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Subjetividade, ideias e coisas : estudo crítico e tradução da primeira parte da Lógica de Port-Royal, I-VIII / Subjectivity, ideas and things: a critical study of the first part of the logic of Port-Royal, I-VIII and the translation of the first part

Peixoto, Katarina Ribeiro January 2012 (has links)
Estudo crítico e tradução da Primeira Parte da Lógica ou A Arte de Pensar, que ficou conhecida como Lógica de Port-Royal (1683), para a língua portuguesa. O estudo volta-se para a análise dos capítulos I a VIII da Primeira Parte e visa a explicitar o caráter híbrido desse manual de lógica, estruturado com o formato dos manuais de lógica escolásticos, inspirados no Organon aristotélico, e marcado pela recepção e vigência de teses cartesianas fundamentais. Embora o legado de Aristóteles se manifeste mais do que em seu formato, a Lógica de Port-Royal deve ser lida como um manual de lógica moderna naquilo que condiciona a sua inteligibilidade: a introdução de requisitos epistêmicos na determinação do domínio da lógica. No processo de reforma da lógica iniciado no século XV, Port-Royal se inscreve não apenas na crítica da concepção de lógica como instrumento para a demonstração silogística da ciência (como já o tinham feito, por exemplo, os lógicos renascentistas), mas na defesa da lógica como reflexão prática epistemicamente orientada, caracterizada pela tomada do juízo como ação mental definidora do domínio lógico. A presença de exigências epistêmicas deriva, em Port-Royal, da leitura de Descartes e do debate deste com Antoine Arnauld. Teses fundamentais do cartesianismo são arregimentadas para o projeto lógico de Port-Royal: a prioridade do pensamento sobre a linguagem; o desprezo da linguagem e da imaginação; a tese de que o uso de palavras derivaria da função, a um só tempo cognitiva e lógica, do juízo como definidora da lógica e, condicionando todas essas, a tese fundadora do cartesianismo enunciada na proposição Penso, logo sou. É a leitura arnauldiana do cogito cartesiano, defende este estudo, que dá a ver como se pode pensar o cartesianismo em lógica. A análise dos primeiros oito capítulos é temática, e a perspectiva reformista da Lógica de Port-Royal é apresentada no estudo da transição dos capítulos III para o IV, e do V para o VI, bem como do VII para o VIII. No capítulo VIII, o estudo se detém sobre o peculiar tratamento port-royaliano dos termos complexos. Em seguida, volta-se ao que configura o pressuposto subjetivo dessa concepção de lógica e à expressão representativa desse pressuposto, apresentados nos capítulos I e II da Primeira Parte do manual, onde os requisitos epistêmicos de uma lógica de ideias são apresentados e onde o caráter representativo dessas ideias obtém sua vestimenta gramatical (sujeito, predicado e adjetivo), veiculando determinações lógicas (coisa, modo da coisa, coisa modificada). Por fim, o estudo busca, na correspondência que Arnauld manteve com Descartes, em 1648, a origem e o fundamento da concepção de cogito que estará em vigor em Port-Royal, de maneira explícita, a partir de 1662. / Critical study and translation of the First Part of Logic or the Art of Thinking, known as Port- Royal Logic (1683), for the portuguese language. The study is focused on the analysis of chapter I to VIII of the First Part and aims to clarify the hybrid character of this manual of logic, which has the structure of scholastic logic manuals, inspired by the Aristotelian Organon, and the reception and effectiveness of key Cartesian theses. Although the Aristote’s legacy is far more importante than the shaping of the manual structure, the logic of Port-Royal should be read as a manual of modern logic in what conditions its intelligibility: the introduction of epistemic requirements in determining the domain of logic. In the process of reformism in logic started in the fifteenth century, the Port-Royal Logic is inscribed not only in the critic of the conception of syllogistic logic as a tool for the demonstration of science (as, for example, the renaissance has done), but also with the defense of logic as a kind of practical reflection epistemically oriented, characterized by tacking the judgment as the mental action by excellence, which defines the logical domain. The presence of epistemic requirements is derived from the