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R-existências dos camponeses/as do que hoje é Suape: justiça territorial, pós-desenvolvimento e descolonialidade pela vidaPÉREZ, Mercedes Solá 18 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-18 / FACEPE / No ano de 1977 o Estado de Pernambuco desapropriou 13.500 ha. - 27 engenhos - de terras de
camponeses/as dos engenhos da Zona da Mata sul de Pernambuco dos municípios de Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca, Brasil, para instalar o complexo industrial portuário Suape – Complexo
Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (CIPS). Conforme as empresas foram construídas e
instaladas no CIPS, os despejos foram intensificados. Identificamos três períodos dessa intensificação,
consequência da implantação de políticas de desenvolvimento no CIPS: 1) no começo da obra em
1977; 2) na década de 1990, período de renovação da normatização dos portos; e, 3) na década de
2000, especificamente durante o período das obras financiadas pelos Programas de Aceleração do
Crescimento (PAC 1, 2007-2011; PAC 2, 2011-2014). Neste último período ocorreram as maiores
expropriações propiciadas pelo Estado devido a duas questões: a instalação de empresas e a destinação
de 55% da área do CIPS para suposta zona de proteção ecológica. Verificamos também que o conflito
e grande parte das r-existências territoriais e de luta pela reprodução da vida que apresentamos são
fruto da instalação do CIPS nas terras tradicionalmente ocupadas dos camponeses/as do que hoje é
Suape. O CIPS se insere na lógica do modelo primário exportador neocolonial como mais um dos
diversos enclaves que sustentam essa engrenagem no Brasil, na América Latina e no sistema mundo
moderno/colonial. Neste sentido, analisamos os processos de r-existência dos camponeses/as frente às
políticas de desenvolvimento de megaprojetos que se instalaram em seus territórios de vida, através do
CIPS, no que hoje é Suape, Região Metropolitana de Recife, litoral sul de Pernambuco, Brasil. À luz
da experiência de r-existências junto aos camponeses/as do que hoje é Suape, também apresentamos a
experiência com os camponeses/as da Zona de Reserva Camponesa Vale do Rio Cimitarra, no
Magdalena Médio, Colômbia, que têm territórios legalmente constituídos. Assim, no primeiro capítulo
trazemos um panorama da escala local de ambos os trabalhos de campo realizados junto aos
camponeses/as do que hoje é Suape, PE-Brasil, e aos camponeses/as da Zona de Reserva Camponesa
do Vale do Rio Cimitarra, Colômbia. No segundo capítulo enfatizamos os conflitos a partir da
apresentação das políticas de desenvolvimento para o que hoje é Suape, o Brasil e a América Latina a
partir da história da instalação da cana-de-açúcar e de toda a lógica dos engenhos, dos diversos
programas para modernização do país, incluindo a instalação do Complexo Industrial Portuário de
Suape e da inserção marginal do Brasil e dos outros países da América Latina no modelo primário
exportador neocolonial. No capítulo três mostramos os marcos legais de reconhecimento e a
constituição de territórios legais no Brasil e Colômbia, transitamos por conjunturas sociais que vêm
emergindo na Abya Yala. Finalmente, no quarto capítulo, abrimos mais uma vez a "caixa de
ferramentas" teóricas e explicamos, com foco permanente no real apreendido: a justiça territorial, o
pós-desenvolvimento e a descolonialidade. Durante os trabalhos de campo buscamos aplicar os
princípios da pesquisa militante relacionando-a com a descolonialidade. Consideramos que a justiça
territorial é um dos caminhos necessários para, atualmente, garantir a vida dos povos agrários do que
hoje é Suape, do Vale do Rio Cimitarra, como também, no Brasil, na Colômbia e na América Latina.
