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Manguezais do sistema estuarino de Santos (SP): Estrutura e produção de Serapilheira / Mangroves of Santos Estuarine System (SP): Structure and Litter Production

Schmiegelow, João Marcos Miragaia 13 November 2009 (has links)
Informações sobre a fitossociologia e produção de serapilheira foram obtidas em 20 transversais distribuídas ao longo dos manguezais do sistema estuarino de Santos. Em cada transversal avaliou-se a estrutura do bosque em quatro parcelas de 100 m2 e a produção mensal da serapilheira coletada em 12 cestos ao longo de um ano. Analisou-se o conjunto de dados principalmente no nível de paisagem, encontrando-se que os descritores fitossociológicos não revelaram diferenças significativas ao longo do gradiente de inundação, embora ao mesmo tempo, os bosques tenham mostrado grandes variações desses descritores. As espécies Rhizophora mangle e Avicennia schaueriana mostraram valores de importância (sensu Curtis) estatisticamente iguais e substancialmente maiores que de Laguncularia racemosa. A produção de serapilheira, ao contrário, mostrou diferença significativa conforme a distância da água. O conjunto de dados foi submetido à análise de agrupamento e de componentes principais. A análise conjunta desses resultados permitiu verificar que os bosques foram agrupados, em quatro grupos: um com características de bosque mais maduro, outro bem mais jovem e os outros dois grupos revelaram-se intermediários e menos definidos. Verificou-se que a grande diversidade estrutural observada pode ser atribuída fundamentalmente ao fato do manguezal do sistema estuarino de Santos estar implantado em um ambiente com geomorfologia complexa, com inúmeros canais, oito bacias de drenagem e pluviosidade diferenciada conforme a distância da Serra do Mar. Isso gera um ambiente hídrico muito variado ao longo dos canais, de forma que essas diferenças no ambiente amplificam as diferenças naturalmente já encontradas nos ecossistemas de manguezal. Eventuais impactos antrópicos sobre este sistema podem ser fatores adicionais para explicar a diversidade estrutural observada. / Information about the phytosociology and litter production were obtained in 20 transects distributed along the mangroves of Santos estuarine system. The forest structure in each transect was evaluated in four parcels of 100 m2 and the monthly litter production was collected in 12 baskets through one year. The data set was analyzed mainly under landscape aspect. The phytosociologic descriptors did not reveal significant differences along the flood gradient, but at the same time, the mangrove forests showed wide variations in these descriptors. Rhizophora mangle and Avicennia schaueriana presented statistically equal importance values (sensu Curtis) which were higher than those of Laguncularia racemosa. Litter production showed significant difference according to the water distance. Data set was submitted to cluster and principal components analysis. The joint analysis of these results indicated four groups: one with mature forest characteristics, other with young forest characteristics whereas the other two groups revealed intermediate and less defined characteristics. The large structural diversity found can be attributed mainly to the fact of the Santos estuarine system to present a complex geomorphology with countless channels, eight drainage basins and differentiated rainfall according to Serra do Mar distance, which produces a widely variable hydrologic environment along the channels. In such a way these environmental variability amplify the differences naturally found in the mangrove ecosystems. Eventual anthropic impacts on this system can be additional factors to explain the observed diversity structure.
