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Cutícula e ciclo de muda de duas espécies de isópodos terrestres (Crustacea : Isopoda: Oniscidea)Wood, Camila Timm January 2017 (has links)
Os isópodos terrestres possuem uma cutícula protetora que mantém a forma corporal, permite locomoção e comunicação com o ambiente e protege contra dessecação, infecção e predação. Assim como nos demais crustáceos, a cutícula é composta por uma matriz orgânica que é mineralizada com cálcio. A cutícula é uma estrutura versátil que reflete adaptações ambientais e a ampla distribuição geográfica do grupo. Dessa forma, a ultraestrutura e a composição da cutícula variam entre espécies. Isópodos terrestres fazem mudas frequentes ao longo da vida para crescer e/ou renovar receptores de superfície, o que resulta em reabsorção e deposição cuticular constante. Esse grupo apresenta muda bifásica e deposição de placas de cálcio nos esternitos anteriores antes da ecdise como estratégia para reciclar o cálcio corporal. Estudos relacionados à cutícula nesse grupo contemplam a ultraestrutura, a composição e a deposição bem como o efeito de alguns fatores ambientais na muda. No entanto, poucos estudos exploram as ligações entre ecomorfologia e história de vida. Essa tese visa explorar diversos aspectos relacionados à cutícula e a muda de duas espécies neotropicais de isópodos terrestres. Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber foram usados como modelo uma vez que são frequentemente encontrados nas mesmas localidades e diferem em tipo ecomorfológico e estratégias ambientais. No Capítulo I, foram exploradas as estruturas de superfície e a ultraestrutura da cutícula das duas espécies a fim de ver como as diferenças encontradas podem ser relacionadas à história de vida de cada espécie, utilizando técnicas de microscopia. As espécies diferiram em tipo e disposição das estruturas de superfície bem como em espessura e proporção de camadas da cutícula. De maneira geral, as diferenças das estruturas de superfície estão relacionadas à seleção de microhabitat e nicho ecológico. Características cuticulares ajudam a explicar o hábito endógeno de B. glaber e epígeo de A. floridana enquanto que as diferenças em ultraestrutura são relacionadas a estratégias comportamentais e tolerância ambiental. No Capítulo II, o efeito do cálcio alimentar no ciclo de muda das espécies foi testado. Para isso, dieta experimental e análise estrutural da cutícula foram realizadas a fim de entender como diferentes concentrações de cálcio alimentar interferem na duração do ciclo de muda. Peculiaridades na ecdise em A. floridana refletem morfologia específica do animal. A duração da intramuda foi maior em B. glaber assim como a sobrevivência média nos tratamentos. A duração do ciclo de muda foi influenciada pela concentração de cálcio; uma tendência a menor duração do ciclo com o aumento da concentração de cálcio foi observada em B. glaber, enquanto em A. floridana a diferença encontrada foi apenas entre o controle sem cálcio e os demais tratamentos. Não houve efeito da dieta no grau de mineralização ou na ultraestrutura em B. glaber. Independentemente do tratamento, a maior taxa de mortalidade em laboratório parece estar relacionada com o próprio processo de ecdise, com mortalidade acumulada de 20% do início da ecdise até o início da pós-muda para ambas as espécies. No Capítulo III, a secreção da cutícula durante a pré- e pós-muda muda foi observada utilizando microscopia de transmissão. A deposição seguiu o padrão observado para outros isópodos. Entretanto, grânulos eletrondensos presentes no espaço ecdisial durante a pré-muda são provavelmente constituídos de cálcio, sugerindo a reciclagem de cálcio diretamente da cutícula velha para a nova no mesmo segmento. Esses grânulos são depositados nas escamas na nova epicutícula antes da ecdise, sugerindo a presença de cálcio na superfície cuticular das espécies. Além disso, regiões sem a ultraestrutura típica encontrada na pós-muda indicam que há modificação na exocutícula após a ecdise uma vez que a expansão e endurecimento da nova cutícula apenas após a ecdise. De maneira geral, esse trabalho não apenas trouxe novas informações sobre a estrutura cuticular de duas espécies neotropicias, mas também contribuiu para esclarecer conexões entre ecomorfologia e requerimentos biológicos de isópodos terrestres. / Terrestrial isopods have a protective cuticle that maintains body shape, allows locomotion, enables communication with the environment and protects them against desiccation, infection and predation. As in all crustaceans, their cuticle is composed of an organic matrix that is mineralized with calcium. The cuticle is highly versatile reflecting adaptations to environmental conditions and large geographical distribution of this group. Therefore, cuticle ultrastructure and composition vary among species. Terrestrial isopods molt frequently throughout their lives in order to grow and/or renew surface receptors, resulting in constant cuticular resorption and deposition. In this group, this dynamics of cuticle formation is affected by the biphasic molt and by the calcium deposition on sternal deposits prior ecdysis, strategies to recycle body calcium. Studies related to cuticle on this group include ultrastructure, composition and deposition as well as effect of some environmental factors on molting. However, few studies explore connections of ecomorphology and life history of animals. This thesis aimed to explore various aspects of cuticle structure and molting using two Neotropical species of terrestrial isopods. Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber were used as models since they are found in the same locations while differing in ecomorphology and behavioral strategies. In Chapter I, I explored the cuticle surface structures and ultrastructure of both species to see how their differences can be related to each species life history traits, using microscopy techniques. Species differed in surface structures type and disposition, as well as cuticle thickness and layer proportion. Overall, differences in surface structure are related to microhabitat selection and ecological niche. Cuticular features further explain the endogeic habit of B. glaber and epigeic habit of A. floridana, while differences in cuticle ultrastructure relate to behavioral strategies and environmental tolerance. Next, differences on molting cycle and environmental requirements were analyzed. In Chapter II, I tested the effects of dietary calcium on the molting cycle of both species. For that, artificial diet and structural analysis of the cuticle were used to understand how different concentrations of dietary calcium interfere with molt cycle duration. Peculiarities were observed during ecdysis in A. floridana and reflect to specific morphology of the species. Intramolt duration was longer for B. glaber as well as overall survivorship in treatments. Cycle duration was influenced by calcium concentration; a trend of shorter molt cycle length with increasing calcium concentration was observed for B. glaber, while in A. floridana, only difference between control without calcium and other treatments was observed. Degree of mineralization and cuticle ultrastructure of B. glaber showed no difference between treatments. Regardless of treatment or species, higher mortality rate under lab conditions seems to be related to the process of ecdysis itself, with cumulative mortality of 20% from the beginning of ecdysis until the beginning of postmolt. In Chapter III, I used transmission electron microscopy to analyze cuticle secretion in both species during pre- and postmolt stages. Cuticle deposition during premolt followed the same pattern as other terrestrial isopods. Nonetheless, electron dense granules present on the ecdysial space during premolt are likely calcium granules, suggesting the recycling of calcium within the same segment. These granules are deposited on the scales of the new epicuticle prior ecdysis, suggesting the presence of calcium on the cuticular surface of both species. Moreover, regions without typical lamellate ultrastructure during postmolt indicate modification of the exocuticle after ecdysis since expansion and hardening must occur after ecdysis. Overall, this work not only added information on cuticular structure of two Neotropical species but also clarified connections between ecomorphology and biological requirements of terrestrial isopods.