Contudo, identificamos como imprescindível a construção de outras lógicas de ser/fazer/reproduzir
que privilegiem a vida e não mais a mercantilização e a acumulação de capital. Os desafios estão
postos e, ao transitarmos por experiências que nos abrem horizontes para seres/fazeres que não visam
à acumulação de capital, mas sim, valorizam a vida, nós, assim como os camponeses/as e os povos
agrários, seguimos caminhando e à procura de caminhos outros, ensejando traçar, compartilhar
mundos existentes e possíveis. Tudo isso não teria sido possível sem a experiência vivida junto a esses
povos. / En el año de 1977 el Estado de Pernambuco desapropió 13.500 ha. - 27 colonias - de tierras de
campesinos/as de los ingenios de la Zona da Mata sur de Pernambuco de los municipios de Cabo de
Santo Agostinho e Ipojuca, Brasil, para instalar el complejo industrial portuario Suape - Complexo
Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (CIPS). Mientras las empresas se construían y se
instalaban en el CIPS los desalojos fueron intensificados. Identificamos tres periodos de esa
intensificación, consecuencia de la implantación de políticas de desarrollo en el CIPS: 1) al inicio de la
obra en 1977; 2) en la década de 1990, periodo de renovación de la normatividad de los puertos; y, 3)
en la década de 2000, específicamente durante el periodo de las obras financiadas por los Programas
de Aceleración del Crecimiento (PAC 1, 2007-2011; PAC 2, 2011-2014). En este último ocurrieron
las mayores expropiaciones propiciadas por el Estado debido a dos cuestiones: la instalación de
empresas y la destinación de 55% del área del CIPS para supuesta zona de protección ecológica.
Verificamos también que el conflicto y gran parte de las r-existências territoriales y de lucha por la
reproducción de la vida que presentamos son fruto de la instalación del CIPS en las tierras
tradicionalmente ocupadas por los campesinos/as de lo que hoy es Suape. El CIPS se inserta en la
lógica del modelo primario exportador neocolonial como uno más de los diversos enclaves que
sostienen ese engranaje en Brasil, en América Latina y en el sistema mundo moderno/colonial. En este
sentido, analizamos los procesos de r-existência de los campesinos/as frente a las políticas de
desarrollo de megaproyectos que se instalan en sus territorios de vida, a través del CIPS en lo que hoy
es Suape, Región Metropolitana de Recife, costa sur de Pernambuco, Brasil. A la luz de la experiencia
de r-existencias junto a los campesinos/as de lo que hoy es Suape tmabién presentamos la experiencia
de los campesinos/as de la Zona de Reserva Campesina del Valle del Rio Cimitarra, en el Magdalena
medio, Colombia, que tiene sus territorios legalmente constituidos. Así, en el primer capítulo traemos
un panorama de la escala local de ambos trabajos de campo realizados junto a los campesinos de lo
que hoy es Suape, PE-Brasil, y a los campesinos/as de la Zona de Reserva Campesina del Valle del
Rio Cimitarra, Colombia. En el segundo capítulo enfatizamos los conflictos a partir de la presentación
de las políticas de desarrollo para lo que hoy es Suape, Brasil y América Latina a partir de la historia
de la instalación de la caña de azúcar y de toda la lógica de las colonias, de los diversos programas
para modernización del país incluyendo la instalación del Complejo Industrial Portuario de Suape y de
la inserción marginal de Brasil y de los otros países de América Latina en el modelo primario
exportador neocolonial. En el capítulo tres mostramos los marcos legales de reconocimiento y
constitución de territorios legales en Brasil y Colombia, transitamos por coyunturas sociales que
vienen emergiendo en Abya Yala. Finalmente, abrimos una vez más la "caja de herramientas" teóricas
y explicamos con foco permanente en lo real aprehendido: la justicia territorial, el post-desarrollo y la
decolonialidad. Durante los trabajos de campo buscamos aplicar los principios de la investigación
militante relacionándola con la decolonialidad. Consideramos que la justicia territorial es uno de los
caminos necesarios para, actualmente, garantizar la vida de los pueblos rurales en lo que hoy es Suape,
en el Valle del Rio Cimitarra, en Brasil, en Colombia y en América Latina. Sin embargo,
identificamos como imprescindible la construcción de otras lógicas de ser/hacer/reproducir la vida y
no más la mercantilización y la acumulación del capital. Los desafíos están puestos y, al transitar por
expericencias que nos abren horizontes para seres/haceres que no visan la acumulación de capital, pero
sí, valorizan la vida, nosotros, así como los campesinos/as y los pueblos rurales, seguimos caminando
y buscando caminos otros, buscando trazar, compartir mundos existentes y posibles. Todo eso no sería
posible sin la experiencia vivida junto a estos pueblos.
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