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Fatores de morbidade peroperatória relacionados a diferentes técnicas de hemisferectomia: análise de 30 pacientes / -

Almeida, Antonio Nogueira de 03 June 2005 (has links)
Introdução. As hemisferectomias são cirurgias utilizadas há décadas para se tratar epilepsias refratárias à medicação anticonvulsivante. Embora o controle das crises seja satisfatório, a morbidade, per e pós-operatória, ainda é considerada um importante fator limitante à sua utilização. Dessa maneira, compreender as complicações mais comuns do procedimento, e os fatores que as influenciam, é essencial para se estabelecer o melhor uso para a técnica. Métodos. Foram coletados dados de 30 pacientes, operados por seis cirurgiões no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre 1980 e 2003. Foram realizadas 11 hemisferectomias com a abordagem de Rasmussen, três hemisferectomias anatômicas, nove hemisferectomias funcionais extraventriculares e sete hemisferotomias. Foram estudados cinco grupo de pacientes de acordo com a fisiopatologia da doença de base: Dezesseis pacientes eram portadores de Síndrome de Rasmussen, dois da Síndrome de Sturge-Weber, quatro de malformações corticais, dois de lesões sequelares e seis de cistos porencefálicos. Os fatores de morbidade foram avaliados dentro de rês perspectivas: 1- da doença de base; 2- da técnica utilizada; e 3- do fator humano. Resultados. Nossos dados mostraram ausência de diferença estatisticamente significativa entre as técnicas cirúrgicas empregadas nos itens: tempo cirúrgico; tempo de internação na unidade de terapia intensiva; queda da hemoglobina; volume de hemoderivados transfundidos e febre no pós-operatório. Presença de leucograma acima de 15.000 leucócitos/mm3 no pós-operatório imediato foi associada a estadias mais longas na unidade de terapia intensiva A média diária de temperatura dos pacientes, mostrou temperaturas acima de 38º C entre o terceiro e sexto dia pós-operatório. Pacientes com hemimegalencefalia apresentaram temperaturas mais elevadas quando comparados com os portadores de cistos porencefálicos. Doenças com maior manto cortical contribuíram para aumentar o tempo cirúrgico, embora o fator humano tenha sido decisivo nesse item. Ao comparar nossos achados com os da literatura, vimos que os pacientes submetidos à hemisferectomia anatômica apresentaram no pós-operatório temperaturas mais elevadas e reação inflamatória liquórica mais intensa que os submetidos a técnicas de desconexão hemisférica, no entanto, a importância desse dado necessita ser estabelecida. Conclusões: O principal fator de morbidade nas hemisferectomias é a doença de base, assim, os dados presentes na literatura, incluindo nossa casuística, não nos permite concluir que uma técnica seja superior à outra ou que as técnicas desconectivas sejam melhores que as ressectivas / Hemispherectomy has been the treatment of choice in some sorts of refractory epilepsies for decades. Although surgery results in satisfactory control of seizures, its morbidity remains a major concern. Thus, understanding most common complications, as well as the factors that contribute to it, becomes an essential step to learn the limits on technique applications. Methods. Hospital charts from 30 patients operated on by six different surgeons at the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo from 1980 to 2003 were reviewed. Eleven functional hemispherectomies using Rasmussen approach, three anatomical hemispherectomies, nine extraventricular functional hemispherectomies, and seven hemispherotomies were included in this study. Sixteen patients presented with Rasmussen Syndrome, two Sturge-Weber Syndrome, four cortical malformations, two hemispheric lesions, and six porencephalic cysts. Morbidity was evaluated from three different perspectives 1- background disease, 2- employed technique, and 3- human factor. Results: our data presented no statistical difference among the employed techniques regarding 1- surgical time, 2- intensive care unit time, 3- per and postoperative fall of hemoglobin, 4- blood transfusion volume, and 5- postoperative axilar temperature variation. Patients that presented over 15,000 leucocytes per mm3 stayed longer at the intensive care unit, regardless of the surgical technique employed. Daily average temperatures varied around 38 degrees Celsius from the third to the sixth postoperative day. Patients with hemimegalencephaly had higher postoperative axilar temperatures when compared to those with porencephaly. Thicker cortical mantle contributed to increase surgical time, though human factor also showed to be important in this item. Comparing data from this study and the literature disclosed that patients undergoing anatomical hemispherectomies presented an inflammatory response in the cerebrospinal fluid more evident than those submitted to cerebral disconnection, although the importance of this finding is still elusive. Conclusions: The main factors of morbidity in the hemispherectomy are the background disease and patient\'s peculiarities, therefore, it is not reasonable to infer that there is a superior technique or that hemisphere disconnection is better than removal
