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Identidade, língua e cultura: usos sociais e políticos do Nheengatu na comunidade indígena do Cartucho, no Médio Rio Negro AMPinheiro, Aquiles Santos 25 October 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-10-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Taking language as a cultural diacritic and as mark of ethnic identity, I develop in this text, an argument that seeks to establish a relationship between identity, language and culture. The focus of the approach is oriented for the empirical context of the emergence of new collective identities indigenous. The objective is to demonstrate the processes of reconstruction of ethnic identity from the handling and/or mobilization of the diacritic signs that can be used to demarcate the "ethnic boundaries" of a culture. The analysis covers the empirical context of the middle Rio Negro region, more specifically the Cartucho indigenous community, located on the island of Wabada in the Middle Rio Negro Indigenous Lands II - AM. From this perspective, the object of study the research present are the social and political uses of language General Amazon (the Nheengatu) that derives historically the Tupinamba and was adopted as the franca language during the colonial period establishing the communication and social interaction between indigenous and non-indigenous. Currently, this language is still spoken in the entire region of Rio Negro and is used by many people as an instrument of ethnic identity affirmation, as observed among The Bare, whose original language is no longer spoken. The choice of the Indigenous Land Middle Rio Negro - II is due to cultural and linguistic diversity existing in this region. The main reason given in the anthropological literature for the maintenance of this multiethnic complex is the persistence of linguistic exogamy and patrilocal residence, i.e. in this region men usually marry women who speak a language different from yours. In such circumstances, children grow up speaking two languages. However, the language that identifies the person, the village and the ethnic group is mainly the language of the father and not the language of the linguistic group of the mother. Indeed, they are speakers that dominate three or more languages which are spoken in daily life and in the family. These native language speakers are still to able understand other indigenous languages spoken in the community, as well as Portuguese, but between them they speak predominantly Nheengatu. This scenario presents itself as the ideal for the study of social and political uses of Nheengatu due to be a context of bi-and multilingualism. The initial question is to know the reasons why certain languages are spoken or not, depending on the social context or situations of collective communication and social interaction, circumstantial or otherwise, in that speakers are in concrete achievements in domains social of language. The hypothesis that guiding this research is a that the Nheengatu was consolidated as a franca language, and for this reason, became the instrument that enables communication and social interaction, serving as a inter-ethnics mediator in the region of and even more, has established itself as the native language or traditional language, that has been adopted by various ethnic groups who have lost their native tongues, as is the case the Bare people. The method adopted for carrying out the fieldwork research was participant observation. Data collection was performed by authorized recordings of individual interviews and collective, that is, in speech in public meetings of the Association of Indigenous Communities and Riparian - ACIR, as well as social events, sports and cultural community. / Tomando a linguagem como um diacrítico cultural e como marca da identidade étnica, desenvolvo neste texto, um argumento que busca estabelecer uma relação entre linguagem, identidade e cultura. O foco da abordagem é orientada para o contexto empírico da emergência de novas identidades coletivas indígenas. O objetivo é demonstrar os processos de reconstrução da identidade étnica a partir da manipulação e/ou mobilização dos sinais diacríticos que podem ser usados para demarcar as fronteiras étnicas de uma cultura. A análise abrange o contexto empírico da região do Médio do Rio Negro, mais especificamente a comunidade indígena do Cartucho, localizada na ilha de Wabada nas Terras Indígenas Médio Rio Negro II - AM. A partir desta perspectiva, o objeto de estudo do presente pesquisa são os usos sociais e políticos da Língua Geral Amazônica (o Nheengatu) que deriva historicamente o Tupinambá e foi adotado como a língua franca durante o período colonial que institui a comunicação ea interação social entre indígenas e não-indígenas. Atualmente, essa língua ainda é falada em toda a região do Rio Negro e é usado por muitas pessoas como um instrumento de afirmação da identidade étnica, como observado entre os Baré, cuja língua original não é mais falada. A escolha da Terra Indígena Médio Rio Negro - II é devido à diversidade cultural e linguística existente nesta região. A principal razão apontada na literatura antropológica para a manutenção deste complexo multi-étnico é a persistência da exogamia linguística e residência patrilocal, ou seja, nesta região os homens geralmente se casam com mulheres que falam uma língua diferente da sua. Em tais circunstâncias, as crianças crescem falando dois idiomas. No entanto, a linguagem que identifica a pessoa, a aldeia e o grupo étnico é, principalmente, a linguagem do pai e não o idioma do grupo linguístico da mãe. Na verdade, eles são falantes que dominam três ou mais línguas que são faladas na vida diária e na família. Estes falantes nativos ainda são capazes de compreender outras línguas indígenas faladas na comunidade, bem como o Português, mas entre eles, falam predominantemente o Nheengatu. Este cenário apresenta-se como a ideal para o estudo dos usos sociais e políticos do Nheengatu, devido a ser um contexto de bi-e multilinguismo. A pergunta inicial é conhecer as razões pelas quais certas línguas são faladas ou não, dependendo do contexto social ou situações de comunicação coletiva e a interação social, circunstancial ou não, em que os falantes estão em realizações concretas nos domínios sociais da linguagem. A hipótese que norteiam esta pesquisa é que o Nheengatu consolidou-se como uma língua franca, e por esta razão, tornou-se o instrumento que permite a comunicação e interação social, servindo como mediador inter-étnico na região e, mais que isso, estabeleceu -se como a língua materna ou tradicional, e tem sido adotada por vários grupos étnicos que perderam suas línguas nativas, como é o caso do povo Baré. O método adotado para a realização da pesquisa de campo foi a observação participante. A coleta de dados foi realizada por gravações autorizadas de entrevistas individuais e coletivas, isto é, em discurso em reuniões públicas da Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas - ACIR, bem como eventos sociais, desportivos e da comunidade cultural.
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