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Estruturas relacionadas ao potencial de rebrotamento de duas espécies de Myrtaceae do Cerrado: análises morfoanatômicas e químicas / Structures related to sprouting potential of two Myrtaceae species of Cerrado: morphoanatomical and chemical analysesSilva, Gabriela Santos da 02 February 2018 (has links)
A área de Cerrado escolhida para o estudo está em regeneração na Estação Ecológica de Santa Bárbara, localizada no município de Águas de Santa Bárbara, SP. Nesta área o Pinus, que estava sob cultivo desde os anos 70, foi retirado em 2012 e, em 2014, foi realizada uma queimada. As espécies Eugenia dysenterica (Mart.) DC. e E. punicifolia (Kunth) DC. foram escolhidas devido ao elevado número de indivíduos que rebrotaram na área. O objetivo geral do projeto foi conduzir análises morfoanatômicas e químicas das estruturas relacionadas ao potencial de rebrotamento. Foram realizadas: a contagem das gemas subterrâneas nos primeiros 10 centímetros abaixo do nível do solo, as análises químicas das raízes e análises anatômicas na região terminal de ramos aéreos e no sistema subterrâneo. Nas duas espécies, além da gema apical dos ramos aéreos, nas três regiões nodais subsequentes, acima da gema axilar ocorre uma gema acessória. Em todas as gemas, observam-se estruturas de proteção, pois junto ao meristema apical caulinar (MAC) ocorrem coléteres e cristais. Além disso, o MAC é protegido por primórdios foliares com cavidades de óleo, muitos cristais e tricomas unicelulares não glandulares que possuem espessamento parietal em celulose e podem acumular compostos fenólicos. Nos sistemas subterrâneos, o número de gemas, localizadas preferencialmente nos primeiros cinco centímetros do solo, variou entre os três indivíduos da mesma espécie: E. dysenterica 162, 17 e 253, E. punicifolia 24, 40 e 109. Esta variação deveu-se ao grau de desenvolvimento das estruturas subterrâneas as quais certamente formaram-se antes do período da retirada do Pinus. O sistema subterrâneo das espécies é formado por um eixo lenhoso cuja porção superior é caulinar e emite vários ramos aéreos enquanto a porção inferior é constituída por uma raiz axial espessada que pode atingir até um metro de profundidade em E. dysenterica. Em E. punicifolia o sistema subterrâneo ocupa uma região mais superficial do solo e, assim como o caule, as raízes axial e adventícias são distribuídas num plano mais horizontal. O tecido de revestimento nas raízes de E. punicifolia e no caule e raízes de E. dysenterica, apresenta camadas alternadas de células de paredes suberizadas e de células com espessamentos parietais em pectina; no caule de E. punicifolia há esclereides que se alternam com as células suberizadas. Em E. punicifolia o espessamento resulta de divisões anticlinais e expansão tangencial das células do parênquima floemático. Há floema interno e parênquima medular nos caules subterrâneos de ambas as espécies. Compostos fenólicos e grãos de amido estão presentes nas células parenquimáticas de regiões mais espessadas dos caules e raízes. Os teores de carboidratos totais, hemicelulose, celulose e lignina não diferem significativamente nas duas espécies. No entanto, as concentrações de flavonoides totais e de compostos fenólicos totais foram superiores nas raízes de E. punicifolia. O grau de proteção das gemas aéreas, o elevado número de gemas e o acúmulo de compostos de reserva (amido) e de proteção (fenóis, flavonoides, lignina) nas estruturas subterrâneas podem ter favorecido o seu rebrotamento após a retirada do Pinus e a sua permanência das espécies na área. / The Cerrado area studied is under regeneration at the Estação Ecológica de Santa Bárbara, located in Águas de Santa Bárbara (São Paulo, Brazil). In this area, the Pinus, cultivated since the 1970s, was removed in 2012 and then, in 2014, the area was burnt. The species Eugenia dysenterica (Mart.) DC. and E. punicifolia (Kunth) DC. were studied due to their high resprouting after the burnt event. The aim was to carry out morphoanatomical and chemical analyses of the structures related to the resprouting capacity. The number of belowground buds was counted in the first 10 cm below the soil surface. The chemical analyses of the roots and anatomical analyses of the end portion of the aerial branches and the underground system were performed. Besides the apical bud, both species showed an accessory bud above the axillary one at the three subsequent nodal regions. In all studied buds, protection structures were observed, as colleters and crystals occur close to the shoot apical meristem (SAM). Moreover, SAM is protected by leaf primordia with oil cavities, many crystals and non-glandular unicellular trichomes. These trichomes present parietal cellulose thickening