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O Dilema do porco-espinho: uma análise interacional do humor em relações próximas

Stallone, Letícia Rezende 03 April 2017 (has links)
Submitted by Josimara Dias Brumatti (bcgdigital@ndc.uff.br) on 2017-04-03T17:27:31Z No. of bitstreams: 1 TESE_com_ficha_catalografica (1).doc.pdf: 1147180 bytes, checksum: e666ba9c6f99df77bc47cae176d7d32a (MD5) / Approved for entry into archive by Josimara Dias Brumatti (bcgdigital@ndc.uff.br) on 2017-04-03T17:35:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE_com_ficha_catalografica (1).doc.pdf: 1147180 bytes, checksum: e666ba9c6f99df77bc47cae176d7d32a (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-03T17:35:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE_com_ficha_catalografica (1).doc.pdf: 1147180 bytes, checksum: e666ba9c6f99df77bc47cae176d7d32a (MD5) / Esta pesquisa tem como foco a construção do humor na interação em encontros sociais de um grupo de amigos. O objetivo deste trabalho é o de explorar a complexidade e ambivalência do humor em relações marcadas pela proximidade e afeto. Partindo-se do pressuposto de que o humor conversacional é um fenômeno relacional e colaborativo que depende do conhecimento de normas do grupo e é gerado pela possível quebra de expectativa com relação a esquemas de conhecimento, buscou-se descrever como são organizadas as sequências humorísticas e identificar que tipos de humor emergem na conversa e que funções esse humor exerce no contexto em estudo. Através de uma abordagem interacional da comunicação humorística e das contribuições da Análise da Conversa, verificamos que as sequências humorísticas se constituem de outras sequências envolvendo quem caça ou deixa um gatilho para o humor e, em alguns casos, outros participantes que alimentam o que disparou o humor. Em termos de tipos de humor, foram identificados a ironia, o humor fantasioso (Hay, 2001), a zombaria jocosa (Haugh, 2010; Haugh e Bousfield, 2012) e o abuso jocoso (Hay, 1994; Haugh, 2010; Haugh e Bousfield, 2012). Com relação ao humor fantasioso, propusemos duas categorias: o humor fantasioso exagerado e o humor fantasioso absurdo. Ambos envolvem o estabelecimento conjunto de um mundo imaginário com sua própria lógica, com regras irracionais e absurdas que não se aplicam ao mundo real (Hay, 2001), mas o primeiro categoriza-se pela construção conjunta de um mundo conhecido pelos participantes, e o segundo de um mundo nonsense. Evidenciamos que as zombarias jocosas podem ser direcionadas ao self de um dos participantes do grupo ou podem ser híbridas, tendo como alvo o self, uma terceira pessoa, ou um objeto. Quanto às funções, destacamos o entretenimento como função principal do humor no grupo. Como funções secundárias, estão: i) a de guardião das relações interpessoais em momentos de potencial conflito, e ii) a função de ameaça às relações quando algum aspecto do self é considerado sagrado, isto é, inegociável como objeto de humor. Como conclusão, salientamos o papel do humor no reforço das relações pessoais, dos valores do grupo e na sacralização da amizade. / This research focuses on the construction of humor in interaction, in social meetings of a group of friends. The aim of this study is to explore the complexity and ambivalence of humor in relationships marked by proximity and affection. Assuming that conversational humor is a relational and collaborative phenomenon that depends on knowledge of group norms and is generated by a possible breach of expectation with respect to knowledge schemes, we sought to describe how humorous sequences are organized, identify what types of humor emerge in conversation and what functions humor plays in the context under study. Through an interactional approach to humorous communication and with contributions from Conversation Analysis, we find that humorous sequences are constituted by other sequences involving participants who ‘hunt’ or who leave triggers for humor and, in some cases, other participants who feed the one who started the humorous sequence. In terms of types of humor, we identified irony, fantasy humor (Hay, 2001), jocular mockery (Haugh, 2010; Haugh and Bousfield, 2012) and jocular abuse (Hay, 1994; Haugh, 2010; and Haugh Bousfield, 2012). Regarding fantasy humor, we proposed two categories: an exaggerated fantasy humor and an absurd fantasy humor. Both involve the joint construction of an imaginary world with its own logic, with irrational and absurd rules that do not apply to the real world (Hay, 2001), but the first one is categorized by the joint construction of a world known by the participants, and the second one, a nonsense world. We show that jocular mockery may be directed at the self of one of the group members or may be hybrid, targeting the self, a third person or an object. As for the functions of humor, we highlight entertainment as the main function of humor in the group. As secondary functions are: i) humor as the guardian of interpersonal relationships in moments of potential conflict, and ii) humor as threat to relations when some aspect of the self is considered sacred, that is, non-negotiable as an object of humor. In conclusion, we emphasize the role of humor in strengthening personal relationships, the values of the group and sanctity of friendship.

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