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Fatores de morbidade peroperatória relacionados a diferentes técnicas de hemisferectomia: análise de 30 pacientes / -

Antonio Nogueira de Almeida 03 June 2005 (has links)
Introdução. As hemisferectomias são cirurgias utilizadas há décadas para se tratar epilepsias refratárias à medicação anticonvulsivante. Embora o controle das crises seja satisfatório, a morbidade, per e pós-operatória, ainda é considerada um importante fator limitante à sua utilização. Dessa maneira, compreender as complicações mais comuns do procedimento, e os fatores que as influenciam, é essencial para se estabelecer o melhor uso para a técnica. Métodos. Foram coletados dados de 30 pacientes, operados por seis cirurgiões no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre 1980 e 2003. Foram realizadas 11 hemisferectomias com a abordagem de Rasmussen, três hemisferectomias anatômicas, nove hemisferectomias funcionais extraventriculares e sete hemisferotomias. Foram estudados cinco grupo de pacientes de acordo com a fisiopatologia da doença de base: Dezesseis pacientes eram portadores de Síndrome de Rasmussen, dois da Síndrome de Sturge-Weber, quatro de malformações corticais, dois de lesões sequelares e seis de cistos porencefálicos. Os fatores de morbidade foram avaliados dentro de rês perspectivas: 1- da doença de base; 2- da técnica utilizada; e 3- do fator humano. Resultados. Nossos dados mostraram ausência de diferença estatisticamente significativa entre as técnicas cirúrgicas empregadas nos itens: tempo cirúrgico; tempo de internação na unidade de terapia intensiva; queda da hemoglobina; volume de hemoderivados transfundidos e febre no pós-operatório. Presença de leucograma acima de 15.000 leucócitos/mm3 no pós-operatório imediato foi associada a estadias mais longas na unidade de terapia intensiva A média diária de temperatura dos pacientes, mostrou temperaturas acima de 38º C entre o terceiro e sexto dia pós-operatório. Pacientes com hemimegalencefalia apresentaram temperaturas mais elevadas quando comparados com os portadores de cistos porencefálicos. Doenças com maior manto cortical contribuíram para aumentar o tempo cirúrgico, embora o fator humano tenha sido decisivo nesse item. Ao comparar nossos achados com os da literatura, vimos que os pacientes submetidos à hemisferectomia anatômica apresentaram no pós-operatório temperaturas mais elevadas e reação inflamatória liquórica mais intensa que os submetidos a técnicas de desconexão hemisférica, no entanto, a importância desse dado necessita ser estabelecida. Conclusões: O principal fator de morbidade nas hemisferectomias é a doença de base, assim, os dados presentes na literatura, incluindo nossa casuística, não nos permite concluir que uma técnica seja superior à outra ou que as técnicas desconectivas sejam melhores que as ressectivas / Hemispherectomy has been the treatment of choice in some sorts of refractory epilepsies for decades. Although surgery results in satisfactory control of seizures, its morbidity remains a major concern. Thus, understanding most common complications, as well as the factors that contribute to it, becomes an essential step to learn the limits on technique applications. Methods. Hospital charts from 30 patients operated on by six different surgeons at the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo from 1980 to 2003 were reviewed. Eleven functional hemispherectomies using Rasmussen approach, three anatomical hemispherectomies, nine extraventricular functional hemispherectomies, and seven hemispherotomies were included in this study. Sixteen patients presented with Rasmussen Syndrome, two Sturge-Weber Syndrome, four cortical malformations, two hemispheric lesions, and six porencephalic cysts. Morbidity was evaluated from three different perspectives 1- background disease, 2- employed technique, and 3- human factor. Results: our data presented no statistical difference among the employed techniques regarding 1- surgical time, 2- intensive care unit time, 3- per and postoperative fall of hemoglobin, 4- blood transfusion volume, and 5- postoperative axilar temperature variation. Patients that presented over 15,000 leucocytes per mm3 stayed longer at the intensive care unit, regardless of the surgical technique employed. Daily average temperatures varied around 38 degrees Celsius from the third to the