O objetivo desta pesquisa foi examinar a influência das propriedades sintática e semântica do estímulo musical sobre a estimação subjetiva de tempo, empregando-se trechos da peça Quadros de uma Exposição do compositor russo Modest Musorgsky. De acordo com pesquisas preliminares, foi elaborada a hipótese de que estas propriedades exerceriam influências distintas sobre a estimação de tempo. Participaram do estudo 180 estudantes brasileiros universitários, de ambos os sexos, sem estudo sistemático em música, com idade entre 18 a 35 anos. Os participantes (n= 180) foram divididos em 3 grupos: com informação sintática (SI), com informação semântica (SE) ou com informação ausente (IA) sobre trechos da peça. Cada participante, imediatamente após a informação, ouvia a Promenade1 da peça original. Imediatamente após estas escutas, o participante foi instruído a reproduzir a duração da Promenade usando um teclado de computador. Na fase seguinte, todos os participantes recebiam informações correspondentes a seu grupo, precedendo as apresentações dos trechos Gnomus e Bydlo. As Promenade2 e Promenade4, seguiam respectivamente estes trechos musicais. O participante era instruído a reproduzir novamente a duração da Promenade ouvida. Cada grupo foi dividido em subgrupos P2 e P4, em função da ordem de apresentação dos estímulos Gnomus-Promenade2 e Bydlo-Promenade4 (P2SI, P2SE, P2IA, P4SI, P4SE, P4IA).Os resultados mostraram um efeito de ordem de apresentação das Promenades; portanto, a análise dos dados foi feita empregando-se apenas o primeiro estímulo apresentado ao participante. Os resultados mostraram que a estimação temporal do grupo com informação sintática da Promenade2 apresentou duração menor que a do grupo com informação semântica. Os resultados também mostraram que a estimação temporal do grupo com informação sintática da Promenade4 apresentou duração menor quando comparada com a dos grupos com informação semântica ou informação ausente. Além disso, a comparação da estimação temporal dos participantes com duração real dos estímulos indica que houve subestimação para os participantes dos três grupos da Promenade4 e apenas para os participantes do grupo sintático da Promenade2. Assim, os resultados indicam que houve influência de aspectos cognitivos percebidos durante a escuta dos trechos musicais genuínos empregados na percepção temporal. Esta influência pode estar associada, principalmente, a aspectos cognitivos musicais de larga-escala (modo e andamento) e verbais (sintáticos e semânticos). / The objective of this research was to examine the influence of syntactic and semantic properties from musical stimulus on subjective estimation of time, using excerpts from the play Pictures at an Exhibition by Russian composer Modest Musorgsky. According to preliminary studies, it was established the hypothesis that these properties would exert different influences on the estimation of time. The study included 180 Brazilian university students, both genders, with no systematic study in music, aged from 18 to 35 years old. Participants (n = 180) were divided into 3 groups: the first with syntactic information (SI), the second with semantic information (SE) or with missing information (MI) related to the play excerpts. Each participant after the piece of information immediately listened to Promenade1 original play. Immediately soon after these listenings, the participant was instructed to reproduce the duration of the Promenade using a computer keyboard. In the following step, all the participants received information corresponding to their groups, going along the presentations from Gnomus and Bydlo excerpts. The Promenade2 and Promenade4, respectively followed these musical excerpts. The participant was instructed to replay the duration of the Promenade heard. Each group was divided into subgroups P2 and P4, according to the order of the stimuli presentation Gnomus-Promenade2 and Bydlo-Promenade4 (P2SI, P2SE, P2IA, P4SI, P4SE, P4IA). The results showed an effect of order on presentation from Promenades. Therefore, the data analysis was made using only the first stimulus presented to the participant. The results showed that the estimation of the temporal group with syntactic information of Promenade2 showed less duration than the group with semantic information. The results also showed that the estimation of the temporal group with syntactic information from Promenade4 had shorter duration compared to groups with semantic information or missing information. Furthermore, the comparison of the temporal estimation of participants with the real duration of the stimuli indicates that there was an underestimation for the three groups of participants from \'Promenade\'4 and only for the participants for the syntactic group Promenade\'2. Thus, the results indicate that there was an influence of perceived cognitive aspects while listening to genuine musical excerpts used on time perception. This influence can be mainly associated with the cognitive aspects musical large-scale (mode and tempo) and verbal (syntactic and semantic).