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Desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de Atlantoscia Floridana (van Name, 1940) (Crustacea, Isopoda, Oniscidea) na Reserva Biológia do Lami, Porto Alegre, RSAraujo, Paula Beatriz de January 2003 (has links)
A espécie de isópodo terrestre Atlantoscia floridana (van Name, 1940) tem uma distribuição geográfica conhecida desde os Estados Unidos (Flórida) até o norte da Argentina. No Estado do Rio Grande do Sul a espécie é registrada em muitas localidades, tanto em áreas urbanas como não urbanas. O presente trabalho apresenta dados sobre o desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de A. floridana. As amostragens foram obtidas de ABR/00 a OUT/01 na Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para o estudo do desenvolvimento pós-marsupial, fêmeas ovígeras foram mantidas separadamente em pequenos potes a uma temperatura de 20˚ C ( ±1˚ C). Depois do nascimento cada recém-nascido (manca I) foi mantido separadamente de maneira a observar as mudas subseqüentes. Em um período de aproximadamente 12 horas os animais realizaram a primeira muda. O estágio de manca II durou 9,16 ± 1,57 dias, enquanto manca III durou um período 9,96 ± 1,05 dias. O crescimento foi observado através das medidas da largura do cefalotórax. Os três estágios de manca são descritos, ilustrados e comparados com o adulto. As principais características diagnósticas entre as mancas I, II e III são apresentadas, bem como as coordenadas b/c e d/c dos noduli laterales. De maneira a estudar a diferenciação e tamanho da maturidade sexual, os juvenis foram mantidos em laboratório e medidos da mesma forma como apresentado acima. Os estágios juvenis foram observados e o desenvolvimento dos poros genitais femininos e da genitália masculina foram descritos. Com base na menor fêmea ovígera, a maturidade sexual foi estimada em 1,04mm de largura do cefalotórax. Para os machos uma relação morfométrica entre a largura do cefalotórax e o comprimento da papila genital indicou a maturidade sexual em 0,7mm de largura do cefalotórax. Seis e três estágios juvenis foram reconhecidos para fêmeas e machos, respectivamente. Os machos atingem a maturidade com a idade de um mês e meio e as fêmeas, em torno dos três meses. A curva de crescimento para A. floridana é apresentada com base em dados de campo. Os animais capturados foram sexados, tiveram a largura do cefalotórax medida e o crescimento foi analisado através do modelo de von Bertalanffy. A curva de crescimento para machos e fêmeas é descrita pelas respectivas equações: Wt = 1,303 [1 - e –0,00941 (t + 50,37)] and Wt = 1,682 [1 - e –0,0575 (t + 59,13)]. As curvas mostraram crescimento diferencial entre os sexos com as fêmeas atingindo maior W∝ com uma taxa de crescimento menor. Com a curva de crescimento foi também possível estimar a expectativa de vida para machos e fêmeas. Um total de 7.833 indivíduos foi amostrado ao longo do período de 19 meses. Destes, 2.792 eram machos, 3.400 fêmeas e 1.691 eram mancas. Houve uma diferença significativa entre o tamanho de machos e de fêmeas coletados em 2000 e 2001, com um tamanho médio menor no segundo ano devido a ausência de indivíduos nas classes de maior tamanho. A densidade populacional variou ao longo das estações; a população mínima foi de 131 indivíduos, a máxima 1.040 e a média de 450 m-2. A proporção sexual operacional favoreceu os machos e não mostrou mudança com as estações. Com base na presença de fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ao longo do ano, a reprodução é considerada contínua. Contudo, o pico da reprodução ocorre no outono e na primavera. As fêmeas ovígeras foram medidas (CW=largura do cefalotórax) e o número de ovos foi contado. A fecundidade (F) variou de 5 a 23 ovos (x = 11,18 ± 3.64) por fêmea e é expressa pela regressão F= -18,48 + 22,59 CW, com a largura do cefalotórax variando de 1,04 a 1,68 mm. A mortalidade no marsúpio foi somente 0,91% e a produção de ovos na primavera foi 588 m –2 e durante o outono, 660 m–2. O recrutamento ocorreu em todos os meses e ovos, embriões e mancas marsupiais também estiveram presentes durante todo o ano. Atlantoscia floridana é a espécie de isópodo terrestre dominante na área de estudo, sendo a característica mais notável o seu investimento reprodutivo. / The terrestrial isopod Atlantoscia floridana (van Name, 1940) is known to occur from U.S.A. (Florida) to Argentina. In the southernmost Brazilian State, Rio Grande do Sul, the species is recorded in many localities, urban and non-urban areas. This work provides data on postmarsupial development and ecology of A. floridana. Samplings were taken from APR/00 to OCT/01 at the Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Regarding the study of postmarsupial development, ovigerous females were reared separately in small containers at 20˚ C (±1˚ C). After hatching, the first stages, manca I, was reared separately in order to observe the subsequent moults. After about 12 hours the animals underwent the first moult. Manca II stage lasts 9.16 ± 1.57 days while manca III 9.96 ± 1.05 days. Growth was observed through measurements of cephalothorax width. The three manca stages were described, illustrated, and compared with the adults. The main distinguishing characteristics among mancas I, II and III were presented as well as the b/c and d/c coordinates of the noduli laterales. In order to study the sexual differentiation and size at onset of sexual maturity, juveniles were reared and measured as explained above. The juvenile stages were observed and the development of female genital pores and male genitalia of different juvenile stages described. On the basis of the smallest ovigerous female, sexual maturity was estimated in 1.04mm of cephalothorax width. For males, a morphometric relationship between cephalothorax width and genital papilla length allowed to estimate sexual maturity in 0.7mm of cephalothorax width. Six and three juvenil stages was recognized for females and males, respectively. Males attain maturity with the age of one month and a half and females around three months. The growth curve for A. floridana was presented based on field data. Captured individuals were sexed and had their cephalothorax width measured, with the data analyzed with von Bertalanffy´s model. The growth curves for males and females are described, respectively, by the equations: Wt = 1.303 [1 - e -0.00941 (t + 50.37)] and Wt = 1.682 [1 - e -0.00575 (t + 59.13)]. The curves showed differential growth between the sexes, where females reach a higher W∝ with a slower growth rate. Based on growth curve it was also possible to estimate life expectancy for males and females. A total of 7,833 individuals were sampled along a period of 19 months. Of these, 2,792 were males, 3,400 females and 1,691 were mancas. There was a significant difference between the size of both, males and females collected in 2000 and 2001, which had a smaller average size on the second year because of an absence of individuals on the larger size classes. Population density varied along the seasons; the minimum population was 131 individuals, the maximum 1,040 and the average 450 m-2. The operational sex ratio favoured males and showed no changes with season. Based on the presence of ovigerous and post-ovigerous females throughout the year, reproduction is considered continuous. However, the reproduction peak occurs during autumn and spring. Ovigerous females were measured (CW=cephalothorax width) and the number of eggs was counted. Fecundity (F) varied from 5 to 23 eggs (x=11.18±3.64) per female, and was expressed by the regression F=-18.48+22.59 CW, with the female cephalothorax width varying from 1.04 to 1.68 mm. Marsupial mortality was only 0.91% and egg production in spring was 588 m–2 and during autumn, 660 m–2. Recruitment occurs in all months and eggs, embryos and marsupial mancas are also present all year round. Atlantoscia floridana is the dominant species among terrestrial isopods in the study area, the most remarkable characteristic being its reproductive investment.
