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Contribuição para o conhecimento da evolução tectônica do Cinturão de Moçambique, em Moçambique / Contribution to the knowledge of the tectonic evolution of the Mozambique Belt, Mozambique.Chaúque, Fátima Roberto 10 December 2012 (has links)
A área objeto da presente pesquisa encontra-se na parte centro-oeste de Moçambique, entre os paralelos 16 o e 20 o S e meridianos 33 o e 34 o E, e corresponde ao extremo sul do Cinturão de Moçambique. Inclui a borda leste do Craton do Zimbabwe e encontra-se limitada a leste pelas formações sedimentares Fanerozóicas do Karoo. A região tem uma importância geotectônica fundamental, por se localizar numa junção crítica entre as grandes unidades tectônicas Pan -Africanas dos cinturões de Moçambique e de Zambezi. Embora exista um controle geológico relevante, em virtude dos mapeamentos geológicos detalhados e das informações trazidas nos relatórios do Consórcio GTK, as relações entre as unidades tectônicas são muito complexas e o número de datações que se faziam disponíveis era pequeno e restrito às áreas limítrofes da borda do cráton Arqueano. Em vista disso, o objetivo principal deste trabalho foi o de efetuar um estudo geocronológico robusto, utilizando essencialmente monocristais de zircão, extraídos das rochas regionais, e produzir uma série de determinações de idade U-Pb, pelos métodos LA-ICP-MS e SHRIMP, com a finalidade de definir épocas precisas de cristalização de rochas magmáticas e de recristalização de rochas metamórficas, além de buscar elementos para estimar a proveniência e colocar limites temporais para as unidades metassedimentares. Em adição às datações U-Pb em zircão, foram realizados estudos básicos complementares de petrografia, bem como de datações K -Ar em minerais separados, datações Sm-Nd em granadas, estudos especiais de microssonda analítica para estudos geotermobarométricos, e de geoquímica isotópica de Nd e de Hf como indicadores de ambiente tectônico. As datações efetuadas nas rochas ortoderivadas confirmaram algumas idades obtidas anteriormente pelo Consórcio GTK, próximas de 1050 Ma para os granitóides do Complexo de Báruè e de 850 Ma para os da Suite de Guro. Além disso, datações em zircões detríticos de metassedimentos relacionados com o craton do Zimbabwe confirmaram a idade pelo menos Mesoproterozóica do Grupo Umko ndo, e a idade neoproterozóica do grupo Rushinga. Resultados inesperados foram encontrados para as rochas de alto grau, paragnaisses, granulitos e migmatitos dos Grupos Macossa, Chimoio e Mungari, para as quais as condições do metamorfismo foram estimadas entre 4-6 kbr e 700-800 o C, através de estudo geotermobarométrico. Os zircões detríticos dessas rochas indicaram idades máximas do Neproterozóico, demonstrando aloctonia e proveniência de Leste. Além disso, as idades do metamorfismo dessas unidades, a partir de isócronas Sm-Nd em granadas e datações U-Pb nas bordas metamórficas de cristais de zircão, revelaram-se muito jovens e muitas delas próximas de 500 Ma, já no Cambriano. Além disso, o evento tectono-termal Pan-Africano, entre ca. 500-600 Ma, superposto em toda região de estudo, foi registrado também por idades de resfriamento K-Ar abaixo de 500 Ma. Dos resultados obtidos foi possível estabelecer tentativamente uma história da evolução tectônica da região centro-oeste de Moçambique e considerá-la num contexto continental, como segue: Nos limites leste e norte do cráton do Zimbabwe ocorrem os grupos marginais tectonicamente autóctones de Umkondo (Mesoproterozóico) e Rushinga (Neoproterozóico). Mais para leste, as demais rochas compreendem terrenos alóctones formados por material de idade variada, em grande parte Mesoproterozóica, sotoposto a rochas supracrustais com zircões detríticos do Neoproterozóico (Macossa, Chimoio e Mungari). Tentativamente, duas grandes nappes estão sendo sugeridas, definindo contatos de justaposição tectônica com empurrões para Oeste, em direção ao Craton do Zimbabwe. Uma delas ao norte, denominada Nappe de Mungari, seria correlacionável com as unidades tectônicas da parte NW de Moçambique, com idades principalmente Mesoproterozóicas. A segunda, denominada Nappe Macossa-Chimoio, seria correlacionável com o Bloco de Nampula, que ocorre ao sul do Lineamento do Lúrio, no NE de Moçambique. A zona de contato tectônico entre as duas nappes e as rochas Arqueanas do craton, com direção aproximada N-S, representa a provável sutura principal do Cinturão de Moçambique na região estudada. / The study area is located in the central-western part of Mozambique, between 16 o - 20 o S latitude and 33 o - 34 o E longitude, and corresponds to the southernmost part of the Mozambique Belt. It includes the eastern border of the Zimbabwe Craton and it is limited towards the East by the Phanerozoic formations of the Karoo System. The region is fundamentally important for the African tectonic context, because it belongs to the critical junction among the very large Pan-African units of the Mozambique and Zambezi belts. Although a relevant geological control is available, due to the regional mapping done by the GTK Consortium, the tectonic relations within the area are complex, and the geochronological control was insufficient and restricted to the vicinity of the cratonic border. Because of this, the main objective of this work was to carry out a comprehensible and robust geochronological study, using zircon crystals and producing a series of U-Pb dates, by means of LA-ICP-MS or SHRIMP methods, in order to establish some precise magmatic crystallization or metamorphic recrystallization ages, as well as to estimate provenance and maximum ages for the meta-sedimentary units. In addition, some K-Ar ages on micas and some Sm-Nd ages on garnets were obtained, and a special Nd and Hf isotopic, and a few geothermobarometric studies were also made as indicators of the tectonic envi ronment. Some ages of orthogneisses confirmed some previously known results obtained by the GTK Consortium, near 1050 Ma for the granitoids of the Barue Complex and 850 Ma for those of the Guro Suite. Moreover, ages of detrital zircons of meta-sediments related to the Zimbabwe Craton confirmed at least a Mesoproterozoic age for the Umkondo Group and a Neoproterozoic age for the Rushinga Group. Unexpected ages were found for the high-grade rocks, paragneisses, granulites and migmatites of the Macossa, Chimoio and Mungari Groups, for which the P-T conditions were estimated between 4 - 6 kbr and 700 - 800 o C. Detrital zircons from these rocks indicated Neoproterozoic maximum ages of deposition, demonstrating allochthony and provenance from the East. Moreover, from U-Pb dating of zircon overgrowths, and Sm-Nd garnet-whole rock isochron dates, their age of metamorphism was found to be very young, about 500 Ma, already in the Cambrian. Finally, the Pan-African tectono-thermal event, which affected the entire area, yielded still younger K-Ar cooling ages, below 500 Ma. From the geochronological context, it was possible to make a preliminary tentative suggestion for the tectonic history of the central-western region of Mozambique, as follows: At the northern and western borders of the Zimbabwe Craton, the marginal sequences of Umkondo (Mesoproterozoic) and Rushinga (Neoproterozoic) occur. Towards the east, allochthonous terrains which include variable material of mainly Mesoproterozoic age are found, overlain by supracrustal rocks with Neoproterozoic detrital zircons of the Macossa, Chimoio and Mungari Groups. Two large nappes are envisaged, with tectonic juxtaposition towards the Zimbabwe Craton. The Mungari Nappe, in the north, would correlate with the tectonic units encountered in the NW portion of Mozambique. The Macossa-Chimoio Nappe, in the south, would correlate with the Nampula Block, which occurs to the south of the Lurio Belt in the NE portion of Mozambique. The tectonic contact between each one of the nappes a nd the Zimbabwe Craton is here considered as the probable principal suture of the Mozambique Belt in the studied region.
