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Estratigrafia da Formação Bauru na região do Baixo Tietê / Not available.Max Brandt Neto 30 December 1977 (has links)
A região estudada abrange as folhas topográficas em escala 1:50 000 editadas pelo IGG e IBGE, correspondentes a Araçatuba, Birigui, Buritama, Gastão Vidigal, Major Prado, Penápolis e parte das folhas de Avanhandava, Macaubal e Planalto. O presente trabalho comportou mapeamento por fotográfias aéreas associado a estudoscomplementares de campo como levantamento de perfis geológicos, coleta de amostras de superfície e subsuperfície para estudos granulométricos e da mineralogia da fração pesada. A subdivisão da Formação Bauru em três unidades, já tentada anteriormente é aquiretomada, tendo por base sua posição espacial, estruturas sedimentares, litologia e estudos sedimentológicos. Dessas três unidades, duas ocorrem na área. A estratigrafia proposta abrange: a) Membro Inferior - Litofácies de Arenitos Vermelhos; - Litofácies Síltica; b) Membro Médio - Litofácies de Arenitos com Estruturas Sedimentares de Canal; - Litofácies de Arenitos Maciços; c) Membro Superior (não ocorre na área) - Arenitos dotados de abundantes nódulos carbonáticos. São ainda apresentados a caracterização granulométrica dos sedimentos, suas prováveis áreas fontes e ambientes de sedimentação. / Not available.
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Contribuição a evolução tectono-estratigráfica e termocronológica da região noroeste de Moçambique - ÁfricaBicca, Marcos Muller January 2017 (has links)
O estudo da região noroeste de Moçambique demonstrou a importância de processos tectônicos distais (compressivos) e proximais (distensivos) na reativação de estruturas antigas do embasamento cristalino, influenciando em aspectos estruturais, sedimentares e erosivos. A caracterização tectono-estratigráfica na bacia rifte Moatize-Minjova demonstrou a forte influência de remobilização de estruturas noroeste regionais na sua configuração, sedimentação e magmatismo. A geração de espaço de acomodação na bacia foi impulsionada por esforços tectônicos na margem sul-sudoeste do Gondwana enquanto as estruturas registradas em escala de afloramento caracterizaram a influência de esforços distensivos/transtrativos pós-deposicionais atribuídos à separação Jurássico-Cretácica entre as placas da África e Antártica. A análise sedimentológica permitiu determinar na Formação Moatize (Permiano Inferior ao Superior) litofácies depositadas em sequências cíclicas marcadas por sucessões de alta e baixa energia, as quais permitiram definir associações de litofácies atribuídas a planície de inundação, depósitos de crevasse e canal fluvial caracterizando um sistema fluvial meandrante estando as camadas de carvão associados a lagos e pântanos em meandros abandonados. Esta sequência foi progradada por litofácies arenosas grossas a conglomeráticas com estratificações cruzadas planares e acanaladas pertencentes à Formação Matinde, composta por macroformas de leito de migração frontal e lateral associadas a um sistema fluvial entrelaçado. As medidas de paleocorrente nestas duas formações sugerem um paleofluxo para norte-noroeste. A análise de proveniência na Formação Matinde forneceu idades entre o Mesoproterozóico e Cambriano, que abrange importantes momentos de formação e deformação crustal nos domínios geotectônicos do norte de Moçambique. As populações de idades entre 950-550 Ma permitiram a definição de uma área fonte da região sul-sudoeste, juntamente com os dados de paleocorrente para norte-noroeste, correspondente aos domínios do Complexo Nampula e da Suite Guro. As análises térmicas das amostras do embasamento forneceram idades entre o Mesozóico e o Cenozóico e uma espessura denudada de ~ 2-3,5 kmdesde o Triássico Superior. Os estágios iniciais foram marcados por taxas de denudação muito baixas (1-10 m/Ma) atingindo ~ 500 m até o Cretáceo Inferior sofrendo um leve aumento até o Paleoceno (3-17 m/Ma). Altas taxas de denudação de 31-47 m/Ma trouxeram as amostras para as condições superficiais. A denudação inicial está associada a processos distensivos/transtrativos produzidos pela dissolução do Gondwana. O Jurássico Superior e o Cretáceo Superior foi um período de grande desenvolvimento do Oceano Índico e o início da deriva N-S da Antártica em relação à placa Africana. O período entre o Cretáceo Inferior e o Paleoceno, marca o desenvolvimento da margem africana e a reconfiguração dos padrões de drenagem na placa Africana. O último evento forneceu taxas de resfriamento da ordem de 1,17 a 0,88 °C/Ma, implicando na denudação de ~ 1,5 a 2 km desde o início do Neogeno até os tempos recentes. Este último evento foi relacionado ao desenvolvimento de topografia dinâmica induzida pela movimentação da pluma do manto do Rifte do Leste Africano. / The study of the northwestern region of Mozambique demonstrated the importance of distal (compressive) and proximal (extensional) tectonic processes in the reactivation of old structures of the crystalline basement, influencing structural, sedimentary and erosive aspects. The tectono-stratigraphic characterization in the Moatize-Minjova rifte basin demonstrated the strong influence of remobilization of northwest regional structures in its configuration, sedimentation and magmatism. Accommodation space generation in Permian times were driven by tectonic efforts on the south-southwestern margin of Gondwana, while the outcrop scale structures characterized the influence of postdepositional extensional/transtractive efforts attributed to the Jurassic-Cretaceous separation between the African and Antarctic plates. The sedimentary analysis allowed to determine in the Moatize Formation (Lower-Upper Permian) lithofacies deposited in cyclic sequences marked by deposits of high and low energy, which allowed to define associations of lithofacies attributed to floodplain, crevasse and fluvial channel deposits characterizing a meandering fluvial system, being the coal layers associated with lakes and swamps in abandoned meanders. This sequence was grade by coarse sandy to conglomerate lithofacies with planar and throughcross bedding belonging to the Matinde Formation, composed of frontal and lateral migration bed macroforms associated to a braided fluvial system. The paleoccurrent measurements in these two formations suggest a north-northwest paleoflux. The provenance analysis in the Matinde Formation provided ages between the Mesoproterozoic and Cambrian, which covers important crustal formation and deformation moments in the geotectonic domains of northern Mozambique Populations between 950-550 Ma allowed the definition of a source area of the south-southwest region, together with the north-northwest paleoccurrent data, corresponding to the Nampula Complex and Guro Suite domains. The thermal analyzes of the basement samples provided ages between the Mesozoic and the Cenozoic and a denuded thickness of ~ 2-3.5 km since Upper Triassic times. The initial stages denoted to very low denudation rates (1-10 m/Ma) reaching ~ 500 m until the Lower Cretaceous when the region undergoes a brief increase until the Paleocene (3-17 m/Ma). High denudation rates of 31-47 m/Ma brought the samples to the present surface conditions. Initial denudation is associated with extensional/transtractive processes produced by the dissolution of Gondwana. The Upper Jurassic to Upper Cretaceous was a period of great development of the Indian Ocean and the beginning of the N-S drift of Antarctica in relation to the African plate. The period between the Lower Cretaceous and the Paleocene marks the development of the African margin and the reconfiguration of drainage patterns on the African plate. The last event provided cooling rates in the order of 1.17 to 0.88 °C/Ma implying denudation of ~ 1.5 to 2 km from the beginning of Neogene to recent times which was attributed to the development of dynamic topography Induced by the movement of the mantle plume of the East African Rift.
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Caracterização geológica e aspectos genéticos dos depósitos de argilas tipo \"ball clay\" de São Simão, SP / Not available.Pressinotti, Márcia Maria Nogueira 02 July 1991 (has links)
As argilas tipo ball clay de São Simão são conhecidas por sua elevada plasticidade e resistência mecânica, propriedades estas específicas para a indústria de cerâmica branca, na qual atingem significativo valor comercial. Ocorrem em lentes e camadas irregulares associadas aos depósitos aluvionares quaternários, do Ribeirão Tamanduá, que se localiza a oeste da cidade de São Simão, SP. Os estudos realizados tiveram por finalidade caracterizar os processos geológicos e geoquímicos associados à gênese dessas argilas. Desta forma, o mapeamento geológico, a caracterização dos processos evolutivos neocenozóicos, ligados à alteração das áreas fontes dos depósitos aluvionares e a caracterização química e mineralógica das argilas, foram necessários a este propósito. Estas argilas são de origem principalmente detrítica, formadas por deposição em planícies de inundação cujas fontes foram, predominantemente, os arenitos subarcosianos alterados das formações mesozóicas arenosas e, secundariamente, as rochas básicas da Formação Serra Geral. São caracterizadas por altos teores de caolinitas e menores quantidades de quartzo e micas. A matéria orgânica é muito frequente nessas argilas e, possivelmente, responsável por grande parte de suas propriedades tecnológicas. As caolinitas caracterizam-se por placas hexagonais de boa cristalinidade (com 1 \'mü\'m de diâmetro) ao lado de pequenas partículas irregulares com baixa cristalinidade (de diâmetros menores que 0,2 \'mü\'m). Análises químicas mostraram que as argilas possuem teores em cátions alcalinos e ferro extremamente baixos, e se encontram em um meio ácido e dessaturado. Datações radiométricas mostraram que esses depósitos são relativamente recentes, formando-se no intervalo de tempo correspondente a, pelo menos, os últimos 33.000 anos BP, ou seja, no final do Pleistoceno ao Holoceno. As argilas de São Simão, com base nas características composicionais (químicas e mineralógicas), não poderiam ser classificadas como ball clay. Entretanto suas propriedades tecnológicas são similares às ball clays inglesas e americanas, o que justifica denominá-las de argilas tipo ball clay. / The ball clays from São Simão are known by their high plasticity and mechanical strength properties, especially indicate for white ceramic manufacturing, having therefore, high commercial value. These clays occur as irregular beds or lenses associated with quaternary alluvial deposits from Tamanduá River, west of São Simão town, state of São Paulo. The studies were carried out to determine the geological and geochemical processes that originated the ball clays. To understand these processes the geological mapping with attention to Late Cenozoic wheathering of source areas of alluvial deposits, were undertaken and chemical and mineralogical characteristics were studied. The origin of these clays is mainly detritical, through deposition on flood plains. The sources were predominantly weathered subarkose wackes from sandy mesozoic formations and secondarily from basic rocks of Early Cretaceous Serra Geral Formation. Kaolinites are the predominant mineral of the clays, besides low contents of quartz and mica. The frequent organic matter is thought to be responsible for its technological properties. The kaolinites are characterized by well-crystallized hexagonal flakes (1\'mü\'m diameter) associated with small low degree cristallinity particles (diameters lesser than 0,2\'mü\'m). The chemical analyses indicate that the clays have low contents of alkaline cations and iron, in acid and unsaturated conditions. According to radiometric datings these deposits were originated at least 33,000 years B.P., in the Latest Pleistocene to Holocene. The chemical and mineralogical composition of the São Simão clay does not correspond to the typical ball clay. Notwithstanding it may be considered a ball clay type inasmuch as it bears the same technological properties of English and North American ball clays.
