Submitted by Maria Suzana Diniz (msuzanad@hotmail.com) on 2015-11-09T13:08:28Z No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1406007 bytes, checksum: 52292fbd493a2a516f457dac08473c53 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-09T13:08:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1406007 bytes, checksum: 52292fbd493a2a516f457dac08473c53 (MD5) Previous issue date: 2014-02-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The use of drugs constitutes in the last years one of the most serious and hard to solve social phenomena nowadays. The crack has stood out in the Brazilian scenery regarding to other drugs gaining high social visibility. At the moment, it is understood that the consumption of drugs happens in all social groups; however the abusive use of crack by female users has been reported as a growing phenomenon in our society. It was aimed, based on a psychosocial comprehension of the phenomenon, to know and analyze the social representations about the crack, elaborated by female chemical dependents in treatment, using the theoretical contribution of the Social Representations Theory. It is a qualitative research, with descriptive and field character and, performed in Therapeutic Communities and Rehabilitation female Clinics, located in the estates of PB and PE. It was composed of a non-probabilistic sample and by convenience with a total of 45 users. The instruments used were: social demographic questionnaire, analyzed through the calculation of simple frequencies and percentages; the Free Association of Words, with the stimuli: crack and woman user, which was analyzed through the Analysis of Content; and, semi structured interview, that was analyzed with the software ALCESTE. The application of instruments happened in an individual status and in the institutions with help of a recorder; all the ethic procedure that involve the research with human beings were respected. The results indicated that the crack is represented as devastating and disruptive element, as it generates situations of disorder in the family environment, and is responsible for causing abandon or removal of the feminine functions. It was verified that the figure of woman user is seen as a moral order problem, causing a present depressing representation in the society; the dissonance between “being a drug user” and “being a mother/housewife” have influence in these speeches. It was also observed, that the strategies to combat this issue are loaded with of repression and endorsed by speeches that rule the prism of the morality, expressing the inequality of gender that still persists in the relation of the feminine with the masculine. These constructions, at the same time are individual and social; exert influence on how the society faces the chemical dependent woman, reinforcing social barriers that make difficult looking for a treatment and recovery of the users. Therefore, we conclude that it is necessary a look ahead of the stigmatization of the woman, that must be seen, before the role of wife or mother, as a woman that suffers and so needs care. This study provided an opportunity for the debate about this issue, having as objective strategies of combat and contemplation of these problems by public policies that help in the treatment of the chemical dependent woman. / O uso de drogas constituiu-se nos últimos anos um dos fenômenos sociais mais sérios e de difícil solução na atualidade. O crack vem se destacando no cenário brasileiro em relação a outras drogas ganhando acentuada visibilidade social. Atualmente, entende-se que o consumo de substâncias ocorre em todos os grupos sociais, sendo que o uso abusivo de crack pelo público feminino vem sendo relatado como um fenômeno crescente na nossa sociedade. Objetivou-se, a partir de uma compreensão psicossocial deste fenômeno, conhecer e analisar as representações sociais acerca do crack elaboradas por dependentes químicas em tratamento, utilizando o aporte teórico da Teoria das Representações Sociais. Consiste em uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e de campo, realizada em Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação feminina, localizadas nos Estados de PB e PE. Compreendeu uma amostragem não probabilística e de conveniência, totalizando 45 usuárias. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, analisado através do cálculo de frequências simples e porcentagens; a Associação Livre de Palavras, com os estímulos: crack e mulher usuária, que foi analisada por meio da Análise de Conteúdo; e, entrevista semiestruturada, a qual foi analisada a partir do software ALCESTE. A aplicação dos instrumentos ocorreu de forma individual e nas próprias instituições, com o auxílio de gravador; foram respeitados todos os procedimentos éticos que envolvem a pesquisa com seres humanos. Os resultados indicaram que o crack é representado como um elemento devastador e desagregador, por gerar situações de desordem no ambiente familiar e responsável por causar abandono ou afastamento das funções femininas. Verificou-se que a figura da mulher usuária é vista como problema de ordem moral, ocasionando uma representação depreciativa presente na sociedade; exerce influência nesses discursos a dissonância entre “ser usuária de droga” e “ser mãe/esposa do lar”. Observou-se, ainda, que as estratégias de enfrentamento desta problemática se encontram impregnadas de repressão social e respaldadas por discursos que regem o prisma da moralidade, expressando a desigualdade de gênero que ainda persistem na relação do feminino com o masculino. Essas construções, ao mesmo tempo em que são individuais e sociais, exercem influência na forma como a sociedade encara a mulher dependente química, reforçando barreiras sociais que dificultam a procura de tratamento e recuperação das usuárias. Dessa forma, conclui-se que é necessário um olhar para além da estigmatização da mulher, a qual deve ser vista, antes do papel de esposa ou mãe, como mulher que padece de um sofrimento, necessitando assim, de cuidados. O presente estudo oportunizou o debate acerca dessa temática, tendo como meta estratégias de enfrentamento e de contemplação dessa problemática por políticas públicas que auxiliem no tratamento da mulher dependente química.