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Girando o cata-vento: sofrimento e cuidado na psicanálise do ser e fazer / Turning the pinwheel: suffering and care in the psychoanalysis of being-and-doing.

Medeiros, Clarissa 16 July 2009 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo investigar os fundamentos psicopatológicos exigidos pela psicanálise winnicottiana, concebida como cuidado à continuidade de ser, quando se busca coerência ética e epistemológica entre o olhar psicopatológico, a intervenção terapêutica e a antropologia implícita. Justifica-se por abordar a questão nuclear relativa à articulação existente entre teoria e clinica, no contexto da percepção de importantes estudiosos acerca da incompatibilidade entre o ser e o fazer clínico, que se desenvolve a partir do holding e do manejo do setting, e a adoção de modelos pulsionais, que pensam o psíquico segundo configurações fisicalistas. Metodologicamente, realizamos um estudo teórico-reflexivo a partir de três produções discursivas. A primeira consiste na apresentação dos contornos que caracterizam a clinica winnicottiana como cuidado à continuidade do ser, focalizando objetivos do tratamento, modalidades interventivas e sua inter relação. Esta apresentação, que assume uma discursividade teórico-conceitual, é retomada, ao longo do texto, por meio de narrativas de experiências clínicas, que favorecem o estabelecimento de um contato próximo e concreto com o solo clinico e experiencial a partir do qual este estudo se forjou. As duas outras produções discursivas consistem na introdução dos modelos teóricos estrutural- pulsional e estrutural- relacional, que são estudados de modo a detectarmos as linhas de força a partir das quais se organizam. O quadro assim configurado permite concluir que uma teorização psicopatológica relacional é não apenas possível, como indispensável, pois só deste modo se podem evitar reducionismos organicistas e fisicalistas. / The aim of this paper is investigating the psychopathological foundations demanded by Winnicottian psychoanalysis, conceived as care for the going-on-being. It is justified for approaching the core issue of the articulation between theory and clinical practice, according to the perception of important experts concerning the incompatibility between the clinical being-and-doing - arisen from holding and setting management - and the adoption of impulsional models - which analyze the psyche according to physicalist parameters. In methodological terms, a theoreticalreflective study was conducted based on three essays. The first one consists of the introduction of the outlines that distinguish the Winnicottian clinic as the care for the going-on-being, focusing on the treatment aims, intervention modes and their mutual relationship. This introduction, which adopts a theoretical and conceptual discursive quality, is then recaptured along the text by means of clinical experience narratives. These narratives favor the establishment of a close and real contact with the clinical and experimental ground in which this study is rooted. The other two essays consist of the introduction of the impulsional-structural and relationalstructural theoretical models, which are studied in order to help us detect the power sources which ground their organization. Such constructed picture allows to the conclusion that a relational psychopathological theorization is not only possible, but actually vital, because it is the only way to avoid organicist and physicalist reductionisms.
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Girando o cata-vento: sofrimento e cuidado na psicanálise do ser e fazer / Turning the pinwheel: suffering and care in the psychoanalysis of being-and-doing.

Clarissa Medeiros 16 July 2009 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo investigar os fundamentos psicopatológicos exigidos pela psicanálise winnicottiana, concebida como cuidado à continuidade de ser, quando se busca coerência ética e epistemológica entre o olhar psicopatológico, a intervenção terapêutica e a antropologia implícita. Justifica-se por abordar a questão nuclear relativa à articulação existente entre teoria e clinica, no contexto da percepção de importantes estudiosos acerca da incompatibilidade entre o ser e o fazer clínico, que se desenvolve a partir do holding e do manejo do setting, e a adoção de modelos pulsionais, que pensam o psíquico segundo configurações fisicalistas. Metodologicamente, realizamos um estudo teórico-reflexivo a partir de três produções discursivas. A primeira consiste na apresentação dos contornos que caracterizam a clinica winnicottiana como cuidado à continuidade do ser, focalizando objetivos do tratamento, modalidades interventivas e sua inter relação. Esta apresentação, que assume uma discursividade teórico-conceitual, é retomada, ao longo do texto, por meio de narrativas de experiências clínicas, que favorecem o estabelecimento de um contato próximo e concreto com o solo clinico e experiencial a partir do qual este estudo se forjou. As duas outras produções discursivas consistem na introdução dos modelos teóricos estrutural- pulsional e estrutural- relacional, que são estudados de modo a detectarmos as linhas de força a partir das quais se organizam. O quadro assim configurado permite concluir que uma teorização psicopatológica relacional é não apenas possível, como indispensável, pois só deste modo se podem evitar reducionismos organicistas e fisicalistas. / The aim of this paper is investigating the psychopathological foundations demanded by Winnicottian psychoanalysis, conceived as care for the going-on-being. It is justified for approaching the core issue of the articulation between theory and clinical practice, according to the perception of important experts concerning the incompatibility between the clinical being-and-doing - arisen from holding and setting management - and the adoption of impulsional models - which analyze the psyche according to physicalist parameters. In methodological terms, a theoreticalreflective study was conducted based on three essays. The first one consists of the introduction of the outlines that distinguish the Winnicottian clinic as the care for the going-on-being, focusing on the treatment aims, intervention modes and their mutual relationship. This introduction, which adopts a theoretical and conceptual discursive quality, is then recaptured along the text by means of clinical experience narratives. These narratives favor the establishment of a close and real contact with the clinical and experimental ground in which this study is rooted. The other two essays consist of the introduction of the impulsional-structural and relationalstructural theoretical models, which are studied in order to help us detect the power sources which ground their organization. Such constructed picture allows to the conclusion that a relational psychopathological theorization is not only possible, but actually vital, because it is the only way to avoid organicist and physicalist reductionisms.

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