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Paisagem e anacronismo em A rainha dos cárceres da GréciaFerreira, Marina dos Santos January 2016 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2017-06-27T04:11:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / O presente trabalho busca realizar uma leitura do romance A Rainha dos Cárceres da Grécia (1976) de Osman Lins sob a perspectiva das paisagens tendo em vista seu aspecto anacrônico. O espaço criado na obra reivindica o momento da Ocupação Holandesa no nordeste brasileiro do século XVII sobreposto ao contexto do então corrente século XX. Considerando o projeto de colonização flamenga bem como o seu legado iconográfico a partir das pinturas de paisagens do primeiro paisagista das Américas, Frans Post, procura-se uma leitura crítica da concepção histórica e literária na obra de Lins. Para isso, parte-se do olhar sobre o romance como forma e conteúdo, com suas raízes em obras prévias do autor, como Avalovara (1973) em que tempo e espaço são dimensões altamente elaboradas e problematizadas a partir da correlação estabelecida com formas geométricas e as noções de finito e infinito. Esta relação, por sua vez, propicia uma abordagem histórica dialética e anacrônica à maneira benjaminiana, ou seja, a contrapelo da oficialidade histórica e da progressão meramente cronológica. Além disso, a preocupação metaliterária bem como a constante transgressão que mistura o passado e o presente, o real e o ficcional também proporciona uma leitura sobre a "literatura" como via de mão dupla no que tange à relação com a "realidade" histórica. Desta forma, a produção de "imagens" no texto torna-se fundamental para a presente proposta de leitura ao ser abordada sob o aspecto paisagístico. Para entender a "paisagem" parte-se do "espaço" clássico até a sua "autonomia" na Idade Média quando a paisagem parece assumir o protagonismo para além da submissão à retórica. Os conceitos relacionados à mimese e alguns de seus desdobramentos - como nas leituras de Erich Auerbach, Luiz Costa Lima, Jacques Ranciére e Anne Cauquelin - a partir da afirmação aristotélica de que "a arte é a imitação da natureza" contribuíram para a reflexão proposta de modo a evidenciar a relação paisagem/natureza observada por Georg Simmel em A filosofia da paisagem. Paralelamente às grandes navegações, a paisagem surge com força nas artes e se torna, entre outras coisas, instrumento de discurso e "testemunho" sobre os novos territórios. No Brasil, a permanência dos holandeses por vinte e quatro anos no Nordeste (1630-1654) contou, durante os últimos sete anos, com a administração do Conde Maurício de Nassau e sua comitiva, da qual participaram artistas, dentre os quais Frans Post, "pintor de paisagens" cuja incumbência era "fundar? a paisagem brasileira. Deste modo, o legado imagético e principalmente paisagístico é nota dominante quanto a este período da história brasileira. Por fim, busca-se observar os efeitos críticos de leituras possíveis dada a combinação dos tempos e discursos que resultam no anacronismo instaurado no romance.<br> / Abstract : The present study aims at a reading of the novel A Rainha dos Cáreceres da Grécia [The Queen of Prisons of Greece] (1976) by Osman Lins under the perspective of landscapes within their anachronistic aspect. The literary space in the novel brings up the Dutch Colonization in the Brazilian Northeast region during the early seventeenth century superposed to what was then the current twentieth century. Taking into consideration the project of the Dutch colonization as well as its iconographical legacy based on landscapes paintings by Frans Post, the first America?s landscapes painter, we intend to perform a critical reading of the literary and historic comprehension within Osman Lins? work. In order to do that, the novel is considered under its form and content, with its roots in previous works by the author, just as Avalovara (1973) in which time and space are dimensions highly elaborated and questioned once there is an established relation with geometrical forms and either finite or infinite notions. This relation allows both a dialetic and an anachronistic historical approach as suggested by Walter Benjamin in the idea of ?brushing history against the grain? and against its merely chronological progress. Besides that, the attention given to meta literary procedure as well as the constant transgression that mixes past and present, reality and fiction also leads to a reading about ?literature? as a double track relation to the historical ?reality?. Therefore the production of ?images? within the text is imperative to present proposal of reading when approached under the aspects of landscaping. In order to understand the ?landscape? we go from the conception of classical ?space? until its ?autonomy? in the Middle Age when landscape seemed to assume protagonism beyond its submission to rethoric. The concepts related to mimesis and some of its unfoldings ? as the works done by Erich Auerbach, Luiz Costa Lima, Jacques Ranciére and Anne Cauquelin ? from the aristotelic affirmation that ?art imitates nature? contributed to the present study as it shows the relation landscape/nature observed by Georg Simmel in Philosophy of landscape. As the great navigations came along the presence of landscape becomes stronger in arts field as it turned into, among other things, instrument of discourse and ?testimonial? of the ?new? lands. In Brazil, the Dutch colony lasted for twenty-four years in the Northeast region (1630 ? 1654), and for the remaining seven years it was managed by Mauricio de Nassau and his selected group of men, among whom some artists who became very well known as Frans Post, ?landscape painter? whose chore was to ?lay the foundation? of Brazilian landscape. Thus the landscaping legacy is a keynote of this period of Brazilian history. Finally, the critical effects of reading have also been persued when considering the combination of times and discourses that create the anachronism within the novel was considered.
