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Guerra do Paraguai: os caminhos da memória entre a comemoração e o esquecimento / Paraguayan War: the memory paths between celebration and forgetfulness

Rodrigues, Marcelo Santos 30 September 2009 (has links)
Em 01 de março de 1870 a Guerra do Paraguai estava terminada. Para conter o inimigo em suas fronteiras, o Brasil precisou mobilizar o Exército, a Guarda Nacional e criar corpos de Voluntários da Pátria. Durante cinco anos o cenário político e social se modificou e, raro era a família que não teve um filho, irmão, pai, esposo, parente ou amigo lutado no Paraguai. Terminada a campanha as tropas regressaram para o Brasil. Controvérsias entre o governo de D. Pedro II, a imprensa liberal e parlamentares da câmara e do senado, em relação à recepção das tropas no Brasil, provocaram acalorados debates. Tratava-se da disputa entre comemorar e esquecer. Nessa tese percorremos os caminhos da memória da Guerra do Paraguai e para isso transitamos pelas ruas embandeiradas da Corte e das capitais das províncias para narrar os festejos populares e oficiais na recepção dos servidores da pátria recebidos com regozijo, lágrimas, flores e poesias pela população que rendia homenagens aos filhos defensores da honra nacional. No dia 10 de julho de 1870, o governo de D. Pedro II realizou no Rio de Janeiro a festa oficial, a festa do barracão, para comemorar a vitória do Brasil e lembrar os mortos e assim encerrar um capítulo da história pátria que tantas vidas deixaram no solo Paraguaio. Assistimos do alto da tribuna parlamentar a disputa pela memória da guerra de onde Caxias e o Conde D´Eu protagonizaram essa disputa. Transitamos pelas ruas de Niterói, Salvador, Recife e São Paulo e do Desterro, onde soldados doentes e mutilados, egressos dos campos paraguaios, mendigavam, provocavam desordens públicas e davam-se em espetáculos. Nas províncias encontramos as viúvas e órfãos que em súplicas ao rei pediam o pão pela perda do arrimo de família. Nas secretarias do governo, nas salas dos presidentes de províncias e nas redações de importantes jornais, era grande o volume de ofícios e petições requerendo o pagamento de indenização ao governo. Veteranos da campanha reivindicavam soldos atrasados, lote de terras, empregos públicos, condecorações e títulos honoríficos. Nas prisões públicas encontramos ex-escravos reconduzidos ao cativeiro pelos seus senhores. Na ilha de Bom Jesus percorremos o suntuoso edifício do Asilo dos Inválidos, um lugar de ressentimento. Assim, a história que procuramos narrar, transita por dois caminhos: o da comemoração e o do esquecimento / The Paraguay War finished on the 1st of March, 1870. In order to keep the enemies within their frontiers, Brazil needed to mobilize the Army and the National Guard. Also, a group of Volunteers was formed. The political and social scenery changed thoroughly during the 5 years of war, and almost all family had a member a son, a brother, a husband or a friend fighting in Paraguay. The troops returned to Brazil after the bloody campaign. A lot of debate was promoted by controversies between the govern of D. Pedro II, the liberal press and members of the senate regarding the reception of the troops in Brazil. It was a dispute between commemorating and forgetting. In this thesis, we follow the paths that lead to the memory of the war in Paraguay: the adorned streets of Rio de Janeiro as well as the provinces capitals, so as to report both the popular and official parties that received the volunteers with relief, tears, flowers and poetry. On July 10th 1870, an official party, known as Festa do Barracão was held in Rio de Janeiro, to celebrate the victory of Brazilian troops and to remember those who died at war, finishing a sad, violent chapter of the national history. We analyzed the dispute between Count DEu and the Duke of Caxias for the memory of the war. We also walked through the streets of Niterói, Salvador, Recife, São Paulo and Desterro, where sick and mutilated soldiers, ex-combatants of the war, turned into mendicants, provoking public disorders and riots. In the provinces far from Rio, we met the widowers and orphans who begged the imperial government for bread. In the secretaries of government, in the offices of province presidents and at important press centers, a huge volume of petitions and pleads required refunds and compensations. Veteran military men applied for belated payments, earth, public jobs, honorific titles etc. In public prisons, ex-slaves were taken back to captivity by their old masters. In Bom Jesus Island, we walked around and through the sumptuous building of the Invalids Asylum, a place full of resentment. The story we want to tell walks, thus, in two simultaneous paths: commemoration and forgetfulness.