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Manguezais do sistema estuarino de Santos (SP): Estrutura e produção de Serapilheira / Mangroves of Santos Estuarine System (SP): Structure and Litter Production

João Marcos Miragaia Schmiegelow 13 November 2009 (has links)
Informações sobre a fitossociologia e produção de serapilheira foram obtidas em 20 transversais distribuídas ao longo dos manguezais do sistema estuarino de Santos. Em cada transversal avaliou-se a estrutura do bosque em quatro parcelas de 100 m2 e a produção mensal da serapilheira coletada em 12 cestos ao longo de um ano. Analisou-se o conjunto de dados principalmente no nível de paisagem, encontrando-se que os descritores fitossociológicos não revelaram diferenças significativas ao longo do gradiente de inundação, embora ao mesmo tempo, os bosques tenham mostrado grandes variações desses descritores. As espécies Rhizophora mangle e Avicennia schaueriana mostraram valores de importância (sensu Curtis) estatisticamente iguais e substancialmente maiores que de Laguncularia racemosa. A produção de serapilheira, ao contrário, mostrou diferença significativa conforme a distância da água. O conjunto de dados foi submetido à análise de agrupamento e de componentes principais. A análise conjunta desses resultados permitiu verificar que os bosques foram agrupados, em quatro grupos: um com características de bosque mais maduro, outro bem mais jovem e os outros dois grupos revelaram-se intermediários e menos definidos. Verificou-se que a grande diversidade estrutural observada pode ser atribuída fundamentalmente ao fato do manguezal do sistema estuarino de Santos estar implantado em um ambiente com geomorfologia complexa, com inúmeros canais, oito bacias de drenagem e pluviosidade diferenciada conforme a distância da Serra do Mar. Isso gera um ambiente hídrico muito variado ao longo dos canais, de forma que essas diferenças no ambiente amplificam as diferenças naturalmente já encontradas nos ecossistemas de manguezal. Eventuais impactos antrópicos sobre este sistema podem ser fatores adicionais para explicar a diversidade estrutural observada. / Information about the phytosociology and litter production were obtained in 20 transects distributed along the mangroves of Santos estuarine system. The forest structure in each transect was evaluated in four parcels of 100 m2 and the monthly litter production was collected in 12 baskets through one year. The data set was analyzed mainly under landscape aspect. The phytosociologic descriptors did not reveal significant differences along the flood gradient, but at the same time, the mangrove forests showed wide variations in these descriptors. Rhizophora mangle and Avicennia schaueriana presented statistically equal importance values (sensu Curtis) which were higher than those of Laguncularia racemosa. Litter production showed significant difference according to the water distance. Data set was submitted to cluster and principal components analysis. The joint analysis of these results indicated four groups: one with mature forest characteristics, other with young forest characteristics whereas the other two groups revealed intermediate and less defined characteristics. The large structural diversity found can be attributed mainly to the fact of the Santos estuarine system to present a complex geomorphology with countless channels, eight drainage basins and differentiated rainfall according to Serra do Mar distance, which produces a widely variable hydrologic environment along the channels. In such a way these environmental variability amplify the differences naturally found in the mangrove ecosystems. Eventual anthropic impacts on this system can be additional factors to explain the observed diversity structure.
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Biogeoquímica de zonas de manguezal dos estuários dos rios una, pardo e jequitinhonha – sul da bahia/brasil: avaliação do gênero avicennia como bioindicador de qualidade ambiental

