Tese {doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Geografia / Made available in DSpace on 2012-10-23T09:04:18Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2013-07-16T20:08:35Z : No. of bitstreams: 1 244900.pdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / A presente tese teve como objetivo contribuir para a gestão integrada de bacias costeiras, através da avaliação dos fluxos de água doce e salgada, em um sistema estuarino, e da elaboração de cenários que simulem condições hidrológicas extremas. Para tanto, foi aplicado um modelo de balanço de massa para um estuário ideal de diferenças finitas, no contexto da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, RS. Os resultados produzidos permitiram que se avaliasse a distribuição espaço-temporal da salinidade no sistema simulado. A consistência dos mapas gerados foi examinada por meio de dados existentes na bacia. Os maiores erros foram encontrados no canal da desembocadura do sistema, segmentado em três polígonos, o que gerou uma instabilidade numérica no modelo. Os melhores resultados foram obtidos no subsistema sul, onde se registram os menores aportes de água doce e a hidrodinâmica é menos intensa em comparação ao subsistema norte. Um resultado importante foi encontrado na Lagoa do Passo, onde se pode constatar a propagação de sais no interior do seu segmento mais ao sul. Como este corpo aquoso é muito utilizado para o abastecimento público e para a irrigação do arroz, foram simulados dois cenários, a fim de se testar o potencial da metodologia como ferramenta de apoio à gestão integrada. O primeiro foi estabelecido, inicialmente, pelo aumento simples de 50% nas demandas de água para a orizicultura no canal principal do Rio Tramandaí, o que não alterou a salinidade na lagoa, mas produziu um decréscimo de sua concentração no canal do rio. Isto pode ser conferido a uma maior dispersão de sais na linha de fronteira para a irrigação, o que representará um problema para os irrigantes. Outra modificação feita neste cenário foi a redução das vazões nos segmentos do Rio dos Postes. O resultado provocou um aumento na concentração salina para a Lagoa do Passo de 14,83 # para 15,72 #. Para o segundo cenário foi definido um aumento nas vazões ao longo do Rio dos Postes e do Rio Tramandaí, o que diminuiu a concentração na Lagoa do Passo para 0,3 #. Apesar das restrições inerentes à modelagem e à qualidade dos dados disponíveis, a metodologia utilizada foi capaz de prever a concentração de salinidade com um erro aceitável na maioria dos segmentos. O trabalho desenvolvido em ambiente de SIG facilitou a elaboração de cálculos e gerou mapas que espacializaram também o erro modelado. Isto favoreceu a identificação de problemas e os ajustes nos polígonos. A segmentação de extensas lagoas representou um avanço para a estimativa das trocas de matéria entre oceano e continente na bacia estudada. Esta divisão possibilitou capturar, à medida do possível, efeitos das descargas dos rios e da retirada de água para o atendimento de usos como abastecimento e irrigação. Como aplicação prática da metodologia se destaca a possibilidade de disponibilizar aos diferentes atores sociais, responsáveis pela gestão de recursos hídricos e costeiros, informações espacializadas que permitam um acompanhamento mais abrangente do fenômeno estudado. Desta forma, a solução de conflitos de uso e a seleção das estratégias a serem adotadas tendem a ser agilizadas.