and are able to accumulate phenolic compounds. In underground systems, the number of buds, mostly in the first five centimeters below the soil surface, varied between individuals per species: E. dysenterica 162, 17 and 253; E. punicifolia 24, 40 and 109. This variation was caused by the development degree of the underground system, whose structures were certainly developed before Pinus removal. The underground system of the species display a woody axis, whose upper portion is a stem structure and produces several aerial branches. Its lower part is formed by an axial thickened root that can reach one metre deep in E. dysenterica. In E. punicifolia, the subterranean system occupies a more superficial region of the soil and, similar to the stem, the axial and adventitious roots are distributed in a more horizontal plane. The covering tissue of underground systems in E. punicifolia and E. dysenterica displays alternate layers of cells with suberized walls and pectin-thickened walls. In E. punicifolia stem, the covering tissue exhibits sclereids alternate with cells of suberized walls. The thickening in E. punicifolia is a result of anticlinal divisions and tangential expansion of phloematic parenchyma cells. Both species show internal phloem and medullary parenchyma in underground stems. Phenolic compounds and starch grains are present in parenchyma cells of thickened regions in stems and roots. The contents of total carbohydrates, hemicellulose, cellulose and lignin do not differ significantly in the two species. However, concentrations of total flavonoids and total phenolic compounds are higher in roots of E. punicifolia. The protection level of aerial buds, large number of underground buds, and accumulation of storage (starch) and protection (phenols, flavonoids, lignin) compounds in the underground structures may have favoured resprouting of the species after Pinus removal and their maintenance in the area.
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Estruturas relacionadas ao potencial de rebrotamento de duas espécies de Myrtaceae do Cerrado: análises morfoanatômicas e químicas / Structures related to sprouting potential of two Myrtaceae species of Cerrado: morphoanatomical and chemical analysesGabriela Santos da Silva 02 February 2018 (has links)
A área de Cerrado escolhida para o estudo está em regeneração na Estação Ecológica de Santa Bárbara, localizada no município de Águas de Santa Bárbara, SP. Nesta área o Pinus, que estava sob cultivo desde os anos 70, foi retirado em 2012 e, em 2014, foi realizada uma queimada. As espécies Eugenia dysenterica (Mart.) DC. e E. punicifolia (Kunth) DC. foram escolhidas devido ao elevado número de indivíduos que rebrotaram na área. O objetivo geral do projeto foi conduzir análises morfoanatômicas e químicas das estruturas relacionadas ao potencial de rebrotamento. Foram realizadas: a contagem das gemas subterrâneas nos primeiros 10 centímetros abaixo do nível do solo, as análises químicas das raízes e análises anatômicas na região terminal de ramos aéreos e no sistema subterrâneo. Nas duas espécies, além da gema apical dos ramos aéreos, nas três regiões nodais subsequentes, acima da gema axilar ocorre uma gema acessória. Em todas as gemas, observam-se estruturas de proteção, pois junto ao meristema apical caulinar (MAC) ocorrem coléteres e cristais. Além disso, o MAC é protegido por primórdios foliares com cavidades de óleo, muitos cristais e tricomas unicelulares não glandulares que possuem espessamento parietal em celulose e podem acumular compostos fenólicos. Nos sistemas subterrâneos, o número de gemas, localizadas preferencialmente nos primeiros cinco centímetros do solo, variou entre os três indivíduos da mesma espécie: E. dysenterica 162, 17 e 253, E. punicifolia 24, 40 e 109. Esta variação deveu-se ao grau de desenvolvimento das estruturas subterrâneas as quais certamente formaram-se antes do período da retirada do Pinus. O sistema subterrâneo das espécies é formado por um eixo lenhoso cuja porção superior é caulinar e emite vários ramos aéreos enquanto a porção inferior é constituída por uma raiz axial espessada que pode atingir até um metro de profundidade em E. dysenterica. Em E. punicifolia o sistema subterrâneo ocupa uma região mais superficial do solo e, assim como o caule, as raízes axial e adventícias são distribuídas num plano mais horizontal. O tecido de revestimento nas raízes de E. punicifolia e no caule e raízes de E. dysenterica, apresenta camadas alternadas de células de paredes suberizadas e de células com espessamentos parietais em pectina; no caule de E. punicifolia há esclereides que se alternam com as células suberizadas. Em E. punicifolia o espessamento resulta de divisões anticlinais e expansão tangencial das células do