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A outra face do pessimismo: entre radicalidade ascética e sabedoria de vida / The other side of pessimism: between ascetic radicalism and wisdom of lifeDebona, Vilmar 17 December 2013 (has links)
Esta tese consiste numa interpretação da relação da eudemonologia e da filosofia prática com a ética desinteressada, com o pessimismo metafísico e com o ascetismo em Schopenhauer. Para tanto, o presente estudo assume a ótica da caracterologia schopenhaueriana e apresenta uma tentativa de resposta para a questão de como seria possível acomodar, por exemplo, uma arte de ser feliz diante de um pessimismo radical. Trata-se, sobretudo, de uma leitura da natureza da ética e do pessimismo quando estes são tomados sob o ponto de vista empírico-prático. Afinal, se Schopenhauer reconheceu na negação espontânea da vontade a única via de redenção do mundo intrinsecamente egoísta e doloroso, ele também se deteve numa teoria da felicidade em termos de sabedoria de vida e de prudência. Para tratar da questão, este trabalho i) empreende uma análise pormenorizada da noção de caráter (Charakter), tal como este se faz presente nas principais fases de produção do pensador - tanto a partir das obras publicadas, quanto dos manuscritos póstumos -, ii) enfatiza a preocupação do filósofo em estabelecer um desvio da metafísica para abordar sua eudemonologia frente à perspectiva superior de sua metafísica, e iii) defende que as esferas empírica e metafísica desta filosofia, apesar de apresentarem propósitos diversos, são suplementares. As distinções entre o que denomino de grande ética e de pequena ética e entre o que denomino de pessimismo metafísico e pessimismo pragmático - novidade propriamente dita deste estudo - permitiriam entender esta suplementaridade. Em ambas as diferenciações, a noção de caráter proporciona uma peculiar sutura entre as perspectivas metafísica (filosofia teorética) e empírica (filosofia prático-pragmática) deste pensamento: se os conceitos de caráter inteligível e de caráter empírico são centrais sob o viés metafísico da ética da compaixão e do ascetismo (tratados nos capítulos 1 e 2), a noção de caráter adquirido é fulcral na esfera da sabedoria de vida e da filosofia prática (tratada nos capítulos 3 e 4). Da mesma forma, se as ideias de negação imediata da vontade, de rompimento com a ilusão dos fenômenos e de supressão do caráter (Aufhebung des Charakters) compõem a esfera da metafísica da ética, as noções de ética da melhoria (bessernde Ethik), de motivações mediatas, de educação do intelecto (ativo), de ponderação (Überlegung) e de moral do como se (Als-Ob) configuram a dimensão empírica desta mesma ética. Pelo reconhecimento dessas duas perspectivas de consideração da ação e da existência humanas, o pensamento schopenhaueriano não se reduziria, ao contrário do que a doxografia e a historiografia geralmente apresentam, a um pessimismo metafísico e quietista; ou, no âmbito da ética, à radicalidade de uma ordem de salvação acessível a poucos. Isso, tão pouco, admitiria uma passagem do pessimismo a um otimismo, mas permitiria a constatação de uma face do pessimismo que não se restringe aos extremos de afirmação ou de negação da vontade. / This thesis consists of an interpretation of the relationship between eudemonology and practical philosophy with uninterested ethics, with metaphysical pessimism and asceticism in Schopenhauer. Therefore, this study takes the Schopenhauerian perspective of characterology and presents a tentative answer to the question of how it could be possible to accommodate\", for example, an \"art of being happy\" before a radical pessimism. Its about, above all, a reading of the nature of ethics and pessimism when they are taken from the practical-empiric point of view. After all, if Schopenhauer recognized in spontaneous denial of the will the only way of redemption of the inherently selfish and hurtful world, he also stopped himself in a theory of happiness in terms of wisdom of life and prudence. To address the issue, this paper i) undertakes a detailed analysis of the notion of character (Charakter), as it is present in the main stage production of the thinker - both from published works, and the posthumous manuscripts -, ii) emphasizes the philosophers concern in establishing a \"metaphysics deviation\" to address theireudemonology front their top perspective metaphysics, and iii) argues that the empirical and metaphysical spheres of this philosophy, despite having different purposes, are supplementary. The distinctions between what I call great ethics and small ethics and between metaphysical pessimism and pragmatic pessimism - novelty of this study itself - would permit understanding this supplementarity. In both differentiations, the notion of character provides a peculiar suture between the metaphysical perspective (theoretical philosophy) and empirical perspective (practical-pragmatic philosophy) this thought: if the concepts of intelligible character and empirical character are central under the ethics of compassion and asceticism metaphysical bias (covered in Chapters 1 and 2), the notion of acquired character is essential in the sphere of life wisdom and practical philosophy (addressed in Chapters 3 and 4). Likewise, if the ideas of immediate denial of the will, disruption