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Motivações e restrições de naturezas tecnológica e organizacional para o desenvolvimento de agroindústrias de alimentos orgânicos no RSPaiva, Ana Raisa Nunes January 2016 (has links)
No Rio Grande do Sul, grande parte da produção de alimentos orgânicos é realizada por famílias de agricultores ecologistas. Para estes produtores, a agroindustrialização familiar baseada em princípios agroecológicos, além de gerar renda promove a melhoria da qualidade de vida e a recuperação e preservação dos hábitos culturais e do meio ambiente, tendo forte papel no panorama produtivo gaúcho. Apesar da tendência de crescimento do setor ser evidenciada em vários estudos nestes últimos anos, alguns fatores limitantes ao seu desenvolvimento se apresentam, com poucos dados literários contemplando as restrições de natureza tecnológica e de gestão desses sistemas produtivos no RS. Diversas publicações focam em apenas um produto ou cadeia, mas produtores orgânicos geralmente apostam em diversificação de culturas. Por isso, uma abordagem que considerasse diferentes cadeias produtivas, como a aqui proposta, é necessária. Este trabalho teve por objetivo identificar restrições de natureza tecnológica e gerencial das agroindústrias familiares processadoras de alimentos orgânicos no RS em quatro cadeias de alimentos de interesse: Mandioca, Uva, Laticínios, Uva e Cana-de-Açúcar. Também buscou-se identificar fatores motivantes para adoção de sistemas agroecológicos de produção de alimentos. O método utilizado foi estudo de caso e o instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado aplicado a produtores agroecológicos da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Serra Gaúcha Os resultados indicam que as motivações para produção neste sistema variam, mas são todas voltadas para sustentabilidade no campo, seja no sentido ambiental, financeiro ou salutar. As motivações não mudam entre cadeias diferentes e não foi identificada correlação com o porte do empreendimento. Em todas as cadeias estudadas produtores apontam como restrição organizacional falta de tempo para se dedicar às tarefas da atividade e dificuldades na certificação. Há convergência de restrições tecnológicas apontadas, como inadequação de maquinário, pouca oferta de insumos e matérias-primas. Apenas produtores de laticínios apontaram dificuldades quanto à padronização da produção. As diferenças entre produtores cooperativados e aqueles em processo de organização de rede de produtores, sindicatos e associações foram salientes. A possibilidade de compartilhar os custos e riscos inerentes à agroindustrialização de alimentos orgânicos influi positivamente no desenvolvimento de todas as cadeias entrevistadas. Em conclusão, este trabalho deixa evidente que existem convergências quanto a motivações e restrições dentro das cadeias agroindustriais e as melhorias das condições das agroindústrias beneficiadoras de alimentos orgânicos apenas serão realidade mediante esforço conjunto entre os diversos atores das cadeias estudadas. / In Rio Grande do Sul, a considerable portion of the oganic food production is done by families dedicated to ecological agriculture. For these producers, family based agro-industrialization hinged on agroecological principles, not only generates income; it also promotes an improvement in life quality and the recuperation and preservtion of cultural habits, as well as the environment, thus its strong role in the gaucho production scenery. Despite the sector’s growth tendency demonstrated by several studies performed in recent years, some limiting factors to its development are noted, with few literary data contemplating restrictions of technological or managerial natures from those production systems in Rio Grande do Sul. Several works published in the last few years focus on only one product or chain on products. However, organic food producers genereally rely on crops diversification. Therefore, an approach considering different production chains, as the one proposed here, is necessary. This work had as its goal to identify technological and managerial restrictions faced by Rio Grande do Sul’s family based agro-industries in four concerning organic food chains: Cassava, Dairy, Grape, and Sugar Cane products. It also sought to identify motivating factors in the adoption of agroecological food production systems. The method used was case study and the instrument for data collection was a semistructured questionnaire administered to agroecological producers from Porto Alegre’s Metropolitan Region and Serra Gaucha Results indicate that motivations for producing in this system vary, but they all turned to sustainability in rural areas, may it be in the environmental, financial, or health sense. Motivations do not change amongst different chains and no correlation was identified regarding the scale of the enterprise. In all studied chains, producers point as a managerial restriction the lack of time to dedicate to their activities’ choirs and difficulties regarding certification. There is a convergence regarding technological restrictions, such as inadequate machinery, lack of suppliers for inputs and raw materials. Only dairy producers claimed to have difficulties regarding standardization of their production. Differences between cooperativated producers and those in the process of organizing producers’ networks, syndicates and associations stood out. The possibility to share costs and risks inherent to the agroindustrialization of organic food has a positive influence in the development of all chains which were interviewed. In conclusion, this work evidences that the improvement of the conditions faced by enterprises which beneficiate organic food will only be a reality by means of conjoint efforts from the parties involved in the studied chains. In conclusion, this work evidentiates that there are convergences regarding motivations and restrictions within agrindustrial chains and improvements on the current conditions for agrindustries which process organic food will be a reality only by the joint efforts of all parts in the studied chains.
