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Caracterização e fatores preditivos no traumatismo raquimedularJoão Simão de, Melo Neto 16 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-16 / Introduction: Spinal cord injury (SCI) has a negative impact on quality of life and healthcare costs. In recent years, with the age pyramid inversion, there is a high prevalence of SCI in the elderly. In addition, the most common SCI-related lesion is Traumatic brain injury (TBI). Treatment planning depends on many factors, and is determining for the presence of morbidity and mortality. These factors must be explored so that we can have investments for the prevention and treatment of these patients.
Objectives: To identify the characteristics and clinical features of patients with SCI, specifically: the elderly; individuals with TBI-related SCI and individuals undergoing surgery.
Methods: Prospective study, including 321 previously selected patients with SCI. Clinical and socio-demographic variables were collected and analyzed. Patients were characterized and morbidity and mortality predictors in the elderly (≥60 years) (n=62) were analyzed, as well as individuals who had TBI-related SCI (n=52), and patients undergoing surgical treatment (n=211).
Results: The comparison between the two genders showed that women have compression fracture associated to the thoracolumbar transition region; men presented listhesis more related to cervical lesions and increase in the number of complications; the need for surgical intervention is higher in men; among other factors. When we compared older and younger patients (<60 years; n = 259), we found that the morphological diagnosis, compression fracture and dislocation fracture are more associated with age ≥60 to <60, respectively; elderly after SCI had a greater association with late hemodynamic instability. With regards to patients who had TBI-related SCI, male gender (85%), age group between 21-30 years (25%), individuals who have a common-law marriage status (56%), low level of education (69%) and the Roman Catholic religion (77%) had a higher number of patients. The cervical segment had higher risk of injury (RR=3.48, CI: 1.856 to 6.526; p <0.0001). The neurological status ASIA-E (52%), syndromic presentation of neck pain (35%) and mild TBI (65%) were the most frequent. Complications were observed in 13 patients, and pneumonia was the most prevalent (62%). Hospital stay was significantly higher (20±28 days), and 17% of patients died. Men (RR=2.513, CI: 1.777 to 3.554; p=0.028) and individuals exposed to car accidents (RR=1.91, CI: 1.00 to 1.579; p=0.022) showed a greater risk to suffer these lesions concomitantly. Furthermore, these patients had a 2.48 (CI: 1.372 to 4.477; p<0.01) higher risk of death than patients with SCI alone. Finally, regarding the choice of treatment, fall and upper cervical and lumbosacral injuries were associated with conservative treatment. Patients with lesions in the lower cervical area, worse neurological status and unstable lesions were associated with surgery. Complications in the postoperative period occurred mainly in patients undergoing surgery. Afterwards, we assessed whether age influenced the characteristics of patients undergoing surgery. Subjects <60 years of age were associated with motorcycle accidents and the morphologic diagnosis of injury was listhesis. Subsequently, we analyzed the influence of gender on the characteristics of these patients. Women who had car accidents were associated with surgery. Women were associated with paraparesis and morphologic diagnosis of burst fracture, especially in the thoracolumbar and lumbosacral transition. Men who had TBI and thoracic trauma were related to surgery. These individuals had a worse neurological status and were associated with complications. Men and cervical region were the most affected and therefore, these patients were analyzed separately (n = 92). The presence of complications increases hospital stay. Patients with simultaneous morphological diagnosis, worse neurological status, quadriplegia and sensorimotor changes had more complications. Mortality was higher in cases with clinical pneumonia and thoracic trauma.
Conclusion: There are clinical and demographic factors that are specific to the elderly, as well as to patients who have had TBI-related SCI and individuals undergoing surgical treatment. The understanding of these factors enables investments in prevention, rehabilitation and treatment aiming at reducing morbidity and mortality, losses in quality of life and hospital service expenditures. / Introdução: O traumatismo raquimedular (TRM) ocasiona prejuízos na qualidade de vida e gastos aos sistemas de saúde. Nos últimos anos, com a inversão da pirâmide etária, há alta prevalência de TRM em idosos. Além disso, a lesão associada ao TRM mais apresentada é o Traumatismo Cranioencefálico (TCE). O direcionamento do tratamento depende de inúmeros fatores, sendo determinante para a presença de morbimortalidade. Neste contexto, estes fatores precisam ser explorados para haver investimentos na prevenção e terapêutica destes pacientes.
