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Padrão de atividade e segregação temporal entre mamíferos de médio e grande porte na Mata AtlânticaNODARI, J. Z. 28 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-28 / Os organismos de uma comunidade diferem quanto ao seu nicho trófico, espacial ou temporal para coexistirem. A descrição do padrão de atividade é fundamental para compreensão do nicho temporal e nos auxilia no entendimento dos mecanismos que regulam a coexistência de espécies. Dessa forma, o presente estudo determinou o padrão de atividade (hora de atividade e sazonalidade) dos mamíferos de médio e grande porte e as estratégias de segregação temporal em um remanescente de Mata Atlântica de Tabuleiro. Para isso, foram utilizados registros obtidos de armadilhas fotográficas que operaram em diferentes períodos amostrais, entre 2005 e 2010. As 24 horas do dia foram divididas em intervalos de uma hora e o resultado do período de atividade foi representado em diagrama de rosas. Para compreender a variação da sazonalidade no número de registro e no período de atividade de cada espécie, foram realizados o teste Qui-quadrado e de Mardia-Whatson-Wheeler, respectivamente. Para avaliar a segregação temporal, os dez táxons de mamíferos foram dividos de acordo com quatro guildas tróficas: herbívoros de médio porte, herbívoros de grande porte, onívoros e carnívoros, e posteriormente foram comparados com o teste de Mardia-Whatson-Wheeler. Os períodos de atividade de todos os mamíferos foram similares ao de outros estudos, demonstrando ser uma característica espécie-especifica. Houveram mudanças sazonais no período de atividade de algumas espécies, como por exemplo para a paca e a anta. Três guildas tróficas apresentaram segregação temporal e, apenas a guilda dos carnívoros apresentou sobreposição temporal entre seus representantes, sendo, provavelmente, o consumo de presas de tamanhos diferentes o mecanismo que regula a coexistência desses felinos. O estudo do padrão de atividade é importante, pois fornece informações sobre a história natural e o nicho temporal das espécies e subsidia a compreensão das interações entre táxons que competem pelos mesmos recursos e entre presas e predadores. Além disso, auxilia na formulação de ações de conservação ligadas às ações antrópicas como a presença de caça ilegal, cachorros domésticos e estradas.
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Estudo da distribuição temporal dos comportamentos em preguiças Bradypus variegatus, Wetzel, 1982Daniela Lucio Jorge Rocha, Fatima January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco / Os ritmos biológicos estão presentes em todos os organismos vivos. O seu controle endógeno
é feito por marcapassos, também chamados de osciladores. Os ritmos endógenos estão
harmonizados, exogenamente, com inúmeras variáveis ambientais e geofísicas. A principal e
mais expressiva delas é o ciclo dia/noite, claro/escuro (CE). O período endógeno de uma
variável biológica é determinado através da manutenção do organismo em condições
constantes de iluminação e temperatura, caracterizando o ritmo em livre curso. Para a
preguiça Bradypus variegatus, até hoje, só se conhecem os dados sobre o comportamento
rítmico da pressão arterial, freqüência cardíaca, ciclo sono/vigília e comportamento. Este
último mostra-se inconclusivo, com relação aos padrões de comportamentos de atividade e de
repouso em CE, que caracterizam a alocação do seu nicho temporal. Este trabalho teve como
objetivos identificar padrões comportamentais em preguiças B. variegatus, mantidas em
cativeiro e submetidas a ciclos CE e claro constante (CC), mediante observação contínua para
cada fase do ciclo, determinar como eles podem ser manifestados em condições de iluminação
constantes, visando identificar os ritmos biológicos endógenos e definir o seu nicho temporal.
Foram utilizadas sete preguiças machos. Destas, seis participaram do estudo comportamental
e uma, da determinação do etograma. Os animais, após um período de adaptação, foram
mantidos na sala de experimentação (SE), por um período de cinco dias, em CE, e por mais
cinco dias, em CC. Os comportamentos foram coletados em uma folha de registros, como
ocorrência (1) e não ocorrência (0), a intervalos de quinze minutos, durante os dez dias (CE e
CC). Para a investigação da presença de variáveis cíclicas, análise ritmométrica e
significância estatística foi utilizado o programa EL TEMPS PARA ANÁLISE
CRONOBIOLÓGICA. Com este programa foram construídos os actogramas e os gráficos de
forma de onda, e realizados os seguintes testes: COSINOR, teste circular e periodograma.
