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As várias faces do Brasil: a imagem do caju em Macunaíma / The different faces of Brazil: the image of the cashew in MacunaímaPaula, Jakeline Fernandes Cunha de 01 March 2010 (has links)
Macunaíma, de Mário de Andrade, é uma das obras brasileiras que mais intrigam a crítica literária. Afinal, analisar a narrativa modernista pressupõe fazer um diagnóstico do Brasil, cujas interpretações se cruzam e entrecruzam, atuam e reagem umas sobre as outras, ora prolongando ora opondo-se, como demonstraremos através do colóquio entre importantes vertentes teóricas que interpretam a rapsódia e o Brasil. A partir desse colóquio tentamos abrir um veio analítico pouco explorado pela crítica; percebemos que o estatuto ambíguo do herói (do Brasil) poderia ser verificado por meio da disposição das árvores, frutas e alimentos que perfazem cenas e enumerações da obra. Mas diante da abundância de tantas árvores, alimentos e frutas na rapsódia, escolhemos uma imagem para nos deter com mais afinco: o caju. Tomar esse detalhe concreto como fonte de estudo da obra nos fez perguntar: o que se pode depreender dessa fruta nativa reiterada na rapsódia? O caju reflete a mobilidade intrínseca à forma da obra? Ou melhor: em que medida o cajueiro, sua ramagem e frutos, salpicados ao longo da obra, ajudam a compor o impasse intrínseco a ela (se é que o fazem)? O caju por si só é fruta contraditória: é doce, esponjosa, suculenta, aromática, mas de sabor travoso deixando certo amargor na boca. O caju é assim símbolo possível para se pensar a obra-impasse de Mário de Andrade e, por ela, o Brasil. Ousaríamos dizer que o dulçor e o travo dessa fruta parecem ter contagiado não só a voz narrativa em Macunaíma, mas as línguas-intérpretes que degustam essa lira-prosa de cantador. / Macunaíma of Mário de Andrade is a Brazilian literary work which deeply intrigues the literary critic. The analysis of this modern narrative leads us to a kind of diagnosis about Brazil. There are different interpretations of Macunaíma which cross and intercross, acts and reacts, sometimes being similar, sometimes being opposite to each other. This complexity can be verified by examining the debate between important theoretical sources which make an interpretation of this rapsody and of Brazil. From this debate we try to find an analytical stream which is not far explored by the critics: that the ambiguous status of the hero (of Brazil) could be verified by the disposal of the trees, fruits and foods which is part of the scenes and enumerations of Macunaíma. But among such abundance of trees, foods and fruits in this raspsody, we chose an image to analyze with more tenacity: the cashew. Taking this concrete detail as a source of study of Macunaíma leads to the question: what can possibly emerge from this native fruit which is so reiterated in the rapsody? Does the cashew itself reflect the intrinsic mobility of the form of Macunaíma? Or: how do the cajueiro (the cashew tree), its branches and fruits, sprinkled throughout Macunaíma, help in the composition of the inherent impasse of the rapsody (if they do so)? The cashew itself is a fruit full of contradictions: it is candy, spongy, succulent, aromatical, but tanged (travoso), its flavor leaving a certain bitter taste in the mouth. The cashew is at the same time a symbol which can be studied in order to think about Macunaíma as a work full of impasses, and a symbol of Brazil. We would dare to say that the sugarness and the tang (travo) of this fruit seem not only to have infected the narrative voice of Macunaíma, but also the languages which savour this liraprosa de cantador.
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As várias faces do Brasil: a imagem do caju em Macunaíma / The different faces of Brazil: the image of the cashew in MacunaímaJakeline Fernandes Cunha de Paula 01 March 2010 (has links)
Macunaíma, de Mário de Andrade, é uma das obras brasileiras que mais intrigam a crítica literária. Afinal, analisar a narrativa modernista pressupõe fazer um diagnóstico do Brasil, cujas interpretações se cruzam e entrecruzam, atuam e reagem umas sobre as outras, ora prolongando ora opondo-se, como demonstraremos através do colóquio entre importantes vertentes teóricas que interpretam a rapsódia e o Brasil. A partir desse colóquio tentamos abrir um veio analítico pouco explorado pela crítica; percebemos que o estatuto ambíguo do herói (do Brasil) poderia ser verificado por meio da disposição das árvores, frutas e alimentos que perfazem cenas e enumerações da obra. Mas diante da abundância de tantas árvores, alimentos e frutas na rapsódia, escolhemos uma imagem para nos deter com mais afinco: o caju. Tomar esse detalhe concreto como fonte de estudo da obra nos fez perguntar: o que se pode depreender dessa fruta nativa reiterada na rapsódia? O caju reflete a mobilidade intrínseca à forma da obra? Ou melhor: em que medida o cajueiro, sua ramagem e frutos, salpicados ao longo da obra, ajudam a compor o impasse intrínseco a ela (se é que o fazem)? O caju por si só é fruta contraditória: é doce, esponjosa, suculenta, aromática, mas de sabor travoso deixando certo amargor na boca. O caju é assim símbolo possível para se pensar a obra-impasse de Mário de Andrade e, por ela, o Brasil. Ousaríamos dizer que o dulçor e o travo dessa fruta parecem ter contagiado não só a voz narrativa em Macunaíma, mas as línguas-intérpretes que degustam essa lira-prosa de cantador. / Macunaíma of Mário de Andrade is a Brazilian literary work which deeply intrigues the literary critic. The analysis of this modern narrative leads us to a kind of diagnosis about Brazil. There are different interpretations of Macunaíma which cross and intercross, acts and reacts, sometimes being similar, sometimes being opposite to each other. This complexity can be verified by examining the debate between important theoretical sources which make an interpretation of this rapsody and of Brazil. From this debate we try to find an analytical stream which is not far explored by the critics: that the ambiguous status of the hero (of Brazil) could be verified by the disposal of the trees, fruits and foods which is part of the scenes and enumerations of Macunaíma. But among such abundance of trees, foods and fruits in this raspsody, we chose an image to analyze with more tenacity: the cashew. Taking this concrete detail as a source of study of Macunaíma leads to the question: what can possibly emerge from this native fruit which is so reiterated in the rapsody? Does the cashew itself reflect the intrinsic mobility of the form of Macunaíma? Or: how do the cajueiro (the cashew tree), its branches and fruits, sprinkled throughout Macunaíma, help in the composition of the inherent impasse of the rapsody (if they do so)? The cashew itself is a fruit full of contradictions: it is candy, spongy, succulent, aromatical, but tanged (travoso), its flavor leaving a certain bitter taste in the mouth. The cashew is at the same time a symbol which can be studied in order to think about Macunaíma as a work full of impasses, and a symbol of Brazil. We would dare to say that the sugarness and the tang (travo) of this fruit seem not only to have infected the narrative voice of Macunaíma, but also the languages which savour this liraprosa de cantador.
