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A moral cartesiana em As Paixões da AlmaSales, Benes Alencar 15 October 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-10-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This thesis aims to show that there is a Descartes s moral theory, although he did not leave a
particular work on the subject. The Cartesian morality is scattered in his writings, but his last
book, The Passions of the Soul, is the one which concentrates most of its contents. To conduct
this study, we utilized as a working tool the genetic-historical method, that allowed us to do a
genealogical study of the Philosopher's moral, taking as genesis the moral seeds planted in the
Cartesian's soil , in the development of the young Descartes, in the Jesuit college of La
Flèche. Among the philosophical subjects studied were Aristotle's and Thomas Aquinas'
moral. In the study of Latin literature, the students toured works of Cicero and Seneca, in
which the rich teachings of the stoic doctrine were present. We also examined the early
writings of the Philosopher, left in the form of manuscripts, where there are records of his first
thoughts on morals, under the designation of wisdom, forming a group with the sciences. In
this genealogical trajectory of his moral, we investigated his first book published, Discourse
on Method, in which are the maxims of his provisional morality and the Preface-Letter of the
book Principia Philosophiae's french translation, in which Descartes speaks of the highest
and most perfect moral system. As a last milestone on the genealogical course traversed, we
examined the letters on morals written by the Philosopher to his disciples Princess Elisabeth
of Bohemia, Chanut, France's ambassador in Sweden, and Queen Christina of Sweden. It was
based on the themes on morals in these letters, deeply studied by Descartes, that was drafted
the Traité des Passions (The Passions of the Soul). Without these letters, probably there
would be no Traité and we certainly would not speak today of a Cartesian morality. The
Cartesian morality is not a preceitual nor a theological one. It is an elevated content moral, a
contentment of the mind kind of moral for the man who makes use of his free will, whose acts
are the fruit of the agreement established between the intellect and the will. This moral
revolves around the virtue of generosity, queen of all virtues, which magnifies the man and
make him sympathetic in living with other men. The man in the Cartesian morality recognizes
himself as part of the universe and of Earth particularly, that with him make a whole. / Esta tese tem por objetivo mostrar que há uma moral em Descartes, embora ele não tenha
deixado uma obra específica sobre o assunto. A moral cartesiana encontra-se dispersa em seus
escritos, mas é em seu último livro As Paixões da Alma que se concentra a maior parte de seu
conteúdo. Para a realização da pesquisa, foi tomado por instrumento de trabalho o método
genético-histórico que permitiu que se fizesse um estudo genealógico da moral do Filósofo,
tomando como gênese as sementes morais plantadas no solo cartesiano , no período de
formação do jovem Descartes, no colégio dos jesuítas de La Flèche. Entre as disciplinas
filosóficas estudadas, encontravam-se a moral de Aristóteles e de Tomás de Aquino. No
estudo da literatura latina, os alunos percorriam obras de Cícero e de Sêneca, onde se fazia
presente a moral estoica de ricos ensinamentos. Foram também pesquisados os primeiros
escritos do Filósofo, deixados sob a forma de manuscritos, em que se encontram registros de
seus primeiros pensamentos sobre a moral, sob a denominação de sabedoria, compondo um
conjunto com as ciências. Nesse percurso genealógico de sua moral, foram investigadas sua
primeira obra publicada Discurso do Método, onde estão contidas as máximas de sua moral
por provisão, e a Carta-prefácio da tradução francesa do livro Principia Philosophiae em que
Descartes fala da mais elevada e da mais perfeita moral. Como último marco no caminho
genealógico perseguido, foram examinadas as cartas sobre a moral escritas pelo Filósofo a
seus discípulos: a princesa Elisabeth da Boêmia, Chanut, o embaixador da França na Suécia e
a rainha Christina da Suécia. Foi a partir dos temas sobre a moral, presentes nessas cartas
profundamente estudados por Descartes, que foi elaborado o Tratado das Paixões ou As
Paixões da Alma. Sem essas cartas, provavelmente, não existiria o Tratado e, certamente, não
se poderia falar de uma moral em Descartes. A moral cartesiana não é uma moral preceitual
nem uma teologia moral. É uma moral de elevado conteúdo, uma moral do contentamento do
espírito, do homem que conta com o livre-arbítrio, cujo agir é o fruto do acordo que se
estabelece entre o entendimento e a vontade. Esta moral gravita em torno da virtude da
generosidade, rainha de todas as virtudes, que engrandece o homem e o torna solidário no
convívio com os outros homens. O homem da moral cartesiana reconhece-se fazendo parte do
universo e, particularmente, do planeta Terra que com ele compõem um todo.
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