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"Efeitos da visita médica nos pacientes da enfermaria da clínica geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo" / Effects of the medical visit in patients of the infirmary of the general clinic of the Hospital of the Clinics of the College of Medicine of the University of São PauloSancovski, Ana Rosa Kisielewski 29 May 2002 (has links)
A forma de tratar os pacientes pode ser ensinada não somente pela teoria e prática formais, mas principalmente pelas atitudes do mestre e pela relação médico paciente que ele estabelece. O principal objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos positivos ou deletérios da visita médica em grupo ao leito dos pacientes da Enfermaria da Clínica Médica Geral pois ela pode melhorar ou piorar a ansiedade e a depressão já contidas e instaladas no paciente e testar um modelo de visita médica hospitalar que priorize o paciente enquanto sujeito. Estudaram-se 95 pacientes com idades entre 16 e 65 anos, divididos em três grupos: um com 36 pacientes chamado G0 que passa visita na enfermaria mas não discute à beira do leito; outro com 34 pacientes chamado G1 que passa visita na enfermaria e discute à beira do leito e um novo, experimental, com 25 pacientes chamado G2, com visita na enfermaria e nova forma de discutir ao leito, com participação ativa do paciente em seu processo de recuperação . O Método utilizado foi: todos os pacientes, na véspera da visita, foram submetidos à escala HAD para medir ansiedade e depressão e à parte pré-visita do Questionário de Avaliação da Internação do Paciente da Clínica Médica Geral (QAIPCMG). No dia da visita, após a mesma, reaplicou-se aos três grupos a escala HAD, a parte pós-visita do QAIPCMG , a qual contém um quadro de Sentimentos e Sensações a serem escolhidos como tendo sido sentidos pelos pacientes durante a visita médica, o Teste de Apercepção Temática - TAT, pranchas 1 e 15 e o Questionário Desiderativo. Os critérios de inclusão foram: pacientes com doenças crônicas menores e agudas maiores internados há mais de uma semana e não mais do que duas. Para a análise estatística utilizaram-se os testes: Qui quadrado e Kruskal Wallis. As medidas de ansiedade e depressão da escala HAD pré e pós visita não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. O grupo experimental G2, que se apresentou, propôs ao paciente que se sentasse, não usou termos técnicos para discutir o caso, explicou quais eram as medidas propostas para continuar o tratamento, pediu sua autorização para realizar novos exames e procedimentos, olhou e ouviu suas colocações, obteve referências de alegria (p= 0,0009) e tranqüilidade (p= 0,0058) por parte dos pacientes, estatisticamente significantes quando comparados às respostas dos outros dois grupos. O grupo G2 referiu um número maior de aspectos positivos observados na visita médica, (p = 0,0186) se comparados aos grupos G0 e G1. Os testes psicológicos projetivos possibilitaram medir e analisar as capacidades de abstração e elaboração mental de 52% da amostra, apontando que, nos 3 grupos 37,68% dos pacientes, mostrou boa capacidade para elaborar o impacto da internação e da doença, porém 40% apresentou pouca capacidade para conter aspectos negativos de suas personalidades. Conclui-se que, se não se cuidar do que e como se fala, não olhando e ouvindo o paciente, considerando-o como sujeito, a visita médica pode ser iatrogênica. / How to treat patients is something that can be taught not merely by theory and formal practices, but mainly through the teachers attitudes and how the physician-patient relationship is established. The main goal of this paper is to assess positive or deleterious effects of a group medical visit to patients bedsides at Internal Medicine Infirmary, as visits can improve or worsen anxiety and depression already existing in patients and test a model for hospital medical visits which allocates priority to patients as subjects. 95 patients with ages between 16 and 65 were studied, divided into three groups: one with 36 patients called G0, visiting patients with no discussion at the bedside; another with 34 patients called G1, visited in the infirmary with discussions, and a new, experimental group with 25 patients called G2, with infirmary visits and a new mode of discussion by the bedside, with the patients active participation in the recovery process. The method used was: the day before the visit, all patients underwent the HAD scale to measure anxiety and depression and the pre-visit part of the Questionnaire to Assess Hospitalization. On the day of the visit, after the call, the HAD scale was once again applied to the three groups, and the after visit part of the Questionnaire, using the chart on Feelings and Sensations that are selected to reflect patients feelings during the visit, the Theme Apperception Test - TAT, diagrams 1 and 15 and the Desiderative Questionnaire. Inclusion criteria included: patients with minor or greater chronic diseases extending for more than a week, not exceeding two weeks. The following tests were used for statistical analysis: chi square and Kruskal Wallis. The HAD scale measurements of anxiety and depression before and after the visits did not present significant statistical differences. The G2 experimental group introduced itself and proposed to the patient that he/she sit, avoided using technical terms to discuss the case, explained the measures being set forth to continue treatment and requested authorization to carry out new tests and procedures, heard the patients comments, obtained references on happiness (p= 0,0009) and calmness (p= 0,0058) expressed by patients that were statistically significant when compared to the responses of the other two groups. Group G2 referred to a greater number of positive aspects observed in the medical visits, (p = 0,0186) when compared to groups G0 and G1. The projective psychological enabled the measurement and analysis of the capacity for abstraction and mental elaboration of 52% of the sample, demonstrating that in the 3 groups, 37,68% of the patients had a good ability to elaborate on the impact of hospitalization and the disease, whilst 40% had little capacity when it came to containing or controlling negative aspects in their personalities. The conclusion therefore is that if no caution is taken on how to speak to patients, if physicians do not look at and listen to patients, considering them as subjects, medical visits may be iatrogenic.
