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Absurdidade, liberdade e formaÃÃo humana em Sartre / Absurdity, freedom and human formation in SartreSilvana Maria Santiago 14 September 2016 (has links)
nÃo hà / Uma chave de leitura na investigaÃÃo sobre o conceito de absurdidade em Sartre nÃo pode deixar de esclarecer a noÃÃo de absurdo como algo que atravessa o homem no sÃculo XX, assim como tambÃm o momento histÃrico do pensamento contemporÃneo sobre a realidade que se desmorona. Logo, a noÃÃo de absurdidade nÃo se reduz a uma simples ideia que surgia nas primeiras obras desse autor, mas como uma noÃÃo ontolÃgica mesma do filÃsofo. Portanto, à possÃvel considerar uma formaÃÃo humana a partir do conceito de absurdidade? Essas sÃo algumas das questÃes que devem guiar esta pesquisa. O objetivo deste trabalho à evidenciar a perspectiva da formaÃÃo humana alicerÃada na ideia da absurdidade e da liberdade na filosofia de Sartre. Absurdidade, liberdade e formaÃÃo humana em Sartre traz a discussÃo de ideias distintas, mas que se intercruzam. Pensa-se a existÃncia, ou a consciÃncia, como uma categoria absurda e percebe-se a imprevisibilidade e a falta de justificativa da vida. Entende-se a existÃncia de maneira solitÃria no mundo contingente. Sendo assim, a existÃncia à uma experiÃncia subjetiva, logo à inexplicÃvel. Entretanto, essa ideia nÃo cai no pessimismo, pelo contrÃrio, o homem nÃo à compreendido como uma coisa, ou como os objetos que estÃo no mundo, nÃo sendo, assim, uma substÃncia. Portanto, o homem à dono do seu destino, podendo superar as circunstÃncias que encontra no mundo. Dessa forma, mesmo submetido pelas condiÃÃes materiais, o homem à agente histÃrico, fazendo a HistÃria na medida em que ela tambÃm o faz. Por causa disso, e contra todo tipo de dominaÃÃo, o homem se associa. Consequentemente, essa experiÃncia à uma maneira de pÃr em prÃtica a liberdade. Pode-se afirmar que a liberdade à a condiÃÃo da existÃncia, mas a liberdade deve ser conquistada, uma vez que o homem està em uma determinada realidade. PorÃm, à imprescindÃvel elucidar que, mesmo sendo livre, ele encontra as resistÃncias e as determinaÃÃes no mundo, as quais ele precisa enfrentar. Em razÃo disso, a liberdade humana ganha um estatuto diferente, pois essa deverà ser conquistada historicamente pelos indivÃduos. Nesse caso, a liberdade à o âsaltoâ que a existÃncia à capaz de âdarâ para superar o carÃter absurdo da vida, porque essa à injustificÃvel; à vista disso, tal âsaltoâ, por outro lado, à capaz de acabar tambÃm com tudo que cerceia a liberdade humana. O homem à indecifrÃvel. Sendo assim, concebe-se, para tanto, que ele assuma o compromisso e a responsabilidade pelo sentido de sua existÃncia, dos outros homens e do mundo. Conclui-se que isso sà à possÃvel se o mesmo passar pela formaÃÃo literÃria, visto que essa deve ser livre, sem preconceito e engajada com a verdade. A literatura à um dos instrumentos imprescindÃveis para o exercÃcio da liberdade, estando em permanente
revoluÃÃo, dado que à uma aÃÃo a ser construÃda pelo homem. A intenÃÃo à expor o pensamento desse filÃsofo sobre a questÃo: absurdidade, liberdade e formaÃÃo humana como uma contribuiÃÃo importante para se pensar a existÃncia no mundo, que exige dessa existÃncia, consequentemente, uma atitude responsÃvel. / A key to the reading of research on the concept of absurdity in Sartre will not fail to show this notion as something that attaches itself to man in the twentieth century, as well as to the historical moment of contemporary thought dealing with a crumbling reality. Thus, the notion of absurdity is not reduced to a simple idea that emerged in the early works of this author, but as an ontological notion of the philosopher himself. Therefore, is it possible to consider a human formation from the concept of absurdity? This and other questions are some of the points that should guide this research. The goal of this study is to highlight the perspective of human development founded on the idea of absurdity and freedom in the philosophy of Sartre. Absurdity, freedom and human formation in Sartre brings forth a discussion of different ideas that somewhat intersect. Existence or consciousness is thought as an absurd category that reveals the unpredictability and the lack of justification of life. Existence is understood in a solitary instance in the contingent world. Existence is a subjective experience, therefore it is inexplicable. However, this idea does not fall into pessimism, on the contrary, man is not understood as a thing or objects found in the world, therefore he is not a substance. It follows that Man is master of his destiny and can overcome the circumstances that challenge him in the world. Even submitted by material conditions, man is a historical agent, making history as well as being changed by it. Due to this and against all kinds of domination man tries to associate himself to other men. Consequently, this experience is a way to implement freedom. It can be said that freedom is the condition of existence, but freedom must be earned, since man is part of a certain reality. However, it is essential to clarify that even being free man is challenged by resistance and deterministic pressures from the world, which he must face. For this reason, human freedom presents itself in a different status, because it shall be conquered historically by each individual. In this case, freedom is the "leap" that existence is able to "take" to overcome the absurdity of life, since life is unjustifiable; in view of this, such "jump", on the other hand, can also overcome all things that curtail human freedom. Man is indecipherable. So, it is conceived that it takes his commitment and responsibility for his existence, as well as of other men and the world. We conclude that this is only possible if man is empowered by a literary education, provided it is free, unprejudiced and engaged with the truth. Literature is an essential tool to the exercise of freedom, being in permanent revolution, since it is an action to be built by man. The intention is to expose the thought of this philosopher on the issue: Absurdity, freedom and human development as a major contribution to the evaluation of existence in the world, which requires from that existence, as a result, a responsible attitude.
