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A relevância do córtex pré-frontal no transtorno obsessivo compulsivo

Sucolotti, Geferson Otavio January 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T19:04:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000390126-Texto+Completo-0.pdf: 1072080 bytes, checksum: 51366b8be1a9f9666d0b753c07db3091 (MD5) Previous issue date: 2007 / A recent studies about functional neuroimage, brain image and neurosurgery are showing a possibility of Frontal Orbital Cortex (FOC ) to be related to Compulsive Obssesive Disorder (OCD) phisiopathology. Although related studies are in initial stages, the frontal disorder could take them to a poor performance in neuropsychological tests during frontal functions analysis. Due to that, we could have some influential autonomic alterations, by the somatic mark theory, when they have to make some decisions and use work memory. Goal: The present studies have the following aims: 1) To analyse autonomic answers through Skin Electrical Conduntance (SEC) under relax and individual stress with OCD and controls 2) To check individual performances during neuropsychological tests and also possible relations among OCD answers, relaxing and stress. 3) To check the relations between autonomic intensity and results from neuropsychological tests. 4) To analyse the connection between OCD and autonomic answers under relax and stress. 5) To check the relation between OCD intensity and results during neuropsychological avaliations. Patients and methods: We studied 58 persons, 28 with OCD method, by the DSM – IV criteria and 30 controls. All submited to anamnese interviews, diagnostic interviews, critical OCD, Depression and anxiety and also neuropsychological frontal function avaliations (FAZ, Stroop, WCST, Trail and Concentrated Attention), stress and relax. Statistic tests matching OCD groups and SEC groups, performance neuropsychological tests and psychiatrist scales. Also the relations between using medicines during the process or not comparing with psychiatrist scales and connections with OCD groups. Connections among neuropsychological test results and OCD intensity, use of medication during the process. Results: We could see a considerable average improvement over the stress comparing to relax in both groups: OCD (P= 0,038), Controls (P=0,001) there was no difference between relax (P=0,950) and stress (P=0,744) in both groups. About the neuropsychological tests, only WCST performance with OCD patients was poor comparing to group Control (P=0,002). Neither groups OCD or Control there was considerable relation during tests. No relations among SEC and scores (nr. of symptoms) on YBOCS scale, Hamilton Anxiety Scale (HAMA). Hamilton Depression Scale (HAMD) neither OCD persons or controls. No relation during the process and SEC, in both relax (P=0,778) and setress (P=0,760).Conclusion: There was a Phisiologycal Alteration of the autonomic function comparing with OCD patients, it seems they concentrated in specific tasks, specially the ones connecting with impetuous inhibition and strategic changes, analyzed by WCST. At the same time the process time does not have any influence on SEC and neuropsychological tests it is possible (OCD), will have a potential balance alterations on somatic markers due to frontal alterations. / Estudos recentes de neuroimagem funcional, imagem cerebral e neurocirurgia vêm revelando a possibilidade do Córtex Orbital Frontal (COF) estar relacionado a fisiopatologia do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Porém, o estudo destas relações ainda está num estágio inicial. Da mesma forma esta disfunção frontal levaria estes indivíduos a terem urna performance mais pobre em testes neuropsicológicos que avaliam funções frontais. Devido a isto, haveria alterações autonômicas que influenciariam, segundo a teoria dos marcadores somáticos, em dificuldades na tomada de decisões e memória de trabalho. Objetivo: o presente estudo elegeu os seguintes objetivos: 1) avaliar as respostas autonômicas, através da Condutância Elétrica da Pele (CEP), sob relaxamento e sob estresse, em indivíduos com TOC e controles. 