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Evolução tectônica-metamórfica de uma parte da faixa sul-alagoana, sistema sergipano-nordeste do Brasil / Not available.José Maurício Rangel da Silva 02 October 1992 (has links)
Do estudo dos dados coletados para a cobertura deformada da Faixa Sul-Alagoana surge um quadro coerente para os apectos litogeoquímicos, estruturais e metamórficos desse elemento do Pré-Cambriano Superior da Província Borborema, NE do Brasil. As informações litogeoquímicas sugerem para os sedimentos uma área de deposição adjacente a um arco magmático continental. Considerado que os sedimentos foram tectonizados pela primeira fase de dobramento, e, não havendo (?) registros de sedimentação sin-orogênese, o arco aludido parece ser um elemento contemporâneo da abertura da Bacia Sergipana. A deformação manifesta-se por meio de pelo menos cinco fases de dobramentos, embora a segunda fase seja a mais forte e responsável pelas feições hoje testemunhadas nos metassedimentos. Uma de suas manifestações é uma foliação sub-horizontal penetrativa na maior parte da área investigada. Regionalmente foi possível identificar um metamorfismo progressivo, que de sul para norte dá origem às zonas de estaurolita-cianita, cianita e sillimanita. As relações entre deformação e metamorfismo sugerem que ambos os fenômenos foram contemporâneos. As características petrológicas de \'F IND.2\', a saber, presença de cianita e pressões calculadas acima de 8kb, reforçam a idéia de que \'F IND.2\' foi um evento tangencial de pressão média coerente com uma tectônica de nappes. Portanto, imagina-se que o evento em questão ocorria por ocasião do movimento aproximativo entre os blocos continentais do Cráton do São Francisco e do Maciço Pernambuco-Alagoas. A datação do evento \'F IND.2\' ainda está em aberto por insuficiência de dados, mas os dados preliminares colocam-no em torno de 600 m.a. / From the study of the geological informations of the folded cover of the Sul-Alagoana Belt, in northeastern Brazil, emerges a coerente framework to the lithologic geochemical, structurals and metamorphic aspects of that Late Pre-Cambrian element of Borborema Province. The lithogeochemical informations suggests to the metasediments a deposition area besides a continental magmatic arc. Considering that the sediments were folded by the first deformational phase, and, not having records of sin-orogenesis sedimentation, the magmatic arc seems to be a coeval element of the Bacia Sergipana opening. The deformation occurred at least five folding phases, but the second one is the strongest and responsible for the deformations seen in the metasediments. A common feature of this phase is a pervasive foliation which occur throughout the studied area. A regional progressive metamorphism, from south to north gives origin to the staurolite-kyanite, kyanite and sillimanite zones. The relationship between deformation and metamorfism suggests that both were coeval. The petrological characteristics of \'F IND.2\', such as, the presence of kyanite and pressures above 8 kb, support the idea that \'F IND.2\' was a tangential event of medium pressure and related to a nappe tectonics. Therefore, its assumed that this event occurred by the time at which continental blocks of the São Francisco Cráton and Pernambuco-Alagoas Massif converged. The time of the \'F IND.2\' event is still debatable due to insufficient data, but the informations of the literature place it around 600 m.a.
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Interpretação e modelagem de dados geofísicos no estudo da evolução geotectônica do Rifte Jaibaras – NE do BrasilPedrosa Junior, Nilo Costa 12 June 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2015-12-04T15:54:10Z
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2015_NiloCostaPedrosaJunior.pdf: 57565590 bytes, checksum: d766997213243ed18ab001b71d0071ce (MD5) / Estudo integrado de dados geofísicos (gamaespectrometria, magnetometria, gravimetria e magnetotelúrico) foi realizado na região do Rifte Jaibaras, NW do Ceará, situado no limite entre os domínios Ceará Central (DCC) e Médio Coreaú (DMC), porção setentrional da Província Borborema. O Rifte Jaibaras é uma feição alongada com direção NE-SW, controlada pela parte norte do Lineamento Transbrasiliano, localmente conhecida como Zona de Cisalhamento Sobral-Pedro II (ZCSPII). Interpretações qualitativa e quantitativa dos dados geofísicos foram promovidas visando o entendimento das relações tectono-magmáticas que envolvem a formação do rifte, com base na determinação dos principais lineamentos geofísicos, geometria e profundidade das fontes e separação de domínios geofísicos. Os resultados mostram compartimentação estrutural caracterizada por lineamentos dispostos na direção NE-SW e inflexões E-W, onde o DCC apresenta campo magnético relativamente suave, enquanto no DMC o campo é mais perturbado. Foi realizada estimativa de profundidade de fontes magnéticas e gravimétricas por meio da Deconvolução de Euler 2D em perfis perpendiculares ao eixo principal do rifte, bem como desenvolvida modelagem conjunta 2.5D de dados magnéticos e gravimétricos. Dados de geologia de superfície, medidas de densidade de rochas aflorantes e informações geofísicas de trabalhos anteriores na região foram incorporados com intuito de restringir o universo de soluções e tornar os modelos geológicos mais realísticos. Os resultados para as estimativas de profundidade nos perfis magnéticos e gravimétricos mostram que o Rifte de Jaibaras apresenta fontes com profundidades de até 2.5 km. A modelagem magnética-gravimétrica 2.5D foi estabelecida a partir da criação de vários blocos com propriedades físicas distintas, que mostram configuração complexa para o arcabouço estrutural do Rifte de Jaibaras, com conjunto de grabens assimétricos e horsts. A seção magnetotelúrica mostra que o Rifte de Jaibaras é marcado por baixos valores de resistividade, e que a espessura máxima do pacote sedimentar alcança aproximadamente 3 km. Anomalias condutivas de mergulho suave apontam para feição que pode representar zona de subducção no Domínio Ceará Central. A evolução tectono-magmática-sedimentar do Rifte de Jaibaras é iniciada a partir do final do evento Brasiliano, com tensores regionais atuando de modo a abrir a bacia de maneira transtensional. O rifte inicial tinha formato em “V” e com os processos evolutivos de rifteamento, erosão e de fechamento após o período cambro-ordoviciano fez com que fossem gerados falhamentos de direções NE-SW, E-W e NW-SE, e que continuam sofrendo processos de reativações. / Integrated study of geophysical data (gammaespectometry, magnetometry, gravimetry and magnetotelluric) was undertaken in the Jaibaras Rift area, NW Ceará, between Ceará Central Domain (CCD) and Médio Coreaú Domain (MCD), northwestern portion of Borborema province. The Jaibaras Rift is a NE-SW trending elongated feature, controlled by the Transbrasiliano lineament, locally known as Sobral Pedro II Shear Zone (SPIISZ). Qualitative and quantitative interpretations of geophysical data were performed in order to understanding tectono-magmatic relations and rift formation based on determination of main geophysical lineaments, geometry and depth of sources and separation of geophysical domains. Magnetic models and 2-D e 2,5-D gravimetric models were generated from five NW-SW geophysical profiles for further characterization of geometry and depth of sources in order to obtain more reliable results, compatible with geological knowledge. The results show structural partition characterized by NE-SW lineaments and E-W inflexions, where CCD presents relatively mild magnetic field, whilst the MCD field is more disturbed. The depth of the magnetic and gravity sources was estimated using 2D Euler deconvolution. 2.5D joint modeling of magnetic and gravity data in five sections across the main axis of the Jaibaras Rift were performed. Surface geology data, outcropping rock density measurements and geophysical information from previous work in the area were integrated to constrain modeling. The magnetic and gravity profiles of the Jaibaras Rift estimated sources up to 2.5 km depth. The 2.5D magnetic-gravity modeling used several blocks with different physical properties, showing complex configuration for the structural framework of the Jaibaras Rift, with a set of asymmetric grabens and horsts. The 2D magnetotelluric inversion shows that Jaibaras Rift is marked by low resistivity values, and maximum thickness of the sedimentary package reaches approximately 3 km. Low dipping conductive anomalies point to a feature that may represent a subduction zone in Ceará Central Domain. The tectonic and magmaticsedimentary evolution of the Jaibaras Rift starts at the end of the Brasiliano event with regional tensors opening the basin in a transtensional regime. The initial rift had a "V" shape, and the evolutionary processes of rifting, erosion and closing after the Cambro-Ordovician caused the NE-SW, E-W and NW-SE trending faults, which continue to undergo reactivation processes. The occurrence of earthquakes in the Jaibaras Rift region and its surroundings corroborate the recurrence of these reactivations.
