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Tabulae scriptae: a metalinguagem e as trajetórias de Henri Pousseur e Willy Corrêa de Oliveira / Tabulae scriptae: metalanguage and the paths of Henri Pousseur and Willy Corrêa de OliveiraBonis, Maurício Funcia de 27 April 2012 (has links)
Em meio aos debates (tão profícuos e numerosos quanto beligerantes) sobre os rumos da composição musical em meados do século XX, o questionamento sobre a natureza da relação a ser estabelecida com o passado (com a história da música) foi um tema privilegiado. Desde então sua pertinência crescente, na atrofia de uma prática social (e de uma linguagem comumente compartilhada) na música erudita, faz com que esse debate transcenda o contexto inicial da música de vanguarda das décadas de 1950 e 1960 e possa ser visto como um problema de base para a criação musical em nosso tempo. No enfrentamento em larga escala dessas questões, destacam-se as trajetórias de dois compositores, tanto em seu pensamento como em sua obra musical: Henri Pousseur (1929- 2009) e Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938). A premissa dessa discussão, a saber, a oposição à tabula rasa da arte do passado (simbolizada aqui pela imagem das \"tábuas\" que não foram privadas de suas inscrições, \"tabulae scriptae\"), é enfrentada inicialmente pela contextualização das discussões sobre a abordagem da música erudita como linguagem em meados do século XX (e em torno da música contemporânea), para em seguida expandirmos esse universo com apontamentos de uma interpretação semiótica dessa linguagem e de sua relação com o modo de produção capitalista. Pousseur e Willy chegam paralelamente a conclusões similares, na apreciação da situação crítica da música contemporânea na sociedade atual como decorrente de uma crise generalizada das relações humanas, o que conduz a uma situação metalingüística: na ausência de uma linguagem comum, funcional, universalizante, a atividade do compositor se volta para a reflexão sobre a própria linguagem, no questionamento das premissas do processo de criação. As obras de Willy e Pousseur, de maneiras distintas (e autônomas, desenrolando-se paralelamente), registram um reflexo desse pensamento no recurso constante às mais diversas formas de operação metalingüística direta, na recuperação de materiais e procedimentos do passado (sob novas roupagens) na composição musical. Em capítulos separados, sucessivos, propomos uma apreciação panorâmica de cada uma dessas trajetórias para apontar a pertinência da operação metalingüística em suas obras de maneira geral, detalhando-a eventualmente em análises de algumas obras-chave. Antes de refletir sobre os pontos em comum e as diferenças mais marcantes entre essas duas trajetórias, insere-se ainda um testemunho de uma adesão a suas propostas, com a análise de composições de minha própria autoria / Among the debates (that were as useful and plentiful as they were belligerent) about the paths of musical composition in the middle of the 20th century, the question of which kind of relation was to be established with the past (with the history of music) was a favoured one. Since then its growing pertinence, alongside the atrophy of common practice (and of a thoroughly shared musical language) in contemporary music, makes this discussion surmount its original context (within avantgarde music of the 1950s and 60s) and become a fundamental problem for the creation of music in our time. In the large-scale confrontation of these questions, the paths of two composers stand out, in their musical thought inasmuch as in their compositions: Henri Pousseur (1929-2009) and Willy Corrêa de Oliveira (born in 1938). The premise of this discussion, the denial of the tabula rasa of the art of the past (represented here by the image of the \"table\" whose writings haven\'t been erased, \"tabulae scriptae\"), is faced with the contextualization of the debates on music as language in the middle of the 20th century (and around the contemporary music medium). This context is expanded pointing out to semiotics and to the relations of musical language and capitalist means of production. Henri Pousseur and Willy Oliveira come to the similar conclusions, approaching the critical situation of contemporary music in hodiernal society as a result of a generalized crisis on human relations. This leads to a consideration of the present state of musical practice as a metalanguage: in the absence of a common universal language, the composer\'s work turns to the reflexion on language itself and on the nature of the creative process. The musical works of Willy Corrêa and Henri Pousseur (independently, and in different ways) show a reflex of this thought in the frequent use of various kinds of metalinguistic procedures in composition, in their recuperation of materials and procedures of the past (in new treatments). In separate chapters, we propose a panoramic view of each of their musical paths, approaching their use of metalinguistics in their works in general, and also analyzing some of their compositions in detail. Before discussing the common points and the striking differences between their paths, one more chapter includes a testimony of an adherence to these principles, with analysis of musical compositions of my own.