Com a observação comportamental foi montado um etograma, contendo onze
comportamentos, agrupados em três categorias: motivacionais ( alimentar , beber água ,
defecar e urinar ), de atividade motora ( deslocar , coçar , movimentos corporais e
procura pelo escuro ) e de repouso ( posição habitual , repouso no chão e repouso no
galho ). Foram identificados dois novos comportamentos, procura pelo escuro e beber
água . Para os comportamentos motivacionais, apenas o alimentar apresentou significância
estatística (p<0,05) quanto à presença de ritmo circadiano. Para os comportamentos de
atividade motora, apenas o coçar não apresentou significância estatística para ritmo
circadiano (p>0,05). Os comportamentos posição habitual e repouso no chão
apresentaram padrões rítmicos circadianos estatisticamente significativos (p<0,05). Em
condições constantes, os comportamentos motivacionais apresentaram um período médio de
1377 ± 144,16 min, sendo menor que 24 horas. Os comportamentos de atividade motora
obtiveram um período médio de 1473 ± 52,06 min, sendo maior que 24 horas. Os
comportamentos de repouso obtiveram um período médio de 1507 ± 74,05 min, maior que 24
horas. A fase de atividade para todos os animais se concentrou entre 19h e 23h, e a fase de
repouso, entre 7h e 11h. Os resultados obtidos a partir do perfil rítmico dos comportamentos
de atividade e repouso demonstraram que a preguiça B. variegatus apresenta, em condições de
laboratório, alocação do nicho temporal noturno
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Variação espacial e temporal da diversidade funcional a partir de atributos reprodutivos em floresta de brejo de altitude, Nordeste do BrasilARAÚJO, Lenyneves Duarte Alvino de 18 February 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-08-09T13:45:58Z
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Previous issue date: 2016-02-18 / CNPQ / CAPES / As peculiaridades das comunidades biológicas resultam da dinâmica e interação de
diferentes processos ecológicos e evolutivos que atuam no espaço e no tempo. O
objetivo desse trabalho foi calcular a diversidade funcional (DF) em escalas temporal
e espacial, a partir da análise de atributos reprodutivos das plantas como atributos
funcionais, em floresta úmida. No primeiro capítulo, testamos a variação espacial das
diversidades, funcional e taxonômica. Postulamos que essas diversidades variam em
função de filtros abióticos e antrópicos locais. A inclinação do terreno atuou como filtro
ambiental, de forma que, na comunidade estudada, a filtragem ambiental predominou
nos locais mais íngremes, levando à redução da DF. Por sua vez, outros processos
de nicho parecem predominar nos locais mais planos, levando ao aumento da DF. No
segundo capítulo, testamos a variação temporal da DF e do número de espécies em
eventos fenológicos, e se as variáveis climáticas atuam como preditoras desses
eventos e da DF. Corroborando a literatura, registramos sazonalidade nos eventos
baseados no número de espécies. Por outro lado, registramos ausência de
sazonalidade nos eventos funcionais. Calcular a DF através de análises fenológicas
foi uma maneira inédita de compreender a funcionalidade no tempo. A partir disso,
também discutimos a ocupação do nicho temporal. Concluímos que a DF variou no
espaço, direcionada pela microtopografia, mas não variou significativamente no
tempo, mostrando estabilidade temporal da diversidade funcional na comunidade. / The peculiarities of biological communities result from the dynamics and interaction of
different ecological and evolutionary processes that act in space and time. The aim of
this study was to calculate the functional diversity (FD) in temporal and spatial scales,
from the analysis of reproductive attributes of plants as functional traits, a rainforest
fragment. In the first chapter, we tested the spatial variation of functional and taxonomic
diversities. We postulate that these diversities vary according to local abiotic and
anthropic filters. As the terrain slope acted as an environmental filter, environmental
filtering prevailed in steep areas, leading to reduced FD. On the other hand, other
niche-based processes seem to predominate in the flat areas, leading to increased
FD. In the second chapter, we tested the temporal variation of FD and the number of
species in phenological events, and if climatic variables act as predictors of these
phenological events and FD. Corroborating the literature, we recorded seasonality in
events based on the number of species. On the other hand, we recorded absence of
seasonality in functional diversity. Calculating FD through phenological analyses was
a novel way to understand the functionality in time. From this, we also we discuss the
occupation of temporal niche. We conclude that FD varied in space, driven by
microtopography, but did not vary significantly in time, showing temporal stability of
functional diversity in the community.