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Estudos crustais nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil / Crustal studies in the North and Central-West regions of BrazilAlbuquerque, Diogo Farrapo 20 February 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas, 2017. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2017-04-17T14:50:56Z
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2017_DiogoFarrapoAlbuquerque.pdf: 37421758 bytes, checksum: dc05b068f45a16ed7c0faefb928028e8 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-04-17T17:22:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2017_DiogoFarrapoAlbuquerque.pdf: 37421758 bytes, checksum: dc05b068f45a16ed7c0faefb928028e8 (MD5) / O estudo da crosta utilizando a Função do Receptor pode fornecer valiosas informações geológicas, como composição crustal média, dinâmica de formação e evolução tectônica de uma região, além de servir como referência inicial para a geração de modelos de velocidade das ondas sísmicas a fim de melhorar a localização de terremotos. Com o objetivo de preencher as lacunas de informação crustal das regiões Norte e Centro-Oeste, foram aplicados os métodos da Função do Receptor e do empilhamento H-k para estimar a espessura da crosta e a razão VP/VS a partir de dados sismológicos. Os resultados indicam que crosta da região de estudo é, predominantemente, félsica, com VP/VS em torno de 1,72, e espessura média de 38,7 km, variando de 27,4 a 55,3 km. A interpolação por mínima curvatura dos valores de espessura crustal tornou possível a delimitação do Cráton Amazônico, que corresponde à área com espessura média igual ou maior que 39 km. Além disso, foi possível identificar seus possíveis blocos cratônicos, assim como o da Bacia do Paraná, conhecido como Bloco Paranapanema. A geometria do cráton, definida por sua espessura crustal, é corroborada pela distribuição da sismicidade natural que acompanha suas bordas. Estas, por sua vez, estão relacionadas à zona de sutura entre os paleocontinentes Amazônico, São Francisco/Congo e Paranapanema. Já as bacias sedimentares que passaram por algum processo de estiramento possuem crosta mais fina, geralmente inferior a 37 km. Devido à grande variabilidade dos resultados, não foi possível estipular um valor característico de espessura crustal ou razão VP/VS quando se considera o contexto das províncias estruturais. / The study of the crust using Receiver Functions can provide valuable geological information, such as average crustal composition, formation dynamics and tectonic evolution of a region, as well as serve as an initial reference for the generation of seismic wave velocity models in order to improve earthquakes location. In order to fill in the crustal information gaps in the North and Central-West regions, the Receiver Function and H-k stacking methods were used to estimate the crustal thickness and the VP/VS ratio from seismic data. The results indicate that the crust of the study region is predominantly felsic, with VP/VS around 1.72 and an average thickness of 38.7 km, ranging from 27.4 to 55.3 km. The interpolation by minimum curvature of the crustal thickness values made possible the delimitation of the Amazon Craton, which corresponds to the area with a average thickness equal to or greater than 39 km. In addition, it was possible to identify its possible cratonic blocks, as well as that of the Paraná Basin, known as the Paranapanema Block. The geometry of the craton, defined by its crustal thickness, is corroborated by the distribution of the natural seismicity that accompanies its edges. These, in turn, are related to the suture zone between the Amazonian, São Francisco/Congo and Paranapanema paleocontinents. The sedimentary basins that undergo some stretching process have a thinner crust, usually less than 37 km. Due to the great variability of the results, it was not possible to stipulate a characteristic value of crustal thickness or VP/VS ratio when considering the context of the structural provinces.
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Evolução tectônica das bacias Araí, Traíras e Paranoá na Faixa Brasília NorteFerreira, Marco Antônio Caçador Martins 15 September 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-12-04T19:45:24Z
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Previous issue date: 2018-02-07 / A evolução tectônica de bacias proterozóicas desenvolvidas na margem oeste do Cráton São Francisco é investigada por meio de estudo multidisciplinar envolvendo mapeamento geológico e estrutural de detalhe, levantamentos gravimétricos e geocronologia pelos sistemas U-Pb e Lu-Hf em zircão detrítico. Estudos de reconhecimento preliminar da área foram realizados por meio da análise de mapas de relevo, drenagem, solos e geologia, resultando no desenvolvimento de método específico de análise de lineamentos e compartimentação geomorfológica como suporte para os estudos de evolução tectônica. Novos dados de idades U-Pb de 1.54 Ga. obtidas nos zircões mais jovens da Formação Traíras, aliados ao mapeamento de discordância erosiva estre esta e a Formação Arraias, permitiram estabelecer um lapso temporal entre essas formações de, no mínimo 228 Ma. Interpretada como uma nova sequência, propõe-se que a Formação Traíras seja elevada à categoria de grupo e seus membros à categoria de formações, ficando o Grupo Araí, restrito à bacia do tipo rifte Estateriana e o Grupo Traíras restrito à bacia do tipo sag Calimiana. A distinção dessas duas fases extensionais, somadas à fase Esteniana que gerou a sequência Paranoá, permitiu correlação mais precisa com as fases extensionais registradas na margem leste do Cráton, representadas pelo Supergrupo Espinhaço, o que levou à proposição do Supergrupo Veadeiros, que engloba os três pulsos extensionais registrados na margem oeste, representados pelas sequências de primeira ordem Araí (Veadeiros Inferior), Traíras (Veadeiros Médio) e Paranoá (Veadeiros Superior). Valores εHf(t) positivos obtidos em zircões Riacianos sugerem proveniência do Maciço de Goiás. Este indício, aliado ao fato da Suíte Serra da Mesa intrudir tanto o Maciço de Goiás quanto o embasamento da sequência Traíras, indica que o maciço já havia sido acrescionado ao Cráton São Francisco antes do período Calimiano. Um novo limite para o paleocontinente São Francisco a partir do período Estateriano é proposto. As principais feições como falhas, grabens, horsts e centro vulcânico do rifte intracontinental Araí, foram mapeadas com o auxílio de estudos gravimétricos. Também com o auxílio da gravimetria, foram analisadas as profundidades dos corpos plutônicos anorogênicos e das falhas geradas durante o rifteamento. Os resultados permitiram caracterizar o paleorifte Araí, na região estudada, como do tipo passivo, estreito a divergente, composto por três segmentos principais, que produziu magmas anorogênicos tipo rapakivi ainda hoje alojados na crosta desde a superfície até no mínimo 19 km de profundidade. O paleorifte Araí é parte de um sistema de riftes estaterianos que contornam o Cráton São Francisco. Variações abruptas na sequência estratigráfica do Grupo Paranoá foram investigados com o auxílio de perfis gravimétricos terrestres. Constatou-se que o rifte Araí tem continuidade sob a cobertura sedimentar do Grupo Paranoá e que a instalação da sequência Paranoá foi controlada por reativações das estruturas do rifte, gerando altos epirogênicos que atuaram como barreiras de isolamento de parte da bacia. A sequência Paranoá foi caracterizada como bacia do tipo Margem Cratônica interligada a bacias intracratônicas e possivelmente de margem passiva em fases de nível eustático elevado. A inversão das bacias estudadas se deu ao final do Neoproterozóico, durante o Ciclo Orogenético Brasiliano. Na área estudada um dos produtos dessa inversão é a Saliência do Moquém, feição regional localizada em zona de antepaís, formada por sistema de dobras e empurrões apresentando forma geral arqueada com concavidade voltada para o orógeno. A feição foi estudada por meio de mapeamento geológico-estrutural de detalhe nos seus diferentes domínios (norte, central e sul) e caracterizada como produto de descolamento horizontal raso tardio no Ciclo Brasiliano. Questões como a influência da arquitetura do embasamento na propagação do empurrão e no padrão deformacional gerado foram investigadas com o auxílio de dados gravimétricos residuais. De acordo com o estudo, os modelos de propagação de saliências que mais se adequam à Saliência do Moquém são o mecanismo de Transporte Divergente com controle de Barreiras formadas por rampas laterais ou oblíquas. Concluiu-se que, durante o desenvolvimento da Saliência do Moquém, o embasamento já se encontrava alto a norte e a Falha da Serra do Cristal já representava uma descontinuidade significativa. Essas duas feições exerceram importante controle na evolução da saliência como rampas laterais e o relevo do embasamento ocorre diretamente associado ao desenvolvimento de braqui-anticlinais e braqui-sinclinais. Propõem-se que a tensão diferencial pontual responsável pelo transporte divergente que gerou a saliência pode ter sido produzida pela exumação do corpo denso do complexo máfico-ultramáfico de Niquelândia. As conclusões do estudo indicam que a