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Tabulae scriptae: a metalinguagem e as trajetórias de Henri Pousseur e Willy Corrêa de Oliveira / Tabulae scriptae: metalanguage and the paths of Henri Pousseur and Willy Corrêa de OliveiraMaurício Funcia de Bonis 27 April 2012 (has links)
Em meio aos debates (tão profícuos e numerosos quanto beligerantes) sobre os rumos da composição musical em meados do século XX, o questionamento sobre a natureza da relação a ser estabelecida com o passado (com a história da música) foi um tema privilegiado. Desde então sua pertinência crescente, na atrofia de uma prática social (e de uma linguagem comumente compartilhada) na música erudita, faz com que esse debate transcenda o contexto inicial da música de vanguarda das décadas de 1950 e 1960 e possa ser visto como um problema de base para a criação musical em nosso tempo. No enfrentamento em larga escala dessas questões, destacam-se as trajetórias de dois compositores, tanto em seu pensamento como em sua obra musical: Henri Pousseur (1929- 2009) e Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938). A premissa dessa discussão, a saber, a oposição à tabula rasa da arte do passado (simbolizada aqui pela imagem das \"tábuas\" que não foram privadas de suas inscrições, \"tabulae scriptae\"), é enfrentada inicialmente pela contextualização das discussões sobre a abordagem da música erudita como linguagem em meados do século XX (e em torno da música contemporânea), para em seguida expandirmos esse universo com apontamentos de uma interpretação semiótica dessa linguagem e de sua relação com o modo de produção capitalista. Pousseur e Willy chegam paralelamente a conclusões similares, na apreciação da situação crítica da música contemporânea na sociedade atual como decorrente de uma crise generalizada das relações humanas, o que conduz a uma situação metalingüística: na ausência de uma linguagem comum, funcional, universalizante, a atividade do compositor se volta para a reflexão sobre a própria linguagem, no questionamento das premissas do processo de criação. As obras de Willy e Pousseur, de maneiras distintas (e autônomas, desenrolando-se paralelamente), registram um reflexo desse pensamento no recurso constante às mais diversas formas de operação metalingüística direta, na recuperação de materiais e procedimentos do passado (sob novas roupagens) na composição musical. Em capítulos separados, sucessivos, propomos uma apreciação panorâmica de cada uma dessas trajetórias para apontar a pertinência da operação metalingüística em suas obras de maneira geral, detalhando-a eventualmente em análises de algumas obras-chave. Antes de refletir sobre os pontos em comum e as diferenças mais marcantes entre essas duas trajetórias, insere-se ainda um testemunho de uma adesão a suas propostas, com a análise de composições de minha própria autoria / Among the debates (that were as useful and plentiful as they were belligerent) about the paths of musical composition in the middle of the 20th century, the question of which kind of relation was to be established with the past (with the history of music) was a favoured one. Since then its growing pertinence, alongside the atrophy of common practice (and of a thoroughly shared musical language) in contemporary music, makes this discussion surmount its original context (within avantgarde music of the 1950s and 60s) and become a fundamental problem for the creation of music in our time. In the large-scale confrontation of these questions, the paths of two composers stand out, in their musical thought inasmuch as in their compositions: Henri Pousseur (1929-2009) and Willy Corrêa de Oliveira (born in 1938). The premise of this discussion, the denial of the tabula rasa of the art of the past (represented here by the image of the \"table\" whose writings haven\'t been erased, \"tabulae scriptae\"), is faced with the contextualization of the debates on music as language in the middle of the 20th century (and around the contemporary music medium). This context is expanded pointing out to semiotics and to the relations of musical language and capitalist means of production. Henri Pousseur and Willy Oliveira come to the similar conclusions, approaching the critical situation of contemporary music in hodiernal society as a result of a generalized crisis on human relations. This leads to a consideration of the present state of musical practice as a metalanguage: in the absence of a common universal language, the composer\'s work turns to the reflexion on language itself and on the nature of the creative process. The musical works of Willy Corrêa and Henri Pousseur (independently, and in different ways) show a reflex of this thought in the frequent use of various kinds of metalinguistic procedures in composition, in their recuperation of materials and procedures of the past (in new treatments). In separate chapters, we propose a panoramic view of each of their musical paths, approaching their use of metalinguistics in their works in general, and also analyzing some of their compositions in detail. Before discussing the common points and the striking differences between their paths, one more chapter includes a testimony of an adherence to these principles, with analysis of musical compositions of my own.