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Aspectos da geologia e estatigrafia dos depósitos sedimentares do Rio Paraná entre Porto Primavera (MS) e Guaira (PR) / Not available.Souza Filho, Edvard Elias de 21 June 1993 (has links)
Este trabalho aborda mapeamento geológico e a estratigrafia dos depósitos associados ao rio Paraná no segmento compreendido entre Porto Primavera (MS), a montante da foz do rio Piquiri. A metodologia empregada para sua elaboração compreendeu as técnicas tradicionais de fotointerpretação geológica adaptadas para formas deposicionais, tendo sido utilizadas imagens MSS e RADAR, e fotografias aéreas. Os trabalhos de campo foram concentrados na metade superior do segmento estudado, no trecho situado a montante da ilha dos Bandeirantes; as informações obtidas originaram-se de descrição de afloramentos, de sondagens a trado e a \"vibro-core\", e de perfis de sondagens fornecidos pela CESP e DALCON. Os dados foram analisados por meio de perfis topográficos, geológicos e estratigráficos, dispostos em posição perpendicular e longitudinal em relação ao traçado do rio. Os depósitos estudados ocorrem em diferentes níveis de terraço e nacalha fluvial. O terraço alto e constituído por níveis seixosos da sequencia fluvial SFa, depositada por canais entrelaçados do tipo Scott, e por camada de areia maciça da sequencia coluvial SCa. O terraço médio é constituído por níveis seixosos da sequencia fluvial SFb, depositados por canais entrelaçados do tipo Donjek; e por camada de areia maciça com \"ponds\" argilosos da sequencia coluvial SCb. O terraço baixo é constituído por corpos de areia de forma acanalada ou tabular, da sequencia fluvial SFc, depositados por canais entrelaçados do tipo Platte. A planície fluvial corresponde ao terraço mais próximo do nível do rio, e compreende uma sucessão de depósitos seixosos, arenosos e argilo-arenosos; esses sedimentos compreendem parte da sequencia fluvial SFd, e foram depositados respectivamente por canais entrelaçados do tipo Donjek, do tipo Platte e por canais anastomosados. O terraço médio o baixo e a planície encontram-se parcialmente cobertos por depósitos coluvio-aluviais da sequencia SCc. Os depósitos ativos são constituídos por areia fina á média, acumulados no leito ou sob forma de barras transversais; tais corpos podem no centro do canal, na sua margem, na parte frontal de ilhas, ou fazendo a ligação entre ilhas e/ou as margens do rio. As características hidrológicas do rio Paraná e de seus depósitos ativos permitem compará-los aos canais entrelaçados do tipo South Saskatchewan. A evolução sedimentar dos depósitos ocorreu por meio da alternância de climas úmidos e de climas secos, quando se desenvolveram respectivamente as sequencias fluviais e as coluviais. Durante esse período de tempo esteve ativa uma tectônica que promoveu basculamento e movimentação diferencial entre blocos estruturais, definidos por meio de critérios geomorfológicos limitam os depósitos ao Pleistoceno e Holoceno, e uma correlação com depósitos do rio Tibagi (PR) permite que a sedimentação tenha-se iniciado pelo menos no Plioceno. / This research deals with geological mapping and stratigraphy of the Parana river deposits on the reach between Porto Primavera (MS) and Guaira (PR). The geological mapping was based on MSS and RADAR image interpretation and aerial-photo analysis, besides field work in which outcrops and cores were analysed. Field work had been concentrated in the area between Porto Rico and Porto Camargo (PR). Additional data have been supplied by well records from CESP (Porto Primavera) and DALCON (Porto Camargo). The available data were analysed through longitudinal and transversal topographic profiles and geological and stratigraphic crossections. The studied deposits occur in four different levels of terraces and in the active channel. The \"high terrace\" is constituted of gravel deposits of braided channel of Scott type (fluvial sequence SFa) covered with massive sands of colluvial sequence SCa. The \"medium terrace\" is constituted of gravel deposits of braided channel of Donjek Type (fluvial sequence SFb) covered with massive sands and mud ponds of colluvial sequence SCb. The \"low terrace\" is constituted of channel shape and tabular sand bed forms deposited by braided channel of Platte type. The fluvial plain is the lowest terrace and contains pebble deposits of Donjek braided channels covered with sand bed forms deposited by Platte braided channels which have been covered by mud and sand deposited in flood plain, channel and natural levee of anastomosed fluvial system. All the terraces may show alluvial fan and colluvial deposits covering parts of their surface (colluvial bars and lag deposits distributes in two levels into the channel). The hydrologic and faciologic present day characteristic of Parana river enable us to compare them South SasKatchewan braided river. The sedimentary deposits have developed through cyclic climatic changes (humid and dry phases) and under tectonic influence. Active than the alluvial systems. On the other hand, in dry periods the situation was reverted. Tectonic events have tilted the block confined by fault strutures and controlling the valley slope. According to geomorphological correlations the deposits are Quaternary in age, but palinological evidence suggests Pliocene age for the oldest deposits.
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Evolução Tectono-Sedimentar da Formação Santa Bárbara na Sub-Bacia Camaquã Ocidental, RSRenato Paes de Almeida 09 March 2001 (has links)
Na região centro-sul do Rio Grande do Sul, sobre rochas metamórficas e ígneas do Escudo Gaúcho, ocorrem coberturas não metamorfizadas de idade neoproterozóica a cambriana, agrupadas sob a denominação de Grupo Camaquã. De acordo com a proposta de Fragoso Cesar et al. (\'2000 POT. b\'), esse grupo é composto por três formações: Maricá (siliciclástica basal), Crespos (vulcânicas andesíticas e riolíticas, piroclásticas e rochas sedimentares associadas), e Santa Bárbara (siliciclástica superior). A Formação Santa Bárbara é caracterizada por uma espessa sucessão (mais de 4000 metros) de conglomerados e arenitos, com siltitos subordinados, de ambientes aluviais e marinhos costeiros. Essa unidade aflora em três sub-bacias contíguas limitadas por falhas de direção NNE, denominadas Camaquã Ocidental, Central e Oriental, compreendendo diversas ocorrências isoladas por coberturas mais recentes (formações Pedra Pintada e Guaritas da Bacia do Paraná) em uma faixa de aproximadamente 70 km de largura por 150 km de extensão. Na sub-bacia Camaquã Ocidental, a Formação Santa Bárbara aflora continuamente em uma área de mais de 500 km² na região dos Arroios do Seival, Lanceiros e Santa Bárbara que constitui a área-tipo da formação. Essa exposição foi estudada através da aplicação de diversas técnicas da geologia sedimentar visando a caracterização dos ambientes deposicionais, da evolução paleogeográfica e da estratigrafia de seqüências. A Formação Santa Bárbara na sub-bacia Camaquã Ocidental é composta por cinco unidades litoestratigráficas, incluindo conglomerados, arenitos e ritmitos arenosos e sílticos. A petrografia sedimentar revela o caráter imaturo desses sedimentos, com o predomínio de litoarenitos feldspáticos nas unidades de arenitos e na matriz dos conglomerados. Três seqüências deposicionais sensu Vail et al. (1977) foram identificadas com base no reconhecimento das principais superfícies erosivas que limitam pacotes com afinidade genética e no reconhecimento dos tratos de sistemas deposicionais. Os padrões de empilhamento e as variações de espessura dos tratos de sistemas sugerem um aumento gradual das taxas de subsidência da primeira para a segunda seqüência. A terceira seqüência apresenta evidências de um controle tectônico na arquitetura deposicional, condicionada pelo soerguimento de um alto interno à bacia. Os ambientes deposicionais da formação podem ser agrupados em dois grandes conjuntos: ambientes aluviais com abundantes fácies de rios entrelaçados rasos e amplos e de leques aluviais com predomínio de processos de enchentes em lençol; e ambientes marinhos rasos e transicionais, com fácies estuarinas com ação de marés, além de fácies lagunares e costeiras com ação de ondas. As análises de paleocorrentes indicam dois padrões de transporte sedimentar aluvial: um transversal à estruturação da bacia, associado aos leques aluviais; e outro paralelo ao eixo da bacia, com transporte axial para norte em planícies de rios entrelaçados. As paleocorrentes das fácies marinhas costeiras indicam bimodalidade de correntes de maré, com predomínio das correntes de vazante para norte e com correntes de enchente subordinadas para sul, além da presença, no trato transgressivo da terceira seqüência, de correntes de deriva litorânea para sudoeste, associadas à ação de ondas. A integração das análises de proveniência de clastos com as interpretações dos ambientes deposicionais e as análises de paleocorrentes levaram a duas conclusões. Primeiramente observou-se que há grande correlação entre os litoclastos presentes na bacia e os litotipos do embasamento hoje adjacente, indicando ausência de grandes movimentações transcorrentes nas falhas de borda. Além disso, identificou-se que a contribuição detrítica do alto de Caçapava do Sul, constituída de filitos, metabasitos e diversas fácies do Granito de Caçapava do Sul, passa a ocorrer apenas na terceira seqüência deposicional, fato interpretado como indício de que o isolamento entre as bacias Camaquã Ocidental e Camaquã Central ocorreu apenas em um período tardio de evolução da Formação Santa Bárbara. A integração de todas as informações obtidas sugere que a Formação Santa Bárbara depositou-se em uma bacia extensional tipo rift, com falhas limitantes de rejeito normal ou oblíquo, porém sem grandes rejeitos direcionais, com preenchimento sedimentar controlado principalmente pela subsidência tectônica, aporte clástico e padrões de transporte sedimentar, que modificam as respostas à variações eustáticas. / The Camaquã Group crops out in the central region of the state of Rio Grande do Sul, laying above the igneous and metamorphic rocks of the Gaúcho Shield. This group is composed of thick sedimentary