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"Efeitos da visita médica nos pacientes da enfermaria da clínica geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo" / Effects of the medical visit in patients of the infirmary of the general clinic of the Hospital of the Clinics of the College of Medicine of the University of São PauloAna Rosa Kisielewski Sancovski 29 May 2002 (has links)
A forma de tratar os pacientes pode ser ensinada não somente pela teoria e prática formais, mas principalmente pelas atitudes do mestre e pela relação médico paciente que ele estabelece. O principal objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos positivos ou deletérios da visita médica em grupo ao leito dos pacientes da Enfermaria da Clínica Médica Geral pois ela pode melhorar ou piorar a ansiedade e a depressão já contidas e instaladas no paciente e testar um modelo de visita médica hospitalar que priorize o paciente enquanto sujeito. Estudaram-se 95 pacientes com idades entre 16 e 65 anos, divididos em três grupos: um com 36 pacientes chamado G0 que passa visita na enfermaria mas não discute à beira do leito; outro com 34 pacientes chamado G1 que passa visita na enfermaria e discute à beira do leito e um novo, experimental, com 25 pacientes chamado G2, com visita na enfermaria e nova forma de discutir ao leito, com participação ativa do paciente em seu processo de recuperação . O Método utilizado foi: todos os pacientes, na véspera da visita, foram submetidos à escala HAD para medir ansiedade e depressão e à parte pré-visita do Questionário de Avaliação da Internação do Paciente da Clínica Médica Geral (QAIPCMG). No dia da visita, após a mesma, reaplicou-se aos três grupos a escala HAD, a parte pós-visita do QAIPCMG , a qual contém um quadro de Sentimentos e Sensações a serem escolhidos como tendo sido sentidos pelos pacientes durante a visita médica, o Teste de Apercepção Temática - TAT, pranchas 1 e 15 e o Questionário Desiderativo. Os critérios de inclusão foram: pacientes com doenças crônicas menores e agudas maiores internados há mais de uma semana e não mais do que duas. Para a análise estatística utilizaram-se os testes: Qui quadrado e Kruskal Wallis. As medidas de ansiedade e depressão da escala HAD pré e pós visita não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. O grupo experimental G2, que se apresentou, propôs ao paciente que se sentasse, não usou termos técnicos para discutir o caso, explicou quais eram as medidas propostas para continuar o tratamento, pediu sua autorização para realizar novos exames e procedimentos, olhou e ouviu suas colocações, obteve referências de alegria (p= 0,0009) e tranqüilidade (p= 0,0058) por parte dos pacientes, estatisticamente significantes quando comparados às respostas dos outros dois grupos. O grupo G2 referiu um número maior de aspectos positivos observados na visita médica, (p = 0,0186) se comparados aos grupos G0 e G1. Os testes psicológicos projetivos possibilitaram medir e analisar as capacidades de abstração e elaboração mental de 52% da amostra, apontando que, nos 3 grupos 37,68% dos pacientes, mostrou boa capacidade para elaborar o impacto da internação e da doença, porém 40% apresentou pouca capacidade para conter aspectos negativos de suas personalidades. Conclui-se que, se não se cuidar do que e como se fala, não olhando e ouvindo o paciente, considerando-o como sujeito, a visita médica pode ser iatrogênica. / How to treat patients is something that can be taught not merely by theory and formal practices, but mainly through the teachers attitudes and how the physician-patient relationship is established. The main goal of this paper is to assess positive or deleterious effects of a group medical visit to patients bedsides at Internal Medicine Infirmary, as visits can improve or worsen anxiety and depression already existing in patients and test a model for hospital medical visits which allocates priority to patients as subjects. 95 patients with ages between 16 and 65 were studied, divided into three groups: one with 36 patients called G0, visiting patients with no discussion at the bedside; another with 34 patients called G1, visited in the infirmary with discussions, and a new, experimental group with 25 patients called G2, with infirmary visits and a new mode of discussion by the bedside, with the patients active participation in the recovery process. The method used was: the day before the visit, all patients underwent the HAD scale to measure anxiety and depression and the pre-visit part of the Questionnaire to Assess Hospitalization. On the day of the visit, after the call, the HAD scale was once again applied to the three groups, and the after visit part of the Questionnaire, using the chart on Feelings and Sensations that are selected to reflect patients feelings during the visit, the Theme Apperception Test - TAT, diagrams 1 and 15 and the Desiderative Questionnaire. Inclusion criteria included: patients with minor or greater chronic diseases extending for more than a week, not exceeding two weeks. The following tests were used for statistical analysis: chi square and Kruskal Wallis. The HAD scale measurements of anxiety and depression before and after the visits did not present significant statistical differences. The G2 experimental group introduced itself and proposed to the patient that he/she sit, avoided using technical terms to discuss the case, explained the measures being set forth to continue treatment and requested authorization to carry out new tests and procedures, heard the patients comments, obtained references on happiness (p= 0,0009) and calmness (p= 0,0058) expressed by patients that were statistically significant when compared to the responses of the other two groups. Group G2 referred to a greater number of positive aspects observed in the medical visits, (p = 0,0186) when compared to groups G0 and G1. The projective psychological enabled the measurement and analysis of the capacity for abstraction and mental elaboration of 52% of the sample, demonstrating that in the 3 groups, 37,68% of the patients had a good ability to elaborate on the impact of hospitalization and the disease, whilst 40% had little capacity when it came to containing or controlling negative aspects in their personalities. The conclusion therefore is that if no caution is taken on how to speak to patients, if physicians do not look at and listen to patients, considering them as subjects, medical visits may be iatrogenic.
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