arquitetura do embasamento, marcada por falhas e blocos do paleorifte Araí e bacias subsequentes, exerceu papel fundamental no controle da deformação da Faixa Brasília durante o Ciclo Orogenético Brasiliano, de modo que estudos de análise estrutural relativos a essa fase devem considerar as anisotropias herdadas como controles importantes da deformação. / The tectonic evolution of Proterozoic basins developed on the São Francisco Craton western margin is investigated by means of a multidisciplinary study involving geological and structural detailed mapping, gravimetric surveys, U-Pb and Lu-Hf geochronology in detrital zircon. Preliminary reconnaissance studies of the area were carried out through the analysis of relief, drainage, soil and geological maps, resulting in the development of a specific method of lineament analysis and geomorphological compartmentation as support for tectonic evolution studies and is presented in the first article of this thesis. U-Pb ages ca. 1.54 Ga., obtained in the younger zircons of the Traíras Formation, together with the mapping of an erosional unconformity between this and the Arraias Formation, allowed to establish a temporal gap between these formations of at least 228 Ma. According to the new data, it is proposed to raise the Traíras Formation to group status and its members to formation status, being the Araí Group restricted to the Sthaterian rift basin and the Traíras Group restricted to the Calymmian sag basin. The distinction of these two extensional pulses, together with the Stenian pulse that generated the Paranoá basin, allowed a more precise correlation with the extensional pulses recorded on the eastern margin of the Craton, represented by the Espinhaço Supergroup, which led to the proposition of the Veadeiros Supergroup, encompassing the three pulses and represented by the first-order sequences Araí (Lower Veadeiros), Traíras (Middle Veadeiros) and Paranoá (Upper Veadeiros). Positive εHf (t) values obtained in Rhyacian zircons suggest sediment provenance from the Goiás Massif. That new evidence, coupled with the fact that the Serra da Mesa Suite intrudes both the Goiás Massif and the basement of the Traíras sequence, indicates that the massif had already been accreted to the São Francisco Craton before the Calymmian period. A new limit for the São Francisco paleocontinent after the Statherian period is proposed. The main features such as faults, grabens, horsts and volcanic center of the Araí intracontinental rift were mapped with the aid of gravimetric studies. Also with the aid of gravimetry, the depths of anorogenic plutonic bodies and rift faults were analyzed. The results allowed to characterize the Araí paleorift, in the studied region, as a passive, narrow to divergent type, composed of three main segments, that produced anorogenic rapakivi-type magmas still hosted in the crust from the surface to at least 19 km deep. The Araí paleorift is part of a system of Statherian rifts that surround the São Francisco Craton. Abrupt stratigraphic variations in the Paranoá Group are investigated with the aid of terrestrial gravimetric profiles. It is verified that the Araí rift continues under the Paranoá Group sedimentary cover and that the installation of the Paranoá sequence was controlled by reactivation of the rift structures, generating epirogenic highs that acted as barriers, isolating parts of the basin. The Paranoá sequence is characterized as Cratonic Margin type connected to intracratonic basins and possibly connected to a passive margin basin in phases of high eustatic level. The inversion of the studied basins occurred at the end of the Neoproterozoic era, during the Brasiliano Orogeny. In the studied area one of the products of this inversion is Moquém Salient, a regional scale foreland feature, formed by a concave-to-the-orogen thrust and fold system. The feature was studied through detailed geological and structural mapping in its different domains (north, central and south) and was characterized as a late Brasiliano thrust. The influence of basement architecture over thrust propagation and deformational pattern was investigated with the aid of residual gravimetric data. According to the study, the thrust propagation models that best fit the Moquém Salient evolution are the Divergent Transport mechanism with controls by Lateral or Oblique Ramp Barriers. The analysis led to the conclusion that during the development of the Moquém Salient, the basement was already high to the north and the Serra do Cristal Fault already represented a significant discontinuity. These two features exerted important control in the Salient evolution as lateral ramps and the basement relief was shown to be directly associated to the development of brachi-anticlines and brachi-synclines. It was proposed that the localized differential stress, responsible for the divergent transport that generated the Moquém Salient may have been produced by the exhumation of the Niquelândia mafic-ultramafic complex dense body. The conclusions of this study indicate that basement architecture, marked by faults and blocks developed during the evolution of the Araí paleorift and subsequent basins, played a fundamental role in controlling the deformation during the Brasiliano Orogeny, so that structural analysis studies related to this phase, should consider these anisotropies as important controls for deformation.
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Arcabouço estrutural da porção sul da Bacia do Bananal e reativações transbrasilianasSousa, Endel Muller Dalat de 24 August 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas, 2017. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-07-11T17:35:11Z
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Previous issue date: 2018-07-05 / O desenvolvimento e o arcabouço estrutural do interior do continente Sulamericano estão intimamente associados aos aspectos tectônicos de formação do supercontinente Gondwana. Grande parte desse arcabouço é coberto pelas bacias fanerozóicas que se instalaram nas descontinuidades e heterogeneidades crustais herdadas do embasamento pré-cambriano. A porção sul da Bacia do Bananal cobre importantes porções da Província Tocantins, mais especificamente a região limite entre as Faixas Araguaia, Brasília e Paraguai, influenciadas tectonicamente pelo Lineamento Transbrasiliano, uma das maiores zonas de cisalhamento da Terra. O objetivo principal deste trabalho é a caracterização do Lineamento Transbrasiliano nessa região e a sua influência na evolução tectônica da Província Tocantins. A investigação foi realizada com a utilização de análises de dados de sensoriamento remoto, mapeamento litoestrutural e interpretação de dados aerogeofísicos. A integração dos dados revelou a existência de descontinuidades crustais com trend NE relacionadas ao Lineamento Transbrasiliano, que limita parcialmente as três faixas quem compõem a Província Tocantins. Foi possível o reconhecimento de estruturas para a análise cinemática das reativações, como deslocamentos e reorientação dos lineamentos magnéticos, retrabalhamento nas bordas de corpos pós brasilianos. A organização das estruturas magnéticas do Lineamento Transbrasiliano nessa região sugerem tectônica de cisalhamento do tipo Rabo de Cavalo com o Lineamento Serra Negra como plano de falha principal. O alinhamento das estruturas morfotectônicas e estruturas magnéticas do embasamento indicam que a porção sul da Bacia do Bananal é controlada pelo Lineamento Transbrasiliano. / The development and structural framework of the interior of the South American continent are closely associated with the tectonic aspects of the formation of the supercontinent Gondwana. The most part of this framework is covered by the phanerozoic basins that settled in the crustal discontinuities and heterogeneities inherited from the pre-Cambrian basement. The southern portion of the Bananal Basin covers important portions of the Tocantins Province, more specifically the boundary region between the Araguaia, Brasilia and Paraguay Belts, both truncated by the Transbrasilian Lineament, one of the Earth's largest shear zones. The main objective of this work is the characterization of the Transbrasilian Lineament in this region and its influence on the tectonic evolution of the Tocantins Province. The research was carried out with the use of remote sensing data analysis, geologic and structural mapping and airbourne magnetic data interpretation. The integration of the data revealed the existence of crustal discontinuities with NE trend related to the Transbrasilian Lineament, partially limiting the three orogenic belts of the Tocantins Province. It was possible to recognize structures for the kinematic analysis of reactivations, such as displacements and reorientation of magnetic lines, reworking on the borders of post-orogenic granites. The organization of the magnetic structures of the Transbrasilian Lineament in this region suggest shear tectonics of the Horsetail Splay type with the Serra Negra Lineament as the main fault. The correspondence between of the morphotectonic structures and magnetic structures of the basement indicate that the southern portion of the Bananal Basin is controlled by the Transbrasilian Lineament.