of the illusion of phenomena and character suppression (Aufhebung des Charakters) make up the sphere of ethical metaphysics, the notions of \"ethical improvement\" (bessernde Ethik), mediate motivations, education of the intellect (active), deliberation (Überlegung) and the \"as if\" moral (Als-Ob) configure the empirical dimension of this same ethic. By recognizing these two perspectives of human action and existence consideration, the Schopenhauer thought wouldnt reduce, on the contrary to what the doxography and the historiography generally present, to a metaphysical and quietist pessimism; or, in the ethics scope, to the radical \"order of salvation\" accessible to few. That would barely admit a passage from pessimism to \"optimism\", but would allow the finding of a \"side\" of pessimism that is not restricted to the extremes of affirmation or denial of the will.
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OS SENTIDOS DA FELICIDADE: UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA METAFÍSICA DA FELICIDADE E DA SABEDORIA DE VIDA EM SCHOPENHAUER / THE SENSES OF HAPPINESS: AN INTRODUCTION TO THE STUDY OF METAPHYSICS OF THE HAPPINESS AND WISDOM OF LIFE IN SCHOPENHAUERLemos, Anerson Gonçalves de 15 October 2015 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This study is a research on the notion of happiness in the philosophy of Schopenhauer. We
intend to show the different meanings or perspectives of approach which this concept takes on
Schopenhauer thoughts in two key areas where it develops its ethical reflection: in the
metaphysical field and pragmatic or empirical-psychological domain. The analysis starts
exposing the distinctive and complex character of the moral philosophy of Schopenhauer,
seeking to pave the way to expose the conceptual features of his approach and the problems
that its metaphysical reflection model imposes for treatment that theme. The exhibition obeys
the following steps: first, we present the presence of the issue of happiness at various stages of
the intellectual development of Schopenhauer and we make explicit that his analysis is based
on an implicit project in its ethics, which was to bring moral reflection to the most relevant
questions of human existence, in its various aspects. Secondly, we characterize the structural
design of the main notions of Schopenhauerian happiness from the fundamental perspective
of his philosophy, namely, metaphysics. This section sets forth an understanding of the basis
of the theme of happiness through the discussion of metaphysical questions in their
epistemological developments, aesthetic and ethical, and later, analysis of the three major
existential conditions that can be interpreted as states of happiness: the common happiness or
"earthly", "pure happiness" and holy bliss. Third, we present the second fundamental
perspective of exposure of happiness that corresponds to the pragmatic aspect, developed by
the so-called eudemonologia of Schopenhauer. In this section we present the basic conceptual
premise of Schopenhauer's practical philosophy that guided the reflection on the subject. The
fundamental concepts were explored both through Schopenhauers dialogue with tradition of
ancient philosophy, and also seeking to enter the theoretical difficulties that the proposal of
science or prudential wisdom for the conduct of life in the Aphorisms of Wisdom for Life
places to Schopenhauer. Finally, an analysis of significant or evaluative aspects around
elements or ingredients of the happy life and psychological properties of happiness in
connection with the analysis of Schopenhauer in aphorisms and some aspects of
contemporary moral psychology was made. The final chapter is intended as a supplement to
the empirical-psychological analysis developed in the third, although there is also given
emphasis to some scientific discoveries about happiness that agree and provide an empirical
foundation for conceptual insights of Schopenhauer. The study of contemporary theories
reveals that the conclusions of the philosopher on the fundamental elements of happy life and
specific psychological. / O presente estudo consiste numa investigação sobre a noção de felicidade na filosofia de
Schopenhauer. Pretendemos mostrar os diversos sentidos ou perspectivas de abordagem do
conceito na filosofia de Schopenhauer nos dois âmbitos fundamentais onde se desenvolve sua
reflexão ética: no campo metafísico e no domínio prágmático ou empírico-psicológico. A
análise inicia expondo o caráter diferenciado e complexo da filosofia moral
schopenhaueriana, buscando preparar o caminho para expor os traços conceituais da
abordagem de Schopenhauer, bem como os problemas que seu modelo metafísico de reflexão
impõe para o tratamento da felicidade. A exposição seguiu as seguintes etapas: em primeiro
lugar, apresentamos a presença da questão da felicidade nas diversas etapas do
desenvolvimento intelectual de Schopenhauer e explicitamos que sua análise parte de um
projeto implícito em sua ética, o qual consistiu em trazer a reflexão moral para as questões
mais relevantes da vivência humana, em seus diversos aspectos. Em segundo lugar,
caracterizamos o delineamento estrutural das principais noções de felicidade
schopenhaueriana a partir da perspectiva fundamental de sua filosofia, a saber, a metafísica.