2) Verificar a performance destes indivíduos nos testes neuropsicológicos, assim como, as possíveis relações entre estas performances com as respostas da CEP sob relaxamento e sob estresse. 3) lnvestigar a existência de relação entre a intensidade de resposta autonômica com os resultados dos testes neuropsicológicos que avaliam funções executivas. 4) Investigar a existência de relação entre a severidade do TOC e resposta autonômica sob relaxamento e estresse. 5) Averiguar a existência de relação entre severidade do TOC e resultados em avaliação neuropsicológica que avaliam funções executivas. Pacientes e métodos: foram estudados 58 indivíduos. 28 com TOC, segundo critérios do DSM-IV e 30 controles. Todos os sujeitos foram submetidos a urna entrevista de anamnese, entrevista diagnostica, a escalas de severidade de TOC, Depressão e de Ansiedade, bem como avaliação neuropsicológica de funções frontais (FAZ, Stroop, WCST, Trail e Atenção Concentrada) e de CEP sob relaxamento e estresse. Testes estatísticos compararam o grupo com TOC e o Controle quanto a CEP, a performance dos testes neuropsicológicos e as escalas psiquiátricas. Também foram feitas correlações entre a CEP com os testes neuropsicológicos, com as escalas psiquiátricas, com o uso ou não de medicação, o período da doença e com as variáveis sócio-demográficas do grupo TOC. Também foram avaliadas as correlações entre os resultados dos testes neuropsicológicos com a severidade do TOC, uso de medicação e período da doença. Resultados: Houve um aumento significativo da media da condutância sob stress em comparação com o relaxamento, tanto no grupo TOC (p=0,038), quanto nos Controles (p=0,00l). Por outro lado, não houve diferença significativa entre as condutâncias em repouso (p=0,95O) e nem sob estresse (p=0,744) entre os dois grupos. Com relação aos testes neuropsicológicos somente no Wisconsin (WCST) a performance dos sujeitos com TOC mostrou-se significativamente mais pobre do que a do grupo Controle (p=0,002). Nem no grupo TOC e nem no grupo Controle houve uma correlação significativa entre os parâmetros de condutância e o desempenho nos testes. Não foram observadas correlações significativas entre a CEP e os escores (número de sintomas) na escala YBOCS, Escala Hamilton para Ansiedade (HAMA), Escala Hamilton para Depressão (HAMD), nem nos indivíduos com TOC e, naturalmente, nem nos controles. Não houve correlação significativa entre a duração da doença e a CEP, tanto em relaxamento (p=0,778) quanto em estresse (p=0,760). Da mesma forma, não foi observada, correlação com o desempenho nos testes. Conclusão: Existe uma modificação fisiológica da função autonômica mensurada pela (CEP), tanto nos indivíduos com TOC quanto nos controles, quando submetidos a uma situação de estresse.O prejuízo das funções executivas nos sujeitos com TOC parecem se concentrar em tarefas mais Especificas, especialmente ligadas a inibição de impulsos e mudança de estratégias, conforme examinadas pelo WCST. Da mesma forma, o per lodo de duração e intensidade do sintoma da doença não influencia na CEP e nos testes neuropsicológicos. E possível que a marcada participação de sistemas relacionados a ansiedade no TOC contrabalance potenciais alterações nos marcadores somáticos decorrentes de alterações frontais.