parênquima floemático. Há floema interno e parênquima medular nos caules subterrâneos de ambas as espécies. Compostos fenólicos e grãos de amido estão presentes nas células parenquimáticas de regiões mais espessadas dos caules e raízes. Os teores de carboidratos totais, hemicelulose, celulose e lignina não diferem significativamente nas duas espécies. No entanto, as concentrações de flavonoides totais e de compostos fenólicos totais foram superiores nas raízes de E. punicifolia. O grau de proteção das gemas aéreas, o elevado número de gemas e o acúmulo de compostos de reserva (amido) e de proteção (fenóis, flavonoides, lignina) nas estruturas subterrâneas podem ter favorecido o seu rebrotamento após a retirada do Pinus e a sua permanência das espécies na área. / The Cerrado area studied is under regeneration at the Estação Ecológica de Santa Bárbara, located in Águas de Santa Bárbara (São Paulo, Brazil). In this area, the Pinus, cultivated since the 1970s, was removed in 2012 and then, in 2014, the area was burnt. The species Eugenia dysenterica (Mart.) DC. and E. punicifolia (Kunth) DC. were studied due to their high resprouting after the burnt event. The aim was to carry out morphoanatomical and chemical analyses of the structures related to the resprouting capacity. The number of belowground buds was counted in the first 10 cm below the soil surface. The chemical analyses of the roots and anatomical analyses of the end portion of the aerial branches and the underground system were performed. Besides the apical bud, both species showed an accessory bud above the axillary one at the three subsequent nodal regions. In all studied buds, protection structures were observed, as colleters and crystals occur close to the shoot apical meristem (SAM). Moreover, SAM is protected by leaf primordia with oil cavities, many crystals and non-glandular unicellular trichomes. These trichomes present parietal cellulose thickening and are able to accumulate phenolic compounds. In underground systems, the number of buds, mostly in the first five centimeters below the soil surface, varied between individuals per species: E. dysenterica 162, 17 and 253; E. punicifolia 24, 40 and 109. This variation was caused by the development degree of the underground system, whose structures were certainly developed before Pinus removal. The underground system of the species display a woody axis, whose upper portion is a stem structure and produces several aerial branches. Its lower part is formed by an axial thickened root that can reach one metre deep in E. dysenterica. In E. punicifolia, the subterranean system occupies a more superficial region of the soil and, similar to the stem, the axial and adventitious roots are distributed in a more horizontal plane. The covering tissue of underground systems in E. punicifolia and E. dysenterica displays alternate layers of cells with suberized walls and pectin-thickened walls. In E. punicifolia stem, the covering tissue exhibits sclereids alternate with cells of suberized walls. The thickening in E. punicifolia is a result of anticlinal divisions and tangential expansion of phloematic parenchyma cells. Both species show internal phloem and medullary parenchyma in underground stems. Phenolic compounds and starch grains are present in parenchyma cells of thickened regions in stems and roots. The contents of total carbohydrates, hemicellulose, cellulose and lignin do not differ significantly in the two species. However, concentrations of total flavonoids and total phenolic compounds are higher in roots of E. punicifolia. The protection level of aerial buds, large number of underground buds, and accumulation of storage (starch) and protection (phenols, flavonoids, lignin) compounds in the underground structures may have favoured resprouting of the species after Pinus removal and their maintenance in the area.
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Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Chrysolaena simplex (Less) Dematt. E Lessingianthus buddleiifolius (Mart. ex DC.) H. Rob. (Asteraceae) em ambientes rupestres da Serra Dourada, Goiás / Morpho-anatomy of vegetative organs of Chrysolaena simplex (Less) Dematt. AND Lessingianthus buddleiifolius (Mart. ex DC.) H. Rob. (Asteraceae) in rupestrian fields in Serra Dourada, GoiásSantos, Vanessa Sardinha dos 01 October 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-10-01 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Asteraceae is one of the most
common families of cerrado herbs and subshrubs. Plants in this family vary widely in structure
in response to environmental conditions. The present study aimed to characterize the morphoanatomy
and histochemistry of aerial and underground organs of Chrysolaena simplex (Less.)