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Estrutura de comunidades de abelhas e vespas que nidificam em cavidades preexistentes em áreas de Cerrado e Mata Estacional Semidecidual com especial referência ao nicho trófico das espécies de abelhas / Community structure of bees and wasps that nest in preexisting cavities in Brazilian savannah and semideciduous mesophytic forest with special reference to the trophic niche of bee speciesMello, Bruno Nunes da Silva 06 May 2019 (has links)
Estudos de ecologia de comunidade e conservação são importantes para entender quais áreas com diferentes fitofisionomias podem manter maior número de espécies coexistindo. Também é possível compreender o nicho trófico das abelhas, sendo este relacionado com a diversidade de recursos alimentares disponíveis e a sobreposição entre espécies de uma guilda. Uma ferramenta que atualmente vem sendo utilizada em estudos ecológicos de interações inseto-planta são as redes mutualísticas e suas métricas. Com essas ferramentas é possível inferir ou até prever as consequências da extinção de espécies e as perturbações ambientais, além de variações nos padrões para a comunidade como um todo, e a ecologia das abelhas e plantas. A partir disso o objetivo deste trabalho foi caracterizar e analisar a estrutura da comunidade de abelhas e vespas e o nicho trófico da comunidade de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes em áreas de Cerrado e Mata semidecídua. A área de estudo foi a Estação Ecológica Jataí que apresenta diferentes fitofisionomias. Os dados foram obtidos com a utilização do método de ninhos-armadilha instalados em seis pontos, três no cerrado e três na mata semidecídua, em agosto de 2015. Foi utilizado o método de análise polínica e redes mutualísticas para o estudo do nicho trófico das abelhas. Foram amostradas 11 espécies de abelhas e oito de vespas, e essas comunidades apresentaram espécies com ampla distribuição geográfica o que confere a condição de generalistas por explorarem uma alta diversidade de ambientes. Elas tiveram mais nidificações no período chuvoso, refletindo na maior sobreposição temporal das abelhas nesse período. Entretanto na estação seca, a sobreposição temporal das vespas foi maior. Os dados obtidos de riqueza e abundância das abelhas amostradas na mata foram diferentes do cerrado, o que indica que, realmente, as espécies podem ter suas populações mudando significativamente de um ambiente para o outro como consequência de mudanças nos vários fatores abióticos e bióticos. A dieta das abelhas amostradas se mostrou bastante variada, um grande número de tipos polínicos de 14 famílias de plantas. A família mais importante para Anthidiini e Euglossini foi Fabaceae. Como já conhecida, a relação entre Centris e plantas que disponibilizam óleo, Malpighiaceae foi a família mais utilizada por C. analis. Já para as espécies de Tetrapediini, a família Euphorbiaceae foi mais frequente. As espécies se mostraram, de maneira geral, com comportamento generalista uma vez que suas amplitudes de nichos foram altas. Por outro lado, em alguns momentos, como foi possível perceber na sobreposição de nicho, essas fêmeas adotaram comportamentos mais especialistas. As Tetrapedia tiveram as maiores sobreposições de nicho entre elas mesmas, mas também utilizaram as espécies de plantas mais abundantes. Ludwigia foi o tipo polínico mais importante na dieta das abelhas para o cerrado enquanto que Gliricidia, Dalechampia, Serjania e Desmodium foram centrais na dieta da mata. As redes para ambas fitofisionomias e anos de coletas foram aninhadas e não-modulares, como esperado para redes mutualísticas. Além disso, provavelmente pelo bom estado de preservação, as redes foram robustas, indicando que a comunidade não está frágil à perda de espécies. A comunidade apresentou um comportamento mais especialista no cerrado e não alterou muito em relação aos dois anos. A especialização das populações foi maior, de maneira geral, para a área de cerrado, com exceção de Epanthidium erythrocephalum. A grande diferença nos parâmetros como composição, abundância e métricas de rede em comparação com outros estudos mostra a importância de se conhecer a dinâmica de cada área para pensar de maneira mais eficiente em estratégias específicas de recuperação e preservação de áreas naturais / Studies on community ecology and conservation are important to understand which areas with different phytophysiognomies can