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Paul Auster, entre outros : sobre os limites da representação nas artes

Ferreira, Gabriela Semensato January 2014 (has links)
Paul Auster, um escritor norte-americano nascido em 1945, já publicou inúmeros romances, poemas e diversos textos críticos. É também tradutor, roteirista e já dirigiu filmes, como Sem Fôlego (1995). Seu trabalho integra as mais diferentes artes, como literatura, fotografia e cinema, aproximando-as dentro da própria narrativa literária. É ainda neste espaço que a figura do autor se problematiza, a partir dos nomes atribuídos a narrador e personagens, por exemplo. Um desses nomes pode ser ―Paul Auster-, mas, ao invés dele pode-se procurar deixar um espaço em branco, ou então negá-lo. Da mesma forma, quando fala de espaços, como aquele onde o escritor reside, o Brooklin, é sempre a partir de uma multiplicidade e de uma diferença cultural que não consegue fixar um único sentido ou origem. Seja, então, na autobiografia ou biografia, no diário, no retrato ou utilizando-se de elementos do documentário, sua obra aproxima a ficção de suas próprias ―verdades‖, deixando de lado o ―real preexistente‖ como ponto de partida, e baseando-se também na narração a partir da memória. Neste trabalho, esboçam-se aproximações entre sua obra e as de outros artistas, como Diego Velázquez, René Magritte e Orson Welles, para então repensar o que se entende pelo conceito de ―representação‖ nas artes, quais são seus limites, e como o próprio pensar artístico reflete (sobre) esse problema. / Paul Auster, a North-American writer born in 1945, has already published many novels, poems, and texts on art criticism. He is also a translator, scriptwriter and has directed films, such as Blue in the Face (1995). His work involves different arts, like literature, photography and cinema, approximating them inside the literary narrative. It is also in this space that the notion of ―author‖ is discussed, considering the names attributed to the narrator and the characters, for example. One of these names might be ―Paul Auster‖, but, instead of accepting this option, a blank space may be left, or the name could be denied. This way, when Auster mentions spaces, such as the one where the writer resides, that is, Brooklyn, it is always from a perspective of multiplicity and cultural difference which can‘t settle on one meaning or origin. May it be, then, in the autobiography or the biography, in the diary, the portrait or making use of elements from the documentary as a genre, his work makes fiction closer to its own ―truths‖, leaving aside the ―real‖ as a notion of something preexistent, and also taking the narration from the perspective of memory. This thesis establishes relations between Auster‘s works and the works of other artists, such as Diego Velázquez, René Magritte and Orson Welles, seeking to rethink what is understood by the concept of ―representation‖ in the arts, which are its limits, and how art can poetically reflect (on) this problem.
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Paul Auster, entre outros : sobre os limites da representação nas artes

Ferreira, Gabriela Semensato January 2014 (has links)
Paul Auster, um escritor norte-americano nascido em 1945, já publicou inúmeros romances, poemas e diversos textos críticos. É também tradutor, roteirista e já dirigiu filmes, como Sem Fôlego (1995). Seu trabalho integra as mais diferentes artes, como literatura, fotografia e cinema, aproximando-as dentro da própria narrativa literária. É ainda neste espaço que a figura do autor se problematiza, a partir dos nomes atribuídos a narrador e personagens, por exemplo. Um desses nomes pode ser ―Paul Auster-, mas, ao invés dele pode-se procurar deixar um espaço em branco, ou então negá-lo. Da mesma forma, quando fala de espaços, como aquele onde o escritor reside, o Brooklin, é sempre a partir de uma multiplicidade e de uma diferença cultural que não consegue fixar um único sentido ou origem. Seja, então, na autobiografia ou biografia, no diário, no retrato ou utilizando-se de elementos do documentário, sua obra aproxima a ficção de suas próprias ―verdades‖, deixando de lado o ―real preexistente‖ como ponto de partida, e baseando-se também na narração a partir da memória. Neste trabalho, esboçam-se aproximações entre sua obra e as de outros artistas, como Diego Velázquez, René Magritte e Orson Welles, para então repensar o que se entende pelo conceito de ―representação‖ nas artes, quais são seus limites, e como o próprio pensar artístico reflete (sobre) esse problema. / Paul Auster, a North-American writer born in 1945, has already published many novels, poems, and texts on art criticism. He is also a translator, scriptwriter and has directed films, such as Blue in the Face (1995). His work involves different arts, like literature, photography and cinema, approximating them inside the literary narrative. It is also in this space that the notion of ―author‖ is discussed, considering the names attributed to the narrator and the characters, for example. One of these names might be ―Paul Auster‖, but, instead of accepting this option, a blank space may be left, or the name could be denied. This way, when Auster mentions spaces, such as the one where the writer resides, that is, Brooklyn, it is always from a perspective of multiplicity and cultural difference which can‘t settle on one meaning or origin. May it be, then, in the autobiography or the biography, in the diary, the portrait or making use of elements from the documentary as a genre, his work makes fiction closer to its own ―truths‖, leaving aside the ―real‖ as a notion of something preexistent, and also taking the narration from the perspective of memory. This thesis establishes relations between Auster‘s works and the works of other artists, such as Diego Velázquez, René Magritte and Orson Welles, seeking to rethink what is understood by the concept of ―representation‖ in the arts, which are its limits, and how art can poetically reflect (on) this problem.