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Desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de Atlantoscia Floridana (van Name, 1940) (Crustacea, Isopoda, Oniscidea) na Reserva Biológia do Lami, Porto Alegre, RSAraujo, Paula Beatriz de January 2003 (has links)
A espécie de isópodo terrestre Atlantoscia floridana (van Name, 1940) tem uma distribuição geográfica conhecida desde os Estados Unidos (Flórida) até o norte da Argentina. No Estado do Rio Grande do Sul a espécie é registrada em muitas localidades, tanto em áreas urbanas como não urbanas. O presente trabalho apresenta dados sobre o desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de A. floridana. As amostragens foram obtidas de ABR/00 a OUT/01 na Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para o estudo do desenvolvimento pós-marsupial, fêmeas ovígeras foram mantidas separadamente em pequenos potes a uma temperatura de 20˚ C ( ±1˚ C). Depois do nascimento cada recém-nascido (manca I) foi mantido separadamente de maneira a observar as mudas subseqüentes. Em um período de aproximadamente 12 horas os animais realizaram a primeira muda. O estágio de manca II durou 9,16 ± 1,57 dias, enquanto manca III durou um período 9,96 ± 1,05 dias. O crescimento foi observado através das medidas da largura do cefalotórax. Os três estágios de manca são descritos, ilustrados e comparados com o adulto. As principais características diagnósticas entre as mancas I, II e III são apresentadas, bem como as coordenadas b/c e d/c dos noduli laterales. De maneira a estudar a diferenciação e tamanho da maturidade sexual, os juvenis foram mantidos em laboratório e medidos da mesma forma como apresentado acima. Os estágios juvenis foram observados e o desenvolvimento dos poros genitais femininos e da genitália masculina foram descritos. Com base na menor fêmea ovígera, a maturidade sexual foi estimada em 1,04mm de largura do cefalotórax. Para os machos uma relação morfométrica entre a largura do cefalotórax e o comprimento da papila genital indicou a maturidade sexual em 0,7mm de largura do cefalotórax. Seis e três estágios juvenis foram reconhecidos para fêmeas e machos, respectivamente. Os machos atingem a maturidade com a idade de um mês e meio e as fêmeas, em torno dos três meses. A curva de crescimento para A. floridana é apresentada com base em dados de campo. Os animais capturados foram sexados, tiveram a largura do cefalotórax medida e o crescimento foi analisado através do modelo de von Bertalanffy. A curva de crescimento para machos e fêmeas é descrita pelas respectivas equações: Wt = 1,303 [1 - e –0,00941 (t + 50,37)] and Wt = 1,682 [1 - e –0,0575 (t + 59,13)]. As curvas mostraram crescimento diferencial entre os sexos com as fêmeas atingindo maior W∝ com uma taxa de crescimento menor. Com a curva de crescimento foi também possível estimar a expectativa de vida para machos e fêmeas. Um total de 7.833 indivíduos foi amostrado ao longo do período de 19 meses. Destes, 2.792 eram machos, 3.400 fêmeas e 1.691 eram mancas. Houve uma diferença significativa entre o tamanho de machos e de fêmeas coletados em 2000 e 2001, com um tamanho médio menor no segundo ano devido a ausência de indivíduos nas classes de maior tamanho. A densidade populacional variou ao longo das estações; a população mínima foi de 131 indivíduos, a máxima 1.040 e a média de 450 m-2. A proporção sexual operacional favoreceu os machos e não mostrou mudança com as estações. Com base na presença de fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ao longo do ano, a reprodução é considerada contínua. Contudo, o pico da reprodução ocorre no outono e na primavera. As fêmeas ovígeras foram medidas (CW=largura do cefalotórax) e o número de ovos foi contado. A fecundidade (F) variou de 5 a 23 ovos (x = 11,18 ± 3.64) por fêmea e é expressa pela regressão F= -18,48 + 22,59 CW, com a largura do cefalotórax variando de 1,04 a 1,68 mm. A mortalidade no marsúpio foi somente 0,91% e a produção de ovos na primavera foi 588 m –2 e durante o outono, 660 m–2. O recrutamento ocorreu em todos os meses e ovos, embriões e mancas marsupiais também estiveram presentes durante todo o ano. Atlantoscia floridana é a espécie de isópodo terrestre dominante na área de estudo, sendo a característica mais notável o seu investimento reprodutivo. / The terrestrial isopod Atlantoscia floridana (van Name, 1940) is known to occur from U.S.A. (Florida) to Argentina. In the southernmost Brazilian State, Rio Grande do Sul, the species is recorded in many localities, urban and non-urban areas. This work provides data on postmarsupial development and ecology of A. floridana. Samplings were taken from APR/00 to OCT/01 at the Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Regarding the study of postmarsupial development, ovigerous females were reared separately in small containers at 20˚ C (±1˚ C). After hatching, the first stages, manca I, was reared separately in order to observe the subsequent moults. After about 12 hours the animals underwent the first moult. Manca II stage lasts 9.16 ± 1.57 days while manca III 9.96 ± 1.05 days. Growth was observed through measurements of cephalothorax width. The three manca stages were described, illustrated, and compared with the adults. The main distinguishing characteristics among mancas I, II and III were presented as well as the b/c and d/c coordinates of the noduli laterales. In order to study the sexual differentiation and size at onset of sexual maturity, juveniles were reared and measured as explained above. The juvenile stages were observed and the development of female genital pores and male genitalia of different juvenile stages described. On the basis of the smallest ovigerous female, sexual maturity was estimated in 1.04mm of cephalothorax width. For males, a morphometric relationship between cephalothorax width and genital papilla length allowed to estimate sexual maturity in 0.7mm of cephalothorax width. Six and three juvenil stages was recognized for females and males, respectively. Males attain maturity with the age of one month and a half and females around three months. The growth curve for A. floridana was presented based on field data. Captured individuals were sexed and had their cephalothorax width measured, with the data analyzed with von Bertalanffy´s model. The growth curves for males and females are described, respectively, by the equations: Wt = 1.303 [1 - e -0.00941 (t + 50.37)] and Wt = 1.682 [1 - e -0.00575 (t + 59.13)]. The curves showed differential growth between the sexes, where females reach a higher W∝ with a slower growth rate. Based on growth curve it was also possible to estimate life expectancy for males and females. A total of 7,833 individuals were sampled along a period of 19 months. Of these, 2,792 were males, 3,400 females and 1,691 were mancas. There was a significant difference between the size of both, males and females collected in 2000 and 2001, which had a smaller average size on the second year because of an absence of individuals on the larger size classes. Population density varied along the seasons; the minimum population was 131 individuals, the maximum 1,040 and the average 450 m-2. The operational sex ratio favoured males and showed no changes with season. Based on the presence of ovigerous and post-ovigerous females throughout the year, reproduction is considered continuous. However, the reproduction peak occurs during autumn and spring. Ovigerous females were measured (CW=cephalothorax width) and the number of eggs was counted. Fecundity (F) varied from 5 to 23 eggs (x=11.18±3.64) per female, and was expressed by the regression F=-18.48+22.59 CW, with the female cephalothorax width varying from 1.04 to 1.68 mm. Marsupial mortality was only 0.91% and egg production in spring was 588 m–2 and during autumn, 660 m–2. Recruitment occurs in all months and eggs, embryos and marsupial mancas are also present all year round. Atlantoscia floridana is the dominant species among terrestrial isopods in the study area, the most remarkable characteristic being its reproductive investment.