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Evolução geológica proterozóica da região entre Madalena e Taperuaba, Domínio Tectônico Ceará Central (Província Borborema) / Not available.Neivaldo Araujo de Castro 25 February 2005 (has links)
O Domínio Tectônico Ceará Central (DTCC) compreende o segmento crustal integrante do Sistema Orogênico Borborema situado entre os lineamentos Senador Pompeu (sul) e Sobral Pedro Segundo (norte). Os dados disponíveis (lito-estrutruais, petrográficos, litogeoquímicos, termo-barométricos, geocronológicos e de geofísica aérea) permitem identificar três unidades lito-tectônicas principais: um embasamento de idade paleoproterozóica (com provável envolvimento de material Arqueano), um conjunto de rochas supracrustais e rochas granito-migmatíticas representantes em sua maior parte das raízes de um arco magmático. O Complexo Madalena - AIgodões-Choró (CMACH), ocorre na porção sudeste da área região estudada, constituindo-se no embasamento paleoproterozóico (2,1 Ga) da região. É composto por ortognaísses de composição quartzo-diorítica a tonalítica, aparentemente intrusivos em um sequência meta-vulcanossedimentar bimodal. A maioria das rochas deste embasamento é juvenil tendo ainda porções oriundas de protólitos neoarqueanos. As rochas supracrustais neoproterozóicas, denominadas de Rio Curú-Itataia-Independência (SCRCII), são constituídas por paragnaisses aluminosos, por vezes migmatíticos, metavulcânicas máficas e félsicas, mármores, rochas calciossilicáticas e quartzitos. As informações disponíveis indicam que o vulcanismo e a sedimentação, esta cuja área fonte seria o embasamento paleoproterozóico, tiveram início em ~ 0,77 Ga. Dados radiométricos do Complexo Tamboril-Santa Quitéria (CTSQ), formado por rochas granitóides de provável raíz de um arco magmático neoproterozóico, indicaram que a evolução desse arco teria ocorrido entre 0,62 e 0,60 Ga. Os migmatitos bandados, denominados de Lagoa Caiçara, de idade pouco mais antiga, mas ainda associados à evolução do arco, originaram-se a partir de uma associação vulcano-sedimentar. A estruturação da região está associada a instalação de um sistema neoproterozóico de nappes que afetaram tanto as rochas supracrustais quanto seu embasamento com sentido de transporte inicialmente para SSW e, posteriormente, para ESSE. As idades mais antigas para o metamorfismo estão no intervalo 0,64 e 0,63 Ga, registradas também, em retro-eclogitos que indicaram pressões entre 14 e 17 Kb e temperaturas entre 700-800 °C. Idades semelhantes estão presentes nos granitóides do CTSQ, atestando a contemporaneidade entre o magmatismo e o metamorfismo/deformação. O principal agrupamento de idades, incluindo-se as monazitas, está ao redor de 0,6 Ga, interpretadas como representativas do clímax térmico-deformacional da região, durante o qual foram gerados a foliação metamórfica principal Sn e a maior parte dos granitóides do arco. As rochas afetadas pelas zonas de cavalgamento tardias, com provável idade ao redor de 0,56Ga, registram paragêneses minerais de mais baixa temperatura que as observadas na foliação Sn. Longe destas zonas, a foliação Sn parece ter sofrido apenas dobramentos de diferentes intensidades. Os hidrotermalitos uraníferos da região de Itataia, com idade de 0,59 Ga (Ar-Ar em anfibólio), seriam posteriores a foliação metamórfica regional Sn e pouco anteriores as zonas de cisalhamento tardias. As idades Ar-Ar mais jovens ao redor de 0,55 Ga, indicam a época do resfriamento regional, após o qual teria ocorrido a colocação dos granitóides pós-orogênicos do tipo Serrote São Paulo e Complexo Anelar Quintas cuja idade está ao redor de 0,47 Ga (U-Pb em zircão). As características híbridas destes granitóides indicam uma provável interação entre o embasamento paleoproterozóico (rochas tipo CMACH) e porções mantélicas. O cenário geotectônico neoproterozóico proposto envolve subducção de crosta oceânica no sentido N-NW, geração de arco magmático e colisão continental. Esse processo, representa as sucessivas etapas de um Ciclo de Wilson com intervalo de 200 Ma entre a sedimentação e os granitóides anorogênicos. / The Ceará Central Tectonic Domain (CCTD), part of Borborema Orogenic System, comprises the crustal segment between the Senador Pompeu (to the south) and Sobral-Pedro Segundo (to the north) lineaments. The available data (litho-structural, petrographic, lithogeochemistry, geochronological, termobarometric and airborne geophysics) indicate three major litho-tectonic units: a paleoproterozoic basement (with some Archean protholiths), an association of neoproterozoic supracrustal metamorphic rocks and arc-related granitoid-migmatitic association. The Paleoproterozoic basement (2.13Ga), called Madalena-Algodões-Choró Complex (MACHC), is composed of quartz-diorite to tonalitic orthogneisses intrusives in a bimodal metavolcanosedimentary sequence. The predominance of Paleoproterozoic Nd model ages suggest a juvenile origin for these rocks with some rocks also indicating Neoarchaean protoliths. Rio Curú-Itataia-Independência Neoproterozoic supracrustal rocks (RCIISC), in which volcanism and sedimentation started around 0.77 Ga, is represented by an association of aluminons migmatitic paragneisses, mafic to felsic metavolcanic rocks, marbles, calc-silicate rocks and quartzites. Most of their sedimentary protoliths come from different sources located in the Paleoproterozoic basement. Radiometric data from the Tamboril-Santa Quitéria Complex (TSQC), composed of neoprotorozoic arc-related granitoids, indicate ages ranging from 0.62 to 0.6 Ga. On the eastern border these granitoids have also interacted with the metavolcanosedimentary units forming the Lagoa Caiçara migmatites. A Neoproterozoic nappe system developed between 0.64 and 0.60 Ga involving both the supracrustal rocks and its basement is proposed for the region. The oldest metamorphic ages range from 0.64 to 0.63 Ga, to which a tectonic transport to SSW and eclogite-facies metamorphism (P~14-17Kb and T~750-800 °C; are associated. Similar ages related to the oldest arc-related granitoid, argue for the contemporaneity between magmatism and metamorphism/deformation. The magmatic, metamorphic and deformational climax registered in all units occured around 0.6 Ga (including most U-Pb monazite ages). The rocks associated to the main late thrust zones (around 0,56Ga) register lower-temperature mineral assemblages than those found in the Sn planes. This late foliation (Sn+1) in normally mylonitic and is restricted only to the shear zones. The uraniferous hydrothermal deposits from ltataia, whose best age 0.59 Ga (Ar-Ar in amphibole) was not affected by Sn and predates the late shear zones. The youngest Ar-Ar ages, obtained in micas, indicate that 0.55Ga is the main regional cooling period, after which the region was only affected by the 0,47Ga postorogenic granitoid rocks such as Serrote São Paulo-type and Quintas anelar Complex. The geochemical and isotopic characteristcs of these rocks suggest a paleoproterozoic basement plus mantle material contribution to the genesis of these granitoids. A geotectonic scenario involving an N-NW oceanic crust subduction, magmatic are generation and continental collision is proposed, representing the different stages of a 200Ma Wilson Cycle.