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Paul Auster, entre outros : sobre os limites da representação nas artes

Ferreira, Gabriela Semensato January 2014 (has links)
Paul Auster, um escritor norte-americano nascido em 1945, já publicou inúmeros romances, poemas e diversos textos críticos. É também tradutor, roteirista e já dirigiu filmes, como Sem Fôlego (1995). Seu trabalho integra as mais diferentes artes, como literatura, fotografia e cinema, aproximando-as dentro da própria narrativa literária. É ainda neste espaço que a figura do autor se problematiza, a partir dos nomes atribuídos a narrador e personagens, por exemplo. Um desses nomes pode ser ―Paul Auster-, mas, ao invés dele pode-se procurar deixar um espaço em branco, ou então negá-lo. Da mesma forma, quando fala de espaços, como aquele onde o escritor reside, o Brooklin, é sempre a partir de uma multiplicidade e de uma diferença cultural que não consegue fixar um único sentido ou origem. Seja, então, na autobiografia ou biografia, no diário, no retrato ou utilizando-se de elementos do documentário, sua obra aproxima a ficção de suas próprias ―verdades‖, deixando de lado o ―real preexistente‖ como ponto de partida, e baseando-se também na narração a partir da memória. Neste trabalho, esboçam-se aproximações entre sua obra e as de outros artistas, como Diego Velázquez, René Magritte e Orson Welles, para então repensar o que se entende pelo conceito de ―representação‖ nas artes, quais são seus limites, e como o próprio pensar artístico reflete (sobre) esse problema. / Paul Auster, a North-American writer born in 1945, has already published many novels, poems, and texts on art criticism. He is also a translator, scriptwriter and has directed films, such as Blue in the Face (1995). His work involves different arts, like literature, photography and cinema, approximating them inside the literary narrative. It is also in this space that the notion of ―author‖ is discussed, considering the names attributed to the narrator and the characters, for example. One of these names might be ―Paul Auster‖, but, instead of accepting this option, a blank space may be left, or the name could be denied. This way, when Auster mentions spaces, such as the one where the writer resides, that is, Brooklyn, it is always from a perspective of multiplicity and cultural difference which can‘t settle on one meaning or origin. May it be, then, in the autobiography or the biography, in the diary, the portrait or making use of elements from the documentary as a genre, his work makes fiction closer to its own ―truths‖, leaving aside the ―real‖ as a notion of something preexistent, and also taking the narration from the perspective of memory. This thesis establishes relations between Auster‘s works and the works of other artists, such as Diego Velázquez, René Magritte and Orson Welles, seeking to rethink what is understood by the concept of ―representation‖ in the arts, which are its limits, and how art can poetically reflect (on) this problem.