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Cutícula e ciclo de muda de duas espécies de isópodos terrestres (Crustacea : Isopoda: Oniscidea)Wood, Camila Timm January 2017 (has links)
Os isópodos terrestres possuem uma cutícula protetora que mantém a forma corporal, permite locomoção e comunicação com o ambiente e protege contra dessecação, infecção e predação. Assim como nos demais crustáceos, a cutícula é composta por uma matriz orgânica que é mineralizada com cálcio. A cutícula é uma estrutura versátil que reflete adaptações ambientais e a ampla distribuição geográfica do grupo. Dessa forma, a ultraestrutura e a composição da cutícula variam entre espécies. Isópodos terrestres fazem mudas frequentes ao longo da vida para crescer e/ou renovar receptores de superfície, o que resulta em reabsorção e deposição cuticular constante. Esse grupo apresenta muda bifásica e deposição de placas de cálcio nos esternitos anteriores antes da ecdise como estratégia para reciclar o cálcio corporal. Estudos relacionados à cutícula nesse grupo contemplam a ultraestrutura, a composição e a deposição bem como o efeito de alguns fatores ambientais na muda. No entanto, poucos estudos exploram as ligações entre ecomorfologia e história de vida. Essa tese visa explorar diversos aspectos relacionados à cutícula e a muda de duas espécies neotropicais de isópodos terrestres. Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber foram usados como modelo uma vez que são frequentemente encontrados nas mesmas localidades e diferem em tipo ecomorfológico e estratégias ambientais. No Capítulo I, foram exploradas as estruturas de superfície e a ultraestrutura da cutícula das duas espécies a fim de ver como as diferenças encontradas podem ser relacionadas à história de vida de cada espécie, utilizando técnicas de microscopia. As espécies diferiram em tipo e disposição das estruturas de superfície bem como em espessura e proporção de camadas da cutícula. De maneira geral, as diferenças das estruturas de superfície estão relacionadas à seleção de microhabitat e nicho ecológico. Características cuticulares ajudam a explicar o hábito endógeno de B. glaber e epígeo de A. floridana enquanto que as diferenças em ultraestrutura são relacionadas a estratégias comportamentais e tolerância ambiental. No Capítulo II, o efeito do cálcio alimentar no ciclo de muda das espécies foi testado. Para isso, dieta experimental e análise estrutural da cutícula foram realizadas a fim de entender como diferentes concentrações de cálcio alimentar interferem na duração do ciclo de muda. Peculiaridades na ecdise em A. floridana refletem morfologia específica do animal. A duração da intramuda foi maior em B. glaber assim como a sobrevivência média nos tratamentos. A duração do ciclo de muda foi influenciada pela concentração de cálcio; uma tendência a menor duração do ciclo com o aumento da concentração de cálcio foi observada em B. glaber, enquanto em A. floridana a diferença encontrada foi apenas entre o controle sem cálcio e os demais tratamentos. Não houve efeito da dieta no grau de mineralização ou na ultraestrutura em B. glaber. Independentemente do tratamento, a maior taxa de mortalidade em laboratório parece estar relacionada com o próprio processo de ecdise, com mortalidade acumulada de 20% do início da ecdise até o início da pós-muda para ambas as espécies. No Capítulo III, a secreção da cutícula durante a pré- e pós-muda muda foi observada utilizando microscopia de transmissão. A deposição seguiu o padrão observado para outros isópodos. Entretanto, grânulos eletrondensos presentes no espaço ecdisial durante a pré-muda são provavelmente constituídos de cálcio, sugerindo a reciclagem de cálcio diretamente da cutícula velha para a nova no mesmo segmento. Esses grânulos são depositados nas escamas na nova epicutícula antes da ecdise, sugerindo a presença de cálcio na superfície cuticular das espécies. Além disso, regiões sem a ultraestrutura típica encontrada na pós-muda indicam que há modificação na exocutícula após a ecdise uma vez que a expansão e endurecimento da nova cutícula apenas após a ecdise. De maneira geral, esse trabalho não apenas trouxe novas informações sobre a estrutura cuticular de duas espécies neotropicias, mas também contribuiu para esclarecer conexões entre ecomorfologia e requerimentos biológicos de isópodos terrestres. / Terrestrial isopods have a protective cuticle that maintains body shape, allows locomotion, enables communication with the environment and protects them against desiccation, infection and predation. As in all crustaceans, their cuticle is composed of an organic matrix that is mineralized with calcium. The cuticle is highly versatile reflecting adaptations to environmental conditions and large geographical distribution of this group. Therefore, cuticle ultrastructure and composition vary among species. Terrestrial isopods molt frequently throughout their lives in order to grow and/or renew surface receptors, resulting in constant cuticular resorption and deposition. In this group, this dynamics of cuticle formation is affected by the biphasic molt and by the calcium deposition on sternal deposits prior ecdysis, strategies to recycle body calcium. Studies related to cuticle on this group include ultrastructure, composition and deposition as well as effect of some environmental factors on molting. However, few studies explore connections of ecomorphology and life history of animals. This thesis aimed to explore various aspects of cuticle structure and molting using two Neotropical species of terrestrial isopods. Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber were used as models since they are found in the same locations while differing in ecomorphology and behavioral strategies. In Chapter I, I explored the cuticle surface structures and ultrastructure of both species to see how their differences can be related to each species life history traits, using microscopy techniques. Species differed in surface structures type and disposition, as well as cuticle thickness and layer proportion. Overall, differences in surface structure are related to microhabitat selection and ecological niche. Cuticular features further explain the endogeic habit of B. glaber and epigeic habit of A. floridana, while differences in cuticle ultrastructure relate to behavioral strategies and environmental tolerance. Next, differences on molting cycle and environmental requirements were analyzed. In Chapter II, I tested the effects of dietary calcium on the molting cycle of both species. For that, artificial diet and structural analysis of the cuticle were used to understand how different concentrations of dietary calcium interfere with molt cycle duration. Peculiarities were observed during ecdysis in A. floridana and reflect to specific morphology of the species. Intramolt duration was longer for B. glaber as well as overall survivorship in treatments. Cycle duration was influenced by calcium concentration; a trend of shorter molt cycle length with increasing calcium concentration was observed for B. glaber, while in A. floridana, only difference between control without calcium and other treatments was observed. Degree of mineralization and cuticle ultrastructure of B. glaber showed no difference between treatments. Regardless of treatment or species, higher mortality rate under lab conditions seems to be related to the process of ecdysis itself, with cumulative mortality of 20% from the beginning of ecdysis until the beginning of postmolt. In Chapter III, I used transmission electron microscopy to analyze cuticle secretion in both species during pre- and postmolt stages. Cuticle deposition during premolt followed the same pattern as other terrestrial isopods. Nonetheless, electron dense granules present on the ecdysial space during premolt are likely calcium granules, suggesting the recycling of calcium within the same segment. These granules are deposited on the scales of the new epicuticle prior ecdysis, suggesting the presence of calcium on the cuticular surface of both species. Moreover, regions without typical lamellate ultrastructure during postmolt indicate modification of the exocuticle after ecdysis since expansion and hardening must occur after ecdysis. Overall, this work not only added information on cuticular structure of two Neotropical species but also clarified connections between ecomorphology and biological requirements of terrestrial isopods.