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Motivações e restrições de naturezas tecnológica e organizacional para o desenvolvimento de agroindústrias de alimentos orgânicos no RSPaiva, Ana Raisa Nunes January 2016 (has links)
No Rio Grande do Sul, grande parte da produção de alimentos orgânicos é realizada por famílias de agricultores ecologistas. Para estes produtores, a agroindustrialização familiar baseada em princípios agroecológicos, além de gerar renda promove a melhoria da qualidade de vida e a recuperação e preservação dos hábitos culturais e do meio ambiente, tendo forte papel no panorama produtivo gaúcho. Apesar da tendência de crescimento do setor ser evidenciada em vários estudos nestes últimos anos, alguns fatores limitantes ao seu desenvolvimento se apresentam, com poucos dados literários contemplando as restrições de natureza tecnológica e de gestão desses sistemas produtivos no RS. Diversas publicações focam em apenas um produto ou cadeia, mas produtores orgânicos geralmente apostam em diversificação de culturas. Por isso, uma abordagem que considerasse diferentes cadeias produtivas, como a aqui proposta, é necessária. Este trabalho teve por objetivo identificar restrições de natureza tecnológica e gerencial das agroindústrias familiares processadoras de alimentos orgânicos no RS em quatro cadeias de alimentos de interesse: Mandioca, Uva, Laticínios, Uva e Cana-de-Açúcar. Também buscou-se identificar fatores motivantes para adoção de sistemas agroecológicos de produção de alimentos. O método utilizado foi estudo de caso e o instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado aplicado a produtores agroecológicos da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Serra Gaúcha Os resultados indicam que as motivações para produção neste sistema variam, mas são todas voltadas para sustentabilidade no campo, seja no sentido ambiental, financeiro ou salutar. As motivações não mudam entre cadeias diferentes e não foi identificada correlação com o porte do empreendimento. Em todas as cadeias estudadas produtores apontam como restrição organizacional falta de tempo para se dedicar às tarefas da atividade e dificuldades na certificação. Há convergência de restrições tecnológicas apontadas, como inadequação de maquinário, pouca oferta de insumos e matérias-primas. Apenas produtores de laticínios apontaram dificuldades quanto à padronização da produção. As diferenças entre produtores cooperativados e aqueles em processo de organização de rede de produtores, sindicatos e associações foram salientes. A possibilidade de compartilhar os custos e riscos inerentes à agroindustrialização de alimentos orgânicos influi positivamente no desenvolvimento de todas as cadeias entrevistadas. Em conclusão, este trabalho deixa evidente que existem convergências quanto a motivações e restrições dentro das cadeias agroindustriais e as melhorias das condições das agroindústrias beneficiadoras de alimentos orgânicos apenas serão realidade mediante esforço conjunto entre os diversos atores das cadeias estudadas. / In Rio Grande do Sul, a considerable portion of the oganic food production is done by families dedicated to ecological agriculture. For these producers, family based agro-industrialization hinged on agroecological principles, not only generates income; it also promotes an improvement in life quality and the recuperation and preservtion of cultural habits, as well as the environment, thus its strong role in the gaucho production scenery. Despite the sector’s growth tendency demonstrated by several studies performed in recent years, some limiting factors to its development are noted, with few literary data contemplating restrictions of technological or managerial natures from those production systems in Rio Grande do Sul. Several works published in the last few years focus on only one product or chain on products. However, organic food producers genereally rely on crops diversification. Therefore, an approach considering different production chains, as the one proposed here, is necessary. This work had as its goal to identify technological and managerial restrictions faced by Rio Grande do Sul’s family based agro-industries in four concerning organic food chains: Cassava, Dairy, Grape, and Sugar Cane products. It also sought to identify motivating factors in the adoption of agroecological food production systems. The method used was case study and the instrument for data collection was a semistructured questionnaire administered to agroecological producers from Porto Alegre’s Metropolitan Region and Serra Gaucha Results indicate that motivations for producing in