successions of neoproterozoic to cambrian age, divided into three formations: Maricá (lower siliciclastic), Crespos (volcanic and volcano-sedimentary) and Santa Bárbara (upper siliciclastic). The Santa Bárbara formation is characterised by a thick (over 4000 meters) succession of conglomerates and sandstones, with minor siltstones, of alluvial and coastal marine environments. It crops out in three contiguous sub-basins limited by NNE trending faults, named Camaquã Ocidental (Western Camaquã), Camaquã Cental (Central Camaquã) e Camaquã Oriental (Eastern Camaquã), including various occurrences isolated by younger sedimentary deposits (Pedra Pintada and Guaritas formations of the Paraná Basin) in a belt 70 km wide and 150 km long. The Camaquã Ocidental sub-basin has a continuous exposition of the Santa Bárbara formation of more than 500 km². The eastern part of this sub-basin, namely the region of Seival, Lanceiros and Santa Bárbara rivers, is the type-area of the formation. The present study has focused on this area and was based on the application of a series of techniques of sedimentary geology to characterise the depositional environments, paleogeographic evolution and sequence stratigraphy of the unit. The Santa Bárbara formation in the Camaquã Ocidental sub-basin is composed of five lithostratigraphic units, including conglomerates, sandstones and sandstone/siltstone rhythmites. Sedimentary petrography analysis have revealed the immature nature of the sandstones and the sandy matrix of the conglomerates, characterised as feldspathic lithoarenites. A sequence stratigraphy approach has been applied to understand the evolution of the sedimentary infill through the identification of erosional unconformities bounding units with chronostratigraphic significance. Three stratigrahic sequences were recognised. The first two represent eustatic cycles preserved in a context of rising subsidence rates, as deduced from the stacking pattern and the variation of thickness of the systems tracts. The third stratigraphic sequence shows evidences of tectonic control upon the depositional architecture, with both the subsidence end the volume of detritus being strongly influenced by the uplift of the Caçapava do Sul Highland. The depositional environments of the Santa Bárbara formation can be grouped into two categories: alluvial environments, mainly shallow and wide braided rivers and sheetflood-dominated alluvial fans; and shallow marine / coastal environments, with tide-dominated estuarine facies, lagoons and wave-dominated shorelines. Paleocurrent analysis indicate two main patterns of alluvial sedimentary transport: one transversal to the basin axis and related to the alluvial fans, and another parallel to the axis, with axial transport towards north related to braided river distal plains. The paleocurrents of the coastal marine facies indicate bimodality of tidal currents, with the ebb current being the dominant one (towards north) and the flood current the subordinate (towards south). Longshore currents related to a wave-dominated shoreline were identified in the transgressive tract of the third sequence, with currents towards southeast. The comparison between the provenance analysis and the basement lithologies, considering also the depositional environments and paleocurrent data, has lead to two main conclusions: l) There is great correlation between the composition of the lithoclasts of the basin and the basement lithologies that crop out today at their vicinity, suggesting that there were no great transcurrent movements at the border faults. 2) The clastic contribution from the Caçapava do Sul Highland, consisting mainly phylites, metabasics and various facies of the Caçapava do Sul Granite, is present only in the third sequence, indicating that the isolation of the Camaquã Ocidental sub-basin from the Camaquã Central sub-basin occurred only at the last stages of the evolution of the Santa Bárbara formation. All of the data and interpretations obtained suggest that the Santa Bárbara formation has been deposited in an extensional rift basin, with normal (dip-slip) border faults, maybe with some oblique movement but without great strike-slip displacement. The sedimentary architecture seems to be controlled mainly by tectonic subsidence, sedimentation rates and transport patterns, which have modified the response to eustatic fluctuations.
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Evolução paleoambiental do Grupo Camaquã na região de Bom Jardim, sub-bacia Camaquã Central, RS / Not avilable.Liliane Janikian 06 August 2001 (has links)
O Grupo Camaquã é composto por unidades vulcânicas e sedimentares de idade no intervalo Neoproterozóico III / Cambriano Inferior que afloram na porção centro-sul do Rio Grande do Sul, registrando importantes eventos tectônicos e deposicionais posteriores ao período orogênico principal do Ciclo Brasiliano na região. A classificação tectônica desta bacia ainda não está definida: se pós-orogênica ou anorogênica. Este grupo é subdividido, da base para o topo, em três formações: Marica, Crespos e Santa Bárbara, expostas em três sub-bacias alongadas segundo a direção NNE-SSW, denominadas Camaquã Ocidental, Camaquã Central e Camaquã Oriental, separadas pelos altos do embasamento de Caçapava do Sul e serra das Encantadas. A área abordada no presente trabalho compreende a região de Bom Jardim, situada no município de Caçapava do Sul-RS, porção norte da Sub-bacia Camaquã Central. Nesta região ocorrem rochas vulcânicas, vulcanoclásticas e siliciclásticas da Formação Crespos e rochas siliciclásticas da Formação Santa Bárbara, objetos de mapeamento e de caracterização de seus sistemas deposicionais através de análises de fácies sedimentares, paleocorrentes e proveniência; análises estruturais e petrográficas foram preliminarmente abordadas. A Formação Crespos na região de Bom Jardim constitui-se de rochas vulcânicas de composição intermediária, bem como rochas piroclásticas e sedimentares que intercalam-se aos derrames. As unidades sedimentares da Formação Crespos nesta região compreendem rochas vulcanoclásticas geradas concomitantemente à atividade vulcânica, bem como rochas siliciclásticas de períodos inter-eruptivos. Os depósitos da Formação Crespos foram gerados em ambiente lacustre, em uma bacia tectonicamente ativa, sob um regime distensivo. As evidências de uma origem tectônica para a bacia são, principalmente, a grande espessura desta unidade (que ultrapassa 3.000 m), seus depósitos sedimentares de águas profundas ) e a presença de fácies de leques subaquosos próximos às margens da bacia. A Formação Crespos na área pesquisada pôde ser subdividida em duas sucessões de fácies intercaladas por uma unidade vulcânica e piroclástica, denominadas como; (i) Sucessão de Fáceis Lacustres e Águas Profundas: é composta na sua porção basal por depósitos turbidíticos proximais desconfinados que transicionam para depósitos de turbiditos distais e de suspensão (siltitos e argilitos); estes últimos intercalam-se e são erodidos por leques subaquosos constituídos por depósitos de correntes de turbidez proximais canalizados (conglomerados a arenitos conglomeráticos) que passam lateral e verticalmente para depósitos distais (arenitos e siltitos) já sob condições desconfinadas. Os depósitos dessa sucessão de fácies apresentam evidências de atividade vulcânica simultânea ou recente, indicada pela presença de piroclastos texturalmente não modificados. (ii) Vulcânicas e Piroclásticas: esta unidade é composta por derrames de composição intermediária e por rochas piroclásticas associadas, de composição predominantemente intermediária a ácida. A colocação destas rochas é interpretada como subaquosa pois intercalam-se no topo aos depósitos de turbiditos e tempestitos da unidade sobreposta e, na base, aos turbiditos distais da sucessão de fácies basal. Petrograficamente, as rochas vulcânicas foram classificadas como andesitos, latitos-basaltos e latitos. Associam-se rochas piroclásticas classificadas como lapilli tufos, tufos finos e brechas piroclásticas, possuindo composições intermediárias e mistas (intermediárias e ácidas). (iii) Sucessão de Fácies Lacustres de Águas Rasas: compõe-se, em sua base, de depósitos de turbiditos proximais (depósitos conglomeráticos e de arenitos conglomeráticos), possivelmente associados a aporte aluvial proveniente de reativações tectônicas, sendo retrabalhados localmente por ondas de tempestade. Para o ) topo predominam tempestitos e depósitos de frentes deltaicas de deltas dominados por rios, gerados em ambientes costeiros proximais (nearshore) com gretas de contração e pequenas incursões de canais fluviais decorrentes de variações do nível de base. Possivelmente estes últimos depósitos representam o preenchimento da bacia em condições de menor atividade tectônica. A interpretação de um ambiente lacustre para a Formação Crespos na região de Bom Jardim decorre das características dos depósitos de topo da unidade, que apresentam marcante influência aluvial sem retrabalhamento por ondas de tempo bom ou marés, em um ambiente de águas calmas, mesmo nas fácies de águas mais rasas. Os depósitos da Formação Santa Bárbara representam, possivelmente, a instalação de um novo período distensivo, provavelmente em uma bacia do tipo rift. Esta unidade, essencialmente siliciclástica, apresenta-se regionalmente em contato erosivo e, aparentemente, angular com a Formação Crespos. Na área de estudo, esta unidade apresenta cerca de 2.000 m de espessura. Na região de Bom Jardim pudrem ser identificados quatro sucessões de fácies: (i) Sucessão de Fácies Marinhas de Costa-Afora: evidenciando um cilo retrogradacional, depósitos conglomeráticos de turbiditos proximais passam para arenitos de turbiditos distais, que por sua vez transicionam para depósitos de tempestitos de transição de costa-afora. Estes depósitos de tempestitos marcam o início de um ciclo progradacional. (ii) Sucessão de Fácies Marinhas Costeiras: depósitos de tempestitos de face litorânea (shoreface), representando a continuidade do ciclo progradacional iniciado no topo da Sucessão de Fácies Marinhas de Costa-Afora, passam para espessos depósitos de ritmitos de planícies de marés que, possivelmente, caracterizam um