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Fichte e o primado da prática / Fichte and the primacy of practiceGaspar, Francisco Augusto de Moraes Prata 18 May 2009 (has links)
Trata-se de compreender como se articula um sistema de filosofia que, emerso da Crítica kantiana, não pode nem fazer apelo aos objetos da metafísica especial, nem pressupor qualquer positividade, como a lógica e a coisa em si, constituindo-se, pois, como uma doutrina-da-ciência. Ao nosso ver, essa articulação tem seu núcleo central em um primado da prática: a Fundação da Ciência do Prático, terceira parte da Fundação de toda a Doutrina-da-Ciência, tem seu lugar no sistema ao solucionar as contradições e limites que o saber teórico deixou e que, como mera teoria, é incapaz de dar conta , mostrando que é apenas a partir do primado da faculdade prática, fundada na exigência do eu absoluto de realizar a infinitude e na lei do eu de refletir sobre si mesmo como realizando tal idéia, que se funda o sistema do saber humano e, portanto, a representação. Parece-nos que este momento da exposição da doutrina-daciência de 1794 permite a descrição do idealismo transcendental de Fichte como um idealismo crítico, herdeiro da filosofia kantiana. / Our aim is to understand how Fichte´s system of philophy is articulated, provided that it, coming from Kant´s Critic, cannot make appeal either to the objects of special metaphysics or pressuposes any positivity like logics or the thing in itself and therefore arrives at a Doctrine of Science (Wissenschaftslehre). In our interpretation, this articulation is centered on the primacy of practice: the \"Foundation of the Science of Practice\", third part of the Foundation of the Entire Doctrine of Science, fits in the system as it solves the contradictions and limits of the theoretical knowledge by showing that only the primacy of the practical faculty, grounded in the necessity of the realization of infinity by the absolute I and in the law of self-reflection as the realization of this idea, can found the system of human knowledge and hence the representation. It seems that this moment of the exposition of 1794´s Doctrine of Science allows the description of Fichte´s transcendental idealism as a critic idealism, heir of kantian philosophy.
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Fichte e o primado da prática / Fichte and the primacy of practiceFrancisco Augusto de Moraes Prata Gaspar 18 May 2009 (has links)
Trata-se de compreender como se articula um sistema de filosofia que, emerso da Crítica kantiana, não pode nem fazer apelo aos objetos da metafísica especial, nem pressupor qualquer positividade, como a lógica e a coisa em si, constituindo-se, pois, como uma doutrina-da-ciência. Ao nosso ver, essa articulação tem seu núcleo central em um primado da prática: a Fundação da Ciência do Prático, terceira parte da Fundação de toda a Doutrina-da-Ciência, tem seu lugar no sistema ao solucionar as contradições e limites que o saber teórico deixou e que, como mera teoria, é incapaz de dar conta , mostrando que é apenas a partir do primado da faculdade prática, fundada na exigência do eu absoluto de realizar a infinitude e na lei do eu de refletir sobre si mesmo como realizando tal idéia, que se funda o sistema do saber humano e, portanto, a representação. Parece-nos que este momento da exposição da doutrina-daciência de 1794 permite a descrição do idealismo transcendental de Fichte como um idealismo crítico, herdeiro da filosofia kantiana. / Our aim is to understand how Fichte´s system of philophy is articulated, provided that it, coming from Kant´s Critic, cannot make appeal either to the objects of special metaphysics or pressuposes any positivity like logics or the thing in itself and therefore arrives at a Doctrine of Science (Wissenschaftslehre). In our interpretation, this articulation is centered on the primacy of practice: the \"Foundation of the Science of Practice\", third part of the Foundation of the Entire Doctrine of Science, fits in the system as it solves the contradictions and limits of the theoretical knowledge by showing that only the primacy of the practical faculty, grounded in the necessity of the realization of infinity by the absolute I and in the law of self-reflection as the realization of this idea, can found the system of human knowledge and hence the representation. It seems that this moment of the exposition of 1794´s Doctrine of Science allows the description of Fichte´s transcendental idealism as a critic idealism, heir of kantian philosophy.
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