sixth postoperative day. Patients with hemimegalencephaly had higher postoperative axilar temperatures when compared to those with porencephaly. Thicker cortical mantle contributed to increase surgical time, though human factor also showed to be important in this item. Comparing data from this study and the literature disclosed that patients undergoing anatomical hemispherectomies presented an inflammatory response in the cerebrospinal fluid more evident than those submitted to cerebral disconnection, although the importance of this finding is still elusive. Conclusions: The main factors of morbidity in the hemispherectomy are the background disease and patient\'s peculiarities, therefore, it is not reasonable to infer that there is a superior technique or that hemisphere disconnection is better than removal
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Avaliação da linguagem após hemisferectomia de hemisfério cerebral esquerdo / Language assessment after left hemispherectomy

Silva, Jocelí Rodrigues da 14 April 2016 (has links)
A hemisferectomia esquerda é um procedimento cirúrgico indicado em casos de epilepsia fármaco-resistente com foco epileptogênico em hemisfério cerebral esquerdo. Os benefícios potenciais da cirurgia, além do controle de crises, podem ser observados também nos âmbitos comportamental e cognitivo, fazendo com que seja uma boa alternativa nos casos de epilepsia refratária aos medicamentos. Apesar de suas vantagens, o procedimento ainda não é amplamente indicado, em parte devido ao receio de piora dos déficits motores previamente instalados e principalmente das funções corticais superiores, dentre elas, a linguagem. Neste estudo retrospectivo foram avaliados os prontuários de 15 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos à época da realização da hemisferectomia funcional esquerda (HFE). Nessa faixa etária, segundo teorias, já ocorreu a transferência da linguagem para o hemisfério dominante esquerdo, na maioria dos indivíduos. A idade na época da cirurgia variou entre 6,6 e 15 anos, média 10,6 anos. A idade de início das crises epilépticas variou de zero a 12 anos, média 4,25 anos. A duração média da epilepsia até a data da intervenção cirúrgica foi de 6,3 anos (um a 12,7 anos). As frequências etiológicas por grupos foram: 20% de malformação do desenvolvimento cortical, 40% de lesões adquiridas e estáticas e 40% de doenças progressivas (encefalite de Rasmussen). O objetivo deste estudo foi avaliar o desfecho da linguagem em crianças e adolescentes submetidos à HFE após o período de transferência da linguagem. A função foi avaliada através do quesito domínio da comunicação na Escala de Vineland ou através do QI verbal em crianças submetidas ao WISC (Escala de Inteligência Weschler para Crianças). A linguagem apresentava-se parcialmente desenvolvida em todos os pacientes avaliados, nenhum deles tinha esta função plenamente desenvolvida. A hemisfererectomia funcional do hemisfério cerebral esquerdo não causou repercussão sobre a linguagem de crianças e adolescentes com epilepsia de difícil controle medicamentoso. Uma possível explicação para esse resultado refere-se à plasticidade cerebral, essa importante capacidade de remodelação e recuperação das funções cerebrais, além da possibilidade de transferência da linguagem para o hemisfério cerebral direito em casos de lesões em áreas da fala em hemisfério cerebral esquerdo. Este resultado corrobora a importância do encaminhamento de crianças portadoras de epilepsia refratária aos medicamentos antiepilépticos o mais precocemente possível a centros especializados para avaliação e possível indicação desse procedimento, uma vez que assim impedirá ou minimizará os efeitos da encefalopatia epiléptica progressiva sobre a cognição e principalmente sobre a linguagem / The left hemispherectomy is a surgical procedure indicated in cases of medically refractory epilepsies with epileptogenic focus in the left cerebral hemisphere. The benefits of surgery, in addition to seizure control can also be observed in behavioural and cognitive spheres, making it a good alternative in cases of refractory epilepsy. Despite its advantages, the procedure is not yet widely indicated, partly due to fear of worsening of pre-installed motor deficits and especially of higher cortical functions, including the language. In this retrospective study, we evaluated the medical records of 15 children and adolescents aged between 6 and 18 years at the time of left functional hemispherectomy. In this age range, according to theories, the transfer of language for the left dominant hemisphere has occurred in most individuals. The age at time of surgery ranged between 6.6 and 15 years, mean 10.6 years. The early observation of seizures ranged from zero to 12 years, mean 4.25 years. The mean