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Sim ou Não? O plebiscito no Pará em 2011, estratégias discursivas e sentidos nas campanhas televisivasAQUINO, Evelyn Cristina Ferreira de 20 February 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-02-20 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A proposta deste estudo foi observar como se constituíram as estratégias discursivas nas campanhas televisivas das frentes pró e contra a criação dos estados do Carajás e do Tapajós no plebiscito de 2011, no Pará, e quais os sentidos ofertados por essas estratégias. Em 2011, a população paraense foi às urnas com uma grande responsabilidade em mãos: foi a primeira vez que o cidadão foi chamado para decidir sobre a criação de estados. Previsto pela Constituição de 1988, fundamentado pela lei 9.709, que prevê a participação da população para decidir sobre desmembramentos de territórios e criação de novos estados e pela Resolução 23.354, que dispôs sobre a organização e conduta da campanha plebiscitária, o plebiscito marcou a história do país. Os antigos anseios de reordenamento territorial na Amazônia vêm desde sua própria constituição como sociedade, fundada no mito da unidade territorial. Os debates sobre a necessidade de reconfigurar o mapa do estado para viabilizar uma administração que alcance sua extensão territorial e proporcione desenvolvimento local serviram também para dar corpo aos preceitos de uma divisão política, com diversos tipos de interesses em jogo. A campanha na televisão começou no dia 11 de novembro e encerrou no dia 7 de dezembro. Ao todo, foram produzidos 80 programas, veiculados às 12h-12h10 e às 19h30-19h40. Foram analisados 20 programas, 10 do "sim" e 10 do "não". A análise teve como base as premissas de que as frentes pró e contra a criação dos estados do Carajás e do Tapajós no plebiscito de 2011 apresentaram seus programas em um processo de interação, um em resposta ao outro, e, a partir disso, construíram suas estratégias e seus discursos, e que as campanhas se apropriaram de um processo histórico e cultural de (re)produção discursiva sobre o Pará para construir seus argumentos. Os procedimentos metodológicos envolveram o uso do método da análise do discurso na vertente dialógica de Mikhail Bakhtin. Outros autores importantes foram Antonio Fausto Neto, para compreender as estratégias discursivas; Eliseo Verón, sobre discurso político, enunciação e enunciado; Vera França e Adriano Duarte Rodrigues, acerca da discussão sobre interação comunicacional. A análise mostrou que as frentes de campanhas trabalharam com estratégias discursivas que ofertaram dois macrodiscursos: o discurso da integridade e união da população contra a divisão, por meio de apelos à cultura (frentes do "não") e o discurso dos novos estados como única solução para todos os problemas do Pará, por meio da apresentação de fatores econômicos (frentes do "sim"). Outros discursos encontrados foram o da integridade regional; do desenvolvimentismo; dos estados que deram certo; da extensão territorial; do abandono e da ingovernabilidade; da ingerência externa e dos estados inviáveis. Mesmo com a vitória do "não" à divisão, as consequências desse resultado e sua discussão estão longe de se estagnar. Analisar as campanhas televisivas do plebiscito foi uma forma de compreender a Amazônia. Para uma região complexa e heterogênea com dificuldades de ser pensada, só uma metodologia conjuntural e amplificada pode dar conta de sua extensão não só territorial, mas, sobretudo, histórica, social, política e discursiva. / The purpose of this study was to observe how were the discursive strategies in television campaigns of pro and against fronts the creation of the states of Carajás and Tapajós plebiscite in 2011, in Pará, and what senses offered by these strategies. In 2011, the Pará population went to the polls with a great responsibility at hand: it was the first time that the citizen was called to decide on the creation of states. Provided by the 1988 Constitution, reasoned by the law 9709, which provides the participation of the population to decide on dismemberment of territories and creation of new states and by the Resolution 23,354, which provided for the organization and conduct of the plebiscite campaign, the plebiscite marked the history of country. The ancient longing of territorial reorganization in the Amazon come from its own constitution as a society founded on the myth of the territorial unit. Discussions on the need to reconfigure the state map to allow an administration to reach its area and provide local development also served to give effect to the principles of a political division, with a variety of interests. The campaign on television began on November 11 and ended on 7 December. In all, 80 programs were produced, disseminated to 12h-12h10 and 19h30-19h40. 20 programs were analyzed, 10 "yes" and 10 "no". The analysis was based on assumptions that pro fronts and against the creation of states of Carajás and Tapajós plebiscite in 2011 presented their programs in a process of interaction, one in response to the other, and from also, built their strategies and speeches, and that campaigns have appropriated a historical and cultural process of (re) discursive production about Pará to build their arguments. The methodological procedures involved the use of the method discourse analysis in the dialogical dimension of Mikhail Bakhtin. Other important authors were Antonio Fausto Neto, to understand the discursive strategies; Eliseo Verón on political discourse, enunciation and statement; Vera França and Adriano Duarte Rodrigues, about the discussion of communicative interaction. The analysis showed that fronts campaigns worked with discursive strategies wich have offered two macrospeeches: the discourse of the integrity and unity of the population against the division, by appeals to culture (fronts of the "no") and the discourse of the new states as the only solution to all problems of Pará, through the presentation of economic factors (fronts of the "yes"). Other speeches found were the territorial integrity; developmentalism; the states that have worked; of land area; abandonment and ungovernability; external interference and failed states. Even with the victory of the "no" to the division, the consequences of this result and discussion are far from stagnating. Analyze the plebiscite of TV campaigns was a way of understanding the Amazon. For a complex and heterogeneous region with difficulties to be thought, only a cyclical and amplified methodology may account for its extension not only territorial but, above all, historical, social, political and discursive.
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