Essa parte propõe uma base de compreensão do tema da felicidade por meio da discussão das
questões metafísicas em seus desdobramentos epistemológico, estético e ético, e,
posteriormente, a análise das três principais condições existencias que podem ser
interpretadas como estados de felicidade: a felicidade comum ou terrena , a felicidade
pura e a beatitude. Em terceiro lugar, apresentamos a segunda perspectiva fundamental de
exposição da felicidade que corresponde ao aspecto prágmático, desenvolvido na chamada
eudemonologia de Schopenhauer. Nessa seção apresentaremos os pressuposto conceituais
básicos da filosofia prática schopenhauriana que nortearam a reflexão sobre o tema. Os
conceitos fundamentais foram explorados tanto por meio do diálogo de Schopenhauer com
tradição da filosofia antiga, quanto buscando indicar as dificuldades teóricas que a proposta
de uma ciência ou sabedoria prudencial para a condução da vida impõe para Schopenhauer.
Por fim, foi feita uma análise de aspectos substanciais ou valorativos em torno dos elementos
ou ingredientes da vida feliz e das propriedades psicológicas da felicidade em conexão com as
análises de Schopenhauer nos Aforismos e alguns aspectos da psicologia moral
contemporânea. O último capítulo pretende ser, portanto, uma complementação da análise
empírico-psicológica desenvolvida no terceiro, embora ali também seja dada ênfase para
algumas descobertas científicas em torno da felicidade. O estudo das teorias contemporâneas
revelam as conclusões de Schopenhauer sobre os elementos fundamentais da vida feliz e
relação aspectos empirico-psicológicos específicos.
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A outra face do pessimismo: entre radicalidade ascética e sabedoria de vida / The other side of pessimism: between ascetic radicalism and wisdom of lifeVilmar Debona 17 December 2013 (has links)
Esta tese consiste numa interpretação da relação da eudemonologia e da filosofia prática com a ética desinteressada, com o pessimismo metafísico e com o ascetismo em Schopenhauer. Para tanto, o presente estudo assume a ótica da caracterologia schopenhaueriana e apresenta uma tentativa de resposta para a questão de como seria possível acomodar, por exemplo, uma arte de ser feliz diante de um pessimismo radical. Trata-se, sobretudo, de uma leitura da natureza da ética e do pessimismo quando estes são tomados sob o ponto de vista empírico-prático. Afinal, se Schopenhauer reconheceu na negação espontânea da vontade a única via de redenção do mundo intrinsecamente egoísta e doloroso, ele também se deteve numa teoria da felicidade em termos de sabedoria de vida e de prudência. Para tratar da questão, este trabalho i) empreende uma análise pormenorizada da noção de caráter (Charakter), tal como este se faz presente nas principais fases de produção do pensador - tanto a partir das obras publicadas, quanto dos manuscritos póstumos -, ii) enfatiza a preocupação do filósofo em estabelecer um desvio da metafísica para abordar sua eudemonologia frente à perspectiva superior de sua metafísica, e iii) defende que as esferas empírica e metafísica desta filosofia, apesar de apresentarem propósitos diversos, são suplementares. As distinções entre o que denomino de grande ética e de pequena ética e entre o que denomino de pessimismo metafísico e pessimismo pragmático - novidade propriamente dita deste estudo - permitiriam entender esta suplementaridade. Em ambas as diferenciações, a noção de caráter proporciona uma peculiar sutura entre as perspectivas metafísica (filosofia teorética) e empírica (filosofia prático-pragmática) deste pensamento: se os conceitos de caráter inteligível e de caráter empírico são centrais sob o viés metafísico da ética da compaixão e do ascetismo (tratados nos capítulos 1 e 2), a noção de caráter adquirido é fulcral na esfera da sabedoria de vida e da filosofia prática (tratada nos capítulos 3 e 4). Da mesma forma, se as ideias de negação