duration of epilepsy until the surgery was 6.3 years (one to 12.7 years). The etiological frequencies by groups were: 20% of malformation of cortical development, 40% of acquired and static lesions and 40% progressive disease (Rasmussen\'s encephalitis). The aim of this study was to evaluate the outcome of language in children and adolescents undergoing left hemispherectomy after the language transfer period. The function was evaluated through the item field of communication in Vineland Scale or through verbal IQ in children submitted to WISC. The language had partially developed in all patients, but none of them had fully developed this function. The left functional hemispherectomy caused no impact on the language of children and adolescents with refractory epilepsy. A possible explanation for this result refers to brain plasticity, this important ability to remodelling and recovery of brain functions and the possibility of transfer of language to the right cerebral hemisphere in cases of lesions in speech areas in the left cerebral hemisphere. This result confirms the importance of referral of children with refractory epilepsy as early as possible to specialized centers for evaluation and possible indication of this procedure, as well prevent or minimize the effects of progressive epileptic encephalopathy on cognition and especially on language
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Hemisferectomia na vida adulta como modelo para o estudo das assimetrias cerebrais no controle da reatividade emocional e atividade locomotora em camundongos / Adult hemispherectomy asymmetrically affects the emotional reactivity and locomotion activity in mice

Monica Cena de Sousa Santos 01 March 2013 (has links)
Evidências sugerem que a lateralização cerebral é uma característica fundamental dos vertebrados. Nos seres humanos, tem sido sugerido que o hemisfério direito é especializado no processamento de informação emocional negativa e o hemisfério esquerdo no controle da função motora. Em roedores, evidências de lateralização hemisférica são escassas. Diante disso, utilizamos a hemisferectomia para avaliar a importância relativa de cada hemisfério no controle emocional e na atividade motora espontânea em camundongos. Machos adultos foram submetidos à hemisferectomia direita (HD), hemisferectomia esquerda (HE) ou a simulação da cirurgia (SHAM). Para ajudar na interpretação dos resultados, uma amostra adicional de camundongos foi submetida à aspiração unilateral da área frontoparietal esquerda (FPE), da área frontoparietal direito (FPD) ou a simulação da cirurgia (CONT). Quinze dias após a cirurgia, a reatividade emocional e a ambulação foram avaliadas no teste de campo aberto durante 10 minutos (dividido em intervalos de 1 min). A arena de campo aberto consistiu em uma caixa de polipropileno, cujo fundo foi dividido em 16 retângulos do mesmo tamanho. O número total de retângulos cruzados pelo animal foi utilizado como a medida da atividade locomotora espontânea. Considerando-se que os camundongos evitam áreas abertas, a locomoção no centro e o tempo despendido nos retângulos centrais foram utilizados para avaliar a reatividade emocional. Em relação à atividade locomotora as duas técnicas cirúrgicas revelaram assimetrias na direção oposta. A atividade locomotora do grupo HE aumentou ao longo do período de teste e foi maior do que a dos grupos HD e SHAM. Em contraste, a atividade locomotora do grupo FPD diminuiu ao longo do período de teste e foi superior a ambos os grupos, FPE e CONT. Em relação à reatividade emocional, o grupo HE passou menos tempo na área central que os grupos HD e CONT. Não foram observadas diferenças entre FPD, FPE e o grupo CONT. Os nossos resultados sugerem que os dois hemisférios contribuem de forma assimétrica para controlar de reatividade emocional e para controlar de atividade motora em camundongos. De forma semelhante ao que é observado em humanos, o hemisfério direito dos camundongos foi mais associado com o processamento de informação emocional negativa. Em relação aos dados de hiperatividade, as diferenças observadas entre os animais hemisferectomizados e com lesão frontoparietal sugerem que mais de um circuito (ou sistema) lateralizado pode mediar a atividade locomotora espontânea. / Evidence exists indicating that cerebral lateralization is a fundamental feature of all vertebrates. In humans, it has been suggested that the right hemisphere is involved in processing negative emotional information and the left hemisphere is involved in control of motor function. In rodents, evidence for hemispheric lateralization is sparse. In this regard, here, we used unilateral hemispherectomy to study the relative importance of each hemisphere in controlling emotion and spontaneous motor activity in mice. Adult male