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Cutícula e ciclo de muda de duas espécies de isópodos terrestres (Crustacea : Isopoda: Oniscidea)Wood, Camila Timm January 2017 (has links)
Os isópodos terrestres possuem uma cutícula protetora que mantém a forma corporal, permite locomoção e comunicação com o ambiente e protege contra dessecação, infecção e predação. Assim como nos demais crustáceos, a cutícula é composta por uma matriz orgânica que é mineralizada com cálcio. A cutícula é uma estrutura versátil que reflete adaptações ambientais e a ampla distribuição geográfica do grupo. Dessa forma, a ultraestrutura e a composição da cutícula variam entre espécies. Isópodos terrestres fazem mudas frequentes ao longo da vida para crescer e/ou renovar receptores de superfície, o que resulta em reabsorção e deposição cuticular constante. Esse grupo apresenta muda bifásica e deposição de placas de cálcio nos esternitos anteriores antes da ecdise como estratégia para reciclar o cálcio corporal. Estudos relacionados à cutícula nesse grupo contemplam a ultraestrutura, a composição e a deposição bem como o efeito de alguns fatores ambientais na muda. No entanto, poucos estudos exploram as ligações entre ecomorfologia e história de vida. Essa tese visa explorar diversos aspectos relacionados à cutícula e a muda de duas espécies neotropicais de isópodos terrestres. Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber foram usados como modelo uma vez que são frequentemente encontrados nas mesmas localidades e diferem em tipo ecomorfológico e estratégias ambientais. No Capítulo I, foram exploradas as estruturas de superfície e a ultraestrutura da cutícula das duas espécies a fim de ver como as diferenças encontradas podem ser relacionadas à história de vida de cada espécie, utilizando técnicas de microscopia. As espécies diferiram em tipo e disposição das estruturas de superfície bem como em espessura e proporção de camadas da cutícula. De maneira geral, as diferenças das estruturas de superfície estão relacionadas à seleção de microhabitat e nicho ecológico. Características cuticulares ajudam a explicar o hábito endógeno de B. glaber e epígeo de A. floridana enquanto que as diferenças em ultraestrutura são relacionadas a estratégias comportamentais e tolerância ambiental. No Capítulo II, o efeito do cálcio alimentar no ciclo de muda das espécies foi testado. Para isso, dieta experimental e análise estrutural da cutícula foram realizadas a fim de entender como diferentes concentrações de cálcio alimentar interferem na duração do ciclo de muda. Peculiaridades na ecdise em A. floridana refletem morfologia específica do animal. A duração da intramuda foi maior em B. glaber assim como a sobrevivência média nos tratamentos. A duração do ciclo de muda foi influenciada pela concentração de cálcio; uma tendência a menor duração do ciclo com o aumento da concentração de cálcio foi observada em B. glaber, enquanto em A. floridana a diferença encontrada foi apenas entre o controle sem cálcio e os demais tratamentos. Não houve efeito da dieta no grau de mineralização ou na ultraestrutura em B. glaber. Independentemente do tratamento, a maior taxa de mortalidade em laboratório parece estar relacionada com o próprio processo de ecdise, com mortalidade acumulada de 20% do início da ecdise até o início da pós-muda para ambas as espécies. No Capítulo III, a secreção da cutícula durante a pré- e pós-muda muda foi observada utilizando microscopia de transmissão. A deposição seguiu o padrão observado para outros isópodos. Entretanto, grânulos eletrondensos presentes no espaço ecdisial durante a pré-muda são provavelmente constituídos de cálcio, sugerindo a reciclagem de cálcio diretamente da cutícula velha para a nova no mesmo segmento. Esses grânulos são depositados nas escamas na nova epicutícula antes da ecdise, sugerindo a presença de cálcio na superfície cuticular das espécies. Além disso, regiões sem a ultraestrutura típica encontrada na pós-muda indicam que há modificação na exocutícula após a ecdise uma vez que a expansão e endurecimento da nova cutícula apenas após a ecdise. De maneira geral, esse trabalho não apenas trouxe novas informações sobre a estrutura cuticular de duas espécies neotropicias, mas também contribuiu para esclarecer conexões entre ecomorfologia e requerimentos biológicos de isópodos terrestres. / Terrestrial isopods have a protective cuticle that maintains body shape, allows locomotion, enables communication with the environment and protects them against desiccation, infection and predation. As in all crustaceans, their cuticle is composed of an organic matrix that is mineralized with calcium. The cuticle is highly versatile reflecting adaptations to environmental conditions and large geographical distribution of this group. Therefore, cuticle ultrastructure and composition vary among species. Terrestrial isopods molt frequently throughout their lives in order to grow and/or renew surface receptors, resulting in constant cuticular resorption and deposition. In this group, this dynamics of cuticle formation is affected by the biphasic molt and by the calcium deposition on sternal deposits prior ecdysis, strategies to recycle body calcium. Studies related to cuticle on this group include ultrastructure, composition and deposition as well as effect of some environmental factors on molting. However, few studies explore connections of ecomorphology and life history of animals. This thesis aimed to explore various aspects of cuticle structure and molting using two Neotropical species of terrestrial isopods. Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber were used as models since they are found in the same locations while differing in ecomorphology and behavioral strategies. In Chapter I, I explored the cuticle surface structures and ultrastructure of both species to see how their differences can be related to each species life history traits, using microscopy techniques. Species differed in surface structures type and disposition, as well as cuticle thickness and layer proportion. Overall, differences in surface structure are related to microhabitat selection and ecological niche. Cuticular features further explain the endogeic habit of B. glaber and epigeic habit of A. floridana, while differences in cuticle ultrastructure relate to behavioral strategies and environmental tolerance. Next, differences on molting cycle and environmental requirements were analyzed. In Chapter II, I tested the effects of dietary calcium on the molting cycle of both species. For that, artificial diet and structural analysis of the cuticle were used to understand how different concentrations of dietary calcium interfere with molt cycle duration. Peculiarities were observed during ecdysis in A. floridana and reflect to specific morphology of the species. Intramolt duration was longer for B. glaber as well as overall survivorship in treatments. Cycle duration was influenced by calcium concentration; a trend of shorter molt cycle length with increasing calcium concentration was observed for B. glaber, while in A. floridana, only difference between control without calcium and other treatments was observed. Degree of mineralization and cuticle ultrastructure of B. glaber showed no difference between treatments. Regardless of treatment or species, higher mortality rate under lab conditions seems to be related to the process of ecdysis itself, with cumulative mortality of 20% from the beginning of ecdysis until the beginning of postmolt. In Chapter III, I used transmission electron microscopy to analyze cuticle secretion in both species during pre- and postmolt stages. Cuticle deposition during premolt followed the same pattern as other terrestrial isopods. Nonetheless, electron dense granules present on the ecdysial space during premolt are likely calcium granules, suggesting the recycling of calcium within the same segment. These granules are deposited on the scales of the new epicuticle prior ecdysis, suggesting the presence of calcium on the cuticular surface of both species. Moreover, regions without typical lamellate ultrastructure during postmolt indicate modification of the exocuticle after ecdysis since expansion and hardening must occur after ecdysis. Overall, this work not only added information on cuticular structure of two Neotropical species but also clarified connections between ecomorphology and biological requirements of terrestrial isopods.