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Contribuição para o conhecimento da evolução tectônica do Cinturão de Moçambique, em Moçambique / Contribution to the knowledge of the tectonic evolution of the Mozambique Belt, Mozambique.Fátima Roberto Chaúque 10 December 2012 (has links)
A área objeto da presente pesquisa encontra-se na parte centro-oeste de Moçambique, entre os paralelos 16 o e 20 o S e meridianos 33 o e 34 o E, e corresponde ao extremo sul do Cinturão de Moçambique. Inclui a borda leste do Craton do Zimbabwe e encontra-se limitada a leste pelas formações sedimentares Fanerozóicas do Karoo. A região tem uma importância geotectônica fundamental, por se localizar numa junção crítica entre as grandes unidades tectônicas Pan -Africanas dos cinturões de Moçambique e de Zambezi. Embora exista um controle geológico relevante, em virtude dos mapeamentos geológicos detalhados e das informações trazidas nos relatórios do Consórcio GTK, as relações entre as unidades tectônicas são muito complexas e o número de datações que se faziam disponíveis era pequeno e restrito às áreas limítrofes da borda do cráton Arqueano. Em vista disso, o objetivo principal deste trabalho foi o de efetuar um estudo geocronológico robusto, utilizando essencialmente monocristais de zircão, extraídos das rochas regionais, e produzir uma série de determinações de idade U-Pb, pelos métodos LA-ICP-MS e SHRIMP, com a finalidade de definir épocas precisas de cristalização de rochas magmáticas e de recristalização de rochas metamórficas, além de buscar elementos para estimar a proveniência e colocar limites temporais para as unidades metassedimentares. Em adição às datações U-Pb em zircão, foram realizados estudos básicos complementares de petrografia, bem como de datações K -Ar em minerais separados, datações Sm-Nd em granadas, estudos especiais de microssonda analítica para estudos geotermobarométricos, e de geoquímica isotópica de Nd e de Hf como indicadores de ambiente tectônico. As datações efetuadas nas rochas ortoderivadas confirmaram algumas idades obtidas anteriormente pelo Consórcio GTK, próximas de 1050 Ma para os granitóides do Complexo de Báruè e de 850 Ma para os da Suite de Guro. Além disso, datações em zircões detríticos de metassedimentos relacionados com o craton do Zimbabwe confirmaram a idade pelo menos Mesoproterozóica do Grupo Umko ndo, e a idade neoproterozóica do grupo Rushinga. Resultados inesperados foram encontrados para as rochas de alto grau, paragnaisses, granulitos e migmatitos dos Grupos Macossa, Chimoio e Mungari, para as quais as condições do metamorfismo foram estimadas entre 4-6 kbr e 700-800 o C, através de estudo geotermobarométrico. Os zircões detríticos dessas rochas indicaram idades máximas do Neproterozóico, demonstrando aloctonia e proveniência de Leste. Além disso, as idades do metamorfismo dessas unidades, a partir de isócronas Sm-Nd em granadas e datações U-Pb nas bordas metamórficas de cristais de zircão, revelaram-se muito jovens e muitas delas próximas de 500 Ma, já no Cambriano. Além disso, o evento tectono-termal Pan-Africano, entre ca. 500-600 Ma, superposto em toda região de estudo, foi registrado também por idades de resfriamento K-Ar abaixo de 500 Ma. Dos resultados obtidos foi possível estabelecer tentativamente uma história da evolução tectônica da região centro-oeste de Moçambique e considerá-la num contexto continental, como segue: Nos limites leste e norte do cráton do Zimbabwe ocorrem os grupos marginais tectonicamente autóctones de Umkondo (Mesoproterozóico) e Rushinga (Neoproterozóico). Mais para leste, as demais rochas compreendem terrenos alóctones formados por material de idade variada, em grande parte Mesoproterozóica, sotoposto a rochas supracrustais com zircões detríticos do Neoproterozóico (Macossa, Chimoio e Mungari). Tentativamente, duas grandes nappes estão sendo sugeridas, definindo contatos de justaposição tectônica com empurrões para Oeste, em direção ao Craton do Zimbabwe. Uma delas ao norte, denominada Nappe de Mungari, seria correlacionável com as unidades tectônicas da parte NW de Moçambique, com idades principalmente Mesoproterozóicas. A segunda, denominada Nappe Macossa-Chimoio, seria correlacionável com o Bloco de Nampula, que ocorre ao sul do Lineamento do Lúrio, no NE de Moçambique. A zona de contato tectônico entre as duas nappes e as rochas Arqueanas do craton, com direção aproximada N-S, representa a provável sutura principal do Cinturão de Moçambique na região estudada. / The study area is located in the central-western part of Mozambique, between 16 o - 20 o S latitude and 33 o - 34 o E longitude, and corresponds to the southernmost part of the Mozambique Belt. It includes the eastern border of the Zimbabwe Craton and it is limited towards the East by the Phanerozoic formations of the Karoo System. The region is fundamentally important for the African tectonic context, because it belongs to the critical junction among the very large Pan-African units of the Mozambique and Zambezi belts. Although a relevant geological control is available, due to the regional mapping done by the GTK Consortium, the tectonic relations within the area are complex, and the geochronological control was insufficient and restricted to the vicinity of the cratonic border. Because of this, the main objective of this work was to carry out a comprehensible and robust geochronological study, using zircon crystals and producing a series of U-Pb dates, by means of LA-ICP-MS or SHRIMP methods, in order to establish some precise magmatic crystallization or metamorphic recrystallization ages, as well as to estimate provenance and maximum ages for the meta-sedimentary units. In addition, some K-Ar ages on micas and some Sm-Nd ages on garnets were obtained, and a special Nd and Hf isotopic, and a few geothermobarometric studies were also made as indicators of the tectonic envi ronment. Some ages of orthogneisses confirmed some previously known results obtained by the GTK Consortium, near 1050 Ma for the granitoids of the Barue Complex and 850 Ma for those of the Guro Suite. Moreover, ages of detrital zircons of meta-sediments related to the Zimbabwe Craton confirmed at least a Mesoproterozoic age for the Umkondo Group and a Neoproterozoic age for the Rushinga Group. Unexpected ages were found for the high-grade rocks, paragneisses, granulites and migmatites of the Macossa, Chimoio and Mungari Groups, for which the P-T conditions were estimated between 4 - 6 kbr and 700 - 800 o C. Detrital zircons from these rocks indicated Neoproterozoic maximum ages of deposition, demonstrating allochthony and provenance from the East. Moreover, from U-Pb dating of zircon overgrowths, and Sm-Nd garnet-whole rock isochron dates, their age of metamorphism was found to be very young, about 500 Ma, already in the Cambrian. Finally, the Pan-African tectono-thermal event, which affected the entire area, yielded still younger K-Ar cooling ages, below 500 Ma. From the geochronological context, it was possible to make a preliminary tentative suggestion for the tectonic history of the central-western region of Mozambique, as follows: At the northern and western borders of the Zimbabwe Craton, the marginal sequences of Umkondo (Mesoproterozoic) and Rushinga (Neoproterozoic) occur. Towards the east, allochthonous terrains which include variable material of mainly Mesoproterozoic age are found, overlain by supracrustal rocks with Neoproterozoic detrital zircons of the Macossa, Chimoio and Mungari Groups. Two large nappes are envisaged, with tectonic juxtaposition towards the Zimbabwe Craton. The Mungari Nappe, in the north, would correlate with the tectonic units encountered in the NW portion of Mozambique. The Macossa-Chimoio Nappe, in the south, would correlate with the Nampula Block, which occurs to the south of the Lurio Belt in the NE portion of Mozambique. The tectonic contact between each one of the nappes a nd the Zimbabwe Craton is here considered as the probable principal suture of the Mozambique Belt in the studied region.
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Tectônica transcorrente pós-mesozoica na região de Laguna, litoral de Santa Catarina / Post-mesozoic transcurrent tectonics in the Laguna region, southern of Santa CatarinaAquaroli, Luis Henrique Souza [UNESP] 21 March 2017 (has links)
Submitted by Luis Henrique Souza Aquaroli null (lhsaquaroli@hotmail.com) on 2017-05-18T19:42:26Z