this system vary, but they all turned to sustainability in rural areas, may it be in the environmental, financial, or health sense. Motivations do not change amongst different chains and no correlation was identified regarding the scale of the enterprise. In all studied chains, producers point as a managerial restriction the lack of time to dedicate to their activities’ choirs and difficulties regarding certification. There is a convergence regarding technological restrictions, such as inadequate machinery, lack of suppliers for inputs and raw materials. Only dairy producers claimed to have difficulties regarding standardization of their production. Differences between cooperativated producers and those in the process of organizing producers’ networks, syndicates and associations stood out. The possibility to share costs and risks inherent to the agroindustrialization of organic food has a positive influence in the development of all chains which were interviewed. In conclusion, this work evidences that the improvement of the conditions faced by enterprises which beneficiate organic food will only be a reality by means of conjoint efforts from the parties involved in the studied chains. In conclusion, this work evidentiates that there are convergences regarding motivations and restrictions within agrindustrial chains and improvements on the current conditions for agrindustries which process organic food will be a reality only by the joint efforts of all parts in the studied chains.
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Motivações e restrições de naturezas tecnológica e organizacional para o desenvolvimento de agroindústrias de alimentos orgânicos no RSPaiva, Ana Raisa Nunes January 2016 (has links)
No Rio Grande do Sul, grande parte da produção de alimentos orgânicos é realizada por famílias de agricultores ecologistas. Para estes produtores, a agroindustrialização familiar baseada em princípios agroecológicos, além de gerar renda promove a melhoria da qualidade de vida e a recuperação e preservação dos hábitos culturais e do meio ambiente, tendo forte papel no panorama produtivo gaúcho. Apesar da tendência de crescimento do setor ser evidenciada em vários estudos nestes últimos anos, alguns fatores limitantes ao seu desenvolvimento se apresentam, com poucos dados literários contemplando as restrições de natureza tecnológica e de gestão desses sistemas produtivos no RS. Diversas publicações focam em apenas um produto ou cadeia, mas produtores orgânicos geralmente apostam em diversificação de culturas. Por isso, uma abordagem que considerasse diferentes cadeias produtivas, como a aqui proposta, é necessária. Este trabalho teve por objetivo identificar restrições de natureza tecnológica e gerencial das agroindústrias familiares processadoras de alimentos orgânicos no RS em quatro cadeias de alimentos de interesse: Mandioca, Uva, Laticínios, Uva e Cana-de-Açúcar. Também buscou-se identificar fatores motivantes para adoção de sistemas agroecológicos de produção de alimentos. O método utilizado foi estudo de caso e o instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado aplicado a produtores agroecológicos da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Serra Gaúcha Os resultados indicam que as motivações para produção neste sistema variam, mas são todas voltadas para sustentabilidade no campo, seja no sentido ambiental, financeiro ou salutar. As motivações não mudam entre cadeias diferentes e não foi identificada correlação com o porte do empreendimento. Em todas as cadeias estudadas produtores apontam como restrição organizacional falta de tempo para se dedicar às tarefas da atividade e dificuldades na certificação. Há convergência de restrições tecnológicas apontadas, como inadequação de maquinário, pouca oferta de insumos e matérias-primas. Apenas produtores de laticínios apontaram dificuldades quanto à padronização da produção. As diferenças entre produtores cooperativados e aqueles em processo de organização de rede de produtores, sindicatos e associações foram salientes. A possibilidade de compartilhar os custos e riscos inerentes à agroindustrialização de alimentos orgânicos influi positivamente no desenvolvimento de todas as cadeias entrevistadas. Em conclusão, este trabalho deixa evidente que existem convergências quanto a motivações e restrições dentro das cadeias agroindustriais e as melhorias das condições das agroindústrias beneficiadoras de alimentos orgânicos apenas serão realidade mediante esforço conjunto entre os diversos atores das cadeias estudadas. / In Rio Grande do Sul, a considerable portion of the oganic food production is done