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Wege, Annäherungen, KreuzungenPousseur, Henri 01 September 2020 (has links)
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Über die zwei Phasen innerhalb der Entfaltung der ModerneZender, Hans 01 September 2020 (has links)
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Mnemosyne. Funktionen der Erinnerung in der Musik nach 1950. Bemerkungen zu Henri Pousseur, Helmut Lachenmann und Hans ZenderSchmidt, Dörte 01 September 2020 (has links)
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Une leçon de musique donnée aux mots : ruser avec les frontières dans l'œuvre de Michel Butor / A music lesson given to words : Outwitting frontiers in the works of Michel ButorCoste, Marion 09 December 2015 (has links)
La musique a beaucoup influencé l’écriture de Michel Butor, dont les œuvres traduisent bien souvent dans l’art littéraire des structures musicales, comme celles du contrepoint (fugue, thème et variations), de la musique sérielle ou du jazz. Ce travail a l’ambition de montrer la métamorphose de ces structures musicales dans les textes, tout particulièrement complexe lorsqu’il s’agit de traduire la simultanéité inhérente à la polyphonie musicale.Cette pratique musicale de l’écriture bouleverse les structures littéraires conventionnelles, s’associant ainsi aux innovations caractéristiques du Nouveau Roman (changements fréquents de narrateur, fragmentation du récit) et proposant aussi de nouvelles contraintes qui mènent l’écriture à des formes inédites : concerts-conférences, formes mobiles, œuvres radiophoniques. Cela transforme aussi notre perception du temps, non plus linéaire mais cyclique, ainsi que nos habitudes de lecture en nous impliquant dans la construction de l’œuvre.Enfin, l’influence de la musique permet de créer ce que j’ai nommé des cosmos culturels, inventant des connexions entre des cultures éloignées les unes des autres dans le temps ou l’espace, dans un geste d’hospitalité et de générosité caractéristique de l’œuvre butorienne. L’écrivain propose souvent de voir dans cette hospitalité littéraire un modèle éthique, voire politique. Les différents genres littéraires pratiqués par Michel Butor sont étudiés à travers quelques œuvres qui témoignent des diverses modalités de l’influence musicale sur l’écriture de Michel Butor : le roman, les œuvres mobiles, les dialogues avec des œuvres d’art, l’opéra Votre Faust et les récits de rêve sont rapprochés de tendances musicales familières à l’écrivain. / Music has much influenced the writing of Michel Butor whose works often translate musical structures into literary art. These can be the counterpoint (fugue, theme and variation), serial music or jazz. This way of working shows the metamorphosis of these musical structures in the texts, particularly complex when the writer has to translate the simultaneousness inherent in musical polyphony. This musical practise of writing upsets the conventional literary structures, thus associating with innovations which characterise the Nouveau Roman (frequent change of narrators, fragmentation of the narrative) and also proposing new constraints that lead the writing into novel forms: conference-concerts, mobile forms, radio works. This practise also modifies our reading habits, compelling the reader to be responsible for the construction of the work and our perception of time which is no longer linear but cyclical. Lastly, the influence of music enables to create what I have called cultural cosmoses, inventing connections between cultures usually isolated in time or space, in a gesture of hospitality and generosity which is characteristic of the works of Michel Butor. The writer sees this literary hospitality as an ethic, or politic model. The different literary genres practised by Michel Butor are studied through a few works which testify to the various modalities of the musical influence on the writing of Michel Butor: the novel, the mobile works, the dialogues with art works, the opera Your Faust and the narrations of dreams are related to the musical trends familiar to the the writer.
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