ciclo agradacional. (iii) Sucessão de Fácies de Leques Deltaicos e Leques Aluviais: marcando o início de um novo ciclo progradacional, ) depósitos de pró-delta iniciam esta sucessão de fácies, sendo rapidamente sobrepostos por depósitos conglormeráticos deltaicos e, posteriormente, de sistemas aluviais. Estes depósitos são interpretados como resultantes de uma reorganização tectônica da bacia, evidenciada pela grande contribuição de clastos provenientes de fonte proximais do embasamento. (iv) Sucessão de Fácies Marinhas Dominadas por Ondas: constitui-se de depósitos de face litorânea (shoreface) com arenitos gerados principalmente por ação de ondas de tempestades, caracterizando um ciclo agradacional. As formações Crespos e Santa Bárbara são afetadas por conjuntos de falhas predominantemente normais, que basculam suas unidades, não tendo sido encontradas falhas inversas ou transcorrentes de grandes rejeitos deformadoras destas unidades. / The Camaquã Croup is composed of volcanic and sedimentary units of the Neoproterozoic III and Early Cambrian, wich crop out in the south-central region of the state of Rio Grande do Sul, southern Brazil. These units represent important tectonic events that occurred after the main orogenic period of the Brasiliano Cicle in the region. The tectonic classification of the basin is not well defined, if post-orogenic or anorogenic. The group is divided into three formations: Maricá (lower), Crespos (middle) and Santa Bárbara (upper), and is exposed in three NNE-SSW elongated sub-basins, named Camaquã Ocidental (Eastern Camaquã), Camaquã Central (Central Camaquã) and Camaquaã Oriental (Western Camaquã). These Sub-basins are isolated from each other by the basement highlands of Caçapava do Sul and Serra das Encantadas. The present work considers the northern region of the Camaquã Central Sub-basin, an area called Bom Jardim, in the municipality of Caçapava do Sul. This region exposes volcantic, volcaniclastic and siliclastic rocks of the Crespos Formation and siliclastic rocks of the Santa Bárbara Formation. These units have been mapped and characterized in terms of their depositional systems through facies analysis and studies of paleocurrents and provenance. Preliminary petrographic and structural analyses have also been considered in the characterization and interpretation of the evolution of the Camaquã Group in the area. In the Bom Jardim region, the Crespos Formation is constituted by volcanic rocks of intermediate (andesitic) composition as well as pyroclastic and sedimentary rocks interfingered with the flows. Volcaniclastic rocks during volcanic events as well as inter-eruptive deposits compose the sedimentary units of the Crespos Formation in the region. The Crespos Formation deposits were formed in a lacustrine depositional environment, within a tectonically active extensional basin. The evidences for a tectonic origin for the basin are its great thickness (over 3000 m) and the presence of deep-water and sobaquous-fan deposits near the basin\'s margin. The Crespos Formation may be divided, in the considered region, into two facies successions separated by a volcanic and pyroclastic unit: (i) Deep-Water Lacustrine Facies Sucession: composed, in its lower portion, of unconfined proximal turbiditic deposits (fine sandstones) which grade to distal turbiditic and suspension deposits (siltstones and mudstones). These interfiger with and are eroded by subaquous-fan depostis, constituted by canalized proximal turbiditic deposits (conglomerates and conglomeratic sandstones) which pass laterally and vertically to distal unconfined deposits (sandstones and siltstones). Texturally unmodified pyroclasts are found in this facies succession, indicating that volcanic activity have taken place simultaneously or soon before the depositional events. (ii) Volcanic and Pyroclastic Rocks: composed of flows of intermediate (andesitic) composition and related pyroclastic rocks that are of intermediate to acid composition. A subaquous environment of emplacement is interpreted for these rocks as they interfinger with tempestites of the upper facies succession at the top and with turbidites of the lower facies succession at the base. These rocks were petrografically classified as andesites, latite-basalts and latites. The pyroclastic rocks are manly lapillituffs, fine tuffs and pyroclastic breccias, and the composition of their fragments is andesitic or both andesitic and acid (rhyolitic). Shallow-Walter Lacustrine Facies Succession: is composed, in its lower portion, of proximal turbidites (conglomerates and conglomeratic sandstones) possibly related to alluvial input generated by tectonic reactivation. Storm waves have locally reworked these deposits. Towards the top of the succession, neatshore deposits are dominant, composed of tempestites and river dominated delaic sandstones and siltstones. Muderacks and small incursions of fluvial channels indicate changes in the relative base level. Possibly this facies succession represents the infilling of the basin during a period of tectonic quiescence. The interpretation of a lacustrine environment for the Crespos Formation in the Bom Jardim region is based mainly in the facies associations of the upper facies succession, were there is evidence for quiet waters receiving alluvial input, lacking fair-weather waves or tidal reworking even in the shallowest facies. Above the Crespos Formation lies the Santa Bárbara Formation, which represents deposition of siliclastic successions in another period of extensional tectonic subsidence, probably in a rift basin. The contact between these two units is erosional and probably angular. Four facies successions were identified in the Santa Bárbara Formation in the Bom Jardim region: (i) Offshore Marine Facies Succession: composed of proximal conglomeratic turbiditic deposits that pass to distal turbidites (sandy rhythmites), revealing an initial retrogradational cycle, and then to offshoretransition tempestites. This last passage characterizes a progradational cycle. (ii) Coastal Marine Facies Succession: shoreface tempestites (mainly sandstones) complete the progradational cycle iniated at the top of the last facies succession, and are covered by tidal-flat rhythmites that characterize an agradational cycle. (iii) Fan-Delta and Alluvial Fan Facies Succession: pró-delta rhythmites are rapidly overlain by fan-delta conglomeratic deposits, characterizing a progradational cicle continued by the deposition of alluvial conglomerates and sandstones. These conglomeratic deposits are interpreted as an evidence of tectonic rearrangement of the basin, revealed by the great contribution of basement clasts of proximal sources. (iv) Wave Dominated Marine Facies Succession: composed of shoreface deposits, with amalgamated sandstones generated mainly by storm-wave action, characterizing an agradational cycle. The Crespos and Santa Bárbara formations are affected by groups of faults, mainly with normal movement. No reverse or transcurrent faults with great displacement were identified.
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Transição cráton-faixa dobrada: exemplo do Cráton do São Francisco e da Faixa Aracuai (ciclo brasiliano) no estado de Minas Gerais: aspectos estratigráficos e estruturais / Not available.Alexandre Uhlein 20 May 1991 (has links)
Esta tese desenvolve um estudo estratigráfico, sedimentológico e estrutural sobre a transição entre as províncias brasilianas/panafricanas do Cráton do São Francisco e da Faixa de Dobramentos Araçuaí, na região centro-norte do Estado de Minas Gerais. Três domínios estruturais foram caracterizados pela intensidade da deformação e do metamorfismo brasiliano (~600 m.a.): domínio externo, representado pela borda oriental do Cráton do São Francisco; domínio transicional, correspondendo às unidades mais externas da Faixa Araçuaí; e domínio interno, com unidades mais transformadas e apresentando metamorfismo da fácies anfibolito. As principais unidades litoestratigráficas estão representadas pelo Embasamento, de idade arquena ou transamazônica (2000 m.a.), os metassedimentos do Sg. Espinhaço, de idade proterozóica média, do Sg. São Francisco e do Grupo Macaúbas, de idade proterozóica superior, o Complexo Salinas (um provável equivalente do Gr. Macaúbas) e os granitoides leucocráticos brasilianos. O Embasamento aflora nos três domínios descritos. O Sg. São Francisco constitui uma cobertura do Cráton do São Francisco. O Sg. Espinhaço ocorre no domínio cratônico e também no domínio transicional. O Gr. Macaúbas aflora no domínio transicional e o Complexo Salinas, assim como os granitoides, ocorreram no domínio interno. O Sg. Espinhaço foi depositado num rift continental sub-meridiano. A individualização do rift iniciou-se com um vulcanismo ácido a intermediário subalcalino e prosseguiu com a sedimentação da Sequência Inferior (Fm. São João da Chapada e Sopa-Brumadinho), na forma de um sistema de leques aluviais que passa, lateralmente, para fácies marinho raso. Para o topo, a sedimentação mostra relativa estabilidade tectônica que caracteriza a Sequência Média (sistema desértico costeiro) e Sequência Superior (sistema marinho raso com ciclos transgressivos e regressivos). Um tectonismo epirogenético, com intrusão de rochas básicas toleíticas continentais e uma glaciação, marcam a passagem entre o Proterozóico Médio a Superior. Na margem oeste, associado ao relevo deste tectonismo, depositou-se a Fm. Jequitaí (fáceis glácio-continental) que passa lateralmente, para sedimentação glácio-marinha, em parte retrabalhada como fluxos gravitacionais e correntes de turbidez que caracterizam o Gr. Macaúbas e o Complexo Salinas. Os turbiditos finos e mais distais constituem o Complexo Salinas. Esta evolução faciológica de oeste para este indica a passagem de um domínio continental sob influência glacial para uma plataforma continental e uma bacia marinha profunda, as duas últimas separadas por um paleo-talude, com fáceis de leque submarino. Esta bacia assimétrica constitui o prisma de uma margem continental passiva. Para oeste, a fáceis glácio-continental desaparece e o Grupo Bambuí (parte superior do Sg. São Francisco) repousa diretamente sobre o embasamento do Cráton do São