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Relação entre o comportamento agressivo e/ou violento e alterações na neuroimagem: revisão sistemática

Terra, Osmar Gasparini January 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T19:03:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000436292-Texto+Completo-0.pdf: 804834 bytes, checksum: 5514355d098ba33bd90c4716b2ffa7c5 (MD5) Previous issue date: 2009 / Studies of the neurobiology of aggression suggest that, in general, higher levels of aggression are associated with abnormal brain structure and function. However, the relationship between brain abnormalities and aggression has not been studied systematically, but several lines of evidence imply that abnormal function in brain different regions may be associated with aggression and psychopathy. Objective: The aim of our study was to systematically review the reported studies that addressed this topic – brain abnormalities and aggression – in an effort to clarify the available evidence and develop hypotheses for future studies.Methodological Issues: Medline and PsycINFO data bases from 1987 to 2008 was searched to identify studies of structural and functional brain imaging of persons who engaged in aggressive behavior. The term "violence" was used in many of the articles reviewed, and throughout we use the authors' terminology when describing each study and report the study design. We considered for this review only case-control or cohort studies. In conducting the review, we made an effort to distinguish those studies that included patients with child abuse history. Also, we evaluate case-control studies with (1) aggression-violence “possible” or “probable” and (2) functional studies with functional MRI or PET which include activation task of patients with certain or probable aggressive behavior.Results: Our search identified 30 published studies (29 case-control and 01 cohort) comparing structural brain imaging of violent and nonviolent persons. Some results are inconsistent and contradictory. This situation is primarily due to varying definitions of violence, characteristics of the samples, and the use of different measures to tap neurobiological correlates of violent behavior. The samples in the studies reviewed were generally small, for instance some studies did not include a comparison group of healthy participants. Conclusion: In conclusion, our review highlights evidence that among people with violent or antisocial behavior as compared with those with no such history, had abnormalities in different brain areas most in the frontal lobes including the orbito-frontal, pre-frontal and anterior cingulated cortex among others. These findings also indicate the necessity of future researches taking account not only of the onset and persistence of the aggressive behavior but also gender of the protagonist, child abuse history and larger and more homogeneous samples. / Estudos sobre a neurobiologia do comportamento violento sugerem que, em geral, altos níveis de agressão estão associados com anormalidades estruturais e funcionais do cérebro. Entretanto, a relação entre anormalidades cerebrais e agressão, ainda não foi sistematicamente estudada, mas são muitas as evidências de que o funcionamento anormal de diferentes regiões do cérebro possa estar associado com a agressão e psicopatia. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo fazer uma revisão sistemática, de relatos da literatura, sobre anormalidades cerebrais e agressão, na tentativa de identificar as evidências disponíveis e desenvolver hipóteses para estudos futuros.Metodologia: Foram utilizadas as bases de dados do Medline e PsycINFO de 1987 a 2008, com intuito de identificar estudos que se referissem ao comportamento agressivo e/ou violento com evidências de anormalidades na neuroimagem. Foram utilizados os descritores "Aggression"[Mesh] OR "Violence"[Mesh] AND "Diagnostic Imaging"[Mesh], limitando-se aos estudos em seres humanos e aos trabalhos publicados em Inglês, Francês, Espanhol e Português. O termo violência foi usado em muitos dos artigos revisados, e em todo o texto usamos a terminologia dos autores, quando descrevem seus estudos e informam sobre seu desenho. Consideramos para esta revisão somente estudos de caso-controle ou de coorte. Na revisão fizemos um esforço buscando estudos que tivessem incluído pacientes com história de abuso na infância. Nos artigos selecionados, foi realizado o Teste de Relevância para definir a inclusão ou não do estudo nessa análise. Paralelamente foram avaliados dois outros grupos de estudos caso-controle: (1) com agressividade-violência “possível” ou “provável” e neuroimagem, (2) com agressividade-violência “explicitada” ou “possível”, mas que objetivavam estudos funcionais com ressonância magnética ou PET utilizando testes de ativação por imagem ou farmacológicos.Resultados: Nossa pesquisa identificou 30 estudos publicados (29 de caso-controle e 1 de coorte), sempre procurando encontrar a comparação de imagens cerebrais de pessoas violentas com não-violentas. Alguns resultados foram inconsistentes ou contraditórios. Tal circunstância é causada, primariamente, pela variação de definições de violência, característica dessas amostras, e pelo uso de diferentes medidas para explorar correlações neurobiológicas do comportamento violento. As amostras, nos estudos revisados, são geralmente pequenas. Alguns estudos não incluem uma comparação com grupos de pacientes saudáveis. Foi detectado somente 1 trabalho, entre os 30 avaliados, vinculando alterações cerebrais com exame de imagem e trauma na infância. Em relação aos exames de imagem do cérebro, em 29 dos 30 trabalhos selecionados evidenciaram alterações morfológicas e/ou funcionais de determinadas áreas do cérebro predominando nas pessoas com comportamento violento, quando comparadas aos grupos controles.Conclusão: Nossa revisão ressaltou que entre pessoas com comportamento violento e anti-social, quando comparadas com pessoas sem essa história, apresentam anormalidades cerebrais, estruturais e funcionais, em maior quantidade. A maior parte aparece nos lobos frontais, incluindo as áreas órbito-frontal, pré-frontal, e do cíngulo anterior, e em menor quantidade no lobo temporal, entre outras. Entretanto, devido à heterogeneidade dos trabalhos analisados, foi difícil estabelecer padrões e generalizar informações sobre alterações cerebrais, detectadas pelos exames de neuroimagem. Esses achados também indicaram a necessidade de futuros estudos, que considerem não somente a agressão e a persistência do comportamento agressivo, mas também o gênero do protagonista, além de história de abuso na infância, trabalhando com amostras maiores e mais homogêneas.