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Coisas-mapa para homens cegos: Nuno Ramos, voz e materialidades em atravessamento / Map-things for blind men: Nuno Ramos, voice and crossed materialities

Goldfeder, André Barbugiani 10 October 2018 (has links)
A tese propõe um percurso interpretativo pelo trabalho do escritor e artista visual Nuno Ramos (1960), abordando suas vertentes literária, plástica e ensaística. Seu foco principal incide sobre os diferentes modos de agenciamento da linguagem, no interior das práticas de escrita do artista e, sobretudo, no que diz respeito à produção de relações entre essa esfera e um campo expandido das artes visuais, que identifica no cerne de movimentos decisivos da poética do artista. Para tanto, articula seu movimento em torno do operador conceitual voz, delineado a partir de aportes provenientes de certas teorias da enunciação e da poesia, da psicanálise principalmente de extração lacaniana e de certa filosofia contemporânea, buscando, ainda, desenvolver algumas de suas consequências éticas, políticas e ontológicas, sempre em diálogo com o problema da subjetivação. As três primeiras partes da tese partem de uma organização básica de teor cronológico, bem como da discussão de trabalhos fundamentais para o recorte proposto, sempre buscando expandir as análises na direção das múltiplas frentes de investigação do artista e de aproximações e distanciamentos estruturais e históricos entre os campos literário e plástico e entre essa poética e seus outros. O corpus de base é composto pelos livros Cujo (1993), Ó (2008) e Sermões (2015) e, no domínio das artes visuais, 111 (1992), Vai, vai (2006) e Ensaio sobre a dádiva (2014/2016). Finalmente, na quarta parte da tese, essas discussões são ampliadas em contato com a sondagem de incursões do artista pelo âmbito do ensaio, sobretudo no que toca ao registro das interpretações do Brasil, e, desdobrando essa linha a partir da atividade do artista como letrista, pelo universo da canção. / The thesis proposes an interpretative trajectory through the work of the writer and visual artist Nuno Ramos (1960), approaching its literary and plastic realms, as well as the artists activity as essay-writer. It focuses, first of all, on the different modes of conception of language, regarding the artists writing practices and, most of all, the production of relations between this domain and an expanded field of the visual arts, identified in the core of a major part of Ramoss poetics. For doing so, its crossed perspective is structured by a notion of voice, grounded upon references from certain theories of utterance and poetry and psychoanalytical concepts, mostly from the Lacanian tradition, attempting to carry some of its ethical, political and ontological consequences, always in regard to the issue of the subject. Parts I, II and III begin with a basic chronological organization, and bring to the fore the analyses of works considered to be essential for the purposes of the thesis, always making an effort to expand these analyses towards the multiple realms of the artists activity, aiming at pointing out structural and historical comparisons between literature and the visual arts, as well as between Ramoss poetics and its others. Its basic corpus is composed by the books Cujo (1993), Ó (2008) and Sermões (2015), and by the visual art works 111 (1992), Vai, vai (2006) and Ensaio sobre a dádiva (2014/2016). In the last part of the thesis, these debates are expanded by means of a reading of some aspects of the artists essaywriting, mostly in regard to the theme of interpretation of Brazil, and attempting to unfold this line, in relation to the artist activity as song-writer, towards the universe of popular song.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.