impact of Descarte’s philosophy on Port-Royal and from his debate with Antoine Arnauld. Fundamental thesis of Cartesianism are regimented to the port-royalian conception of logic, as the priority of thought over language, the contempt of language and its origin, imagination, and, conditioning all these, the founder of Cartesianism thesis as stated in the proposition I think, therefore I am. The study argues that interpretation of the Cartesian cogito by Antoine Arnauld, mostly, offers a way to think Cartesianism in logic. The analysis of the first eight chapters is thematic, and the reformist perspective in Port-Royal's Logic is presented to study the transition of the III chapter to the VIII. Then, back up to the defended position, that is the assumption that the conception of subjectivity, of knowledge and the representative expression of this assumption are presented in Chapters I and II of the First Part of the manual. In these chapters are established the requirements of an epistemic logic of ideas and of the representative character of these ideas, which get its grammatical outfit (subject, predicate and adjective), conveying logical determinations (a thing, a manner of a thing and a modified thing). Finally, the study seeks in the correspondence that Descartes maintained with Arnauld, in 1648, the origin and the foundation of the concept of cogito which will be in force in Port-Royal, explicitly, from 1662.
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Subjetividade, ideias e coisas : estudo crítico e tradução da primeira parte da Lógica de Port-Royal, I-VIII / Subjectivity, ideas and things: a critical study of the first part of the logic of Port-Royal, I-VIII and the translation of the first part

Peixoto, Katarina Ribeiro January 2012 (has links)
Estudo crítico e tradução da Primeira Parte da Lógica ou A Arte de Pensar, que ficou conhecida como Lógica de Port-Royal (1683), para a língua portuguesa. O estudo volta-se para a análise dos capítulos I a VIII da Primeira Parte e visa a explicitar o caráter híbrido desse manual de lógica, estruturado com o formato dos manuais de lógica escolásticos, inspirados no Organon aristotélico, e marcado pela recepção e vigência de teses cartesianas fundamentais. Embora o legado de Aristóteles se manifeste mais do que em seu formato, a Lógica de Port-Royal deve ser lida como um manual de lógica moderna naquilo que condiciona a sua inteligibilidade: a introdução de requisitos epistêmicos na determinação do domínio da lógica. No processo de reforma da lógica iniciado no século XV, Port-Royal se inscreve não apenas na crítica da concepção de lógica como instrumento para a demonstração silogística da ciência (como já o tinham feito, por exemplo, os lógicos renascentistas), mas na defesa da lógica como reflexão prática epistemicamente orientada, caracterizada pela tomada do juízo como ação mental definidora do domínio lógico. A presença de exigências epistêmicas deriva, em Port-Royal, da leitura de Descartes e do debate deste com Antoine Arnauld. Teses fundamentais do cartesianismo são arregimentadas para o projeto lógico de Port-Royal: a prioridade do pensamento sobre a linguagem; o desprezo da linguagem e da imaginação; a tese de que o uso de palavras derivaria da função, a um só tempo cognitiva e lógica, do juízo como definidora da lógica e, condicionando todas essas, a tese fundadora do cartesianismo enunciada na proposição Penso, logo sou. É a leitura arnauldiana do cogito cartesiano, defende este estudo, que dá a ver como se pode pensar o cartesianismo em lógica. A análise dos primeiros oito capítulos é temática, e a perspectiva reformista da Lógica de Port-Royal é apresentada no estudo da transição dos capítulos III para o IV, e do V para o VI, bem como do VII para o VIII. No capítulo VIII, o estudo se detém sobre o peculiar tratamento port-royaliano dos termos complexos. Em seguida, volta-se ao que configura o pressuposto subjetivo dessa concepção de lógica e à expressão representativa desse pressuposto, apresentados nos capítulos I e II da Primeira Parte do manual, onde os requisitos epistêmicos de uma lógica de ideias são apresentados e onde o caráter representativo dessas ideias obtém sua vestimenta gramatical (sujeito, predicado e adjetivo), veiculando determinações lógicas (coisa, modo da coisa, coisa modificada). Por fim, o