Francisco, não tendo sido identificado na Faixa Araçuaí, devido a não deposição ou erosão. Os metassedimentos do Gr. Bambuí foram depositados em ambiente marinho raso e, para o topo, mostram fáceis deltaica e fluvial braided, sugerindo sedimentação molássica (Fm. Três Marias). A estrutura da Faixa Araçuaí (domínios transicional e interno) é progressiva (fases \'D IND. P-1\' e \'D IND. P\') e polifásica (\'D IND. P+1\'). A deformação principal (\'D IND. P\') é caracterizada por uma sucessão de zonas com dobras assimétricas com vergência para oeste, separadas por corredores de cisalhamentos dúcteis. Esta deformação (\'D IND. P\') se manifesta por uma xistosidade (\'S IND. P\') e uma lineação de estiramento (\'L IND. X\') proeminente, que indica um transporte de material de este para oeste, em direção do Cráton do São Francisco. Muito localmente, identificou-se ainda, uma xistosidade (\'S IND. P-1\') que representa, provavelmente, uma manifestação precoce da \'D IND. P\' (deformação progressiva). A fase \'D IND. P+1\' está relacionada a dobras abertas e uma clivagem de crenulação (\'S IND. P+1\') pouco penetrativa. O metamorfismo regional está associado a deformação principal. Ele aumenta do anquimetamorfismo à fáceis xisto verde, junto a borda cratônica, evolui até a fáceis xisto verde alto (cianita) no domínio transicional e à fácies anfibolito alto no domínio interno. Os granitoides são na maior parte sintectônicos, do tipo S, lecocráticos, geralmente a duas micas, com granada, cordierita e silimanita. A Faixa Araçuaí representa a parte setentrional do flanco ocidental de um mega-orógeno, separado, posteriormente, pela abertura do Oceano Atlântico, no início do Mesozóico. A cadeia é caracterizada por uma deformação do tipo cisalhamento simples, com vergência para oeste. O substrato é, dentro da zona estudada, siálico. A tectogênse brasiliana está relacionada ao intervalo 600-500 m.a. / It is a stratigraphical, sedimentological and structural study of the transitional zone between two Brasiliana (=Pan-African) Provnices: the São Francisco craton and the Araçuaí Fold Belt, both located in Central-North Minas Gerais. Three main structural domains can be distinguished using the intensity of Brasiliano (~600 Ma) deformation and metamorphism. The external domain is represented by the eastern border of the São Francisco craton. In the transitional domain outcrop the external structural units of the Araçuaí Fold Belt and in the internal domain the highly deformed and metamorphosed internal units. The main lithostratigraphic units involved are Archean and/or Transamazonian (2000 Ma) basement, Middle Proterozoic metasediments of the Espinhaço Supergroup, Upper Proterozoic metasediments of the São Francisco Supergroup, the Macaubas Group and the Salinas Complex and finally Brasilianos granitoids. The basement outcrops on the craton and in the external domain where it is polycyclic. The cover of the São Francisco craton is made of São Francisco Supergroup. The Espinhaço Supergroup is found in both external and transitional domains. The Macaúbas Group is confined to the transitional domain and the Salinas Complex and the Brasilianos granitoids to the internal domain. The Espinhaço Supergroup has been deposited in a roughly submeridian continental rift located in the transitional domain. Its lower part is made of acid to intermediate sub-alkaline metavolcanics and fluviatil metasediments gradding lateraly to low depth marine sediments. Its middle part is made of eolians quartzites deposited in a beach environment. Its upper part is composed of low depth marine deposits showing alternate regressive and transgressive cycles. After its deposition the Espinhaço Supergroup has suffered a general upflift and intrusions of continental tholeiites. On the highest up lifted parts continental glaciogenic facies of the Jequitaí Formation (lower part of São Francisco Supergroup) are deposited. Eastwards, in the Araçuaí geosyncline, they grade into glacio-marin deposits associated to gravitational debris flows, mud flows and turbidites. Fine distal turbidites are characteristics of the Salinas Complex. This facies change from West to East mark out the evolution from a continental englacial environment to a platform glacio-marine environment and finaly to a deep oceanic basin. Gravity reworked deposits are concentrated along the slope separating the marine platform from the oceanic basin. The whole sequence of facies build a typical prism of passive margin. Westward, on the craton, continental glacial facies disappear and the Bambuí (middle part of the São Francisco Supergroup) lies directly on the basement. The upper (molassic Três Marias Formation) parts of the São Francisco Supergroup is only known on the craton. No equivalents have been identified in the Araçuaí Fold Belt because non deposited or eroded. The structure of the Araçuaí Fold Belt - transitional and internal domains - its progressive (phase \'D IND. P-1\' and \'D IND. P\') and polyphased (\'D IND. P+1\'). The first or main (\'D IND. P\') deformation generate a serie of wide undulated zones with asymetric folds showing westwards vergence separated by thin belts of ductile shearing. (\'S IND. P\') slaty cleavage bears a proheminent stretching or/and mineral lineation indicating a westward transport of materials towards the São Francisco craton. Localy and \'S IND. P-1\'cleavage has been identified. It probably represents and early phase of the main progressive deformation (\'D IND. P\'). \'D IND. P+1\' generates open folds with a non-penetrative crenulation cleavage. Covers of the cratonic domain are subautochtonous: they are folded and thrusted by \'D IND. P\' on a width of about 100 kilometers. The regional barrowian metamorphism is associated to \'D IND. P\'. It increases from anchizone (cratonic domain) to greenschist facies (intermediate domain) and deep amphibolite facies (internal domain). Granitoids are mainly syntectonic, of S-type, leucocratic, generaly with two micas, garnets, cordierite and sillimanite. The Araçuaí Fold Belt represents the northern part of the western flank of a mega orogen divided in two during the opening of the South Atlantic Ocean in Early Mesozoic time. It is characterized by a main ductile shearing with a westwards vergence. Metasediments are cross-cut by low angle shearing zones, the most important of which are used to separate the 3 main structural domains. The substrate is sialic in the whole studied area. The Brasiliana tectonogenesis is roughly dated at 600 Ma.
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O Grupo Camaquã (Transição Proterozóico - Fanerozóico) na Região das Minas do Camaquã, RS: Análise Estratigráfica de Fácies, Proveniência e Paleocorrentes / Not available.Gelson Luís Fambrini 08 October 1998 (has links)
O objetivo principal deste estudo foi a análise estratigráfica do Grupo Camaquã (transição Proterozóico-Fanerozóico) através de análises litofaciológicas, de paleocorrentes, petrográficas, de proveniência e de ambientes de sedimentação na região das Minas do Camaquã, na porção sudeste do estado do Rio Grande do Sul. O Grupo Camaquã preenche a Bacia do Camaquã, feição tectônica que cobre o Escudo Gaúcho. O Escudo Gaúcho, que se estende para o Uruguai, é caracterizado como uma colagem de terrenos suspeitos, sendo que os depósitos da Bacia do Camaquã situam-se preferencialmente ao longo dos limites destes terrenos condicionados à instalação e reativação de zonas de cisalhamento NE-SW. Considerando a movimentação tectônica dos terrenos em relação ao Cráton Rio de La Plata, dois grupos são identificados: (I) terrenos transportados de oeste (terrenos Rio Vacacai e Valentines), refletindo o fechamento de um oceano proterozóico ocidental - Oceano Charrua -, e (2) terrenos transportados de sul (terrenos Tijucas, Cerro da Árvore, Serra dos Pereira, Encruzilhada, Pelotas e Rocha), possivelmente relacionados ao fechamento do Oceano Adamastor. As unidades destes terrenos de suas coberturas anteriores à instalação do Grupo Camaquã serviram de áreas fontes. Embora controvertida quanto às denominações formais, a estratigrafia na área de estudos pôde ser separada em três conjuntos: inferior, médio e superior, correlacionados à litoestratigrafia do Grupo Camaquã como um todo: (I) inferior (Cl) formado por ritmitos psamo-pelíticos (depósitos de turbiditos, tempestitos e inunditos caracterizando corpo aquoso marinho da Formação Mangueirão; (II) médio (CM) constituído por depósitos rudáceos de fan deltas da Formação Vargas, progradantes sobre a unidade subjacente e (III) superior (CS) transicional (marinha e flúvio-deltaica) da Formação João Dias. A aplicação do conceito de fácies à área de estudos possibilitou individualizar associações de fácies que registram o empilhamento estratigráfico em cada formação, sendo equiparáveis à classificação de membros na litoestratigrafia formal. A Formação Mangueirão foi dividida em cinco associações de fácies compreendendo 2000m de espessura: (I) Cll representada por depósitos de turbiditos essencialmente arenosos; (II) Cl2 constituída por depósitos rudáceos de leques costeiros subaquáticos relacionados aos turbiditos; (III) Cl3 significando depósitos provavelmente de tempestitos; (IV) Cl4 formada por depósitos de águas rasas (inunditos) definidos como uma planície de maré e (V) Cl5 englobando já a porção subaérea do corpo aquoso representada por depósitos de frente deltaica. As paleocorrentes obtidas na Formação Mangueirão apresentam dispersão inicialmente para NNE na Associação Cll, indicando que a associação proveio de sul a sudoeste. Na Associação Cl2 as paleocorrentes indicaram que seus detritos vieram de sudoeste e, nas associações de fácies Cl3, Cl4 e Cl5, que os chatos provieram de sul. A análise dos fragmentos indica fontes no Terreno Valentines situado a SW. A Formação Vargas compõe-se de três associações de fácies granocrescentes para o topo perfazendo espessura de cerca de 500m: (I) CMl formada por arenitos conglomeráticos e paraconglomeráticos de leques subaquáticos de fan deltas; (II) CM2 composta de ortoconglomerados polimíticos de fácies canalizadas de depósitos de leques aluviais (sheet-flood e stream flow) e (III) CM3, restrita à porção NE da unidade, formada de