mice were submitted to right hemispherectomy (RH), left hemispherectomy (LH) or sham surgery (SHAM). To help the interpretation of results an addition sample of mice was submitted to unilateral suction of left frontoparietal area (LFP), right frontoparietal area (RFP) or sham surgery (CONT). Fifteen days after surgery, both the emotional reactivity and the spontaneous locomotor activity were assessed in the open field test 10 min (divided into 1 min intervals). The open field arena consisted of a polypropylene box in which the floor was divided into 16 same-sized rectangles. The total number of rectangles crossed was used as the measure of spontaneous locomotor activity. Considering that mice avoid open areas, the ambulation in the center and time spent in the central rectangles were used to assess emotional reactivity. Regarding locomotor activity, the two surgical techniques reveal asymmetries in opposite direction. The locomotor activity of LH, which increased along the test period, was higher than both RH and SHAM. In contrast, the locomotor activity of RFP which decreased along the test period was higher than both LFP and CONT. Regarding emotional reactivity, the LH group spent less time in the central area than both RH and SHAM groups. No differences were observed between LFP, RFP and CONT groups. Our results suggest that the two hemispheres contribute asymmetrically to control of emotional reactivity and to control of motor activity in mice. Similarly to what is observed in humans, the right hemisphere of mice was more involved in processing negative emotional information. Regarding locomotor hyperactivity, the differences observed between hemispherectomized and frontoparietal-lesioned mice suggest that multiple lateralized circuits (or systems) may underlie spontaneous locomotor activity.
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Hemisferectomia na vida adulta como modelo para o estudo das assimetrias cerebrais no controle da reatividade emocional e atividade locomotora em camundongos / Adult hemispherectomy asymmetrically affects the emotional reactivity and locomotion activity in mice

Monica Cena de Sousa Santos 01 March 2013 (has links)
Evidências sugerem que a lateralização cerebral é uma característica fundamental dos vertebrados. Nos seres humanos, tem sido sugerido que o hemisfério direito é especializado no processamento de informação emocional negativa e o hemisfério esquerdo no controle da função motora. Em roedores, evidências de lateralização hemisférica são escassas. Diante disso, utilizamos a hemisferectomia para avaliar a importância relativa de cada hemisfério no controle emocional e na atividade motora espontânea em camundongos. Machos adultos foram submetidos à hemisferectomia direita (HD), hemisferectomia esquerda (HE) ou a simulação da cirurgia (SHAM). Para ajudar na interpretação dos resultados, uma amostra adicional de camundongos foi submetida à aspiração unilateral da área frontoparietal esquerda (FPE), da área frontoparietal direito (FPD) ou a simulação da cirurgia (CONT). Quinze dias após a cirurgia, a reatividade emocional e a ambulação foram avaliadas no teste de campo aberto durante 10 minutos (dividido em intervalos de 1 min). A arena de campo aberto consistiu em uma caixa de polipropileno, cujo fundo foi dividido em 16 retângulos do mesmo tamanho. O número total de retângulos cruzados pelo animal foi utilizado como a medida da atividade locomotora espontânea. Considerando-se que os camundongos evitam áreas abertas, a locomoção no centro e o tempo despendido nos retângulos centrais foram utilizados para avaliar a reatividade emocional. Em relação à atividade locomotora as duas técnicas cirúrgicas revelaram assimetrias na direção oposta. A atividade locomotora do grupo HE aumentou ao longo do período de teste e foi maior do que a dos grupos HD e SHAM. Em contraste, a atividade locomotora do grupo FPD diminuiu ao longo do período de teste e foi superior a ambos os grupos, FPE e CONT. Em relação à reatividade emocional, o grupo HE passou menos tempo na área central que os grupos HD e CONT. Não foram observadas diferenças entre FPD, FPE e o grupo CONT. Os nossos resultados sugerem que os dois hemisférios contribuem de forma assimétrica para controlar de reatividade emocional e para controlar de atividade motora em camundongos. De forma semelhante ao que é observado em humanos, o hemisfério direito dos camundongos foi mais associado com o processamento de informação emocional negativa. Em relação aos dados de hiperatividade, as diferenças observadas entre os animais hemisferectomizados e com lesão frontoparietal sugerem que mais de um circuito (ou sistema) lateralizado pode mediar a atividade locomotora espontânea. / Evidence exists indicating that cerebral lateralization is a fundamental