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Graça infinita e a carnavalização dispóticaSilva, Ana Carolina Werner da January 2016 (has links)
Orientador : Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 27/06/2016 / Inclui referências : f. 151-155 / Resumo: Em sua produção ficcional e não ficcional, o escritor contemporâneo norte-americano David Foster Wallace aborda aspectos que questionam valores tomados como certos pela estética tradicional, tais como identidade, comunidade e nação. O objetivo desse projeto é analisar como uma da obras mais importantes desse escritor representa e figura uma versão de um mundo distópico carnavalizado que modifica a relação de alteridade existente entre o eu e o outro, dentro do universo literário. Para além da relação apresentada no limite da obra literária, este trabalho pretende analisar essa mesma relação de alteridade no espaço fora da obra. Tendo como ponto de partida o projeto literário do próprio escritor, de engajamento do leitor, outro dos objetivos dessa dissertação é promover uma breve discussão sobre a questão do novo movimento literário americano que alguns chamam de pós pós-modernidade (BURN, 2012). Os conceitos de carnavalização e alteridade, abertos e cambiantes, fogem de definições estritas, possibilitando sua discussão de modo a construirmos seu significado na própria obra. Dessa forma, propõe-se a análise, partindo de uma perspectiva dialógica e alteritária, do universo e das personagens representadas no romance Graça Infinita (2014, 1ª ed. 1996), considerado como a obra mais importante em toda a produção de David Foster Wallace. Concebendo a literatura como um catalisador de questões filosóficas e culturais, partiremos das reflexões da filosofia do teórico russo Mikhail Bakhtin, mais especificamente de seus pensamentos a respeito do romance, especialmente no que concerne às obras A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento (2013, 1ª ed. 1965) e Problemas da Poética de Dostoiévski (1981, 1ª ed. 1929). Entendendo o discurso como algo ideológico, que se desenvolve na linha da história trazendo consigo marcas de uma memória, encontramos nele, especialmente no que diz respeito ao discurso narrativo, a possibilidade de vislumbrar de que maneira a obra literária desvela aspectos da realidade. Se o romancista figura uma imagem do homem na obra literária, é através dessa representação que podemos enxergar de que forma o sujeito vê a si próprio e o mundo em que vive. Palavras-chave: David Foster Wallace, Mikhail Bakhtin, alteridade, liberdade. / Abstract: In his fictional and non-fictional production, contemporary American writer David Foster Wallace approaches aspects that question values taken for granted by traditional aesthetics, such as identity, community and nation. The goal of this project is to analyze how one of Wallace's most important works represents and conjures up a carnivalesque dystopic world and how this carnivalesque aspect modifies the relation of alterity existent between the "I" and the "Other" inside this literary universe. Going beyond the relationship existent inside the limits of the literary work, this dissertation aims to analyze the same relation of alterity in the setting that surrounds the novel. Having for a starting point the author's own literary project of engaging the reader, another object of this dissertation is to promote a brief discussion about the new literary movement in America that some critics call post postmodernism (BURN, 2012). The concepts of carnivalesque and alterity, open and changeable, escape any strict definitions allowing a discussion in order to build their meaning inside the novel itself. Therefore, I propose an analysis, from a dialogic perspective, of the universe and characters presented in Infinite Jest, considered the most important work in all of Wallace's production. Regarding literature as a catalyst of philosophical and cultural questions, we will base our discussions in the thoughts and philosophy of Russian theorist Mikhail Bakhtin, particularly the works: Rabelais and his World and Problems of Dostoyevsky's Poetics. Understanding discourse as something ideological in its nature, something that develops itself in the course of history, bringing with it the traces of a memory, when it comes to narrative discourse, there is a possibility to catch a glimpse of the way in which the literary work unveils aspects of reality. If novelists present an image of men in their novel, it is by looking at that image that we can observe how individuals see themselves and the world they live in. Keywords: David Foster Wallace, Mikhail Bakhtin, alterity, liberty.
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