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Nas tramas de Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá: crítica filológica e estudo de sexualidadesSouza, Arivaldo Sacramento de January 2014 (has links)
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Tese_Arivaldo Sacramento de Souza.pdf: 7752239 bytes, checksum: fa675073f46498bea84d810a86a77d00 (MD5) / Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá – texto de Fernando Mello que dramatiza uma relação homoerótica conturbada entre um enfermeiro idoso e um jovem desabrigado do interior do Rio de Janeiro – tem sido encenada desde a década de 1970 com grande repercussão no cenário artístico nacional brasileiro, inclusive, surpreendentemente, no contexto político sob o qual o Brasil viveu o regime de repressão ditatorial militar. A história de todo esse processo ficou documentada no Arquivo Nacional de Brasília, no Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas, e nos textos dos jornais de grande circulação, a partir dos quais podem ser recuperadas as tensões culturais e os discursos de repressão às expressões de sexualidades dissidentes. É exatamente por isso que, ao estudar essa tradição textual e a recepção do texto de Mello, podemos compreender o problema posto por esta pesquisa, qual seja: o estudo crítico-filológico dos scripts teatrais de Greta Garbo... que encenam as homossexualidades, observando as inter-relações entre o processo de transformação pela circulação social do texto com as ações, muitas vezes coercitivas e homofóbicas, de diferentes sujeitos que mediaram a liberação, veto ou corte de trechos da peça. Para isso, do ponto de vista teórico-metodológico, investimos, em diálogo com as teorias de desconstrução da metafísica tradicional, na renovação da práxis filológica no sentido de entendê-la como uma atuação crítica e investigativa das materialidades textuais, visando à leitura das pluralidades tanto das lições de cada script quanto das intervenções censórias que transformaram o texto. Assim, ao passo que compreendemos as formas de sociabilidades textuais da peça de Mello, experienciamos uma reflexão teórica sobre: (i) a atuação crítica do filólogo como intelectual humanista contemporâneo; (ii) a construção de edições e arquivos hipertextuais de orientação pragmática que escapam à gramática do cientificismo teleológico editorial; e (iii) a leitura filológica para resgate de memórias e de narrativas de sujeitos destituídos do discurso historiográfico oficial. / Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá – a Fernando Mello´s text that dramatizes a troubled homoerotic relation between an old nurse and an unsheltered young man in the countryside of Rio de Janeiro – has been acted since the 1970s with great repercussion in the national Brazilian artistic scenario, including, surprisingly, in the political context under which Brazil experienced dictatorial military repression. The history of all this process is documented in the National Brazilian Archive, in the Censorship Division Fund of Public Entertainment, and in the texts of widely circulated newspaper, from which the cultural tensions and the repressive discourse to the dissident sexual expressions can be recovered. This is the reason why by studying this textual tradition as well as Mello´s text reception, it is possible to understand the problem this research poses: the philological-critical study of the theatrical scripts of Greta Garbo… that act homosexualities, by observing the interrelations between the transformational process by the social circulation of the text with the action, many times homophobic and coercive, from different subjects that mediated release, interdiction or cut in parts of the play. For so, from a theoretical-methodological standpoint, we invested, in a dialogue with the deconstruction theories of traditional metaphysics, in the renewal of philological praxis to understand it as an investigative and critical act of textual materialities, aiming the reading of pluralities not only of the lessons of each script, but also the censored interventions that transformed the text. Thus, as we understand the textual sociability ways of Mello´s play, we experience a theoretical reflection about: (i) the critical work of the philologist as a contemporary humanist intellectual; (ii) the construction of editions and hipertextual archives of pragmatic orientation that escape the grammar of the editorial teleological scientism; and (iii) the philological reading for rescuing the memories and narratives of subjects deprived of official historiographical discourse.
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