O objetivo desta pesquisa foi examinar a influência das propriedades sintática e semântica do estímulo musical sobre a estimação subjetiva de tempo, empregando-se trechos da peça Quadros de uma Exposição do compositor russo Modest Musorgsky. De acordo com pesquisas preliminares, foi elaborada a hipótese de que estas propriedades exerceriam influências distintas sobre a estimação de tempo. Participaram do estudo 180 estudantes brasileiros universitários, de ambos os sexos, sem estudo sistemático em música, com idade entre 18 a 35 anos. Os participantes (n= 180) foram divididos em 3 grupos: com informação sintática (SI), com informação semântica (SE) ou com informação ausente (IA) sobre trechos da peça. Cada participante, imediatamente após a informação, ouvia a Promenade1 da peça original. Imediatamente após estas escutas, o participante foi instruído a reproduzir a duração da Promenade usando um teclado de computador. Na fase seguinte, todos os participantes recebiam informações correspondentes a seu grupo, precedendo as apresentações dos trechos Gnomus e Bydlo. As Promenade2 e Promenade4, seguiam respectivamente estes trechos musicais. O participante era instruído a reproduzir novamente a duração da Promenade ouvida. Cada grupo foi dividido em subgrupos P2 e P4, em função da ordem de apresentação dos estímulos Gnomus-Promenade2 e Bydlo-Promenade4 (P2SI, P2SE, P2IA, P4SI, P4SE, P4IA).Os resultados mostraram um efeito de ordem de apresentação das Promenades; portanto, a análise dos dados foi feita empregando-se apenas o primeiro estímulo apresentado ao participante. Os resultados mostraram que a estimação temporal do grupo com informação sintática da Promenade2 apresentou duração menor que a do grupo com informação semântica. Os resultados também mostraram que a estimação temporal do grupo com informação sintática da Promenade4 apresentou duração menor quando comparada com a dos grupos com informação semântica ou informação ausente. Além disso, a comparação da estimação temporal dos participantes com duração real dos estímulos indica que houve subestimação para os participantes dos três grupos da Promenade4 e apenas para os participantes do grupo sintático da Promenade2. Assim, os resultados indicam que houve influência de aspectos cognitivos percebidos durante a escuta dos trechos musicais genuínos empregados na percepção temporal. Esta influência pode estar associada, principalmente, a aspectos cognitivos musicais de larga-escala (modo e andamento) e verbais (sintáticos e semânticos). / The objective of this research was to examine the influence of syntactic and semantic properties from musical stimulus on subjective estimation of time, using excerpts from the play Pictures at an Exhibition by Russian composer Modest Musorgsky. According to preliminary studies, it was established the hypothesis that these properties would exert different influences on the estimation of time. The study included 180 Brazilian university students, both genders, with no systematic study in music, aged from 18 to 35 years old. Participants (n = 180) were divided into 3 groups: the first with syntactic information (SI), the second with semantic information (SE) or with missing information (MI) related to the play excerpts. Each participant after the piece of information immediately listened to Promenade1 original play. Immediately soon after these listenings, the participant was instructed to reproduce the duration of the Promenade using a computer keyboard. In the following step, all the participants received information corresponding to their groups, going along the presentations from Gnomus and Bydlo excerpts. The Promenade2 and Promenade4, respectively followed these musical excerpts. The participant was instructed to replay the duration of the Promenade heard. Each group was divided into subgroups P2 and P4, according to the order of the stimuli presentation Gnomus-Promenade2 and Bydlo-Promenade4 (P2SI, P2SE, P2IA, P4SI, P4SE, P4IA). The results showed an effect of order on presentation from Promenades. Therefore, the data analysis was made using only the first stimulus presented to the participant. The results showed that the estimation of the temporal group with syntactic information of Promenade2 showed less duration than the group with semantic information. The results also showed that the estimation of the temporal group with syntactic information from Promenade4 had shorter duration compared to groups with semantic information or missing information. Furthermore, the comparison of the temporal estimation of participants with the real duration of the stimuli indicates that there was an underestimation for the three groups of participants from \'Promenade\'4 and only for the participants for the syntactic group Promenade\'2. Thus, the results indicate that there was an influence of perceived cognitive aspects while listening to genuine musical excerpts used on time perception. This influence can be mainly associated with the cognitive aspects musical large-scale (mode and tempo) and verbal (syntactic and semantic).

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Dieses Buch versucht ein in der Musik des 20. und 21. Jahrhunderts zunehmend an Bedeutung gewinnendes Verständnis von „Musik als Wahrnehmungskunst“ (Helmut Lachenmann) für die Musikwissenschaft fruchtbar zu machen: Die ineinander verschränkten Konzepte der performativen Analyse und des performativen Hörens rücken Wahrnehmungsprozesse ins Zentrum musikologischer Methodik. Zum einen wird dabei die zentrale Stellung von Klang, Zeit und Raum in der neuen Musik seit 1900 in breite musikhistorische und -ästhetische Diskurse eingebettet, zum anderen wird mit dem Prinzip der musikalischen Morphosyntax klangliche Materialität als Ausgangspunkt hörend-analytischer Forschung begriffen. Wahrnehmung posttonaler Musik ist als performative Aktivität durch die Erfahrungen des Alltags- und Musikhörens vielfältig ausgestaltbar und dabei durch eine Verflechtung von morphologischen und metaphorischen Schichten geprägt. Die Analysen werfen so neue Perspektiven auf ein breites Spektrum posttonaler Instrumentalmusik von Arnold Schönberg, Edgard Varèse, Giacinto Scelsi, Bernd Alois Zimmermann, György Ligeti, Pierre Boulez, Morton Feldman, György Kurtág, Helmut Lachenmann, Brian Ferneyhough, Gérard Grisey, Salvatore Sciarrino und Isabel Mundry. / This book tries to produce an understanding of “music as an art of perception” (Helmut Lachenmann) – which is becoming increasingly important in the music of the 20th and 21st centuries – in a way that is fruitful for musicology: the intertwined concepts of performative analysis and performative listening move perception processes into the centre of musicological methodology. On the one hand, Christian Utz embeds the central position of sound, time, and space in new music since 1900 in broad music-historical and music-aesthetic discourses, on the other hand, he understands sounding materiality as the starting point for listening-based analytical research, grounded in the principle of musical morphosyntax. As a performative activity, the perception of post-tonal music can be shaped in a variety of ways through the experiences of everyday auditory perception and musical listening and is characterized by an interweaving of morphological and metaphorical layers. The analyses reveal new perspectives on a broad spectrum of post-tonal instrumental music by Arnold Schoenberg, Edgard Varèse, Giacinto Scelsi, Bernd Alois Zimmermann, György Ligeti, Pierre Boulez, Morton Feldman, György Kurtág, Helmut Lachenmann, Brian Ferneyhough, Gérard Grisey, Salvatore Sciarrino, and Isabel Mundry.