feature of all vertebrates. In humans, it has been suggested that the right hemisphere is involved in processing negative emotional information and the left hemisphere is involved in control of motor function. In rodents, evidence for hemispheric lateralization is sparse. In this regard, here, we used unilateral hemispherectomy to study the relative importance of each hemisphere in controlling emotion and spontaneous motor activity in mice. Adult male mice were submitted to right hemispherectomy (RH), left hemispherectomy (LH) or sham surgery (SHAM). To help the interpretation of results an addition sample of mice was submitted to unilateral suction of left frontoparietal area (LFP), right frontoparietal area (RFP) or sham surgery (CONT). Fifteen days after surgery, both the emotional reactivity and the spontaneous locomotor activity were assessed in the open field test 10 min (divided into 1 min intervals). The open field arena consisted of a polypropylene box in which the floor was divided into 16 same-sized rectangles. The total number of rectangles crossed was used as the measure of spontaneous locomotor activity. Considering that mice avoid open areas, the ambulation in the center and time spent in the central rectangles were used to assess emotional reactivity. Regarding locomotor activity, the two surgical techniques reveal asymmetries in opposite direction. The locomotor activity of LH, which increased along the test period, was higher than both RH and SHAM. In contrast, the locomotor activity of RFP which decreased along the test period was higher than both LFP and CONT. Regarding emotional reactivity, the LH group spent less time in the central area than both RH and SHAM groups. No differences were observed between LFP, RFP and CONT groups. Our results suggest that the two hemispheres contribute asymmetrically to control of emotional reactivity and to control of motor activity in mice. Similarly to what is observed in humans, the right hemisphere of mice was more involved in processing negative emotional information. Regarding locomotor hyperactivity, the differences observed between hemispherectomized and frontoparietal-lesioned mice suggest that multiple lateralized circuits (or systems) may underlie spontaneous locomotor activity.
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Avaliação da linguagem após hemisferectomia de hemisfério cerebral esquerdo / Language assessment after left hemispherectomy

Jocelí Rodrigues da Silva 14 April 2016 (has links)
A hemisferectomia esquerda é um procedimento cirúrgico indicado em casos de epilepsia fármaco-resistente com foco epileptogênico em hemisfério cerebral esquerdo. Os benefícios potenciais da cirurgia, além do controle de crises, podem ser observados também nos âmbitos comportamental e cognitivo, fazendo com que seja uma boa alternativa nos casos de epilepsia refratária aos medicamentos. Apesar de suas vantagens, o procedimento ainda não é amplamente indicado, em parte devido ao receio de piora dos déficits motores previamente instalados e principalmente das funções corticais superiores, dentre elas, a linguagem. Neste estudo retrospectivo foram avaliados os prontuários de 15 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos à época da realização da hemisferectomia funcional esquerda (HFE). Nessa faixa etária, segundo teorias, já ocorreu a transferência da linguagem para o hemisfério dominante esquerdo, na maioria dos indivíduos. A idade na época da cirurgia variou entre 6,6 e 15 anos, média 10,6 anos. A idade de início das crises epilépticas variou de zero a 12 anos, média 4,25 anos. A duração média da epilepsia até a data da intervenção cirúrgica foi de 6,3 anos (um a 12,7 anos). As frequências etiológicas por grupos foram: 20% de malformação do desenvolvimento cortical, 40% de lesões adquiridas e estáticas e 40% de doenças progressivas (encefalite de Rasmussen). O objetivo deste estudo foi avaliar o desfecho da linguagem em crianças e adolescentes submetidos à HFE após o período de transferência da linguagem. A função foi avaliada através do quesito domínio da comunicação na Escala de Vineland ou através do QI verbal em crianças submetidas ao WISC (Escala de Inteligência Weschler para Crianças). A linguagem apresentava-se parcialmente desenvolvida em todos os pacientes avaliados, nenhum deles tinha esta função plenamente desenvolvida. A hemisfererectomia funcional do hemisfério cerebral esquerdo não causou repercussão sobre a linguagem de crianças e adolescentes com epilepsia de difícil controle medicamentoso. Uma possível explicação para esse resultado refere-se à plasticidade cerebral, essa importante capacidade de remodelação e recuperação das funções cerebrais, além da possibilidade de transferência da linguagem para o hemisfério cerebral direito em