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Desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de Atlantoscia Floridana (van Name, 1940) (Crustacea, Isopoda, Oniscidea) na Reserva Biológia do Lami, Porto Alegre, RSAraujo, Paula Beatriz de January 2003 (has links)
A espécie de isópodo terrestre Atlantoscia floridana (van Name, 1940) tem uma distribuição geográfica conhecida desde os Estados Unidos (Flórida) até o norte da Argentina. No Estado do Rio Grande do Sul a espécie é registrada em muitas localidades, tanto em áreas urbanas como não urbanas. O presente trabalho apresenta dados sobre o desenvolvimento pós-marsupial e ecologia populacional de A. floridana. As amostragens foram obtidas de ABR/00 a OUT/01 na Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para o estudo do desenvolvimento pós-marsupial, fêmeas ovígeras foram mantidas separadamente em pequenos potes a uma temperatura de 20˚ C ( ±1˚ C). Depois do nascimento cada recém-nascido (manca I) foi mantido separadamente de maneira a observar as mudas subseqüentes. Em um período de aproximadamente 12 horas os animais realizaram a primeira muda. O estágio de manca II durou 9,16 ± 1,57 dias, enquanto manca III durou um período 9,96 ± 1,05 dias. O crescimento foi observado através das medidas da largura do cefalotórax. Os três estágios de manca são descritos, ilustrados e comparados com o adulto. As principais características diagnósticas entre as mancas I, II e III são apresentadas, bem como as coordenadas b/c e d/c dos noduli laterales. De maneira a estudar a diferenciação e tamanho da maturidade sexual, os juvenis foram mantidos em laboratório e medidos da mesma forma como apresentado acima. Os estágios juvenis foram observados e o desenvolvimento dos poros genitais femininos e da genitália masculina foram descritos. Com base na menor fêmea ovígera, a maturidade sexual foi estimada em 1,04mm de largura do cefalotórax. Para os machos uma relação morfométrica entre a largura do cefalotórax e o comprimento da papila genital indicou a maturidade sexual em 0,7mm de largura do cefalotórax. Seis e três estágios juvenis foram reconhecidos para fêmeas e machos, respectivamente. Os machos atingem a maturidade com a idade de um mês e meio e as fêmeas, em torno dos três meses. A curva de crescimento para A. floridana é apresentada com base em dados de campo. Os animais capturados foram sexados, tiveram a largura do cefalotórax medida e o crescimento foi analisado através do modelo de von Bertalanffy. A curva de crescimento para machos e fêmeas é descrita pelas respectivas equações: Wt = 1,303 [1 - e –0,00941 (t + 50,37)] and Wt = 1,682 [1 - e –0,0575 (t + 59,13)]. As curvas mostraram crescimento diferencial entre os sexos com as fêmeas atingindo maior W∝ com uma taxa de crescimento menor. Com a curva de crescimento foi também possível estimar a expectativa de vida para machos e fêmeas. Um total de 7.833 indivíduos foi amostrado ao longo do período de 19 meses. Destes, 2.792 eram machos, 3.400 fêmeas e 1.691 eram mancas. Houve uma diferença significativa entre o tamanho de machos e de fêmeas coletados em 2000 e 2001, com um tamanho médio menor no segundo ano devido a ausência de indivíduos nas classes de maior tamanho. A densidade populacional variou ao longo das estações; a população mínima foi de 131 indivíduos, a máxima 1.040 e a média de 450 m-2. A proporção sexual operacional favoreceu os machos e não mostrou mudança com as estações. Com base na presença de fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ao longo do ano, a reprodução é considerada contínua. Contudo, o pico da reprodução ocorre no outono e na primavera. As fêmeas ovígeras foram medidas (CW=largura do cefalotórax) e o número de ovos foi contado. A fecundidade (F) variou de 5 a 23 ovos (x = 11,18 ± 3.64) por fêmea e é expressa pela regressão F= -18,48 + 22,59 CW, com a largura do cefalotórax variando de 1,04 a 1,68 mm. A mortalidade no marsúpio foi somente 0,91% e a produção de ovos na primavera foi 588 m –2 e durante o outono, 660 m–2. O recrutamento ocorreu em todos os meses e ovos, embriões e mancas marsupiais também estiveram presentes durante todo o ano. Atlantoscia floridana é a espécie de isópodo terrestre dominante na área de estudo, sendo a característica mais notável o seu investimento reprodutivo. / The terrestrial isopod Atlantoscia floridana (van Name, 1940) is known to occur from U.S.A. (Florida) to Argentina. In the southernmost Brazilian State, Rio Grande do Sul, the species is recorded in many localities, urban and non-urban areas. This work provides data on postmarsupial development and ecology of A. floridana. Samplings were taken from APR/00 to OCT/01 at the Reserva Biológica do Lami, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Regarding the study of postmarsupial development, ovigerous females were reared separately in small containers at 20˚ C (±1˚ C). After hatching, the first stages, manca I, was reared separately in order to observe the subsequent moults. After about 12 hours the animals underwent the first moult. Manca II stage lasts 9.16 ± 1.57 days while manca III 9.96 ± 1.05 days. Growth was observed through measurements of cephalothorax width. The three manca stages were described, illustrated, and compared with the adults. The main distinguishing characteristics among mancas I, II and III were presented as well as the b/c and d/c coordinates of the noduli laterales. In order to study the sexual differentiation and size at onset of sexual maturity, juveniles were reared and measured as explained above. The juvenile stages were observed and the development of female genital pores and male genitalia of different juvenile stages described. On the basis of the smallest ovigerous female, sexual maturity was estimated in 1.04mm of cephalothorax width. For males, a morphometric relationship between cephalothorax width and genital papilla length allowed to estimate sexual maturity in 0.7mm of cephalothorax width. Six and three juvenil stages was recognized for females and males, respectively. Males attain maturity with the age of one month and a half and females around three months. The growth curve for A. floridana was presented based on field data. Captured individuals were sexed and had their cephalothorax width measured, with the data analyzed with von Bertalanffy´s model. The growth curves for males and females are described, respectively, by the equations: Wt = 1.303 [1 - e -0.00941 (t + 50.37)] and Wt = 1.682 [1 - e -0.00575 (t + 59.13)]. The curves showed differential growth between the sexes, where females reach a higher W∝ with a slower growth rate. Based on growth curve it was also possible to estimate life expectancy for males and females. A total of 7,833 individuals were sampled along a period of 19 months. Of these, 2,792 were males, 3,400 females and 1,691 were mancas. There was a significant difference between the size of both, males and females collected in 2000 and 2001, which had a smaller average size on the second year because of an absence of individuals on the larger size classes. Population density varied along the seasons; the minimum population was 131 individuals, the maximum 1,040 and the average 450 m-2. The operational sex ratio favoured males and showed no changes with season. Based on the presence of ovigerous and post-ovigerous females throughout the year, reproduction is considered continuous. However, the reproduction peak occurs during autumn and spring. Ovigerous females were measured (CW=cephalothorax width) and the number of eggs was counted. Fecundity (F) varied from 5 to 23 eggs (x=11.18±3.64) per female, and was expressed by the regression F=-18.48+22.59 CW, with the female cephalothorax width varying from 1.04 to 1.68 mm. Marsupial mortality was only 0.91% and egg production in spring was 588 m–2 and during autumn, 660 m–2. Recruitment occurs in all months and eggs, embryos and marsupial mancas are also present all year round. Atlantoscia floridana is the dominant species among terrestrial isopods in the study area, the most remarkable characteristic being its reproductive investment.