Objetivos: Identificar as características e aspectos clínicos de pacientes com traumatismo raquimedular, especificamente: idosos; indivíduos com TRM associado ao TCE; e sujeitos submetidos à cirurgia.
Métodos: Estudo retrospectivo, sendo previamente selecionados 321 pacientes com TRM. As variáveis clínicas e sócio-demográficas foram coletadas e analisadas. Os pacientes foram caracterizados e analisados os fatores preditores de morbimortalidade em idosos (≥60 anos) (n=62), sujeitos que sofreram TCE associado ao TRM (n=52), e em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico (n=211).
Resultados: Durante a análise entre os diferentes sexos, observou-se que mulheres apresentam fratura compressão associada à região de transição toracolombar; homens apresentam listese mais relacionada com lesões na cervical e aumento no número de complicações; a necessidade de intervenção cirúrgica é maior em homens. Durante a comparação entre idosos e indivíduos jovens (<60 anos; n=259), observou-se que os diagnósticos morfológicos, fratura compressão e fratura luxação, são mais associados com idade ≥60 e <60, respectivamente; idosos após TRM tiveram maior associação com instabilidade hemodinâmica tardia. Com relação aos pacientes que sofreram TRM associado à TCE, o sexo masculino (85%), a faixa etária entre 21-30 anos (25%), o estado civil de união estável (56%), o baixo nível de escolaridade (69%). O acidente automobilístico (58%) foi a principal etiologia. O segmento cervical teve maior risco de lesão (RR=3,48, IC: 1,856-6,526; p<0,0001). O estado neurológico ASIA-E (52%), o quadro sindrômico de cervicalgia (35%) e o índice de TCE leve (65%) foram os mais frequentes. As complicações atingiram 13 pacientes, sendo pneumonia a de maior frequência (62%). O tempo de internação foi significativamente maior nos pacientes com TCE (20±28 dias), e 17% dos pacientes foram a óbito. Os homens (RR=2,513, IC: 1,777-3,554; p=0,028) e indivíduos expostos a acidentes com veículo automotor (RR=1,91, IC: 1,00-1,579; p=0,022) apresentaram maior risco de sofrer essas lesões concomitantemente. Além disso, esses pacientes apresentaram 2,48 (IC: 1,372-4,477; p<0,01) mais risco de morte que vítimas de TRM isolado. Por fim, com relação à escolha do tratamento, a queda e lesões nas regiões cervical superior e lombosacral foram associadas com tratamento conservador. Pacientes com lesões nas regiões cervical inferior, pior status neurológico e lesões instáveis foram associados com cirurgia. Complicações no pós-operatório ocorreram principalmente em pacientes que realizaram cirurgia, sendo pneumonia a mais frequente, visto que os pacientes que são submetidos a este tipo de intervenção é porque apresentam um pior quadro clínico na admissão. Posteriormente, durante a análise para verificar se a idade influenciava as características dos pacientes submetidos à cirurgia, observou-se que sujeitos com <60 anos foram associados com acidente motociclístico e com o diagnóstico morfológico de lesão: lístese. Subsequentemente, nós analisamos a influência do sexo sobre as características destes pacientes. Mulheres que sofreram acidente automobilístico foram associadas à cirurgia. Mulheres foram associadas com paraparesia e diagnóstico morfológico: fratura explosão, principalmente nas regiões de transição tóraco-lombar e lombo-sacral. Homens que apresentaram TCE e trauma torácico foram relacionados à cirurgia. Estes indivíduos tiveram um pior status neurológico e foram associados à complicação. Homens e a região cervical foram mais afetados, assim, estes pacientes foram analisados isoladamente (n=92). A presença de complicações aumenta a permanência hospitalar. Pacientes com diagnósticos morfológicos em multiníveis vertebrais e com pior status neurológico apresentaram mais complicações. A mortalidade foi maior nos casos clínicos com Pneumonia e traumatismo torácico.
Conclusão: Existem fatores clínicos e demográficos específicos em idosos; assim como em pacientes que sofreram TRM associado ao TCE; e em indivíduos submetidos ao tratamento cirúrgico. O conhecimento destes fatores possibilitam investimentos em prevenção, reabilitação e tratamento, visando reduzir a morbimortalidade, prejuízos na qualidade de vida e gastos com os serviços hospitalares.
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