imediata da vontade, de rompimento com a ilusão dos fenômenos e de supressão do caráter (Aufhebung des Charakters) compõem a esfera da metafísica da ética, as noções de ética da melhoria (bessernde Ethik), de motivações mediatas, de educação do intelecto (ativo), de ponderação (Überlegung) e de moral do como se (Als-Ob) configuram a dimensão empírica desta mesma ética. Pelo reconhecimento dessas duas perspectivas de consideração da ação e da existência humanas, o pensamento schopenhaueriano não se reduziria, ao contrário do que a doxografia e a historiografia geralmente apresentam, a um pessimismo metafísico e quietista; ou, no âmbito da ética, à radicalidade de uma ordem de salvação acessível a poucos. Isso, tão pouco, admitiria uma passagem do pessimismo a um otimismo, mas permitiria a constatação de uma face do pessimismo que não se restringe aos extremos de afirmação ou de negação da vontade. / This thesis consists of an interpretation of the relationship between eudemonology and practical philosophy with uninterested ethics, with metaphysical pessimism and asceticism in Schopenhauer. Therefore, this study takes the Schopenhauerian perspective of characterology and presents a tentative answer to the question of how it could be possible to accommodate\", for example, an \"art of being happy\" before a radical pessimism. Its about, above all, a reading of the nature of ethics and pessimism when they are taken from the practical-empiric point of view. After all, if Schopenhauer recognized in spontaneous denial of the will the only way of redemption of the inherently selfish and hurtful world, he also stopped himself in a theory of happiness in terms of wisdom of life and prudence. To address the issue, this paper i) undertakes a detailed analysis of the notion of character (Charakter), as it is present in the main stage production of the thinker - both from published works, and the posthumous manuscripts -, ii) emphasizes the philosophers concern in establishing a \"metaphysics deviation\" to address theireudemonology front their top perspective metaphysics, and iii) argues that the empirical and metaphysical spheres of this philosophy, despite having different purposes, are supplementary. The distinctions between what I call great ethics and small ethics and between metaphysical pessimism and pragmatic pessimism - novelty of this study itself - would permit understanding this supplementarity. In both differentiations, the notion of character provides a peculiar suture between the metaphysical perspective (theoretical philosophy) and empirical perspective (practical-pragmatic philosophy) this thought: if the concepts of intelligible character and empirical character are central under the ethics of compassion and asceticism metaphysical bias (covered in Chapters 1 and 2), the notion of acquired character is essential in the sphere of life wisdom and practical philosophy (addressed in Chapters 3 and 4). Likewise, if the ideas of immediate denial of the will, disruption of the illusion of phenomena and character suppression (Aufhebung des Charakters) make up the sphere of ethical metaphysics, the notions of \"ethical improvement\" (bessernde Ethik), mediate motivations, education of the intellect (active), deliberation (Überlegung) and the \"as if\" moral (Als-Ob) configure the empirical dimension of this same ethic. By recognizing these two perspectives of human action and existence consideration, the Schopenhauer thought wouldnt reduce, on the contrary to what the doxography and the historiography generally present, to a metaphysical and quietist pessimism; or, in the ethics scope, to the radical \"order of salvation\" accessible to few. That would barely admit a passage from pessimism to \"optimism\", but would allow the finding of a \"side\" of pessimism that is not restricted to the extremes of affirmation or denial of the will.
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