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Avaliação da atividade antifúngica in vitro das folhas de Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler (Salicaceae) frente a linhagens de Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformansFolly, Mariany Lopes da Costa 01 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-01 / O constante aumento da incidência de doenças fúngicas oportunistas tem se tornado um importante problema de saúde pública, principalmente após o advento da SIDA quando o número de indivíduos imunocomprometidos aumentou drasticamente. A criptococose é uma importante micose sistêmica causada por fungos do gênero Cryptococcus, com estimativa global de um milhão de novos casos e aproximadamente 600.000 mortes por ano. As opções terapêuticas atuais de criptococose são restritas, tanto pelo aumento da resistência dessas leveduras frente aos fármacos utilizados quanto pela elevada toxicidade dos antifúngicos para o organismo humano sendo necessária a busca contínua por novas entidades químicas para o tratamento de infecções. Nesse contexto, os produtos naturais e derivados constituem uma fonte inestimável de substâncias com potencial biológico. Xylosma ciliatifolia, popularmente conhecida como sucará, é uma árvore semidecídua, nativa do Brasil, podendo também ser encontrada em outros países. O presente trabalho avaliou a atividade antifúngica das folhas de X. ciliatifolia, in vitro, frente à C. gattii e C. neoformans. Foi determinada a CIM do extrato etanólico e das frações hexano, diclorometano, acetato de etila, butanol e resíduo aquoso. A fração acetato de etila (FAXC) apresentou atividade promissora e foi selecionada para os ensaios subsequentes. Através do ensaio de atividade fungicida/fungistática observou-se que FAXC possui ação fungicida. No ensaio de interação com fluconazol e anfotericina B, in vitro, não foi observada interferência na ação dos fármacos e o ensaio de curva de morte demonstrou que FAXC apresenta um comportamento dose dependente. FAXC não alterou o valor de CIM na presença de sorbitol, indicando que sua ação possivelmente não se dá diretamente através de parede celular. Através da quantificação de ergosterol foi possível observar que FAXC interfere na biossíntese do esteroide, podendo esse ser um dos mecanismos de ação. Foi avaliada a produção de EROs e PRNs nas células fúngicas pela emissão de fluorescência e após tratamento com FAXC houve um aumento da produção de peroxinitrito, que causa danos celulares. Foram medidos os produtos da peroxidação lipídica como substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), onde evidenciou-se a peroxidação lipídica nas membranas celulares fúngicas em uma maior concentração. O tamanho do diâmetro celular e cápsula de Cryptococcus foi avaliado através da comparação da contagem de células tratadas e não tratadas coradas com a tinta da índia. Após exposição à concentração equivalente à metade da CIM o diâmetro celular diminuiu sugerindo uma tentativa de defesa, mas não houve alteração no tamanho da cápsula. A carga da superfície celular foi avaliada por potencial zeta que também não demonstrou alteração. A interação entre FAXC e os fungos, avaliada por ITC, é provavelmente fraca como as interações não polares. Por fim, verificou-se pelo ensaio colorimétrico de MTT, que FAXC não apresenta citotoxicidade nas concentrações ativas, sendo esta dose dependente. / The steady increase in the incidence of opportunistic fungal diseases has become a major public health problem, especially after the advent of AIDS when the number of immunocompromised individuals increased dramatically. Cryptococcosis is an important systemic mycosis caused by fungi of the genus Cryptococcus, with a global estimate of one million new cases and approximately 600,000 deaths per year. The current therapeutic options of cryptococcosis are restricted, both by the increase of the resistance of these yeasts to the drugs used and by the high toxicity of the antifungal to the human organism being necessary the continuous search for new chemical entities for the treatment of infections. In this context, natural products and derivatives are an invaluable source of substances with biological potential. Xylosma ciliatifolia, popularly known as Sucará, is a semi-deciduous tree, native to Brazil, and can also be found in other countries. The present work evaluated the antifungal activity of X. ciliatifolia leaves, in vitro, against C. gattii and C. neoformans. The MIC of the ethanolic extract and the fractions hexane, dichloromethane, ethyl acetate, butanol and aqueous residue were determined. The ethyl acetate fraction (FAXC) showed promising activity and was selected for subsequent trials. Through the fungistatic / fungistatic activity assay it was observed that FAXC has fungicidal action. In the interaction test with fluconazole and amphotericin B, in vitro, no interference was observed in the action of the drugs and the death curve assay demonstrated that FAXC shows a dose-dependent behavior. FAXC didn't change the MIC value in the presence of sorbitol, indicating that its action possibly don´t occur directly through the cell wall. Through the quantification of ergosterol it was possible to observe that FAXC interferes in the biosynthesis of the steroid, being this one of the mechanisms of action. The production of ROS and RNS in fungal cells was evaluated by the emission of fluorescence and after treatment with FAXC there was an increase in peroxynitrite production, which causes cell damage. Lipid peroxidation products were measured as thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), where lipid peroxidation was evidenced in fungal cell membranes in a higher concentration. Cell size and capsule size of Cryptococcus was evaluated by comparing the count of treated and untreated cells stained with the India ink. After exposure to the concentration equivalent to half of the MIC, the cell diameter decreased suggesting a defense attempt, but there wasn't change in capsule size. Cell surface loading was evaluated by zeta potential, which also showed no change. The interaction between FAXC and fungi, as assessed by ITC, is probably weak as non-polar interactions. Finally, it was verified by the MTT colorimetric assay that FAXC didn't present cytotoxicity in the active concentrations, being this dose dependent.
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