Dematt and Lessingianthus buddleiifolius (Mart. ex DC.) H. Rob., assess the occurrence of
certain classes of secondary metabolites through phytochemical analyses, and study the effects of
seasonality on morpho-anatomical and physiological traits. The study was carried out in an area
of campo rupestre in the Reserva Biológica Prof. José Ângelo Rizzo of Universidade Federal de
Goiás, inside Parque Estadual da Serra Dourada (PESD). Adult individuals of C. simplex and L.
buddleiifolius were collected in the dry and rainy seasons. Samples were analyzed using standard
techniques of plant anatomy and scanning electron microscopy. Fresh material was used for
histochemical tests. The phytochemical analysis used standard reactions to detect classes of
secondary metabolites. C. simplex e L. buddleiifolius had similar anatomical traits, such as
amphistomatic leaves, monostratified epidermis, thin cuticle, glandular and non-glandular
trichomes, anisocytic stomata, dorsiventral mesophyll, collateral vascular bundles and
hydathodes. Histochemical tests identified the presence of lipophilic substances and phenolic
compounds in the studied species. Phytochemical screening of leaf and stem samples detected
the presence of steroids, triterpenoids, flavonoids, and coumarins in both species. In contrast,
saponins were only found in L. buddleiifolius. Seasonality affected the morpho-anatomy of the
species studied, revealing their great phenotypic plasticity. The underground system of C.
simplex was a rhizophore, while the system of L. buddleiifolius was a xylopodium. Secretory
ducts were found in the adventitious roots of C. simplex, whereas the roots of L. buddleiifolius
had secretory endodermis. Both species had lipophilic substances and inulin crystals. Crystals
were observed in the entire rhizophore of C. simplex, but exclusively in the roots of L.
buddleiifolius. The phytochemical analysis of the underground systems revealed the presence of
flavonoids, saponins and coumarins, but steroids and triterpenoids were only detected in C.
simplex. / A família Asteraceae
destaca-se como uma das mais frequentes entre as espécies do estrato herbáceo e subarbustivo do
Cerrado e apresenta uma ampla variação estrutural em resposta às condições ambientais. O
presente estudo teve por objetivo caracterizar a morfoanatomia e investigar a presença de
algumas classes de metabólitos secundários pela análise fitoquímica e histoquímica, bem como
avaliar os efeitos da sazonalidade nas características morfoanatômicas e fisiológicas dos órgãos
vegetativos aéreos e subterrâneos de Chrysolaena simplex (Less.) Dematt. e Lessingianthus
buddleiifolius (Mart. ex DC.) H. Rob. O estudo foi realizado em área rupestre, na Reserva
Biológica da Universidade Federal de Goiás “Prof. José Ângelo Rizzo”, situado no Parque
Estadual da Serra Dourada (PESD). As coletas foram realizadas durante a estação seca e chuvosa
em indivíduos adultos de C. simplex, e L. buddleiifolius. As amostras foram submetidas às
técnicas usuais em anatomia vegetal e eletrônica de varredura. Testes histoquímicos foram
realizados em material fresco. Na análise fitoquímica foram empregadas as reações clássicas de
identificação das classes de metabólitos secundários. C. simplex e L. buddleiifolius apresentam
caracteres anatômicos em comum, tais como folhas anfiestomáticas, epiderme uniestratificada,
cutícula delgada, tricomas glandulares e tectores, estômatos anisocíticos, mesofilo dorsiventral,
feixes vasculares colaterais e a presença de hidatódios. Testes histoquímicos evidenciaram
substâncias lipofílicas e compostos fenólicos nas espécies estudadas. A prospecção fitoquímica
realizada em amostras da folha e caule revelou a presença de esteróides, triterpenoides,
flavonóides e cumarinas em ambas as espécies. A presença de saponinas foi detectada apenas em
L. buddleiifolius. A sazonalidade influenciou na morfoanatomia das plantas estudadas,
demonstrando assim a grande plasticidade fenotípica dessas espécies. O sistema subterrâneo de
C. simplex foi identificado como rizóforo, enquanto o de L. buddleiifolius um xilopódio. Foram
identificados canais secretores nas raízes adventícias de C. simplex. Endoderme secretora foi
observada nas raízes de L. buddleiifolius. Substâncias lipofílicas e cristais de inulina ocorreram
nas duas espécies. Em C. simplex os cristais foram observados em todo o rizóforo, enquanto em
L. buddleiifolius, foram observados apenas nas raízes. A análise fitoquímica dos sistemas
subterrâneos revelou a presença de flavonóides, saponinas e cumarinas, sendo que esteróides e
triterpenóides foram encontrados apenas em C. simplex.
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