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Guerra do Paraguai: os caminhos da memória entre a comemoração e o esquecimento / Paraguayan War: the memory paths between celebration and forgetfulness

Marcelo Santos Rodrigues 30 September 2009 (has links)
Em 01 de março de 1870 a Guerra do Paraguai estava terminada. Para conter o inimigo em suas fronteiras, o Brasil precisou mobilizar o Exército, a Guarda Nacional e criar corpos de Voluntários da Pátria. Durante cinco anos o cenário político e social se modificou e, raro era a família que não teve um filho, irmão, pai, esposo, parente ou amigo lutado no Paraguai. Terminada a campanha as tropas regressaram para o Brasil. Controvérsias entre o governo de D. Pedro II, a imprensa liberal e parlamentares da câmara e do senado, em relação à recepção das tropas no Brasil, provocaram acalorados debates. Tratava-se da disputa entre comemorar e esquecer. Nessa tese percorremos os caminhos da memória da Guerra do Paraguai e para isso transitamos pelas ruas embandeiradas da Corte e das capitais das províncias para narrar os festejos populares e oficiais na recepção dos servidores da pátria recebidos com regozijo, lágrimas, flores e poesias pela população que rendia homenagens aos filhos defensores da honra nacional. No dia 10 de julho de 1870, o governo de D. Pedro II realizou no Rio de Janeiro a festa oficial, a festa do barracão, para comemorar a vitória do Brasil e lembrar os mortos e assim encerrar um capítulo da história pátria que tantas vidas deixaram no solo Paraguaio. Assistimos do alto da tribuna parlamentar a disputa pela memória da guerra de onde Caxias e o Conde D´Eu protagonizaram essa disputa. Transitamos pelas ruas de Niterói, Salvador, Recife e São Paulo e do Desterro, onde soldados doentes e mutilados, egressos dos campos paraguaios, mendigavam, provocavam desordens públicas e davam-se em espetáculos. Nas províncias encontramos as viúvas e órfãos que em súplicas ao rei pediam o pão pela perda do arrimo de família. Nas secretarias do governo, nas salas dos presidentes de províncias e nas redações de importantes jornais, era grande o volume de ofícios e petições requerendo o pagamento de indenização ao governo. Veteranos da campanha reivindicavam soldos atrasados, lote de terras, empregos públicos, condecorações e títulos honoríficos. Nas prisões públicas encontramos ex-escravos reconduzidos ao cativeiro pelos seus senhores. Na ilha de Bom Jesus percorremos o suntuoso edifício do Asilo dos Inválidos, um lugar de ressentimento. Assim, a história que procuramos narrar, transita por dois caminhos: o da comemoração e o do esquecimento / The Paraguay War finished on the 1st of March, 1870. In order to keep the enemies within their frontiers, Brazil needed to mobilize the Army and the National Guard. Also, a group of Volunteers was formed. The political and social scenery changed thoroughly during the 5 years of war, and almost all family had a member a son, a brother, a husband or a friend fighting in Paraguay. The troops returned to Brazil after the bloody campaign. A lot of debate was promoted by controversies between the govern of D. Pedro II, the liberal press and members of the senate regarding the reception of the troops in Brazil. It was a dispute between commemorating and forgetting. In this thesis, we follow the paths that lead to the memory of the war in Paraguay: the adorned streets of Rio de Janeiro as well as the provinces capitals, so as to report both the popular and official parties that received the volunteers with relief, tears, flowers and poetry. On July 10th 1870, an official party, known as Festa do Barracão was held in Rio de Janeiro, to celebrate the victory of Brazilian troops and to remember those who died at war, finishing a sad, violent chapter of the national history. We analyzed the dispute between Count DEu and the Duke of Caxias for the memory of the war. We also walked through the streets of Niterói, Salvador, Recife, São Paulo and Desterro, where sick and mutilated soldiers, ex-combatants of the war, turned into mendicants, provoking public disorders and riots. In the provinces far from Rio, we met the widowers and orphans who begged the imperial government for bread. In the secretaries of government, in the offices of province presidents and at important press centers, a huge volume of petitions and pleads required refunds and compensations. Veteran military men applied for belated payments, earth, public jobs, honorific titles etc. In public prisons, ex-slaves were taken back to captivity by their old masters. In Bom Jesus Island, we walked around and through the sumptuous building of the Invalids Asylum, a place full of resentment. The story we want to tell walks, thus, in two simultaneous paths: commemoration and forgetfulness.