casos de lesões em áreas da fala em hemisfério cerebral esquerdo. Este resultado corrobora a importância do encaminhamento de crianças portadoras de epilepsia refratária aos medicamentos antiepilépticos o mais precocemente possível a centros especializados para avaliação e possível indicação desse procedimento, uma vez que assim impedirá ou minimizará os efeitos da encefalopatia epiléptica progressiva sobre a cognição e principalmente sobre a linguagem / The left hemispherectomy is a surgical procedure indicated in cases of medically refractory epilepsies with epileptogenic focus in the left cerebral hemisphere. The benefits of surgery, in addition to seizure control can also be observed in behavioural and cognitive spheres, making it a good alternative in cases of refractory epilepsy. Despite its advantages, the procedure is not yet widely indicated, partly due to fear of worsening of pre-installed motor deficits and especially of higher cortical functions, including the language. In this retrospective study, we evaluated the medical records of 15 children and adolescents aged between 6 and 18 years at the time of left functional hemispherectomy. In this age range, according to theories, the transfer of language for the left dominant hemisphere has occurred in most individuals. The age at time of surgery ranged between 6.6 and 15 years, mean 10.6 years. The early observation of seizures ranged from zero to 12 years, mean 4.25 years. The mean duration of epilepsy until the surgery was 6.3 years (one to 12.7 years). The etiological frequencies by groups were: 20% of malformation of cortical development, 40% of acquired and static lesions and 40% progressive disease (Rasmussen\'s encephalitis). The aim of this study was to evaluate the outcome of language in children and adolescents undergoing left hemispherectomy after the language transfer period. The function was evaluated through the item field of communication in Vineland Scale or through verbal IQ in children submitted to WISC. The language had partially developed in all patients, but none of them had fully developed this function. The left functional hemispherectomy caused no impact on the language of children and adolescents with refractory epilepsy. A possible explanation for this result refers to brain plasticity, this important ability to remodelling and recovery of brain functions and the possibility of transfer of language to the right cerebral hemisphere in cases of lesions in speech areas in the left cerebral hemisphere. This result confirms the importance of referral of children with refractory epilepsy as early as possible to specialized centers for evaluation and possible indication of this procedure, as well prevent or minimize the effects of progressive epileptic encephalopathy on cognition and especially on language
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Hemisferectomia unilateral na vida adulta como modelo para o estudo das assimetrias motoras em camundongos / Unilateral hemispherectomy affects motor performance of male swiss mice

Danielle Paes Machado de Andrade Branco 31 July 2009 (has links)
Em humanos, uma série de estudos vem sugerindo que o hemisfério esquerdo é particularmente importante no controle e execução de movimentos. De modo geral, lesões no hemisfério esquerdo promovem déficits motores mais pronunciados que lesões semelhantes no hemisfério direito. Neste trabalho utilizamos a hemisferectomia unilateral para avaliar a contribuição de cada hemisfério na função motora em camundongos. Camundongos Suíços adultos foram submetidos a hemisferectomia unilateral direita (HD) ou esquerda (HE) ou aos procedimentos de controle. Quinze dias após cirurgia, a coordenação motora de cada animal foi avaliada no teste da locomoção forçada em cilindro giratório (Rotarod). A latência para a queda do grupo controle foi significativamente maior que a do grupo HD e não diferiu da do grupo HE. Para auxiliar a interpretação dos resultados obtidos no ROTAROD, uma parte dos animais foi submetida a uma bateria adicional de testes comportamentais na seguinte seqüência: teste de campo aberto, avaliação qualitativa da assimetria sensório-motora, teste da grade elevada e teste de suspensão pela cauda. De modo interessante, no teste da grade elevada, enquanto o grupo HD apresentou o desempenho da pata traseira esquerda (contralateral à lesão) significativamente pior que o da direita, os grupos Controle e HE não apresentaram diferenças entre as duas patas traseiras. De modo análogo ao observado em humanos, nossos resultados sugerem uma ação assimétrica dos hemisférios cerebrais no controle da função motora em camundongos. / A series of studies in humans have suggested that the planning and the control of movements are asymmetrically performed by the hemispheres. In