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Previous issue date: 2017-03-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Estudos estruturais realizados na região de Laguna, no litoral sul de Santa Catarina, levaram ao reconhecimento de importantes episódios de deformação rúptil tardios a posteriores ao quadro mesozoico de evolução regional. Na região afloram rochas do domínio geológico do Escudo Catarinense, granitos com ocorrência de grande quantidade de diques básicos derivados do magmatismo Serra Geral que afetou a Bacia do Paraná no Juro-Cretáceo, precursores da quebra do supercontinente Gondwana. Os diques são associados a um dos ramos de uma junção tríplice, de direção NNE-SSW, intrusivos em rochas graníticas pré-cambrianas do Batólito Florianópolis e marcados na paisagem por cristas alinhadas nesta direção e paralelos à linha de costa local. Com o auxílio de imagens de SRTM e Landsat 7 ETM+, foram reconhecidos os principais lineamentos estruturais e quatro direções principais de fraturamento NNE-SSW, NW-NE, NE-NW e E-W. Estes lineamentos formam feixes alinhados ou constituem limites de compartimentos geomorfológicos marcados no relevo e na drenagem. Foram caracterizados, através de informações de campo, sistemas de falhas transcorrentes sinistrais e destrais, secundariamente falhas normais com alto ângulo de mergulho, além de algumas falhas inversas localizadas. Apresentam direções principais NNE, NW, NE e E-W, e cortam todo o conjunto rochoso, deformando tanto granitos e quanto diques de diabásio. Pela análise estrutural dos conjuntos de falhas e pela reconstrução de eixos de paleotensões, foram identificados quatro eventos deformacionais rúpteis distintos. O primeiro estágio, interpretado como desenvolvido entre o Neocretáceo e o Paleoceno, originou falhas transcorrentes sinistrais E-W com σ1 na direção NE-SW. Em sequência, foi estabelecido um evento distensivo com σ3 NE/SW, interpretado como associado ao evento distensivo das bacias cenozoicas do Sudeste do Brasil, entre o Paleoceno e o Oligoceno/Mioceno. O terceiro evento formou estruturas transcorrentes sinistrais N-S e Destrais E-W com σ1 posicionado NW-SE, entre o Neógeno e o Quaternário e, por último um evento transpressivo com σ1 na direção próxima a E-W até ENE/WNW, desenvolvido no Quaternário. Esses eventos estão relacionados às fases deformacionais que afetaram toda a borda leste do Brasil no Cenozoico, sendo os dois primeiros eventos relacionados ao desenvolvimento do Sistema de Riftes do Sudeste do Brasil, com distensão NW-SE bem caracterizada entre o Paraná e o Rio de Janeiro, e os últimos eventos relacionados com a deriva e rotação da Placa Sul-Americana e o ajuste desta em relação à Placa de Nazca, apontando para um quadro associado ao regime neotectônico. Feição de destaque local é a grande importância dos sistemas transcorrentes em relação às falhas normais, principalmente considerando que na região o processo de abertura do Oceano Atlântico e de formação da Bacia de Santos foi condicionado por falhas normais distensivas orientadas NNE-SSW. / Structural studies carried out in the region of Laguna, on the southern coast of Santa Catarina, led to the recognition of important episodes of brittle deformation pointing to late to post-Mesozoic regional evolution. In the region outcrop rocks of the Catarinense Shield geological domain, with a great number of basic dykes derived from the Serra Geral magmatism that affected the Paraná Basin in the Jurassic-Cretaceous times, precursors of the supercontinent Gondwana break-up. The dikes are associated to the NNE-SSW branch of a regional triple junction, they are intrusive in Precambrian granitic rocks of the Florianópolis Batolith and they are marked in the landscape by aligned ridges in this direction and parallel to the local coastline. With the use of SRTM and Landsat images, the principal structural lineaments and four main directions of NNE, NW, NE and E-W fracture were recognized. These lineaments form aligned clusters or constitute limits between geomorphological compartments marked in the relief and drainage patterns. Through field information, sinistral and destral transcurrent fault systems were characterized, secondly accompanied by steep normal faults as well as some localized inverse faults.They present the main directions NNE, NW, NE and E-W and cut the whole rocky set, deforming both granites and diabase dikes. By the structural analysis of the fault sets and by the paleostress reconstructions, four different deformational events were identified. The first stage, interpreted as developed between the Neocretaceous and the Paleocene, originated E-W sinistral transcurrent faults with σ1 in the NE-SW direction. In sequence, a distensive event was established with σ3 NE / SW, interpreted as associated to the distensive event of the Cenozoic basins of Southeastern Brazil, between the Paleocene and the Oligocene / Miocene. The third event formed sinistral N-S and dextral E-W structures with σ1 positioned NW-SE, during Neogene and Quaternary, and finally a transpressive event with σ1 in the direction close to E-W to ENE/WNW developed in the Quaternary. These events are related to the deformational phases that affected the entire eastern border of Brazil in the Cenozoic, being the first two events related to the development of the Riftes System of the Southeast of Brazil, with a well characterized NW-SE distensive event between Paraná and Rio de Janeiro, and the last events are related to the drift and rotation of the South American Plate and the its adjustment in relation to the Nasca Plate, pointing to a brittle framework associated with the neotectonic regime. Local highligth for the great importance of transcurrent systems in relation to normal faults, especially considering that in the region the process of opening of the Atlantic Ocean and formation of the Santos Basin was conditioned by NNE-SSW oriented distensive normal faults.
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Tectônica e sedimentação do Ediacarano ao Ordoviciano: exemplos do Supergrupo Camaquã (RS) e do Grupo Caacupé (Paraguai Oriental)Almeida, Renato Paes de 21 October 2005 (has links)
A evolução geológica do sudeste da América do Sul do Ediacarano ao Ordoviciano é marcada pelo desenvolvimento de bacias sedimentares que registram os eventos geológicos do chamado Estádio de Transição entre o metamorfismo e intensa deformação da Orogenia Brasiliana e a relativa estabilidade tectônica da sedimentação meso e neopaleozóica das sinéclises cratônicas. A presente tese aborda o registro de eventos tectônicos preservado nas sucessões sedimentares do Estádio de Transição, com o objetivo de testar e complementar os modelos geológicos, abundantes na bibliografia, derivados do estudo de rochas plutônicas e metamórficas neoproterozóicas do sudeste da América do Sul. Os estudos apresentados têm como objetos o Supergrupo Camaquã (Ediacarano a Eocambriano, porção centro sul do estado do Rio Grande do Sul) e o Grupo Caacupé (Neo-ordoviciano, Paraguai Oriental), tomados como exemplo do registro sedimentar do intervalo entre o Ediacarano e o Neo-Ordoviciano. O reconhecimento dos eventos tectônicos relacionados à formação e deformação dessas bacias e a caracterização dos padrões de resposta sedimentar a esses eventos basearam-se em diversas abordagens e técnicas, principalmente levantamentos estratigráficos de detalhe, análise de fácies sedimentares e elementos arquiteturais, mapeamento geológico, análise de paleocorrentes, análise de proveniência macro e microscópica, análises geocronológicas, análise de estruturas tectônicas rúpteis e reconstituição de paleocampos de tensão. O Grupo Santa Bárbara (Neo-Ediacarano, Supergrupo Camaquã) apresenta, em sua área-tipo, ciclos de variação granulométrica de dezenas a centenas de metros de espessura, decorrentes de variações na proporção de depósitos de planícies de inundação distais e depósitos de correntes trativas em sistemas fluviais efêmeros. O reconhecimento da influência do soerguimento de um alto do embasamento durante a deposição da unidade, separando duas sub-bacias, baseou-se em trabalhos de mapeamento geológico e foi documentado por análises de proveniência macro e microscópica e análise de paleocorrentes. A identificação do nível estratigráfico relacionado ao início da contribuição detrítica do Alto de Caçapava do Sul na sedimentação do Grupo Santa Bárbara permitiu a comparação com as variações verticais de fácies e sistemas deposicionais documentadas em seções estratigráficas de detalhe. Constatou-se, desta forma, que o evento de reativação da falha, de caráter predominantemente normal, relacionada ao soerguimento do alto não coincide com um aumento imediato na taxa de geração de espaço de acomodação, como previsto pelos modelos vigentes, e sim com um aumento de granulação dentro de uma sucessão de depósitos de rios efêmeros arenosos. Essa constatação revela que características particulares de um evento tectônico, no caso o soerguimento de um alto interno à bacia, podem modificar o padrão de resposta sedimentar, com a possibilidade de variações das taxas de subsidência e aporte sedimentar em diferentes áreas da bacia em diferentes tempos. Levantamentos estratigráficos acompanhados por interpretações dos sistemas deposicionais e considerações sobre os controles tectônicos e climáticos nos padrões de variação vertical foram realizados na unidade superior do Supergrupo Camaquã, designada Grupo Guaritas, aqui datado no Eocambriano (535, 2\'MAIS OU MENOS\'1,1 Ma, Ar-Ar step heating em subvulcânica rasa que afeta a unidade, rocha total), levando a uma revisão da coluna estratigráfica da unidade e a modelos de resposta sedimentar a eventos de reativação de altos adjacentes à bacia, sobrepostos por oscilações climáticas. A unidade é dominada por sistemas fluviais efêmeros, com ciclos de variação na proporção entre depósitos de planícies distais e depósitos areno-conglomeráticos de correntes trativas que ocorrem em várias escalas, contando ainda com a presença de expressivos depósitos eólicos. A distinção entre ciclos de origem autogênica e alogênica baseou-se em estudos de elementos arquiteturais, perfil de eletrorresistividade de alta resolução, correlações entre seções colunares de detalhe e reconhecimento de superfícies estratigráficas com significado cronológico, identificando-se como autogênicos os ciclos relacionados à migração lateral de sistemas deposicionais e como alogênicos aqueles correlacionáveis em escala bacinal e vinculados a superfícies estratigráficas maiores. É proposto um modelo tectônico para a ciclicidade alogênica dos depósitos fluviais, relacionado a variações nas taxas de subsidência em função de eventos de reativação das falhas de borda. Já a alociclicidade relacionada a intercalações entre depósitos fluviais e eólicos é interpretada como decorrente de oscilações climáticas. Uma origem decorrente de esforços tectônicos distensionais para a Bacia do Camaquã