by families dedicated to ecological agriculture. For these producers, family based agro-industrialization hinged on agroecological principles, not only generates income; it also promotes an improvement in life quality and the recuperation and preservtion of cultural habits, as well as the environment, thus its strong role in the gaucho production scenery. Despite the sector’s growth tendency demonstrated by several studies performed in recent years, some limiting factors to its development are noted, with few literary data contemplating restrictions of technological or managerial natures from those production systems in Rio Grande do Sul. Several works published in the last few years focus on only one product or chain on products. However, organic food producers genereally rely on crops diversification. Therefore, an approach considering different production chains, as the one proposed here, is necessary. This work had as its goal to identify technological and managerial restrictions faced by Rio Grande do Sul’s family based agro-industries in four concerning organic food chains: Cassava, Dairy, Grape, and Sugar Cane products. It also sought to identify motivating factors in the adoption of agroecological food production systems. The method used was case study and the instrument for data collection was a semistructured questionnaire administered to agroecological producers from Porto Alegre’s Metropolitan Region and Serra Gaucha Results indicate that motivations for producing in this system vary, but they all turned to sustainability in rural areas, may it be in the environmental, financial, or health sense. Motivations do not change amongst different chains and no correlation was identified regarding the scale of the enterprise. In all studied chains, producers point as a managerial restriction the lack of time to dedicate to their activities’ choirs and difficulties regarding certification. There is a convergence regarding technological restrictions, such as inadequate machinery, lack of suppliers for inputs and raw materials. Only dairy producers claimed to have difficulties regarding standardization of their production. Differences between cooperativated producers and those in the process of organizing producers’ networks, syndicates and associations stood out. The possibility to share costs and risks inherent to the agroindustrialization of organic food has a positive influence in the development of all chains which were interviewed. In conclusion, this work evidences that the improvement of the conditions faced by enterprises which beneficiate organic food will only be a reality by means of conjoint efforts from the parties involved in the studied chains. In conclusion, this work evidentiates that there are convergences regarding motivations and restrictions within agrindustrial chains and improvements on the current conditions for agrindustries which process organic food will be a reality only by the joint efforts of all parts in the studied chains.
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A desregulamentação e o desempenho do complexo sucroalcooleiro no Brasil.Baccarin, José Giacomo 28 June 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005-06-28 / This work analyzed the evolution of the relation between the sugar and alcohol complex and the State from 1975 to 2002, when there was a change from public intervention, marked by Proálcool , to a new situation, in which deregulation is proposed. We attempted to interpret the main political and economical stipulators of the process, as well as describe the way it happened and how the structure and performance of the process were affected. It is assumed that since 1985 the possibilities of an orchestration of social and economical interests allowing the maintenance of a national, public and continuous
program to support the sugar and alcohol complex have narrowed. The financial crisis of the Brazilian State and the adoption of liberal politic orientation, the prevailing conditions
of the oil market and the resistance of Petrobrás to the increase of alcohol production have contributed to this situation, as well as the little interest of car makers to develop ethanolpowered engines in the 1990 s. It is also assumed that the political pressure strength of sugar and alcohol complex representatives and the specific formal relations established with the federal administrative machine throughout decades have made the sugar and alcohol deregulation differentiated and marked by compensation policies. From 1975 to 1985, the complex counted on favored public policies that resulted in great increase of the production capacity, consumption and production of fuel ethanol. Since 1986, the price fixation policy for sugar and alcohol products was more unfavorable, resulting in production settling until 1990. The extinction of the Sugar and Alcohol Institute (IAA), in 1990, formally gave birth to deregulation, marked by constant tension between government and millers. The elimination of the public monopoly on sugar exportation and the