depósitos de brechas e conglomerados de leques aluviais proximais. O conjunto da Formação Vargas representa depósitos de fan deltas que colmataram o corpo aquoso da Formação Mangueirão. As paleocorrentes obtidas na Formação Vargas indicaram (I) dispersão para N e NE na Associação CM1, indicando que as áreas fontes situar-se-iam a S e SW da região das Minas do Camaquã. Atualmente, a sul e a sudoeste da área de estudos encontra-se o Terreno Valentines; (II) a Associação CM2 refletiu paleotransporte para NW revelando áreas fontes a S e, principalmente, SSE. A análise de proveniência na Associação CM1 sugere fontes no Terreno Valentines (coberturas vulcano-sedimentares do Grupo Crespos e leucogranitos róseos de textura ranakivi no Uruguai), mas também do Terreno Rio Vacacaí, que exibe as mesmas associações de rochas. A análise de proveniência na Associação CM2 sugere fontes no Terreno Valentines, mas principalmente, no Terreno Serra das Encantadas a SSE, comprovada pelo domínio de clastos de milonitos e mármores relacionados a este terreno presentes no topo da associação. A Formação João Dias engloba três associações de fácies perfazendo espessura de cerca de 1500m: (I) CS1 formada por arenitos finos com estratificações hummocky de paleoambiente provavelmente marinho; (II) CS2 consituída de arenitos médios de planície deltaica e CS3 de arenitos médios e grossos fluviais, estas compondo um sistema flúvio-deltaico. Na Formação João Dias as poucas medidas de paleocorrentes obtidas indicaram fontes a SW representadas possivelmente pelo Terreno Valentines. / The main aim of this study was stratigraphic analysis of the Camaquã Group at the Proterozoic-Phanerozoic transition using petrographic, facies, paleocurrent, provenance and sedimentary environment analyses of the Camaquã Mines region in the southeastern part of the State of Rio Grande do Sul. The Camaquã Group filled the Camaquã basin, an important tectonic feature of the Gaucho Shield . This shield, which extends into Uruguay, is the result of amalgamation of suspect terranes, while the deposits of the Camaquã basin are preferentially located along the terrane limits which are the result of installation and reactivation of NE-SW oriented shear zones. Two groups of terranes are separated according to their moviment relative to the Rio de La Plata craton: (1) the Vacacai and Valentines terranes which were transported eastwards during the closing of the (eastern) Charrua Ocean; and (2) the Tijucas, Cerro da Árvore, Serra dos Pereira, Encruzilhada, Pelotas and Rocha terranes, transported northwards, possibly during the closing of the Adamastor Ocean. Units of these terranes and cover rocks older than the Camaquã Group were source areas. Although there is controversy concerning formal definitions, the stratigraphy of the studied area can be separated into lower, middle, and upper units which are correlated to the global lithostratigraphy of the Camaquã Group. The lower group (CI) is composed of psammo-pelithic rhythmites which include turbidites, tempestites and inundites formed in the marine body of the Mangueirão Formation. The middle group (CM) is constituted by fan delta rudaceous deposits of the Vargas Formation which prograde over the earlier group. The upper group (CS) is the João Dias Formation which is transitional between marine and fluvial-deltaic. Application of the facies concept allowed the separation of facies associations which define the stratigraphic sucession in each formation, and which are equivalent fo the members classified in formal lithostratigraphy. The Mangueirão Formation was divided into five facies associations ehich together reach a thickness of 2000m. (1) CI1 - essentially arenaceous turidites; (2) CI2 - rudaceous deposits of subaqueous coastal fans related to the turbidites; (3) CI3 - possible tempesties; (4) CI4 - shallow water inundites of tidal plains; (5) CI5 - the subaerial part of a delta front. Paleocurrent analysis showed NNE-wards dispersion in CI1, indicating provenance from the south and southwest. In CI2 the paleocurrents are from the southwest, while in the ramaining facies associations they were from the south. Fragment analyses shows that the source was in the Valentines terrane. Three upward-coarsening facies associations comprise the Vargas Formation with a total thickness of about 500m: (1) CI1 - conglomeratic arenites and paraconglomerates of submarine fans formed in fan deltas; (2) CM2 - polymict orthoconglomerates of the channel facies (sheet flood and stream flow) deposits of alluvial fans; (3) CM2 - breccias and conglomerates of proximal alluvial fans, which are restricted to the northeastern part of the unit. The Vargas Formation as a whole represents fan deltas which filled the water body of the Mangueirão Formation. Paleocurrents show northwards to northeastwards dispersion in CM1, suggesting that the source areas were southwards and southwestwards of the Camaquã Mines region where the Valentines terrane is presently situated. Northwestwards transport was found in CM2, with sources to the south and, principally, to the southeast. CM3 indicates some data showing transport to the southwestwards. Provenance analysis for CM1 revealed not only the Valentines terrane, including volcanosedimentary cover rocks of the Crespos Group and rapakivi-textured leucogranites from Uruguay, but probably also the Rio Vacacai terrane, which has similar rock associations. Sources of CM2 are also in the Valentines terrane, but also in the Serra das Encantadas terrane to the south-southeast, as show by the predominance at the top of the association of clasts of mylonites and marbles derived from this terrane. The thickness of João Dias Formation reaches about 1,500m, and it is composed of three facies associations: (1) CS1 - fine hummocky cross stratified arenites of marine association; (2) CS2 - fine to medium arenites of delta plain and (3) CS3 - fine to pebbly coarse arenites of fluvial system. The few paleocurrent measurements indicated sources to the southwest, possibly in the Valentines terrane.
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Caracterização geológica e aspectos genéticos dos depósitos de argilas tipo \"ball clay\" de São Simão, SP / Not available.Márcia Maria Nogueira Pressinotti 02 July 1991 (has links)
As argilas tipo ball clay de São Simão são conhecidas por sua elevada plasticidade e resistência mecânica, propriedades estas específicas para a indústria de cerâmica branca, na qual atingem significativo valor comercial. Ocorrem em lentes e camadas irregulares associadas aos depósitos aluvionares quaternários, do Ribeirão Tamanduá, que se localiza a oeste da cidade de São Simão, SP. Os estudos realizados tiveram por finalidade caracterizar os processos geológicos e geoquímicos associados à gênese dessas argilas. Desta forma, o mapeamento geológico, a caracterização dos processos evolutivos neocenozóicos, ligados à alteração das áreas fontes dos depósitos aluvionares e a caracterização química e mineralógica das argilas, foram necessários a este propósito. Estas argilas são de origem principalmente detrítica, formadas por deposição em planícies de inundação cujas fontes foram, predominantemente, os arenitos subarcosianos alterados das formações mesozóicas arenosas e, secundariamente, as rochas básicas da Formação Serra Geral. São caracterizadas por altos teores de caolinitas e menores quantidades de quartzo e micas. A matéria orgânica é muito frequente nessas argilas e, possivelmente, responsável por grande parte de suas propriedades tecnológicas. As caolinitas caracterizam-se por placas hexagonais de boa cristalinidade (com 1 \'mü\'m de diâmetro) ao lado de pequenas partículas irregulares com baixa cristalinidade (de diâmetros menores que 0,2 \'mü\'m). Análises químicas mostraram que as argilas possuem teores em cátions alcalinos e ferro extremamente baixos, e se encontram em um meio ácido e dessaturado. Datações radiométricas mostraram que esses depósitos são relativamente recentes, formando-se no intervalo de tempo correspondente a, pelo menos, os últimos 33.000 anos BP, ou seja, no final do Pleistoceno ao Holoceno. As argilas de São Simão, com base nas características composicionais (químicas e mineralógicas), não poderiam ser classificadas como ball clay. Entretanto suas propriedades tecnológicas são similares às ball clays inglesas e americanas, o que justifica denominá-las de argilas tipo ball clay. / The ball clays from São Simão are known by their high plasticity and mechanical strength properties, especially indicate for white ceramic manufacturing, having therefore, high commercial value. These clays occur as irregular beds or lenses associated with quaternary alluvial deposits from Tamanduá River, west of São Simão town, state of São Paulo. The studies were carried out to determine the geological and geochemical processes that originated the ball clays. To understand these processes the geological mapping with attention to Late Cenozoic wheathering of source areas of alluvial deposits, were undertaken and chemical and mineralogical characteristics were studied. The origin of these clays is mainly detritical, through deposition on flood plains. The sources were predominantly weathered subarkose wackes from sandy mesozoic formations and secondarily from basic rocks of Early Cretaceous Serra Geral Formation. Kaolinites are the predominant mineral of the clays, besides low contents of quartz and mica. The frequent organic matter is thought to be responsible for its technological properties. The kaolinites are characterized by well-crystallized hexagonal flakes (1\'mü\'m diameter) associated with small low degree cristallinity particles (diameters lesser than 0,2\'mü\'m). The chemical analyses indicate that the clays have low contents of alkaline cations and iron, in acid and unsaturated conditions. According to radiometric datings these deposits were originated at least 33,000 years B.P., in the Latest Pleistocene to Holocene. The chemical and mineralogical composition of the São Simão clay does not correspond to the typical ball clay. Notwithstanding it may be considered a ball clay type inasmuch as it bears the same technological properties of English and North American ball clays.