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MEMÓRIAS MARGINALIZADAS: O Caso da Coleção de Arte Popular no Museu Histórico e Pedagógico “Voluntários da Pátria” / MARGINALIZED MEMORIES: The Case of the Collection of Popular Art in the Historical and Pedagogical Museum "Voluntários da Pátria"

Simões, Débora de Souza [UNESP] 26 April 2018 (has links)
Submitted by Débora de Souza Simões (debora-dss@hotmail.com) on 2018-06-25T22:04:48Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_Débora de Souza Simões_corrigida.pdf: 2850036 bytes, checksum: 7c6ee8f55d342a92b7067a0ee5189516 (MD5) / Approved for entry into archive by Priscila Carreira B Vicentini null (priscila@fclar.unesp.br) on 2018-06-26T17:35:35Z (GMT) No. of bitstreams: 1 simoes_ds_me_arafcl.pdf: 2797980 bytes, checksum: d958ab07966c034bb2cdcbb92570208a (MD5) / Made available in DSpace on 2018-06-26T17:35:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 simoes_ds_me_arafcl.pdf: 2797980 bytes, checksum: d958ab07966c034bb2cdcbb92570208a (MD5) Previous issue date: 2018-04-26 / A presente pesquisa teve por objetivo investigar a representação de memórias e identidades culturais que o Museu Histórico e Pedagógico ‘Voluntários da Pátria’ de Araraquara expõe, em específico, como a coleção de Arte Popular, representada pelas obras de Mestre Dito e Mestre Jorge, se insere nesse contexto. Partimos do pressuposto de uma marginalização dessas memórias dentro da instituição pelo espaço que ocupam e, compreendendo o museu enquanto um local de conflito, de memória, esquecimento e ausência, nesse sentido, buscamos na historiografia da cidade, na história do negro em Araraquara, na história de constituição da instituição e na atual exposição presente no museu, compreender como esse processo, posto aqui como histórico, se reproduz no museu. Utilizamos do aporte teórico que se propõe a compreender a história, a memória e o tempo, relacionando tais conceitos ao de museu, com o intuito de compreender e definir qual o tipo de museu histórico em análise, qual a tradição que segue, e qual a relação entre sua expografia e a historiografia sobre a cidade de Araraquara. / The present research had as objective investigate the representation of memories and cultural identities that the Museu Histórico e Pedagógico “Voluntários da Pátria” of Araraquara exposes, specifically, how the collection of Popular Art, represented by the works of Mestre Dito and Mestre Jorge, is inserted in this context. We start from the assumption of a marginalization of these memories within the institution by the space they occupy and, understanding the museum as a place of conflict, of memory, forgetfulness and absence, in this sense, we look for in the historiography of the city, in the history of the black people in Araraquara, history of the constitution of the institution and the present exhibition in the museum, to understand how this process, put here as historical, reproduces itself in the museum. We use the theoretical contribution that proposes to understand history, memory and time, relating these concepts to the museum, in order to understand and define the type of historical museum under analysis, which tradition follows, and which relation between its expography and the historiography on the city of Araraquara.

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