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Ocorrência e distribuição de isópodos terrestres (Crustacea: Oniscidea) em três ambientes florestais na Serra Geral, Rio Grande do SulBugs, Priscila da Silva January 2010 (has links)
A subordem Oniscidea Latreille, 1829 é a única ordem de Isopoda que abriga espécies verdadeiramente terrestres. Formam um importante e dominante componente nas comunidades de meso e macro-decompositores de solo. Suas atividades causam um impacto considerável na decomposição através da promoção da respiração microbial e alterações na química dos detritos. No presente estudo investigou-se a abundância, diversidade e composição de espécies de isópodos terrestres em três formações vegetais, na Serra Geral do Rio Grande do Sul – Brasil. A área compreende duas formações espontâneas (Mata Primária e Mata Secundária) e área de plantação de Pinus abandonada, em estágio de sucessão. Para cada área, foram consideradas duas subáreas, contendo dois transectos com 5 armadilhas de queda em cada um, as quais ficaram operantes de 2001 a 2002. Os dados obtidos possibilitaram a realização de inferências sobre as características populacionais apresentadas por duas espécies: Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana é a espécie mais frequente nas três áreas: 145 indivíduos em Mata Primária, 194 em Mata Secundária e 105 em plantações de Pinus. Balloniscus glaber apresentou abundância de 80 indivíduos em Mata Primária, 82 em Mata Secundária e um indivíduo em plantações de Pinus. A Análise de Similaridade revelou diferença quantitativa entre as áreas, mas não diferença qualitativa. Foram identificados Doubletons para mata primária (Alboscia silveirensis) e plantação de Pinus (Benthana araucariana) e Singletons para a mata secundária (A. silveirensis, B. araucariana e Styloniscus otakensis) e plantação de Pinus (B. glaber). Obteve-se também o registro de uma Duplicata (A. silveirensis) para mata primária e secundária. A Proporção Sexual Operacional (OSR) de A. floridana seguido do Teste G, não verificou diferença entre a proporção sexual apresentada dentro das áreas ou em relação ao esperado 1:1. Atlantoscia floridana apresentou correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole para as três áreas. A menor fêmea ovígera foi encontrada em área de Pinus (0.968mm). Fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ocorreram nas estações de verão, outono e primavera (Mata Primária e Plantação de Pinus) e nas quatro estações (Mata Secundária). Quanto à abundância de A. floridana não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem em todas as áreas. Para Balloniscus glaber a Proporção Sexual Operacional (OSR) seguido do Teste G verificou diferença quanto à proporção esperada de 1:1, mas não diferença entre as áreas. Não foi apresentada correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole na Mata Primária e Mata Secundária. Fêmeas ovígeras e pósovígeras ocorreram nas estações de verão e outono (Mata Primária e Mata Secundária). Quanto à abundância B. glaber não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem na Mata Primária e Mata Secundária. Em Plantação de Pinus ocorreu o registro de somente uma fêmea no verão de 2001. A menor fêmea ovígera foi encontrada em Mata Primária. / The suborder Oniscidea Latreille, 1829 is the only Isopoda order that has truly terrestrial species. This group is an important and dominant portion of the soil meso and macro faunal community. Their activity causes considerable impact in decomposition through the increase on microbial respiration and detritus chemical alteration. The present study investigated the abundance, diversity, and species composition of terrestrial isopods in three vegetal formations in the Serra Geral of Rio Grande do Sul – Brazil. The area comprises two spontaneous formations (primary and secondary forests) and an abandoned Pinus plantation in succession stage. For each area, two sub-areas were taken into account; constituting two transects containing 10 pitfall traps each, that where kept during 2001 and 2002. The obtained data permitted inferences regarding the population characteristics of two species: Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana was the most frequent species in the three areas: 145 individuals in primary forest, 194 in secondary forest and 105 in Pinus plantation. Balloniscus glaber presented an abundance of 80 individuals in primary forest, 82 in secondary forest and one individual in Pinus plantation. The similarity analysis revealed quantitative but not qualitative difference between the areas. Doubletons were identified in primary forest (Alboscia silveirensis) and Pinus plantation (Benthana araucariana) and Singletons were identified for secondary forest (A. silveirensis, B. araucariana and Styloniscus otakensis) and Pinus plantation (B. glaber). One Duplicata (A. silveirensis) was also registered for primary and secondary forest. The operational sexual proportion (OSR) of A. floridana followed by G Test was not different between observed and expected 1:1 sexual proportion in the areas. Atlantoscia floridana presented significant correlation between female size and offspring number in the three areas. The smallest ovigerous female was found in the area with Pinus (0.968mm). There was no difference in the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer, fall and spring (primary forest and Pinus plantation) or in the four seasons (secondary forest). Regarding the abundance of Atlantoscia floridana, there was no significant difference between the different areas. Individuals of all classes were present in all areas. The OSR of B. glaber had no significant difference between the sampled number of females and males. Through G Test it was verified difference from the expected 1:1 proportion, but no difference between the areas. There was no significant correlation between female size and offspring number for primary and secondary forest. There was no significant difference regarding the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer and fall (primary and secondary forest). There was no significant difference in abundance of B. glaber between the areas. Individuals of all classes were present in primary and secondary forest. In Pinus plantation, there was only one female in the summer of 2001. The smallest ovigerous female was found in primary forest.
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Ocorrência e distribuição de isópodos terrestres (Crustacea: Oniscidea) em três ambientes florestais na Serra Geral, Rio Grande do SulBugs, Priscila da Silva January 2010 (has links)
A subordem Oniscidea Latreille, 1829 é a única ordem de Isopoda que abriga espécies verdadeiramente terrestres. Formam um importante e dominante componente nas comunidades de meso e macro-decompositores de solo. Suas atividades causam um impacto considerável na decomposição através da promoção da respiração microbial e alterações na química dos detritos. No presente estudo investigou-se a abundância, diversidade e composição de espécies de isópodos terrestres em três formações vegetais, na Serra Geral do Rio Grande do Sul – Brasil. A área compreende duas formações espontâneas (Mata Primária e Mata Secundária) e área de plantação de Pinus abandonada, em estágio de sucessão. Para cada área, foram consideradas duas subáreas, contendo dois transectos com 5 armadilhas de queda em cada um, as quais ficaram operantes de 2001 a 2002. Os dados obtidos possibilitaram a realização de inferências sobre as características populacionais apresentadas por duas espécies: Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana é a espécie mais frequente nas três áreas: 145 indivíduos em Mata Primária, 194 em Mata Secundária e 105 em plantações de Pinus. Balloniscus glaber apresentou abundância de 80 indivíduos em Mata Primária, 82 em Mata Secundária e um indivíduo em plantações de Pinus. A Análise de Similaridade revelou diferença quantitativa entre as áreas, mas não diferença qualitativa. Foram identificados Doubletons para mata primária (Alboscia silveirensis) e plantação de Pinus (Benthana araucariana) e Singletons para a mata secundária (A. silveirensis, B. araucariana e Styloniscus otakensis) e plantação de Pinus (B. glaber). Obteve-se também o registro de uma Duplicata (A. silveirensis) para mata primária e secundária. A Proporção Sexual Operacional (OSR) de A. floridana seguido do Teste G, não verificou diferença entre a proporção sexual apresentada dentro das áreas ou em relação ao esperado 1:1. Atlantoscia floridana apresentou correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole para as três áreas. A menor fêmea ovígera foi encontrada em área de Pinus (0.968mm). Fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ocorreram nas estações de verão, outono e primavera (Mata Primária e Plantação de Pinus) e nas quatro estações (Mata Secundária). Quanto à abundância de A. floridana não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem em todas as áreas. Para Balloniscus glaber a Proporção Sexual Operacional (OSR) seguido do Teste G verificou diferença quanto à proporção esperada de 1:1, mas não diferença entre as áreas. Não foi apresentada correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole na Mata Primária e Mata Secundária. Fêmeas ovígeras e pósovígeras ocorreram nas estações de verão e outono (Mata Primária e Mata Secundária). Quanto à abundância B. glaber não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem na Mata Primária e Mata Secundária. Em Plantação de Pinus ocorreu o registro de somente uma fêmea no verão de 2001. A menor fêmea ovígera foi encontrada em Mata Primária. / The suborder Oniscidea Latreille, 1829 is the only Isopoda order that has truly terrestrial species. This group is an important and dominant portion of the soil meso and macro faunal community. Their activity causes considerable impact in decomposition through the increase on microbial respiration and detritus chemical alteration. The present study investigated the abundance, diversity, and species composition of terrestrial isopods in three vegetal formations in the Serra Geral of Rio Grande do Sul – Brazil. The area comprises two spontaneous formations (primary and secondary forests) and an abandoned Pinus plantation in succession stage. For each area, two sub-areas were taken into account; constituting two transects containing 10 pitfall traps each, that where kept during 2001 and 2002. The obtained data permitted inferences regarding the population characteristics of two species: Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana was the most frequent species in the three areas: 145 individuals in primary forest, 194 in secondary forest and 105 in Pinus plantation. Balloniscus glaber presented an abundance of 80 individuals in primary forest, 82 in secondary forest and one individual in Pinus plantation. The similarity analysis revealed quantitative but not qualitative difference between the areas. Doubletons were identified in primary forest (Alboscia silveirensis) and Pinus plantation (Benthana araucariana) and Singletons were identified for secondary forest (A. silveirensis, B. araucariana and Styloniscus otakensis) and Pinus plantation (B. glaber). One Duplicata (A. silveirensis) was also registered for primary and secondary forest. The operational sexual proportion (OSR) of A. floridana followed by G Test was not different between observed and expected 1:1 sexual proportion in the areas. Atlantoscia floridana presented significant correlation between female size and offspring number in the three areas. The smallest ovigerous female was found in the area with Pinus (0.968mm). There was no difference in the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer, fall and spring (primary forest and Pinus plantation) or in the four seasons (secondary forest). Regarding the abundance of Atlantoscia floridana, there was no significant difference between the different areas. Individuals of all classes were present in all areas. The OSR of B. glaber had no significant difference between the sampled number of females and males. Through G Test it was verified difference from the expected 1:1 proportion, but no difference between the areas. There was no significant correlation between female size and offspring number for primary and secondary forest. There was no significant difference regarding the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer and fall (primary and secondary forest). There was no significant difference in abundance of B. glaber between the areas. Individuals of all classes were present in primary and secondary forest. In Pinus plantation, there was only one female in the summer of 2001. The smallest ovigerous female was found in primary forest.