Aragão, Maria Verônica dos Santos 29 May 2015 (has links)
Submitted by Gisele Mara Hadlich (gisele@ufba.br) on 2018-04-23T14:58:31Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.pdf: 2043753 bytes, checksum: 37e38ef4e94ea4b01fd1b60bf76cfd20 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-23T14:58:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.pdf: 2043753 bytes, checksum: 37e38ef4e94ea4b01fd1b60bf76cfd20 (MD5) / O objetivo dessa pesquisa foi correlacionar a concentração média dos elementos químicos Na, Mg, K, Ca, P, Fe, Mn, Zn, e Cu obtidos nas folhas, na função de nutriente mineral, com a morfologia e biometria foliar (comprimento e largura) em plantas de mangue do gênero Avicennia. As áreas de estudo foram georeferenciadas. A coleta foi realizada em uma única campanha de campo em cinco (5) pontos ao longo do baixo curso dos rios Una e Pardo dos municípios de Una e Canavieiras respectivamente situados na região Litoral Sul, Estado da Bahia/Brasil, para a espécie Avicennia schaueriana, e em seis (6) pontos no delta do rio Jequitinhonha, município de Belmonte, situado na região Extremo Sul, desse mesmo Estado, para a espécie Avicennia germinans. Em cada ponto de coleta foram medidos os parâmetros físicos pH e salinidade. Em laboratório, foi avaliada e quantificada a presença de alterações na morfologia tais como: herbivoria necrose, perfuração e galha e, logo depois, realizada a biometria foliar. Em seguida as amostras foram liofilizadas, trituradas, encaminhadas à digestão ácida para determinação de teor químico e tratamento estatístico. Os resultados obtidos foram tratados de forma distinta, originando duas (2) avaliações as quais foram apresentadas sob forma de artigos científicos. Em Una, o pH revelou-se ser levemente ácido a levemente alcalino e salinidade média de 20, já em Pardo apresentou-se de ácido a levemente ácido e salinidade média de 24. Nesses dois manguezais foi observado que a herbivoria apresentou o maior percentual em relação às demais alterações morfológicas em todos os pontos de coleta. A média geral do comprimento e da largura foliar em Una foi maior que em Pardo, mesmo esse último manguezal ter apresentado maior teor médio geral para todos os nutrientes estudados, exceto o K e o Fe. Em Una, para os macros foi obtido: Na>Mg>K>Ca>P, para os micros: Fe>Mn>Zn>Cu, já em Pardo obteve-se: Na>Mg>Ca>K>P para os macros, e Fe>Mn>Zn>Cu para os micros, observando-se variação intra-específica entre o K e o Ca em ambientes distintos. De um modo geral, esse dois manguezais, apresentaram fortes correlações positivas entre os micros e os macros nutrientes minerais. A exemplo de Una do Zn com Na, Mg e Ca, já em Pardo o Mn com K e Ca, e o Zn com Na, K e Ca. Em Una houve a formação de três (3) fatores, com autovalores>= 1, que juntos explicaram 94,42% de variância total dos dados. Em Pardo, também com três (3) fatores de autovalores>= 1 que, juntos explicaram 93,14% de variância total dos dados. Em Jequitinhonha, os resultados obtidos mostraram que o pH, revelou-se ácido a levemente alcalino e salinidade média de 21. Dos seis pontos de coleta, o primeiro apresentou o maior percentual de folhas herbivoradas e totalizou a maior média de todos os tipos de alterações morfológicas, já no quinto ponto obteve-se o menor percentual de folhas herbivoradas. Análises comparativas mostraram que, o comprimento e a largura foliar apresentaram forte correlação positiva com Na, Ca e P, já com Zn moderada e positiva. Nesse manguezal para os macros obteve-se: Na>K>Mg>Ca>P, já para os micros constatou-se: Fe>Mn>Zn>Cu. A razão média de K/Na e de Ca/Mg foi de 0,3. Não ficaram evidenciadas nesse estudo, entre micronutrientes, fortes correlações positivas, exceto o Cu com o Fe e o Cu com o Zn. De um modo geral, os nutrientes não apresentaram fortes correlações positivas entre macros e micros. Por fim, houve a formação de quatro fatores com autovalores>= 1 que juntos explicaram 94,32% de variância total dos dados.