estudo busca, na correspondência que Arnauld manteve com Descartes, em 1648, a origem e o fundamento da concepção de cogito que estará em vigor em Port-Royal, de maneira explícita, a partir de 1662. / Critical study and translation of the First Part of Logic or the Art of Thinking, known as Port- Royal Logic (1683), for the portuguese language. The study is focused on the analysis of chapter I to VIII of the First Part and aims to clarify the hybrid character of this manual of logic, which has the structure of scholastic logic manuals, inspired by the Aristotelian Organon, and the reception and effectiveness of key Cartesian theses. Although the Aristote’s legacy is far more importante than the shaping of the manual structure, the logic of Port-Royal should be read as a manual of modern logic in what conditions its intelligibility: the introduction of epistemic requirements in determining the domain of logic. In the process of reformism in logic started in the fifteenth century, the Port-Royal Logic is inscribed not only in the critic of the conception of syllogistic logic as a tool for the demonstration of science (as, for example, the renaissance has done), but also with the defense of logic as a kind of practical reflection epistemically oriented, characterized by tacking the judgment as the mental action by excellence, which defines the logical domain. The presence of epistemic requirements is derived from the impact of Descarte’s philosophy on Port-Royal and from his debate with Antoine Arnauld. Fundamental thesis of Cartesianism are regimented to the port-royalian conception of logic, as the priority of thought over language, the contempt of language and its origin, imagination, and, conditioning all these, the founder of Cartesianism thesis as stated in the proposition I think, therefore I am. The study argues that interpretation of the Cartesian cogito by Antoine Arnauld, mostly, offers a way to think Cartesianism in logic. The analysis of the first eight chapters is thematic, and the reformist perspective in Port-Royal's Logic is presented to study the transition of the III chapter to the VIII. Then, back up to the defended position, that is the assumption that the conception of subjectivity, of knowledge and the representative expression of this assumption are presented in Chapters I and II of the First Part of the manual. In these chapters are established the requirements of an epistemic logic of ideas and of the representative character of these ideas, which get its grammatical outfit (subject, predicate and adjective), conveying logical determinations (a thing, a manner of a thing and a modified thing). Finally, the study seeks in the correspondence that Descartes maintained with Arnauld, in 1648, the origin and the foundation of the concept of cogito which will be in force in Port-Royal, explicitly, from 1662.
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Subjetividade, ideias e coisas : estudo crítico e tradução da primeira parte da Lógica de Port-Royal, I-VIII / Subjectivity, ideas and things: a critical study of the first part of the logic of Port-Royal, I-VIII and the translation of the first part

Peixoto, Katarina Ribeiro January 2012 (has links)
Estudo crítico e tradução da Primeira Parte da Lógica ou A Arte de Pensar, que ficou conhecida como Lógica de Port-Royal (1683), para a língua portuguesa. O estudo volta-se para a análise dos capítulos I a VIII da Primeira Parte e visa a explicitar o caráter híbrido desse manual de lógica, estruturado com o formato dos manuais de lógica escolásticos, inspirados no Organon aristotélico, e marcado pela recepção e vigência de teses cartesianas fundamentais. Embora o legado de Aristóteles se manifeste mais do que em seu formato, a Lógica de Port-Royal deve ser lida como um manual de lógica moderna naquilo que condiciona a sua inteligibilidade: a introdução de requisitos epistêmicos na determinação do domínio da lógica. No processo de reforma da lógica iniciado no século XV, Port-Royal se inscreve não apenas na crítica da concepção de lógica como instrumento para a demonstração silogística da ciência (como já o tinham feito, por exemplo, os lógicos renascentistas), mas na defesa da lógica como reflexão prática epistemicamente orientada, caracterizada pela tomada do juízo como ação mental definidora do domínio lógico. A