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Estratigrafia e Evolução Geológica da Parte Oriental da Bacia Bauru (Ks, Brasil) / Stratigraphy and Geological Evolution of the Bauru Basin East Part (uK, BRAZIL).Fernandes, Luiz Alberto 06 July 1998 (has links)
A Bacia Bauru formou-se no Cretáceo Superior (Coniaciano-Maastrichtiano), por subsidência termo-mecânica, na parte centro-sul da Plataforma Sul-Americana. Esta bacia, continental interior, acumulou uma seqüência sedimentar essencialmente arenosa (atualmente com espessura máxima de quase 300 m), que ocorre em área de cerca 370.000 km². Tem por substrato rochas vulcânicas da Fm. Serra Geral (Ki), sobretudo basaltos, da qual é separada por superfície erosiva regional. A área investigada corresponde à parte oriental da Bacia Bauru (oeste de São Paulo, Triângulo Mineiro e noroeste do Paraná), situada entre as coordenadas 18° S e 25° S; e 47° W e 55° W, com cerca de 180.000 km². O presente estudo discute a estratigrafia e a evolução sedimentar daquela área, mediante análise de sistemas deposicionais - baseada em levantamentos de campo - e ensaios com amostras em laboratório (microscopia óptica, microscopia eletrônica de varredura com EDS, e difração de raios X). Segundo a distribuição das associações de fácies e suas relações encontradas é proposta uma revisão estratigráfica para a parte oriental da Bacia Bauru. Nesta área, a seqüência neocretácea foi dividida em dois grupos parcialmente cronocorrelatos: Caiuá (formações Rio Paraná, Goio Erê e Santo Anastácio) e Bauru (formações Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Marília, mais os Analcimitos Taiúva). A sedimentação na Bacia Bauru ocorreu em duas fases principais, a primeira em condições essencialmente desérticas, a seguinte com maior presença de água, ainda que em clima semi-árido. As associações de fácies da primeira fase correspondem, em termos litoestratigráficos, a depósitos de: lençóis de areia com campos de dunas baixas, loesse e wadis (Vale do Rio do Peixe); lençóis de areia secos (Santo Anastácio); dunas eólicas médias e interdunas úmidas, zona periféricas de sand sea (Goio Erê); e complexos de dunas eólicas de grande porte (draas), parte central de sand sea interior (Rio Paraná). As associações da segunda fase correspondem a depósitos de: rios entrelaçados, de baixa a média sinuosidade (Uberaba); pantanal interior (Araçatuba); zonas distais de leques aluviais (Echaporã); sistema fluvial entrelaçado, partes medianas de leques aluviais (Serra da Galga); sistema fluvial entrelaçado, partes medianas de leques aluviais (Ponte Alta); sistema fluvial entrelaçado arenoso (São José do Rio Preto); e sistema fluvial meandrante arenoso fino, de canais rasos (Presidente Prudente). A primeira corresponde ao sepultamento progressivo do substrato basáltico por extensa e monótona manta arenosa, formada principalmente por depósitos de lençóis de areia, com pequenas dunas e estratos de loesse. Desta fase, os raros depósitos fluviais preservados correspondem a fluxos de enxurradas de deserto (wadis). A intensificação das atividades tectônicas nas bordas norte-nordeste e leste, e provavelmente na borda noroeste, provocaram significativa mudança no quadro paleogeográfico da bacia, promovendo o avanço de leques aluviais para o seu interior. Ao mesmo tempo, mudanças climáticas graduais trouxeram maior umidade às zonas marginais. Tais alterações assinalam o início da segunda fase de sedimentação, em que se desenvolveram sistemas fluviais importantes, de nordeste para sudoeste, entre as bordas e o deserto interior. O clima quente e seco determinou a manutenção de condições desérticas no interior da bacia, desde o início até a segunda fase de sedimentação. Durante a elevação das bordas houve a instalação de diversos corpos de rochas alcalinas nos altos marginais, magmatismo extrusivo próximo da borda leste (analcimitos Taiúva) e silicificação localizada, no sul da bacia. A nova moldura, realçada na passagem entre as fases I e II, corresponde a charneiras de importantes altos tectônicos marginais. O trato de sistemas desértico é formado pelas formações Vale do Rio do Peixe, Santo Anastácio, Goio Erê e Rio Paraná. O relevo original do substrato criou condições endorrêicas em zona interior da bacia, determinando a formação de uma grande área pantanosa em clima semi-árido (Pantanal Araçatuba), no início da sedimentação neocretácea. O soerguimento das margens norte e nordeste provocou modificações na paleogeografia da bacia. Talvez o mais importante tenha sido o embutimento - pós-sedimentação - da faixa do Triângulo Mineiro onde hoje ocorre a Fm. Uberaba (depressão de Uberaba). Os fluxos fluviais distais de leques aluviais do Mb. Serra da Galga, posteriores a este evento, apresentavam persistentes rumos para noroeste, possivelmente por influência de barreiras internas então criadas. Os fluxos fluviais entrelaçados do Mb. Serra da Galga avançaram sobre a Fm. Uberaba, soterrando-a. Os influxos de material originados em leques aluviais marginais foram gradualmente transformados, bacia a dentro, em sistemas fluviais entrelaçados e depois em meandrantes, até a sua desarticulação na periferia do deserto Caiuá. Os fluxos fluviais provenientes da parte nordeste alcançavam o interior da bacia em sistemas entrelaçados arenosos (Fm. São José do Rio Preto), de rumo geral sudoeste, muito constante. À medida que adentravam a bacia, a paisagem tornava-se cada vez mais plana, e os sedimentos transportados cada vez mais finos. Assim, devido ao baixo gradiente da bacia, nas porções distais este sistema fluvial tornava-se meandrante, ainda arenoso, com canais mais estáveis, definidos e rasos (Fm. Presidente Prudente). Serpenteavam em extensas planícies aluviais, entre lagoas residuais formadas sobretudo após eventos de transbordamento. Os arenitos e arenitos conglomeráticos dos membros Serra da Galga e Ponte Alta correspondem portanto às fácies proximais das associações fluviais São José do Rio Preto e Presidente Prudente. O aumento da aridez rumo ao interior determinava progressivo aumento da evaporação e escassez de água no ambiente, até o desaparecimento do sistema fluvial nas planícies arenosas. As unidades de origem eólica exibem notável constância do sentido de transporte, durante a sedimentação da seqüência neocretácea. O padrão geral de fluxos fluviais aponta para o interior da bacia. Os resultados obtidos para o Mb. Serra da Galga, entretanto, são claramente discordantes. Admitindo-se que esta unidade corresponde às porções proximais do sistema São José do Rio Preto-Presidente Prudente, supõe-se que tenha existido uma barreira geográfica na borda nordeste da bacia, associada às transformações tectônicas ali ocorridas, que teria determinado a passagem dos fluxos fluviais rumo ao interior da bacia, mais para oeste. O estabelecimento do Pantanal Araçatuba, subambiente peculiar criado no estádio inicial, provavelmente decorre da posição topográfica mais baixa original do substrato naquela região. O limite oeste da área de ocorrência atual da Fm. Araçatuba corresponde a uma feição elevada do substrato basáltico (soleira de Jales-Andradina). O aporte continuado de sedimentos eólicos, que inicialmente supriu dunas e lençóis de areia marginais ao charco, terminou por soterrar a depressão original. Todas as ocorrências fossilíferas conhecidas na bacia localizam-se na sua parte oriental e refletem o controle essencialmente paleogeográfico. Compreendem restos ósseos, sobretudo de répteis - crocodilos, quelônios e dinossauros -, anfíbios, peixes, moluscos, crustáceos e oogônios de algas carófitas. Em geral, predominam ocorrências vinculadas a litofácies de origem fluvial, com remobilização e transporte de material, do que decorre rara preservação de esqueletos completos. As principais ocorrências estão em depósitos de planícies fluviais de transbordamento e lagoas efêmeras (no interior da bacia) e naqueles vinculados a fluxos aquosos entrelaçados e a lagoas de zonas de leques aluviais marginais da bacia. No interior mantiveram-se, durante os dois estádios de sedimentação, condições desérticas quentes, motivo da escassez e baixa diversidade das ocorrências. A fossilização ocorreu quase sempre com perfeita preservação da estrutura óssea e manutenção da natureza fosfática original, independente das litofácies ou unidades geológicas de origem. Os ossos são constituídos por fluorapatita de baixa birrefringência, com laminação concêntrica, canais haversianos e camadas fibrosas, similares às estruturas de ossos dos vertebrados atuais. Não foram verificadas deformações mecânicas após o soterramento, provavelmente devido ao baixo grau de diagênese a que foram submetidas as rochas, além da proteção fornecida pela cimentação carbonática precoce, presente em muitos casos. Este cimento ocorre freqüentemente associado, permineralizando ou substituindo parcialmente a estrutura orgânica. Algumas vezes os espaços internos estão preenchidos por material clástico. Nos compartimentos paleoecológicos mais interiores da bacia (São José do Rio Preto e Presidente Prudente) a grande maioria dos restos fósseis é constituída por ossos fragmentados e/ou desarticulados, concentrados em fácies de barras de canais rasos ou wadis. Por outro lado, nos jazigos fossilíferos da região de Peirópolis, situados próximos da borda da bacia, são encontrados ossos de vertebrados em melhor estado de preservação. Sem dúvida, a maior disponibilidade de água favoreceu o florescimento e a manutenção da fauna e flora nas regiões marginais, em lagoas de planícies de inundação e corpos aquosos formados entre leques aluviais coalescentes. Os restos ali encontrados sofreram, assim como os do Mb. Echaporã, menor transporte antes do soterramento. Nestas regiões, a maior porosidade dos sedimentos e a maior disponibilidade de águas ricas em carbonatos, propiciou intensa cimentação dos ossos, sendo neles comuns as feições de rompimento por crescimento expansivo (displacive) de calcita. Três tipos principais de cimentação carbonática foram identificados na parte leste da bacia: pedogenética, subterrânea e diagenética; de ordem temporal aproximadamente definida, porém com freqüente sobreposição de eventos, dependendo da vulnerabilidade dos depósitos em relação aos sucessivos processos de dissolução e reprecipitação no decorrer do tempo. Os calcretes do Mb. Ponte Alta preservam claras feições de gênese associada a fluxos rasos de águas subterrâneas. Por outro lado, os calcretes pedogênicos do Mb. Echaporã são registros inequívocos de formação por processos edáficos. Nas outras unidades, em geral mais interiores, portanto originalmente menos cimentadas, a remobilização diagenética parece ter sido o principal processo transformador registrado. De modo geral, todas as associações litofaciológicas da parte oriental da Bacia Bauru apresentam algum vestígio de atividades biológicas e/ou de processos edáficos. Os melhores exemplos de formação de calcretes pedogenéticos são encontrados no Mb. Echaporã. Dentre os vestígios de raízes identificados são comuns os contra-moldes, caracterizados como túbulos preenchidos por material distinto do arcabouço (arenito ou siltito, cimentados ou não). Moldes de raízes foram encontrados, em geral, em litofácies mais finas, associadas a ambientes de maior umidade (pântano, lagoas ou planícies de inundação). A análise das seções delgadas permitiu ainda reconhecer vestígios de processos pedogenéticos de dois tipos: autóctones (encontrados em amostras do próprio horizonte edáfico) e alóctones (partículas e fragmentos líticos de