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Efeitos de diferentes protocolos de treinamento resistido sobre a adiposidade em camundongos obesosGuedes, Janesca Mansur January 2016 (has links)
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade do
Extremo Sul Catarinense para obtenção
do título de Doutora em Ciências da
Saúde. / A prevalência e a incidência da obesidade tem aumentado em todo o
mundo e está associada a várias doenças crônicas, como diabetes mellitus
tipo 2, isquemia do coração, hipertensão e câncer e, como consequência,
está relacionada a um risco de mortalidade prematura. Por outro lado, o
exercício físico tem se caracterizado como um dos principais fatores
ambientais para prevenir e reduzir a obesidade, aumentando a massa
magra e diminuindo a gordura corporal. Enquanto existe unanimidade
sobre os efeitos benéficos do exercício aeróbio sobre o controle ponderal,
os efeitos do exercício resistido (mais comumentemente relacionado a
exercícios de peso) ainda carecem de maiores investigações. Nesse
sentido, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos dos
treinamentos de resistência muscular, hipertrofia e força sobre a
adiposidade corporal, alterações metabólicas e moleculares nos tecidos
adiposo e muscular em camundongos Swiss obesos por dieta
hiperlipídica. Para isso, foram utilizados dois grupos de camundongos
Swiss machos: magros e obesos divididos aleatoriamente em oito grupos,
(i) camundongos controle magro (dieta padrão) não treinado (DPNT); (ii)
camundongos controle obeso (dieta hiperlipidíca) não treinado (DHNT);
(iii) camundongos magros submetidos ao treinamento de resistência
muscular (DPTR); (iv) camundongos obesos submetidos ao treinamento
de resistência muscular (DHTR); (v) camundongos magros submetidos
ao treinamento de hipertrofia (DPTH); (vi) camundongos obesos
submetidos ao treinamento de hipertrofia (DHTH); (vii) camundongos
magros submetidos ao treinamento de força (DPTF); e (viii)
camundongos obesos submetidos ao treinamento de força (DHTF). A
dieta hiperlipídica consistiu de 38,5% de carboidrato, 15% de proteína,
46,5% de gordura e foi ofertada, assim como a água, ad libitum. O
protocolo de treinamento consistiu em escaladas, por um período de dez
semanas de exercícios, com frequência de dias alternados (dia sim, dia
não). Nas 1ª, 4ª, 7ª e 10ª semanas, realizou-se coletas de sangue caudal
para análise de lactato para verificação da intensidade do treino. Quarenta
e oito horas após a última sessão de treinamento os animais sofreram
eutanásia. O sangue foi coletado e centrifugado para análises do ácido
graxo livre e glicerol. O tecido adiposo epididimal, o perirenal, o
retroperitoneal e o mesentérico foram retirados e pesados para
determinação do índice de adiposidade. Em seguida o tecido adiposo
epididimal e o quadríceps foram homogeneizados e análises moleculares
realizadas através da técnica de western blot, como também fixados em
parafina para análises histológicas. No tecido adiposo foram analisados
os níveis de proteínas pHSL
ser660
, pPKA, e pPerilipina, enquanto que no
tecido muscular as moléculas analisadas foram a pAMPK e SDH. Para a
análise dos dados, foi utilizado o teste ANOVA two-way seguido pelo
teste post hoc deTukey, considerando significativo um p<0,05. A carga de
treinamento ocorreu de maneira constante e igualitária, com excessão da
primeira coleta que os grupo DPTF e DHTF apresentaram uma
concentração de lactato maior que os grupos DPTR e DHTR,
respectivamente. Nos animais obesos, os resultados demonstaram que as
três modalidades de treinamento reduziram o peso corporal, a área
adipocitária e aumento da área da fibra muscular do quadríceps quando
comparados ao grupo DHNT. A redução do índice de adiposidade foi
observada nos grupos DHTH e DHTF quando comparado ao grupo
DHNT. Os camundongos magros treinados não reduziram o peso
corporal, o índice de adiposidade e a área adipocitária quando
comparados com o grupo DPNT. Os níveis séricos do ácido graxo livre e
glicerol apresentaram diferença somente nos grupos DPTH e DPTF
versus DPNT. Os níveis proteicos de pHSLser660 e de pPerilipina foram
menores nos grupos que realizaram treinamento de hipertrofia e de força,
tanto nos camundongos magros como nos obesos em comparação ao
grupo não treinado; e os níveis proteicos de pPKA apresentaram-se
elevados em todos os grupos que realizaram treinamento quando
comparados ao grupo não treinado, em ambas as dietas. Em relação as
análises moleculares no tecido muscular observou que os níveis proteicos
de pAMPK aumentaram em todos os grupos que realizaram treinamento,
tanto nos camundongos magros como nos obesos em comparação ao
grupo não treinado; e os níveis proteicos de SDH também aumentaram
em todos os grupos que realizaram treinamento quando comparado ao
grupo não treinado, tanto nos camundongos magros como nos obesos, e
os grupos DPTH e DPTF apresentaram valores maiores quando
comparado ao grupo DPTR, assim como os grupos DHTH e DHTF
apresentaram valores maiores que o grupo DHTR. Em conjunto, os
resultados demonstraram que o protocolo de treinamento resistido
utilizado pode reduzir a adiposidade em camundongos obesos - redução
no peso corporal, redução no índice de adiposidade e, redução na área
adipocitária; demonstrando ser eficiente para o controle da adiposidade.
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