defrosting of sugarcane, sugar and alcohol prices in 1999 are noticeable. In compensation,
the addition of 20% to 24% of anhydrous ethanol to gasoline became obligatory; the gasoline was overtaxed in benefit of alcohol, and a specific source of production and buildup financing for sugar and alcohol was created. From 1990 to 2002, while alcohol production remained still, there was an increase of sugar production aiming the world market. Crop and industry yield did not show higher increase with deregulation. However, the work productivity did. The sugarcane production tended to concentrate in the centersouth, instead of the north-northeast. There was a considerable decrease in the number of mills, but the remaining became bigger. It can be concluded that in fact there was no
complete deregulation, but actually a change resulting in a new regulation. We suggest that
the public intervention should not be attached to opportunist interests, but a public/private
agenda that contributes to the maintenance of the complex and guarantees alcohol supply to
the society as an energy source. / O tema do trabalho foi a análise da evolução da relação do complexo sucroalcooleiro com o Estado, entre 1975 e 2002, em que houve a passagem de uma situação com forte intervenção pública, marcada pelo Proálcool, para outra, em que se
propunha sua desregulamentação. Procurou-se interpretar os principais condicionantes políticos e econômicos do processo, descrever a forma como ele se deu e como foram afetados a estrutura e o desempenho do complexo. Assume-se que, desde 1985, foram-se estreitando as possibilidades de uma orquestração de interesses sociais e econômicos que permitisse a manutenção de um programa público contínuo e nacional de sustentação do complexo sucroalcooleiro. Contribuíram para isso a crise fiscal do Estado Brasileiro e a adoção de orientação política liberal, as condições prevalecentes no mercado do petróleo e a resistência da Petrobrás ao aumento da produção de álcool, bem como o pouco interesse
da indústria automobilística no desenvolvimento de motores a álcool na década de 1990. Assume-se também que o poder de pressão política dos representantes do complexo e as relações formais específicas que se estabeleceram com a máquina administrativa federal, ao longo de décadas, fizeram com que a desregulamentação sucroalcooleira fosse diferenciada e marcada por políticas de compensação. De 1975 a 1985, o complexo contou com políticas públicas favorecidas, que levaram à grande expansão da capacidade produtiva, da produção e do consumo de álcool carburante. A partir de 1986, a política de fixação de preços dos produtos sucroalcooleiros foi mais desfavorável, conduzindo à estagnação da produção setorial, até 1990. A extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), em 1990, deu
início, formalmente, à desregulamentação sucroalcooleira, marcada por uma constante
tensão entre Governo e empresários. Merecem destaque a eliminação do monopólio público na exportação de açúcar e a liberação de preços da cana-de-açúcar, do açúcar e do álcool, encerrada em 1999. Em compensação, instituiu-se a obrigatoriedade de adição entre 20% e 24% de álcool anidro à gasolina, sobre taxou-se a gasolina em benefício do álcool e criouse fonte específica de financiamento da produção e estocagem alcooleira. Entre 1990 e 2002, enquanto mantinha-se estagnada a produção de álcool, a de açúcar crescia visando o mercado externo. Os rendimentos cultural e agroindustrial não apresentaram crescimento maior na desregulamentação, ao contrário da produtividade do trabalho. A produção
canavieira tendeu a se concentrar no Centro-Sul em detrimento do Norte-Nordeste. Houve diminuição considerável do número de groindústrias e crescimento de seu tamanho médio. Conclui-se que, de fato, não houve uma desregulamentação completa, mas uma mudança em sua forma, constituindo-se uma nova regulamentação. Sugere-se que a intervenção pública não se prenda a interesses oportunistas, mas que se estabeleça uma agenda pública/privada que contribua para a manutenção do complexo sucroalcooleiro e que dê
garantia à sociedade quanto ao fornecimento do álcool, enquanto fonte energética.
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