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MEDICINA, CORPO, EDUCAÇÃO / Medicine, Body, Education.Santos, Marta Alexandrina de Almeida 18 September 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-09-18 / The present work aimed to investigate the appearance of the body in the western culture
history, as well as the resultant changes in the hospital context, and in the health
professionals experience and discourse starting from the late eighteenth century. This is a
theoretical bibliographic research, based on Michel Foucault, specially on the work The Birth
of the Clinic (1963). During the development of this research we sought to consider mainly
the thought and the "toolbox" used by Foucault and by other foucaultian interlocutors in order
to understand the Modern Age, which, as the author, comprehended the history of medical
look archeology. We reflected on the changes occurred in the hospital context during the
transition between the history of medicine/philosophy and clinical medicine/body in France
and in the West from the late eighteenth century until the Modern Age, showing that the
modern disease affected the body and it had a history of life and death. The Classical Age
began with the medicine of species. The disease was understood as an entity outside of the
body, as an organized and hierarchical framework in families and in genera. It was
classificatory and it favored the superficial look not trying to unfold what was hidden, not
revealing secrets. In the Modern Age, in the nineteenth and the twentieth centuries, medicine
acquired new knowledge along with great discoveries. A new world had aroused; the change
of the superficial, shallow space of representation into the real, objective and deep space. A
meaningful moment of the Modern Age, according to Foucault's reflection, was when the
French anatomist physician Bichat, by the opening of the corpse, declared that the truth of the
disease was in the death. The anatomy of the body allowed the disease to announce its truth in
the seeing and hearing, in the looking and listening. Previously hidden objects were revealed,
and were interrogated by Foucault such as: life, language, work, the patient and the hospital.
The doctor look pervaded the interior of the ill body, setting some standards and rules to the
patient and to the medical/hospital context. Modern thought showed that the hospital was the
right place where the health professionals could develop their experiences and discourses.
Medicine has been the profession that has led the changes in the field of health and these
changes have reflected on the other professions in the hospital area. Therefore, there was a
slight change in the speeches that brought out new ways that determined the orthopedic of
health, education, school, body, hospital context and the training of health professionals.
Michel Foucault analysed what was present in each speech and in each age, for the discourse
had changed; it was no longer the same. We cannot deny that the experience of looking
deeply generated many changes that revolutionized medicine. / O presente trabalho objetivou investigar o aparecimento do corpo na história da cultura
ocidental, bem como as transformações daí decorrentes no contexto hospitalar, na experiência
e no discurso dos profissionais da saúde a partir do final do século XVIII. Trata-se de uma
pesquisa teórico-bibliográfica, embasada em Michel Foucault, especialmente na obra O
Nascimento da Clínica (1963). Durante o desenvolvimento dessa pesquisa buscamos
considerar, principalmente, o pensamento e a caixa de ferramentas utilizados por Foucault e
outros interlocutores foucaultianos para compreender a Idade Moderna, a qual, conforme o
autor, compreende a história da arqueologia do olhar médico. Refletimos sobre as
transformações ocorridas no contexto hospitalar durante a transição entre a história da
medicina/filosofia e medicina clínica/corpo, na França e no Ocidente, no final do século
XVIII até a modernidade, mostrando que a doença moderna afetou o corpo e teve uma
história de vida e morte. A Idade Clássica iniciou-se com a medicina das espécies. A doença
era compreendida como uma entidade fora do corpo, como um quadro organizado e
hierarquizado em famílias, gêneros. Foi classificatória e privilegiou o olhar superficial, não
buscou encontrar o oculto e não desvelou segredos. Já na modernidade, séculos XIX e XX, a
medicina adquiriu um conhecimento novo, com grandes descobertas. Era um novo mundo; foi
a mudança do espaço da representação, do superficial, raso, para o espaço real, objetivo e
profundo. Um momento especial da modernidade, segundo reflexão foucaultiana, foi quando
o médico anatomista francês Bichat, por meio da abertura do cadáver, afirmou que a verdade
da doença estava na morte. A anatomia do corpo permitiu à doença anunciar sua verdade no
ver e ouvir, olhar e escutar. Objetos antes ocultos foram desvelados e interrogados por
Foucault, tais como: a vida, a linguagem, o trabalho, o doente e o hospital. O olhar médico
perpassou o interior do corpo doente, ditando algumas normas e regras ao doente e ao
contexto médico/hospitalar. O pensamento moderno mostrou que a instituição hospitalar foi o
lugar anunciado aos profissionais de saúde para desenvolvimento de suas experiências e seus
discursos. A medicina foi a profissão que liderou as mudanças no campo da saúde e essas
mudanças se refletiram às outras profissões da área hospitalar. Portanto, observou-se uma
mudança nos discursos que se apresentaram discretamente, com novas formas que
determinaram a ortopedia da saúde, da educação, da escola, do corpo, do contexto hospitalar e
da formação do profissional de saúde. Michel Foucault analisou o que estava presente em
cada discurso e em cada época, pois o discurso modificou-se; não é mais o mesmo. Já não há
como negar que a experiência do olhar em profundidade gerou muitas mudanças e
revolucionou a medicina.
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