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Avaliação da eficiência de modelos de remediação aplicados em sedimentos de manguezal impactados por atividades petrolíferas

Moreira, Ícaro Thiago Andrade 20 May 2011 (has links)
Jorge Alberto Triguis - Co-orientador / Submitted by Hora Fontes Nadja Maria (pospetro@ufba.br) on 2012-11-12T18:21:30Z No. of bitstreams: 1 DISSERTA_I MOREIRA.pdf: 1806645 bytes, checksum: 757eb56794b6d7e64a698191a0baf519 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-11-12T18:21:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTA_I MOREIRA.pdf: 1806645 bytes, checksum: 757eb56794b6d7e64a698191a0baf519 (MD5) Previous issue date: 2011-05-20 / FAPESB, FINEP/CTPetro-Petrobras-CNPq / Neste estudo foi desenvolvido um experimento em escala piloto, durante 03 meses com intuito de avaliar a eficiência de 03 modelos diferentes de remediação (Biorremediação Intrínseca – microorganismos autóctones, Fitorremediação com Avicennia schaueriana – mangue preto e Fitorremediação com Rizophora mangle – mangue vermelho) para aplicação em sedimentos de manguezal contaminados por hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP's) e metais traços. Após 90 dias, uma maior eficiência na remoção de compostos orgânicos de sedimentos foi observada nos modelos da Fitorremediação (87% de remoção para a R. mangle e 89% para A. schaueriana). Em relação às diferentes frações foi observado que os três modelos avaliados apresentaram eficiência equivalente na remoção da fração 3A (C16-23), contudo quando se avaliou às frações 3B (C23-34) e 4 (C34-40) os dois modelos de Fitorremediação foram muito superiores. Esta maior eficiência na descontaminação pelas plantas foi reforçada com os resultados de crescimento das bactérias nas rizosferas, atingindo uma média máxima de 31 x10 6 UFC g -1 para o mangue vermelho e 16 x 10 6 para o mangue preto, enquanto que o modelo aplicado apenas com microorganismos obteve uma média máxima de 8,8 x 10 6 , demonstrando a capacidade das espécies vegetais utilizadas na fitoestimulação. A presença dos metais pesados não apresentou relação direta com a degradação dos hidrocarbonetos na Biorremediação Intrínseca, com exceção do cobre (Cu) que pode ter inibido uma maior degradação pelos microorganismos autóctones. Já nos modelos da Fitorremediação o mangue vermelho apresentou correlação positiva entre a degradação dos hidrocarbonetos e alguns metais (Cu, Zn, Cr, Ni), e com o mangue preto foram observadas com outros metais (Ni e Al). Foi observado um maior crescimento das plantas expostas a sedimentos contaminados em comparação com as cultivadas em sedimentos de referência nos dois modelos da Fitorremediação, sugerindo uma boa adaptação. Os dados mostraram que os dois modelos de Fitorremediação foram mais eficazes do que à Biorremediação Intrínseca na degradação de HTP's, tornando-se uma opção promissora ecologicamente correta na aplicação da técnica em áreas de manguezal impactadas por atividades petrolíferas. / Salvador
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Avaliação da eficiência de modelos de remediação aplicados em sedimentos de manguezal impactados por atividades petrolíferas.

Moreira, Ícaro Thiago Andrade 22 February 2011 (has links)
Submitted by Gisele Mara Hadlich (gisele@ufba.br) on 2017-11-30T14:23:39Z No. of bitstreams: 1 ICARO_MOREIRA-DIssertação Final - Revisão - Profa Gisele.pdf: 1806645 bytes, checksum: 757eb56794b6d7e64a698191a0baf519 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-30T14:23:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ICARO_MOREIRA-DIssertação Final - Revisão - Profa Gisele.pdf: 1806645 bytes, checksum: 757eb56794b6d7e64a698191a0baf519 (MD5) / Neste estudo foi desenvolvido um experimento em escala piloto, durante 03 meses com intuito de avaliar a eficiência de 03 modelos diferentes de remediação (Biorremediação Intrínseca – microorganismos autóctones, Fitorremediação com Avicennia schaueriana – mangue preto e Fitorremediação com Rizophora mangle – mangue vermelho) para aplicação em sedimentos de manguezal contaminados por hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP's) e metais traços. Após 90 dias, uma maior eficiência na remoção de compostos orgânicos de sedimentos foi observada nos modelos da Fitorremediação (87% de remoção para a R. mangle e 89% para A. schaueriana). Em relação às diferentes frações foi observado que os três modelos avaliados apresentaram