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Ética e estética de survivance na literatura e nas artes visuais indígenas contemporâneas do Canadá

Westphalen, Flávia Carpes January 2013 (has links)
O objetivo desta tese é retornar a um corpus artístico produzido em um contexto histórico extremamente ativo nas artes indígenas canadenses. Depois de uma primeira onda de ativismo político nos anos 1970, incorporada no movimento Red Power e na literatura da chamada Native American Renaissance, o final do século XX constituiu-se em um novo contexto de mobilização. Em grande medida impulsionada pela proximidade do aniversário de 500 anos da chegada de Colombo às Américas, uma nova geração de escritores e artistas visuais indígenas se engajou em reexaminar a história que levou a tal contexto. A publicação de suas obras coincidiu com um momento de extrema popularidade de estudos acadêmicos póscoloniais, pós-estruturalistas e focados em cultura e, consequentemente, foi extensamente analisada dessas perspectivas. Especialmente desde o início do século XXI, passaram a ser publicadas obras críticas de intelectuais indigenas nacionalistas, que se opõem a noções como hibridação e identidades fragmentadas para afirmar a especificidade dos diversos povos e culturas indígenas. Além disso, esses autores dedicam-se a produzir uma obra crítica engajada em refletir a longa história das tradições intelectuais e narrativas indigena, evidenciando que estas não se iniciaram com a colonização, com as residential schools – internatos para educação de indígenas – ou com a Native American Renaissance. A fim de refletir sobre esse contexto, localizo e relaciono as obras de Tomson Highway – escritor Cree – e Jim Logan – artista plástico Métis – na longa história da narrativa indígena. No segundo capítulo, introduzo o conceito de survivance do escritor Anishinaabe Gerald Vizenor e proponho que tal conceito pode servir de centro para a definição de uma ética e estética indígenas refletidas nas narrativas. Contrasto o referido conceito com alguns termos de teorias ocidentais sobre sobrevivência – experiência, trauma, testemunho – e considero suas limitações para tratar de obras fundadas em outras visões de mundo. Assim, também, busco na especificidade da cultura Anishinaabe o esclarecimento de como a teoria literária de survivance pode ser aplicada às artes visuais e, assim, ampliar o próprio conceito de narrativa. No terceiro capítulo, apresento o debate corrente na crítica indígena e trato de examinar os motivos pelos quais Gerald Vizenor é criticado na crítica nacionalista e explico como seu fazer artístico e crítico pode, de fato, revelar uma identidade Anishinaabe profundamente nacionalista, fundada na tradição. Em seguida, aplico os fundamentos da crítica nacionalista para examinar o romance Kiss of the Fur Queen e pinturas de Jim Logan, a fim de propor interpretações fundadas nas tradições culturais indígenas que foram em grande medida obscurecidas pela aplicação do marco teórico ocidental. Em conclusão, reflito sobre a importância das histórias de Criação, que aparecem como traço em todo o corpus artístico e crítico e proponho que a survivance pode servir de centro para a compreensão dos parâmetros éticos e estéticos que guiam os seus autores. / The aim of this thesis is to revisit an artistic corpus produced in an extremely active historical context in Canadian First Nations Art. After a first wave of political activism in the 1970s, embodied in the Red Power movement and the so-called Native American Renaissance, the late twentieth century gave new momentum to social engagement. Largely driven by the imminence of the 500th anniversary of Columbus' arrival to the Americas, a new generation of First Nation writers and visual artists engaged in revisiting the history leading to that scenario. The publication of their works coincided with a time when postcolonial, poststructuralist and cultural academic studies enjoyed especial popularity. Consequently, they have been extensively analyzed from these perspectives. Especially in the 21st century, an increasing body of criticism by Native American nationalist intellectuals has been published, questioning the implications of notions such as hybridization and postmodern, fragmented identities to assert the specificity of various indigenous peoples and cultures. Furthermore, these authors produce critical work geared to stressing the long history of indigenous intellectual and narratives traditions. Thus, they show that history did not begin with colonization, residential schools, or the Native American Renaissance. In order to reconsider this context, I locate the works of Cree author Tomson Highway and Métis painter Jim Logan in the long history of indigenous narrative. In Chapter 2, I introduce Gerald Vizenor’s concept of survivance and propose it can center an understanding of the ethics and aesthetics in Native American narratives. I confront the concept with key terms in Western theories on survival – namely, experience, trauma, testimony – and ponder on their limitations to study works founded on different worldviews. Thus, I also rely on the specificity of Anishinaabe culture to bridge the application of the literary theory of survivance to the visual arts and ultimately expand the concept of narrative. In Chapter 3, I present the current debate in Native American criticism and examine the reasons why Gerald Vizenor has criticized by nationalist critics. I then seek to expose how his creative and critical works may indeed be reflective of a deeply nationalist Anishinaabe identity, grounded in tradition. Finally, I seek to apply the principles of nationalist criticism to study Tomson Highway’s Kiss of the Fur Queen and paintings by Jim Logan in order to propose interpretations stemming from Native American cultural traditions which have been largely obscured by the application of Western theoretical frameworks. In conclusion, I reflect upon the importance of Creation stories as they appear as traces in the creative and critical corpus of this thesis and propose survivance can center the understanding of the ethical and aesthetic parameters guiding the authors.

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