presença de exigências epistêmicas deriva, em Port-Royal, da leitura de Descartes e do debate deste com Antoine Arnauld. Teses fundamentais do cartesianismo são arregimentadas para o projeto lógico de Port-Royal: a prioridade do pensamento sobre a linguagem; o desprezo da linguagem e da imaginação; a tese de que o uso de palavras derivaria da função, a um só tempo cognitiva e lógica, do juízo como definidora da lógica e, condicionando todas essas, a tese fundadora do cartesianismo enunciada na proposição Penso, logo sou. É a leitura arnauldiana do cogito cartesiano, defende este estudo, que dá a ver como se pode pensar o cartesianismo em lógica. A análise dos primeiros oito capítulos é temática, e a perspectiva reformista da Lógica de Port-Royal é apresentada no estudo da transição dos capítulos III para o IV, e do V para o VI, bem como do VII para o VIII. No capítulo VIII, o estudo se detém sobre o peculiar tratamento port-royaliano dos termos complexos. Em seguida, volta-se ao que configura o pressuposto subjetivo dessa concepção de lógica e à expressão representativa desse pressuposto, apresentados nos capítulos I e II da Primeira Parte do manual, onde os requisitos epistêmicos de uma lógica de ideias são apresentados e onde o caráter representativo dessas ideias obtém sua vestimenta gramatical (sujeito, predicado e adjetivo), veiculando determinações lógicas (coisa, modo da coisa, coisa modificada). Por fim, o estudo busca, na correspondência que Arnauld manteve com Descartes, em 1648, a origem e o fundamento da concepção de cogito que estará em vigor em Port-Royal, de maneira explícita, a partir de 1662. / Critical study and translation of the First Part of Logic or the Art of Thinking, known as Port- Royal Logic (1683), for the portuguese language. The study is focused on the analysis of chapter I to VIII of the First Part and aims to clarify the hybrid character of this manual of logic, which has the structure of scholastic logic manuals, inspired by the Aristotelian Organon, and the reception and effectiveness of key Cartesian theses. Although the Aristote’s legacy is far more importante than the shaping of the manual structure, the logic of Port-Royal should be read as a manual of modern logic in what conditions its intelligibility: the introduction of epistemic requirements in determining the domain of logic. In the process of reformism in logic started in the fifteenth century, the Port-Royal Logic is inscribed not only in the critic of the conception of syllogistic logic as a tool for the demonstration of science (as, for example, the renaissance has done), but also with the defense of logic as a kind of practical reflection epistemically oriented, characterized by tacking the judgment as the mental action by excellence, which defines the logical domain. The presence of epistemic requirements is derived from the impact of Descarte’s philosophy on Port-Royal and from his debate with Antoine Arnauld. Fundamental thesis of Cartesianism are regimented to the port-royalian conception of logic, as the priority of thought over language, the contempt of language and its origin, imagination, and, conditioning all these, the founder of Cartesianism thesis as stated in the proposition I think, therefore I am. The study argues that interpretation of the Cartesian cogito by Antoine Arnauld, mostly, offers a way to think Cartesianism in logic. The analysis of the first eight chapters is thematic, and the reformist perspective in Port-Royal's Logic is presented to study the transition of the III chapter to the VIII. Then, back up to the defended position, that is the assumption that the conception of subjectivity, of knowledge and the representative expression of this assumption are presented in Chapters I and II of the First Part of the manual. In these chapters are established the requirements of an epistemic logic of ideas and of the representative character of these ideas, which get its grammatical outfit (subject, predicate and adjective), conveying logical determinations (a thing, a manner of a thing and a modified thing). Finally, the study seeks in the correspondence that Descartes maintained with Arnauld, in 1648, the origin and the foundation of the concept of cogito which will be in force in Port-Royal, explicitly, from 1662.

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