eficiência equivalente na remoção da fração 3A (C16-23), contudo quando se avaliou às frações 3B (C23-34) e 4 (C34-40) os dois modelos de Fitorremediação foram muito superiores. Esta maior eficiência na descontaminação pelas plantas foi reforçada com os resultados de crescimento das bactérias nas rizosferas, atingindo uma média máxima de 31 x106 UFC g-1 para o mangue vermelho e 16 x 106 para o mangue preto, enquanto que o modelo aplicado apenas com microorganismos obteve uma média máxima de 8,8 x 106, demonstrando a capacidade das espécies vegetais utilizadas na fitoestimulação. A presença dos metais pesados não apresentou relação direta com a degradação dos hidrocarbonetos na Biorremediação Intrínseca, com exceção do cobre (Cu) que pode ter inibido uma maior degradação pelos microorganismos autóctones. Já nos modelos da Fitorremediação o mangue vermelho apresentou correlação positiva entre a degradação dos hidrocarbonetos e alguns metais (Cu, Zn, Cr, Ni), e com o mangue preto foram observadas com outros metais (Ni e Al). Foi observado um maior crescimento das plantas expostas a sedimentos contaminados em comparação com as cultivadas em sedimentos de referência nos dois modelos da Fitorremediação, sugerindo uma boa adaptação. Os dados mostraram que os dois modelos de Fitorremediação foram mais eficazes do que à Biorremediação Intrínseca na degradação de HTP's, tornando-se uma opção promissora ecologicamente correta na aplicação da técnica em áreas de manguezal impactadas por atividades petrolíferas.
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Fenologia, ecologia da polinização e reprodução de espécies de manguezal, no município de Goiana - PE

Correia de Lima Nadia, Tarcila 31 January 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:03:29Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo4343_1.pdf: 5467353 bytes, checksum: 9c8ea9ec1f9b661dd0e5052f75bc12f6 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O manguezal é um ecossistema tropical das regiões litorâneas e estuarinas, importante como abrigo e local de reprodução de animais marinhos e para o aumento da produtividade de comunidades vizinhas. Sua vegetação, o mangue, é composta por poucas espécies com características peculiares, tais como viviparidade e raízes relacionadas às trocas gasosas. Há poucos estudos que abordam os padrões fenológicos e os sistemas de polinização e reprodução das espécies de mangue, sendo fundamentais para manejo e conservação desse ecossistema. Portanto, nesta Tese, análises sobre esses aspectos foram feitas em uma área de manguezal em Pernambuco, Nordeste do Brasil, para melhor compreensão da dinâmica de comunidade. A fenologia reprodutiva das quatro espécies de mangue ocorrentes na área, Avicennia schuaeriana (Acanthaceae), Conocarpus erectus, Laguncularia racemosa (Combretaceae) e Rhizophora mangle (Rhizophoraceae) foi acompanhada mensalmente durante quatro anos. Os sistemas de polinização e reprodução também foram investigados para cada espécie. A floração na comunidade seguiu um padrão contínuo bimodal, com picos nas duas estações, seca e chuvosa. A frutificação também foi contínua, porém sazonal unimodal, com pico na estação chuvosa. Rhizophora mangle é anemófila, apresentando padrões de floração e de frutificação contínuos. As outras três espécies possuem sistema de polinização generalista, sendo visitadas pelos mesmos grupos de polinizadores, abelhas, borboletas, moscas e vespas, sendo a mosca Palpada albifrons a principal polinizadora das três espécies entomófilas. A floração dessas espécies é seqüenciada ao longo do ano, havendo sobreposição, porém, com picos em épocas distintas, possibilitando a permanência dos polinizadores na comunidade e favorecendo o sucesso reprodutivo por meio da facilitação. Todas as espécies de mangue foram autocompatíveis, sendo a maioria autógama, com exceção de A. schaueriana. Contudo, a maior formação de frutos ocorreu sob condições naturais em todas as espécies de mangue, mostrando a importância dos vetores de polinização, seja abiótico ou biótico. Apesar da autocompatibilidade, cada espécie apresentou uma estratégia reprodutiva que favorece a polinização cruzada e conseqüentemente a manutenção da variabilidade genética na população, tais como protandria em A. schaueriana e R. mangle, ginodioicia em L. racemosa e andromonoicia associada à protoginia em C. erectus

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