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Interação entre as áreas funcionais do sistema visual e do sistema vestibular: estudo com RMF e EGV

Justina, Hellen Mathei Della 21 February 2014 (has links)
CAPES, CNPq / O equilíbrio estático corporal é comandado por três sistemas sensoriais: o sistema vestibular, responsável pelas informações sobre a posição e os movimentos da cabeça; o sistema visual, que informa a posição espacial dos objetos em relação ao nosso corpo; e o sistema proprioceptivo, que controla a postura e a movimentação corporal. Estes três sistemas devem funcionar sempre em sintonia, caso contrário, o indivíduo apresentará problemas de equilíbrio. Dessa forma, é importante caracterizar as regiões corticais, bem como suas interações, envolvidas neste processo. Para isto, é necessário a utilização de técnicas de neuroimagem funcional, sendo a ressonância magnética funcional (RMf) uma das técnicas mais utilizadas neste campo nos dias de hoje. Entretanto, uma grande parte dos experimentos de RMf requer o uso de aparelhos eletrônicos para produzir estimulações somatosensoriais no corpo humano, onde a principal dificuldade é o seu ambiente hostil aos circuitos eletrônicos. A estimulação galvânica vestibular é um dos métodos mais utilizados para estimular o sistema vestibular. Esta consiste em fornecer uma corrente de baixa amplitude diretamente nas aferências vestibulares, a qual atua no disparo dos neurônios vestibulares primários atingindo principalmente as aferências otolíticas e as fibras dos canais semicirculares. O objetivo deste trabalho é analisar e avaliar as áreas cerebrais envolvidas com as estimulações visual e galvânica vestibular e suas interações, utilizando a técnica de RMf e um estimulador galvânico vestibular. Para tanto, como primeira etapa desta pesquisa, validou-se in vivo um estimulador galvânico vestibular. O estimulador elétrico não interferiu de forma significativa na qualidade das imagens de ressonância magnética e pode ser utilizado com segurança nos experimentos de RMf. Testes foram realizados para determinar um eletrodo suficientemente confortável para o voluntário durante a estimulação galvânica vestibular e que não causasse artefato nas imagens. Após estas etapas concluídas, 24 voluntários foram selecionados para realizarem três tarefas: uma puramente visual (um tabuleiro de xadrez piscante no centro da tela), uma puramente vestibular (pela aplicação da estimulação galvânica vestibular) e uma simultânea, com a apresentação em conjunto dos estímulos visual e vestibular. A estimulação puramente visual mostrou ativação dos córtices visual primário e associativo, enquanto que a estimulação puramente vestibular levou a ativação das principais áreas envolvidas com a função multimodal do sistema vestibular, como o córtex parietoinsular vestibular, o lóbulo parietal inferior, o giro temporal superior, o giro pré-central e o cerebelo. A estimulação simultânea dos sistemas visual e vestibular resultou na ativação dos giros frontal médio e inferior. Além do padrão de interação visual-vestibular inibitório recíproco ter sido mais evidente durante a condição simultânea, observou-se que as regiões frontais (córtex dorsomedial pré-frontal e giro frontal superior) estão envolvidas com o processamento da função executiva quando existem informações conflitantes dos sistemas visual e vestibular. / The static body equilibrium is controlled by three sensory systems: the vestibular system, responsible for informing the position and the movements of the head; the visual system, which informs the spatial objects position relative to the body; and the proprioceptive system, which controls posture and body movements. These three systems must always work in harmony, otherwise the individual will present balance problems. Thus, it is important to characterize the cortical regions, as well as their interactions, involved in this process. For this it is necessary to use functional neuroimaging techniques, the functional magnetic resonance imaging (fMRI) is one of the most used techniques in this field nowadays. However, a large fMRI experiments require the use of electronic devices for producing somatosensory stimulation in the human body, where the main difficulty