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Ecos do Fragor : a invasão do Iraque em 2003 : a mídia internacional e a imprensa brasileira

Camargo, Julia Faria 14 March 2008 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, 2008. / Submitted by Jaqueline Oliveira (jaqueoliveiram@gmail.com) on 2008-12-11T18:22:17Z No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_JuliaFariaCamargo.pdf: 1244033 bytes, checksum: 236b03fbda6997eb7e44a4cde2449054 (MD5) / Approved for entry into archive by Georgia Fernandes(georgia@bce.unb.br) on 2009-02-19T16:33:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_JuliaFariaCamargo.pdf: 1244033 bytes, checksum: 236b03fbda6997eb7e44a4cde2449054 (MD5) / Made available in DSpace on 2009-02-19T16:33:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_JuliaFariaCamargo.pdf: 1244033 bytes, checksum: 236b03fbda6997eb7e44a4cde2449054 (MD5) / Essa dissertação se propõe a analisar a cobertura da imprensa brasileira – Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo – no contexto inicial da invasão do Iraque, em 2003. Busca-se entender como e por que o discurso da mídia internacional influenciou nas produções da imprensa nacional no contexto do conflito. Na história da cobertura de guerras, a do Iraque tornou-se peculiar pelo fato de diversos meios de comunicação ao redor do mundo enviarem seus correspondentes para o front. Como um caleidoscópio, a invasão construiu diversas imagens para os telespectadores e leitores da sociedade internacional. Não obstante tenham enviado correspondentes ao Iraque, os três jornais brasileiros publicaram mais da metade de seu conteúdo com base nas agências internacionais de notícia e nos artigos de jornais estrangeiros. A análise de discurso - qualitativa e quantitativa - das matérias consideradas para essa pesquisa demonstra, entre outras coisas: que mesmo assumindo uma posição contrária à guerra, os jornais apresentaram aos seus leitores discursos construídos em tons “oficialescos” e belicosos, tal qual apresentado pela mídia norte-americana, e em parte, pela inglesa; a ausência de um enfoque nacional sobre o conflito e a não reprodução das tomadas de decisão da política externa brasileira; a homogeneização dos assuntos internacionais publicados pelos três periódicos e, por fim, a análise mostra uma significativa variação entre os jornais na forma de cobrir a crise no Iraque. As explicações “macro” baseadas na dependência da mídia internacional pelos países que se situam à margem da comunicação internacional; no desigual fluxo de notícias entre os países; e na produção jornalística em períodos de guerra não conseguem explicar sozinhas a cobertura da imprensa brasileira sobre o Iraque. Defende-se que é preciso considerar fatores “micro” como a política editorial dos jornais e o público leitor desses periódicos nas explicações da comunicação internacional. De acordo com a perspectiva construtivista das Relações Internacionais argumenta-se que os discursos transmitidos pela mídia legitimam e constroem a realidade social. Por isso, considerar a mídia como um ator das relações internacionais implica sua responsabilização perante a configuração do cenário internacional. E quando o assunto é guerra, imputar essa responsabilidade é essencial devido ao fato de que manipulações e propagandas não formam somente um consenso ou uma convenção entre os membros da sociedade internacional, mas injustamente legitimam a morte de milhões de seres humanos. A pesquisa é estruturada em uma perspectiva interdisciplinar que envolve Relações Internacionais, Comunicação Internacional, Análise de Discurso e História. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The purpose of this dissertation is to analyze the beginning of the Iraq’s War (2003) coverage made by three major national newspapers – O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo and O Globo. And to understand how and why international media discourse has influenced on Brazilian papers production about the Iraq’s War. Taking into account war coverage history, the Iraq crisis is very peculiar owing to the fact that different mass communications, around the world, have sent their correspondents to the front. As a kaleidoscope the invasion has built up divergent images to international society audience. Although the three papers have sent correspondents to the war zone, they have published more than a half of their news drawing from international news agencies and foreign newspaper articles. The qualitative and quantitative discourse analysis of the news considered in this work shows, among others things, that despite all papers were against the war, they have reproduced official and warlike discourses to their readers, just as the American and English media did; the absence of a national view of the conflict and no reproduction of Brazilian foreign affairs decision making; the homogenization of international subjects that the three national papers have published and, finally, the variation among the papers at a national level in some subjects of the invasion. The “macro” explanations based on the dependence of the countries that is marginalized at international communication scenario by the international media; the existence of unidirectional and unbalanced news flows among countries; and the journalistic production at war times, cannot explain alone the Brazilian papers coverage of the Iraq’s war. The study fundamentally argues that there is a need to integrate “micro” factors such as editors’ policy and readers of those papers in international communication explanations. In accordance with International Relations constructivism perspective, media discourses can legitimate and build up social reality. So, considering the media as an international actor results in its responsibility at the international scenario configuration. And when the subject is war, to input this responsibility is essential due to the fact that manipulations and propagandas don’t make just a consensus or a convention among international society members, but unfairly legitimate the death of millions of human beings. The research is based on interdisciplinary approaches which involve: International Relations, International Communication, Discourse Analysis and History.

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