é documentada por análises de proveniência de depósitos proximais do Grupo Santa Bárbara (Neo-Ediacarano) em sua área-tipo, que revelam a ausência de deslocamento lateral expressivo na falha de alto ângulo que delimitou a borda ativa da bacia, considerada como transcorrente em trabalhos anteriores. Essa caracterização é confirmada por análises de paleocampos de tensão realizadas separadamente em cada intervalo estratigráfico do Supergrupo Camaquã e unidades posteriores, que revelam eventos distensionais de direção NE-SW e SW-NE durante a formação da bacia e eventos causadores de transcorrência apenas durante a deformação das sucessões. Como tais eventos distensionais precedem as deformações transcorrentes, reconhecidas também no embasamento e granitos de áreas adjacentes à bacia, o suposto vínculo entre a movimentação de zonas de cisalhamento e a origem da bacia, em contextos pós-orogênicos, é descartada. Propõe-se que a origem da Bacia do Camaquã está relacionada a um grande sistema de bacias distensionais posteriores ao metamorfismo da Orogenia Brasiliana e sem relação direta com os processos orogênicos. A hipótese vigente de que o Grupo Caacupé (Neo-Ordoviciano, Paraguai Oriental) teria sido formado em uma bacia distensional ou transtrativa motivou uma análise comparativa com os depósitos do Supergrupo Camaquã. Análises de fácies, sistemas deposicionais, paleocorrentes, proveniência macroscópica e icnofósseis realizadas no Grupo Caacupé (Neo-Ordoviciano, Paraguai Oriental) caracterizam sistemas deposicionais fluviais conglomeráticos distais sobrepostos por sistemas costeiros dominados por marés. Não foram reconhecidas, nos depósitos aluviais, características que possam levar a uma interpretação de sistema de leques aluviais, não havendo evidências de campo que suportem a suposição de escarpas tectônicas proximais limitando a bacia. Sugere-se que a unidade depositou-se em uma bacia ampla, com conexão marinha a oeste, representativa da primeira fase sinéclise da Bacia do Paraná. Desta forma, propõe-se que o intervalo entre o Eocambriano e Neo-Ordoviciano marque o fim dos processos distensionais registrados nas bacias da Província Mantiqueira e o início dos ciclos de subsidência do tipo sinéclise, sendo o primeiro aflorante na borda oeste da bacia. Assim, os processos do Estádio de Transição, considerados como cambro-ordovicianos na proposta original (Almeida 1969), não ultrapassam o Mesocambriano, e o controle da margem proto-andina nos ciclos de subsidência de grandes áreas no paleozóico inicia-se já no Neo-Ordoviciano. A possibilidade de relação entre a distensão formadora do Grupo Guaritas e a origem da Bacia do Paraná é improvável devido à idade eocambriana desse grupo e à ausência de depósitos da Bacia do Paraná anteriores ao Permiano sobre a unidade, no Rio Grande do Sul, implicando em um adiamento de cerca de 240 milhões de anos da fase de subsidência termal em relação à de subsidência tectônica. / The geological evolution of southeastern South America from Ediacaran to Ordovician is characterized by the development of sedimentary basins that register the geological events of the so called Transitional Stage between the metamorphism and intense deformation of the Brasiliano Orogeny and the tectonic stability of the Middle to Late Paleozoic cratonic basins. The present thesis focus on the sedimentary record of the tectonic events of the Transitional Stage, aiming to test and develop the geological models based on the study of the neoproterozoic metamorphic and plutonic rocks of the same region. The objects of the present study are the Camaquã Supergroup (Ediacaran to Early Cambrian, south-central region of Rio Grande do Sul State, Southern Brazil) and the Caacupé Group (Late Ordovician, Eastern Paraguay), considered as examples of the sedimentary record of eastern South America from Ediacaran to Late Ordovician. Several methods and approaches were used in the recognition of the tectonic events responsible for the origin and posterior deformation of these basins, and in the characterization of the patterns of sedimentary response to tectonic activity. These included measurement of detailed stratigraphic sections, facies and architectural elements analyses, geological mapping, paleocurrent analysis, macroscopic and microscopic provenance analyses, geochronological analysis, analysis of brittle tectonic structures and reconstitution of paleostress fields. The Santa Bárbara Group (Late Ediacaran, Camaquã Supergroup) shows tens to hundreds of meters thick cycles of grain-size variation due to varied preservation of distal flood-plain and stream-dominated deposits of ephemeral river systems. The uplift of a basement highland during the deposition of the unit came to separate two isolated sub-basins, as first suggested by geological mapping of depositional systems and later characterized through provenance and paleocurrent analysis. The recognition of the stratigraphic level that records the first detrital contribution of the uplifted highland enabled the interpretation of the vertical facies changes recorded in the stratigraphic sections in terms of tectonic controls. It was observed that there is no correlation of the tectonic reactivation responsible for the uplift of the internal highland with an event of increased depositional space, as predicted by many theoretical models, but instead with grain-size coarsening of a sandy ephemeral stream succession. This result reveals that particularities in the history of reactivation, in this case the uplift of a highland internal to the basin, may imply in a diverse stratigraphic response than the predicted flooding surface, maybe due to different subsidence and sedimentation rates in different basin areas. Stratigraphic analysis of the Guaritas Group (here dated in 535,2\'MAIS OU MENOS\'l,l Ma, whole-rock Ar-Ar step heating method in a sample of shallow sub-volcanic rock that cuts through the unit) were undertaken aiming the reconstitution of depositional environments and the recognition of the tectonic and climatic controls on the sedimentation. The results include the revision of the stratigraphic column of the group and the development of models of sedimentary response to tectonic reactivation events and uplift of basin-margin highlands, superposed to climatic change. The Guaritas Group is composed of fluvial stream ephemeral deposits showing cycles of grain-size variation caused by lateral migration of distal flood-plain dominated deposits and sandy to pebbly proximal stream deposits, also including thick successions of aeolian deposits. A distinction between allogenic and autogenic cycles was based on architectural element analysis, high-resolution electro-resistivity pseudo-section, correlation among detailed stratigraphic sections and recognition of major bounding stratigraphic surfaces. Thus, cycles related to lateral migration of depositional systems were identified as autogenic and those related to basin-scale bounding surfaces were considered as allogenic. A model of tectonic control (through subsidence rates) on the generation of alluvial allogenic cycles is proposed. The aeolian-alluvial allogenic cycles are interpreted as climatically controlled. An extensional origin for the Camaquã Basin is interpreted from provenance analysis of the Santa Bárbara Group, which reveals the absence of lateral migration of alluvial fans with respect to their sources. Paleostress reconstitution of brittle tectonic structures of each stratigraphic unit of the Camaquã Basin and younger deposits of the region confirm this hypothesis, with extensional NE-SW and SW-NE paleostress fields being recognized as sin-depositional for the Camaquã Basin. As the strike-slip deformational events are related only to basin deformation, the supposed link between activation of basement shear zones and the origin of the Camaquã Basin, in a post-orogenic context, is refuted. The proposed model considers a great system of extensional basins formed after the Brasiliano Orogeny, with no direct relation to the previous orogenic processes. The hypothesis of a extensional or transtensional origin for the Caacupé Group (Late Ordovician, Eastern Paraguay) lead to a comparison of this unit with the deposits of the Camaquã Supergroup. Facies, depositional systems, paleocurrent and ichnofossil analyses of the Caacupé Group characterize a pebbly distal braided fluvial depositional system overlain by tide-dominated coastal systems. No diagnostic feature of alluvial fans were recognized and there is no support for the hypothesis of proximal border faults. It is suggested that the Caacupé Group was deposited in a wide basin with a marine connection to the west, recording the first intra-cratonic sag phase of the Paraná Basin. Thus, it is proposed that the period between Early Cambrian and Late Ordovician marks the end of the extensional processes recorded in the basins of southeastern South America and the onset of the intra-cratonic sag depositional cycles. So, the tectonic and depositional processes of the Transitional Stage, considered as of Cambrian to Ordovician age in the original definition (Almeida 1969), do not reach Late Cambrian, and the control of the proto-andean continental margin on the paleozoic intra-cratonic subsidence cycles of South America begins in Late Ordovician. The hypothesis of relationship between the basin-forming extension recorded in the Guaritas Group and the origin of the Paraná Basin is refuted due to the absence of post-rift deposits above the rift prior to the Permian, implying in a 240 million year gap between the tectonic subsidence and the supposed thermal subsidence phase.
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