is its hostile environment for electronic circuits. The galvanic vestibular stimulation is one of the most used methods to stimulate the vestibular system. This stimulation consist of applying a low current amplitude directly on vestibular afferents, which acts firing the primary vestibular neurons, affecting the otolithic afferents and the semicircular canals fibers. The objective of this work is to evaluate and analyze the brain areas involved with visual and galvanic vestibular stimulations and their interactions using fMRI. Therefore, as a first step of this research, a galvanic vestibular stimulator was validated in vivo. The electrical stimulator did not interfere in a significance way on magnetic resonance images quality and could be safely used in fMRI experiments. Tests were performed to select an electrode sufficiently comfortable for the volunteer during the galvanic vestibular stimulation and that do not cause artifacts in the images. After completed these steps, 24 subjects were selected to perform three tasks: a purely visual (a flashing checkerboard in the center of the screen), a purely vestibular (with application of galvanic vestibular stimulation) and a simultaneous, presenting the visual and vestibular stimuli together. The purely visual stimulation showed activation of the primary and associative visual cortices, while the purely vestibular stimulation led to activation of areas involved in multimodal function of the vestibular system, such as the parieto-insular vestibular cortex, the inferior parietal lobe, the superior temporal gyrus, the precentral gyrus and the cerebellum. The simultaneous stimulation of visual and vestibular systems resulted in activation of the middle and inferior frontal gyri. In addition to the reciprocal inhibitory visualvestibular interaction pattern had been more evident during the simultaneous condition, it was observed that frontal regions (dorsomedial prefrontal cortex and superior frontal gyrus) are involved with the executive function processing when there is conflicting information of visual and vestibular systems.
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Interação entre as áreas funcionais do sistema visual e do sistema vestibular: estudo com RMF e EGV

Justina, Hellen Mathei Della 21 February 2014 (has links)
CAPES, CNPq / O equilíbrio estático corporal é comandado por três sistemas sensoriais: o sistema vestibular, responsável pelas informações sobre a posição e os movimentos da cabeça; o sistema visual, que informa a posição espacial dos objetos em relação ao nosso corpo; e o sistema proprioceptivo, que controla a postura e a movimentação corporal. Estes três sistemas devem funcionar sempre em sintonia, caso contrário, o indivíduo apresentará problemas de equilíbrio. Dessa forma, é importante caracterizar as regiões corticais, bem como suas interações, envolvidas neste processo. Para isto, é necessário a utilização de técnicas de neuroimagem funcional, sendo a ressonância magnética funcional (RMf) uma das técnicas mais utilizadas neste campo nos dias de hoje. Entretanto, uma grande parte dos experimentos de RMf requer o uso de aparelhos eletrônicos para produzir estimulações somatosensoriais no corpo humano, onde a principal dificuldade é o seu ambiente hostil aos circuitos eletrônicos. A estimulação galvânica vestibular é um dos métodos mais utilizados para estimular o sistema vestibular. Esta consiste em fornecer uma corrente de baixa amplitude diretamente nas aferências vestibulares, a qual atua no disparo dos neurônios vestibulares primários atingindo principalmente as aferências otolíticas e as fibras dos canais semicirculares. O objetivo deste trabalho é analisar e avaliar as áreas cerebrais envolvidas com as estimulações visual e galvânica vestibular e suas interações, utilizando a técnica de RMf e um estimulador galvânico vestibular. Para tanto, como primeira etapa desta pesquisa, validou-se in vivo um estimulador galvânico vestibular. O estimulador elétrico não interferiu de forma significativa na qualidade das imagens de ressonância magnética e pode ser utilizado com segurança nos experimentos de RMf. Testes foram realizados para determinar um eletrodo suficientemente confortável para o voluntário durante a