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Ocorrência e distribuição de isópodos terrestres (Crustacea: Oniscidea) em três ambientes florestais na Serra Geral, Rio Grande do SulBugs, Priscila da Silva January 2010 (has links)
A subordem Oniscidea Latreille, 1829 é a única ordem de Isopoda que abriga espécies verdadeiramente terrestres. Formam um importante e dominante componente nas comunidades de meso e macro-decompositores de solo. Suas atividades causam um impacto considerável na decomposição através da promoção da respiração microbial e alterações na química dos detritos. No presente estudo investigou-se a abundância, diversidade e composição de espécies de isópodos terrestres em três formações vegetais, na Serra Geral do Rio Grande do Sul – Brasil. A área compreende duas formações espontâneas (Mata Primária e Mata Secundária) e área de plantação de Pinus abandonada, em estágio de sucessão. Para cada área, foram consideradas duas subáreas, contendo dois transectos com 5 armadilhas de queda em cada um, as quais ficaram operantes de 2001 a 2002. Os dados obtidos possibilitaram a realização de inferências sobre as características populacionais apresentadas por duas espécies: Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana é a espécie mais frequente nas três áreas: 145 indivíduos em Mata Primária, 194 em Mata Secundária e 105 em plantações de Pinus. Balloniscus glaber apresentou abundância de 80 indivíduos em Mata Primária, 82 em Mata Secundária e um indivíduo em plantações de Pinus. A Análise de Similaridade revelou diferença quantitativa entre as áreas, mas não diferença qualitativa. Foram identificados Doubletons para mata primária (Alboscia silveirensis) e plantação de Pinus (Benthana araucariana) e Singletons para a mata secundária (A. silveirensis, B. araucariana e Styloniscus otakensis) e plantação de Pinus (B. glaber). Obteve-se também o registro de uma Duplicata (A. silveirensis) para mata primária e secundária. A Proporção Sexual Operacional (OSR) de A. floridana seguido do Teste G, não verificou diferença entre a proporção sexual apresentada dentro das áreas ou em relação ao esperado 1:1. Atlantoscia floridana apresentou correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole para as três áreas. A menor fêmea ovígera foi encontrada em área de Pinus (0.968mm). Fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ocorreram nas estações de verão, outono e primavera (Mata Primária e Plantação de Pinus) e nas quatro estações (Mata Secundária). Quanto à abundância de A. floridana não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem em todas as áreas. Para Balloniscus glaber a Proporção Sexual Operacional (OSR) seguido do Teste G verificou diferença quanto à proporção esperada de 1:1, mas não diferença entre as áreas. Não foi apresentada correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole na Mata Primária e Mata Secundária. Fêmeas ovígeras e pósovígeras ocorreram nas estações de verão e outono (Mata Primária e Mata Secundária). Quanto à abundância B. glaber não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem na Mata Primária e Mata Secundária. Em Plantação de Pinus ocorreu o registro de somente uma fêmea no verão de 2001. A menor fêmea ovígera foi encontrada em Mata Primária. / The suborder Oniscidea Latreille, 1829 is the only Isopoda order that has truly terrestrial species. This group is an important and dominant portion of the soil meso and macro faunal community. Their activity causes considerable impact in decomposition through the increase on microbial respiration and detritus chemical alteration. The present study investigated the abundance, diversity, and species composition of terrestrial isopods in three vegetal formations in the Serra Geral of Rio Grande do Sul – Brazil. The area comprises two spontaneous formations (primary and secondary forests) and an abandoned Pinus plantation in succession stage. For each area, two sub-areas were taken into account; constituting two transects containing 10 pitfall traps each, that where kept during 2001 and 2002. The obtained data permitted inferences regarding the population characteristics of two species: Atlantoscia floridana and Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana was the most frequent species in the three areas: 145 individuals in primary forest, 194 in secondary forest and 105 in Pinus plantation. Balloniscus glaber presented an abundance of 80 individuals in primary forest, 82 in secondary forest and one individual in Pinus plantation. The similarity analysis revealed quantitative but not qualitative difference between the areas. Doubletons were identified in primary forest (Alboscia silveirensis) and Pinus plantation (Benthana araucariana) and Singletons were identified for secondary forest (A. silveirensis, B. araucariana and Styloniscus otakensis) and Pinus plantation (B. glaber). One Duplicata (A. silveirensis) was also registered for primary and secondary forest. The operational sexual proportion (OSR) of A. floridana followed by G Test was not different between observed and expected 1:1 sexual proportion in the areas. Atlantoscia floridana presented significant correlation between female size and offspring number in the three areas. The smallest ovigerous female was found in the area with Pinus (0.968mm). There was no difference in the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer, fall and spring (primary forest and Pinus plantation) or in the four seasons (secondary forest). Regarding the abundance of Atlantoscia floridana, there was no significant difference between the different areas. Individuals of all classes were present in all areas. The OSR of B. glaber had no significant difference between the sampled number of females and males. Through G Test it was verified difference from the expected 1:1 proportion, but no difference between the areas. There was no significant correlation between female size and offspring number for primary and secondary forest. There was no significant difference regarding the abundance of ovigerous and post ovigerous females. Both females were present in the samples from summer and fall (primary and secondary forest). There was no significant difference in abundance of B. glaber between the areas. Individuals of all classes were present in primary and secondary forest. In Pinus plantation, there was only one female in the summer of 2001. The smallest ovigerous female was found in primary forest.
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