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A literatura do inventárioKlein, Kelvin dos Santos Falcão January 2013 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2013 / Made available in DSpace on 2013-06-26T01:20:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1
316558.pdf: 3002128 bytes, checksum: 2abb7cad3eeed9dae485431313497530 (MD5) / A literatura do inventário é delimitada, no campo de ação deste trabalho, por cinco ficções: História universal da infâmia, de Jorge Luis Borges, A sinagoga dos iconoclastas, de Juan Rodolfo Wilcock, História abreviada da literatura portátil, de Enrique Vila-Matas, Vodu urbano, de Edgardo Cozarinsky, e A literatura nazi na América, de Roberto Bolaño. A amplitude na escolha dos textos já aponta para a primeira hipótese de trabalho: para dar conta de uma leitura crítica do fragmento e da ruína, é preciso colocar os textos em contato, tomá-los a partir de suas relações e confrontos. Considerando que cada ficção traz consigo as temporalidades que as constituem, o contato leva necessariamente a um contexto de heterogeneidade histórica e temporal. Por conta disso, a tese persegue também a noção de "anacronismo" e seus desdobramentos possíveis a partir da categoria formal de "inventário". Ao serem considerados de forma descontínua, ou seja, sem o aval da cronologia, os elementos da série inventariante questionam não apenas o arquivo e seus critérios de classificação e armazenamento, mas, também, a própria lógica que osiciona um texto literário no interior de uma história normativa. Essa problematização classificatória é apresentada pelas próprias ficções tomadas para análise, já que a forma desenvolvida para veicular a escritura (a forma inventariante) liga, de forma crítica, os textos entre si e todos eles diante da contemporaneidade criada pela pesquisa. Por esse motivo, levanta-se a ideia de que o inventário está posicionado para além do arquivo e do anacronismo: ao incorporar ambos à sua dinâmica, força o discurso crítico que se ocupa do inventário a tomar, também ele, uma feição fragmentária e inventariante.
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As voltas da teresa e a escritura da ausência em A rainha dos cárceres da GréciaMoreira, Cristiano January 2010 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2013-12-05T22:00:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
319153.pdf: 2371914 bytes, checksum: 2dfa48e9771cc18ce5be69dab2e3a9c9 (MD5)
Previous issue date: 2010 / Esta dissertação estuda a escritura do romance A rainha dos cárceres da Grécia de Osman Lins no limiar entre ensaio e ficção, principalmente no livro Guerra sem testemunhas, apontando para um narrador que se apresenta como testemunha para a escrita e que, no entanto, desaparece permanecendo o gesto. O conceito de anacronismo enquanto tensão entre tempos, representados neste livro pela aparição de personagens da história medieval (Maria de França) e pelo uso da quiromancia percorre toda a dissertação. Estes indícios contribuem para uma leitura enviesada feita a partir da ideia da teresa como máquina de leitura para atravessar os tempos do romance-diário. A aparição de personagens arcaicos no romance moderno, revelam as volutas do enredo, a escritura barroca de Osman Lins e a impressão como uma memória que caracteriza o livro como um romance contemporâneo segundo as considerações de Walter Benjamin e Giorgio Agamben <br>
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