origem edáfica, removidos e acumulados em litofácies de maior energia, como na base de estratos cruzados de barras arenosas ou em depósitos residuais de canal fluvial). / The Bauru Basin was formed in the Upper Cretaceous (Coniacian-Maastrichtian) as a result of the thermo-mechanical subsidence of the central-southern part of the South-American Platform. This inner continental basin spreads over an area of approximately 370,000 km² and is filled by a sandy sequence with maximum thickness of 300 meters at present. Its substratum is constituted by volcanic rocks (mainly basalts) of the Serra Geral Fm. (Kl) from which it is separated by a regional erosive surface. The area examined in this research corresponds to its eastern part of the basin (west of São Paulo, southwest of Minas Gerais, northwest of Paraná), with about 180,000 km², and is located between the coordinates 18°S to 25° S and 47° W to 54° W. This research deals with stratigraphy and sedimentary evolution of the Bauru Basin through analysis of the depositional systems, based on fields data and mineralogical, petrographic and microchemical evaluation (optical microscopy, scanning electron microscopy with EDS, X-ray diffractometry) of significant samples. Based on the distribution and interrelations of facies associations a stratigraphic revision is proposed for this part of the basin. In this area the neocretaceous sequence is now divided in two groups, partially contemporaneous: Caiuá Gr. (Rio Paraná, Goio Erê and Santo Anastácio formations) and Bauru Gr. (Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, and Marília formations, with the Taiúva analcimites). Sedimentation in Bauru Basin occurred in two main phases: the first in an essentially desertic environment, the second with more water available, but still under semi-arid conditions. The facies associations of the first depositional phase correspond, in lithostratigraphic terms, to the following deposits: sandsheets with low dune fields, loess and wadi deposits (Vale do Rio do Peixe Fm.); dry sandsheets (Santo Anastácio Fm.); medium sized dunes and humid interdunes from peripheral zones of sand seas (Goio Erê Fm.); complex of large sized eolic dune (draas), corresponding to the central part of an inland sand sea (Rio Paraná Fm.). The associations of the second phase correspond to: braided river system of low to medium sinuosity (Uberaba Fm.); inland swamps (Araçatuba Fm.); distal parts of aluvial fans (Echaporã Mb.); braided fluvial system, medium parts of alluvial fans (Ponte Alta and Serra da Ganga members); braided sandy fluvial system (São José do Rio Preto Fm.); meandering fluvial system with fine sandy deposits of shallows channels (Presidente Prudente Fm.). The first depositional phase corresponds to the progressive burial of the basaltic surface by widespread and homogeneous sandy blanket, formed mainly of sand sheets, with small dunes (wadis). The intensification of the tectonic activities at the north-northeastern and eastern margins, and probably also at the northwestern margin, caused significant changes in the paleogeographic conditions of the basin, promoting inward progression of the alluvial fans. At the same time, climatic changes increased the humidity level in the marginal zones. These changes mark the beginning of the second sedimentary phase, during which important fluvial systems were established between the marginal zone and the inland desert from northeast to southwest. The hot and dry climate determined the maintenance of desertic conditions in the interior of the basin during most of the sedimentation time. During the uplift of the margins, several alkaline magmatic bodies intruded into the marginal zones, causing extrusive magmatism near the eastern border (Taiúva analcites), as well as localized silicification in the southern border. This new frame corresponds to the hinge of important marginal tectonic heights. The formations Vale do Rio do Peixe, Santo Anastácio, Goio Erê and Rio Paraná constitute the systems deposited in the desertic environment. The original relief of the basaltic rocks favored the formation of an endorrheic drainage system in the interior of the basin, causing the appearance of a large swampy area under semi-arid climate (Araçatuba Swamp), in the beginning of the sedimentation cycle. The uplift of the northern and northeastern margins had a large influence on the paleogeography and in the basin sedimentar record, the most important being the postdepositional development of the Uberaba depression in the eastern part of the Triangulo Mineiro, where part of the Uberaba Fm. was preserved. The river flows of distal parts of alluvial fans (Serra da Galga Mb.) show steady shift to northwest, possibly due to geographic barriers. The braided river sedimentation of the Serra da Galga Mb. moved over the Uberaba Fm., causing its burial. The marginal alluvial fans gradually transformed in braided fluvial systems, evolving to meandering systems in the interior of the basin, that deteriorated in the vicinities of the Caiuá Desert. The alluvial fans coming from the northeastern part of the basin reached its interior as braided sandy systems (São José do Rio Preto Fm.), with a general and very constant southwestern direction. Toward its interior the basin topography became flatter, and the deposited sediments, finer. Due to the low relief of the basin, this fluvial system became meandering in its distal portions, with more stable and defined but shallow channels filled with sandy sediments (Presidente Prudente Fm.). The rivers flowed through wide alluvial plains, among lagoons formed mainly after flood events. The sandstones and conglomeratic sandstones of the members Serra da Galga and Ponte Alta represent accordingly the proximal facies of the fluvial sediments São José do Rio Preto and Presidente Prudente. The increasing aridity towards the interior of the basin caused the deterioration of the fluvial system in the sandy flats. The eolic sediments show a remarkable persistence of the transportation direction during the sedimentation of the neocretacic sequence. The general pattern of the fluvial flows is directed toward the interior of the basin. The data from the Serra da Galga Mb. are, however, clearly discordant. Supposing that this unit represents the proximal facies of the system São José do Rio Preto-Presidente Prudente, the existence of a topographic barrier in the northwestern part of the basin can be inferred, which must have determined the direction of the fluvial flow westwards, to the interior of the basin. The development of the Araçatuba Swamp, a peculiar sub-environment of the beginning of the depositional history of the Bauru Basin, was probably a consequence of the originally lower topographic position of the basin substratum in that region. The western limit of occurrence of the Araçatuba Fm. corresponds to a height of the basaltic substratum (Jales-Andradina Height). The constant arrival of material transported by the wind, which initially formed dunes and sandsheets marginally to the swamp, eventually buried the original depression. All known fossil occurrences in this basin are located in the eastern part of the basin and were controlled mainly by the paleogeography. They comprise bone remains, mainly from reptiles-crocodiles, turtles, dinossaurs -, as well as amphibians, fishes, mollusks, crustaceans, and oogones of charophytic algae. These fossils were originally deposited in a fluvial environment, with subsequent remobilization and transportation of the pieces, resulting in very scarce preservation of complete skeletons. The main occurrences are from deposits of fluvial flood plains and ephemeral lagoons in the interior of the basin, as well as from those of braided water flows and lagoons located in zones of marginal alluvial fans. In the interior of the basin the hot desertic conditions prevailed during the two phases of sedimentation, causing great scarcity and lack of variety of occurrences. The fossilization process led mostly to the perfect conservation of the bone structure and maintenance of the phosphoric material, independant of which the original depositional lithofacies or geological unit. The bones are constituted of fluorapatite with low birefringence, presenting concentric lamination, haversian channels and fibrous layers, similar to the bones structure of present day vertebrates. No post-burial mechanical deformations could be detected, probably due to the low degree of diagenesis of the sediments and the protection by the carbonatic cementation, present in many cases. This cement is frequently associated to the organic structure, in form of mineralization or partial substitution of the organic material. Sometimes the internal voids are filled with clastic material. In the innermost paleoenvironments of the basin (São José do Rio Preto and Presidente Prudente) the great majority of the fossil remains is constituted of bone fragments or disarticulated pieces, accumulated mainly in bars facies of shallow channels or wadis. On the other side, in the fossiliferous levels in the region of Peirópolis, near the border of the basin, the bones are better preserved. The greater water availability in the marginal areas surely favored the existence and maintenance of the fauna and flora in flood plain lagoons and water bodies occurring between coalescing alluvial fans. The remains found in these sediments (as well as those found in the Echaporã Mb.) were subjected to less transport before burial. In these regions the higher porosity of the sediments and the greater availability of carbonate-rich waters led to intense cementation of the bones, often causing disruptive patterns due to the displacive growth of calcite. The main carbonate cemented materials types could be identified in the eastern part of the basin: crusts and nodular levels of pedogenetic origin, ground water calcretes, and diagenetic cemented sandstones. Their time sequence of the formation is roughly defined, but frequent superposition of events ocurred, controlled by the accessibility of the deposits to successive processes of dissolution and reprecipitation. The calcretes of the Ponte Alta Mb. show clear features linked to the genesis due to shallow groundwater. On the other side, the pedogenetic calcretes of the Echaporã Mb. are unmistakable records of genesis through the action of edaphic processes. In other more interior units, originally less cemented, the diagenetic mobilization seems to have been the main transforming process. Generally, all lithofacies associations in the eastern part of the Bauru Basin present some vestiges of biological activities and/or edaphic processes. The best examples of the formation of pedogenetic calcretes are found in the Echaporã Mb. Among the identified vestiges of vegetable roots, the countermoulds are very common, characteristically occurring as tubules filled with material other than the surrounding rocks (sandstone or siltistone, cemented or not). Root moulds were generally found in finer lithofacies deposited in wetter environments (swamps, lagoons or flood plains). The analysis of thin sections allowed the recognition of two types of pedogenetic features: autochtonic (found in samples of the same edafic horizon) and allochtonic (found as particle and lithic fragments of edaphic origin, transported and accumulated in lithofacies of higher energy, for instance in the base of cross beds or in residual deposits of river channels).
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