estimulação galvânica vestibular e que não causasse artefato nas imagens. Após estas etapas concluídas, 24 voluntários foram selecionados para realizarem três tarefas: uma puramente visual (um tabuleiro de xadrez piscante no centro da tela), uma puramente vestibular (pela aplicação da estimulação galvânica vestibular) e uma simultânea, com a apresentação em conjunto dos estímulos visual e vestibular. A estimulação puramente visual mostrou ativação dos córtices visual primário e associativo, enquanto que a estimulação puramente vestibular levou a ativação das principais áreas envolvidas com a função multimodal do sistema vestibular, como o córtex parietoinsular vestibular, o lóbulo parietal inferior, o giro temporal superior, o giro pré-central e o cerebelo. A estimulação simultânea dos sistemas visual e vestibular resultou na ativação dos giros frontal médio e inferior. Além do padrão de interação visual-vestibular inibitório recíproco ter sido mais evidente durante a condição simultânea, observou-se que as regiões frontais (córtex dorsomedial pré-frontal e giro frontal superior) estão envolvidas com o processamento da função executiva quando existem informações conflitantes dos sistemas visual e vestibular. / The static body equilibrium is controlled by three sensory systems: the vestibular system, responsible for informing the position and the movements of the head; the visual system, which informs the spatial objects position relative to the body; and the proprioceptive system, which controls posture and body movements. These three systems must always work in harmony, otherwise the individual will present balance problems. Thus, it is important to characterize the cortical regions, as well as their interactions, involved in this process. For this it is necessary to use functional neuroimaging techniques, the functional magnetic resonance imaging (fMRI) is one of the most used techniques in this field nowadays. However, a large fMRI experiments require the use of electronic devices for producing somatosensory stimulation in the human body, where the main difficulty is its hostile environment for electronic circuits. The galvanic vestibular stimulation is one of the most used methods to stimulate the vestibular system. This stimulation consist of applying a low current amplitude directly on vestibular afferents, which acts firing the primary vestibular neurons, affecting the otolithic afferents and the semicircular canals fibers. The objective of this work is to evaluate and analyze the brain areas involved with visual and galvanic vestibular stimulations and their interactions using fMRI. Therefore, as a first step of this research, a galvanic vestibular stimulator was validated in vivo. The electrical stimulator did not interfere in a significance way on magnetic resonance images quality and could be safely used in fMRI experiments. Tests were performed to select an electrode sufficiently comfortable for the volunteer during the galvanic vestibular stimulation and that do not cause artifacts in the images. After completed these steps, 24 subjects were selected to perform three tasks: a purely visual (a flashing checkerboard in the center of the screen), a purely vestibular (with application of galvanic vestibular stimulation) and a simultaneous, presenting the visual and vestibular stimuli together. The purely visual stimulation showed activation of the primary and associative visual cortices, while the purely vestibular stimulation led to activation of areas involved in multimodal function of the vestibular system, such as the parieto-insular vestibular cortex, the inferior parietal lobe, the superior temporal gyrus, the precentral gyrus and the cerebellum. The simultaneous stimulation of visual and vestibular systems resulted in activation of the middle and inferior frontal gyri. In addition to the reciprocal inhibitory visualvestibular interaction pattern had been more evident during the simultaneous condition, it was observed that frontal regions (dorsomedial prefrontal cortex and superior frontal gyrus) are involved with the executive function processing when there is conflicting information of visual and vestibular systems.

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