CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Este estudo ancorou-se na ideia de que a informalidade e a precarizaÃÃo das relaÃÃes de trabalho sÃo partes integradas e interdependentes. Constituem uma mesma realidade que se instalou no rastro das transformaÃÃes recentes na esfera laboral. A nova configuraÃÃo produtiva, as âpressÃesâ da globalizaÃÃo e as ideias neoliberais impulsionadas pela forÃa de acumulaÃÃo do capital, transformaram profundamente o trabalho, produzindo novas formas de inserÃÃo dos trabalhadores no mundo do laboral e, consequentemente, um novo trabalhador, onde necessidades diversas convivem, produzindo experiÃncias especÃficas de significados singulares. Sabe-se que o trabalho impacta na vida do trabalhador, influenciando a estruturaÃÃo de suas vidas, consequentemente, seus modos de viver, seja dentro ou fora do mesmo. Funda-se na relaÃÃo intrÃnseca do labor com o modo de vida e tambÃm na noÃÃo de que ele nÃo à apenas central na vida das pessoas, mas constituinte. O presente estudo fez parte da pesquisa para obtenÃÃo do grau de mestre pelo Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Psicologia da Universidade Federal do CearÃ. Focou a realidade das costureiras, no enfrentamento diÃrio de demandas sociais permeadas pelas relaÃÃes de trabalho do contexto de facÃÃo, com o objetivo de analisar as consequÃncias das novas formas de relaÃÃes de trabalho em facÃÃo na vida das costureiras de Fortaleza-CearÃ. A partir de uma abordagem qualitativa dos dados, o estudo foi realizado com 08 costureiras do bairro Conjunto Palmeiras que trabalham em sistema de facÃÃo de costura a domicÃlio, sem contrato formal de trabalho. Elas possuem, no mÃnimo, um ano prestando serviÃos para o mercado de confecÃÃo deste municÃpio. Foi feita uma abordagem qualitativa ao contexto pesquisado atravÃs da tÃcnica de entrevista, individual e grupal, registradas manualmente ou gravadas, e em diÃrio de campo. As categorias temÃticas foram identificadas e validadas pelo cruzamento dos registros produzidos atravÃs da AnÃlise de ConteÃdo de Bardin. Considerou-se que estas novas relaÃÃes de trabalho trouxeram consequÃncias para a vida das costureiras de facÃÃo de Fortaleza â CearÃ. O nÃcleo central destas experiÃncias reveladas, apenas disfarÃadas de novas, emerge marcado por formas laborais antigas, inspiradas no carÃter de exploraÃÃo e expansÃo contÃnuos do modo capitalista de produÃÃo, quando sustentam as cadeias produtivas do setor de confecÃÃes e do vestuÃrio, em sua estratÃgia de enfrentamento da competitividade no mundo globalizado.