general, lesions in the left hemisphere promote motor deficits that are more pronounced than similar lesions in the right hemisphere. In the present work, we used unilateral hemispherectomy to study the relative importance of each hemisphere in the control of movement in mice. Adult Swiss mice were submitted to right unilateral hemispherectomy (RH) or left unilateral hemispherectomy (LH) and sham surgery. Fifteen days after surgery, the motor coordination of each mouse was evaluated in the forced locomotion in rotating cylinder test (Rotarod). The latency to fall was significantly lower in right-hemispherectomized group as compared to control and did not differ from the left-hemispherectomized group. To help the interpretation of results obtained in the Rotarod test, a part of the sample was subjected to a additional battery of behavioral tests in the following sequence: open field test, qualitative assessment of sensory-motor asymmetry, foot fault test and tail suspension test. Interestingly, in the foot fault test, while the RH group showed significantly worse performance with the left hind limb (contralateral to the lesion) than with the right, the control group and the LH group showed no differences between both hind limbs. Similarly to what is observed in humans, our results suggest that the two hemispheres contribute asymmetrically to control of movement in mice.
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Hemisferectomia unilateral na vida adulta como modelo para o estudo das assimetrias motoras em camundongos / Unilateral hemispherectomy affects motor performance of male swiss mice

Danielle Paes Machado de Andrade Branco 31 July 2009 (has links)
Em humanos, uma série de estudos vem sugerindo que o hemisfério esquerdo é particularmente importante no controle e execução de movimentos. De modo geral, lesões no hemisfério esquerdo promovem déficits motores mais pronunciados que lesões semelhantes no hemisfério direito. Neste trabalho utilizamos a hemisferectomia unilateral para avaliar a contribuição de cada hemisfério na função motora em camundongos. Camundongos Suíços adultos foram submetidos a hemisferectomia unilateral direita (HD) ou esquerda (HE) ou aos procedimentos de controle. Quinze dias após cirurgia, a coordenação motora de cada animal foi avaliada no teste da locomoção forçada em cilindro giratório (Rotarod). A latência para a queda do grupo controle foi significativamente maior que a do grupo HD e não diferiu da do grupo HE. Para auxiliar a interpretação dos resultados obtidos no ROTAROD, uma parte dos animais foi submetida a uma bateria adicional de testes comportamentais na seguinte seqüência: teste de campo aberto, avaliação qualitativa da assimetria sensório-motora, teste da grade elevada e teste de suspensão pela cauda. De modo interessante, no teste da grade elevada, enquanto o grupo HD apresentou o desempenho da pata traseira esquerda (contralateral à lesão) significativamente pior que o da direita, os grupos Controle e HE não apresentaram diferenças entre as duas patas traseiras. De modo análogo ao observado em humanos, nossos resultados sugerem uma ação assimétrica dos hemisférios cerebrais no controle da função motora em camundongos. / A series of studies in humans have suggested that the planning and the control of movements are asymmetrically performed by the hemispheres. In general, lesions in the left hemisphere promote motor deficits that are more pronounced than similar lesions in the right hemisphere. In the present work, we used unilateral hemispherectomy to study the relative importance of each hemisphere in the control of movement in mice. Adult Swiss mice were submitted to right unilateral hemispherectomy (RH) or left unilateral hemispherectomy (LH) and sham surgery. Fifteen days after surgery, the motor coordination of each mouse was evaluated in the forced locomotion in rotating cylinder test (Rotarod). The latency to fall was significantly lower in right-hemispherectomized group as compared to control and did not differ from the left-hemispherectomized group. To help the interpretation of results obtained in the Rotarod test, a part of the sample was subjected to a additional battery of behavioral tests in the following sequence: open field test, qualitative assessment of sensory-motor asymmetry, foot fault test and tail suspension test. Interestingly, in the foot fault test, while the RH group showed significantly worse performance with the left hind limb (contralateral to the lesion) than with the right, the control group and the LH group showed no differences between both hind limbs. Similarly to what is observed in humans, our results suggest that the two hemispheres contribute asymmetrically to control of movement in mice.

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