed by Fabio Herrman, which means the creation of a
meaning that goes beyond the established routinely. Shocked by the possibility of a
writer/artist fulfilling the demands of the psychoanalytic method, I presumed if Nelson
Rodrigues was not an exemplary psychoanalyst. In the face of this agony and the position
taken to see/read Nelson Rodrigues production as psychoanalytic, I needed dialogues with
Science, Arts, in a deeper way with Literature, to illuminate the field and place of
Psychoanalysis in my universe, and answer the nodal points which were imposed to the
investigation: what Nelson Rodrigues produces of knowledge about the human condition can
be equivalent to the knowledge coming from the psychoanalytic lens?; what is the difference
between the analytical process and the creative writers process, considering the fictional
character which unfold from them?; and Would Nelson Rodrigues be a psychoanalyst to be
followed on the basis of his creation way and the disruption promoted by his action? More
than an exercise of theoretical construction, this investigation, organized in narratives which
store the seal of processed search way, which is, questioner and interpretative or as I call
investicrativa, brings the movement of particular reinvention to Psychoanalysis. Looking to
the keyhole, I encountered the character of mistake and uncertainness which constitutes life
and also the psychoanalytic art. Facing the uncertain, it was necessary to be tragic and artist to
dare a draft of my invention as a psychoanalyst and, from this place, produce a man and
reality, in the transferencial dialogue with Nelson Rodrigues in A Carta, in the theories
articulated in O Texto, or yet, in the appropriation of a clinical case through the tale A
Deprimida, path which made it possible for me the suspension and expression of desire. In
this way, two points are apprehended in this investigation, which ratify the analogy between
Psychoanalysis and Literature, as suggested in Theory of the analogous, once both create
meanings, not real, but possibilities of meanings, and the place that writing assumes in both
fields. / Trata-se de um estudo investigativo que, sob a lente interpretante do método psicanalítico,
coloca em questão os conceitos de interpretação psicanalítica e realidade psíquica, a partir de
uma analogia estabelecida entre os movimentos de criação na Literatura de Nelson Rodrigues
e aqueles oriundos das produções psicanalíticas. A leitura de A vida como ela é..., série de
contos escrita por Nelson Rodrigues, para o jornal Última Hora, entre os anos de 1951 e
1961, caracterizou-se como uma forte experiência teoricafetiva. Ao produzir, Nelson, cria
realidades e uma forma particular de homem o brasileiro. Apresenta tragédias e dramas,
para os quais, destrincha o óbvio ululante que as sustentam. Neste sentido deduzi que ele
cumpriria, com rigor metodológico, as exigências do método interpretativo por ruptura de
campo, tal como propõe Fabio Herrmann, a saber, a criação de um sentido, para além ou
aquém, do já estabelecido rotineiramente. Estremecido pela possibilidade de um
escritor/artista atender as exigências do método psicanalítico, hipotetizei se não seria Nelson
Rodrigues um psicanalista exemplar. Diante desta agonia sentida e da postura assumida de
ver/ler a produção rodrigueana como psicanalítica, necessitei de diálogos com a Ciência, Arte,
de modo aprofundado com a Literatura, para iluminar o próprio campo e lugar da Psicanálise
no meu universo, e, responder as questões nodais que à investigação se impunham: o que
Nelson Rodrigues produz de saber sobre a condição humana pode ser equivalente ao saber
advindo da chamada lente psicanalítica?; qual é a diferenciação entre o fazer analítico e o dos
escritores criativos, tendo-se em vista o caráter ficcional que deles se desdobra?; e seria
Nelson Rodrigues um psicanalista, a ser seguido, com base na sua forma de criar e pela
ruptura que sua ação promove? Mais que o exercício de uma construção teórica, esta
investigação, organizada em narrativas que guardam o selo da forma de busca processada,
qual seja, interrogante-interpretante ou investicrativa, traz o movimento de reinvenção
particular à Psicanálise. Ao olhar pelo buraco da fechadura deparei-me com o caráter do
engano e da incerteza que constitui tanto a vida, como o próprio ofício psicanalítico. Diante
do incerto foi preciso ser trágico e artista para ousar um esboço de minha invenção como
psicanalista e, desse lugar, produzir homem e realidade, seja no diálogo transferencial com
Nelson Rodrigues presente em A Carta, nas prototeorias articuladas em O Texto, ou ainda, na
apropriação de um caso clínico por meio do conto A Deprimida, via que me possibilitou
suspensão e expressão do desejo. Dessa forma, apreende-se nesta investigação dois pontos
que ratificam a analogia entre Psicanálise e Literatura, como proposto pela Teoria do Análogo,
quer seja por ambas criarem sentidos, não de verdade, mas de possibilidades de sentidos, ou
pelo lugar que a escrita assume nesses dois campos. / Mestre em Psicologia Aplicada
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