maintain a great number of species coexisting. It also understand the trophic niche of bees and this is associated with the diversity of food resources available and with the overlap between species of a guild. A tool that currently is being used in ecological insect-plant studies, mutualistic networks and their metrics. With these tools, it is possible to infer or even predict the consequences of the species extinction, the environmental disruption of the community as a whole, variations in community patterns and bee-plant ecology. Therefore, the aim of this study was to characterize and analyze the community structure of bees and wasps and the trophic niche of bees that nest in preexisting cavities in Brazilian savannah and semideciduous mesophytic forest. The study area was the Estação Ecológica de Jataí that presents different phytophysiognomies. The data were obtained from the method of trap-nests installed in six areas, three in the brazilian savannah and three in the semideciduous mesophytic forest, in August 2015. The methodology of pollen analysis and mutualistic networks was used to study the trophic niche of bees. Eleven species of bees and eight wasps species were sampled and this community showed species with high geographic distribution that confers the status of generalists by exploring a great variety of environments. They nested more in the rainy season reflecting in the larger temporal overlap of the bees in that period. Besides that, the wasps were higher time ovelap in the dry season. The richness and abundance of bees in the forest was different from Brazilian savannah, what can indicate that the species can have their populations changing significantly from one environment to another because of changes in the various abiotic and biotic factors. The diet of bees showed a variety of pollen types of 14 plants families. The most important family to Anthidiini and Euglossini was Fabaceae. As well documented, the relationship between Centris and plants that provide oil, Malpighiaceae was the most used family for C. analis. For the Tetrapediini species, the family Euphorbiaceae was the most frequent. All species showed a generalist behavior once their breath niche was high. On the other hand, in a few moments, as it was possible to observe in the niche overlap, the species adopted a more specialist behavior. Tetrapedia had the highest overlap niche among them, but they used the most abundant plants in the area. Ludwigia was the most important pollen type in the bees` diet in the Brazilian savannah, while Gliricidia, Dalechampia, Serjania e Desmodium were the most central in the diet of bees in the forest. The networks for both phytophysiognomies and year of sampling, was nested and not modular, as expected in mutualistic networks. Besides, probably, because of the good state of conservation of the study area, the networks were robust, indicating that the community is not fragile to the loss of species. The community showed a more specialist behavior in the Brazilian savannah and did not change much over the two years. The specialization of populations was greater, in the most cases, in the Brazilian savannah, except Epanthidium erythrocephalum. The important difference among the parameters such as composition, abundance and network metrics compared to other studies shows the importance of knowing the dynamics of each area to think more efficiently about specific strategies for recovery and preservation of natural areas
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Dinâmica de populações e comunidades de borboletas e aves ao longo do tempo / Population and community dynamics of butterflies and birds over timeCandia-Gallardo, Carlos 27 April 2017 (has links)
As abundâncias e identidades das espécies de qualquer comunidade biológica mudam tanto ao longo do espaço quanto do tempo. Não obstante, aspectos espaciais da biodiversidade têm sido muito mais explorados do que os temporais. Um dos motivos pelos quais padrões temporais têm recebido menos atenção é a escassez de estudos de longo prazo, especialmente na região neotropical, uma das mais biodiversas e ameaçadas do planeta. Estudar a dinâmica de populações e comunidades ao longo do tempo pode revelar processos ecológicos fundamentais, bem como descrever como pressões naturais e humanas afetam a biodiversidade. Entender a dinâmica das populações e comunidades envolve entender as histórias de vida dos organismos, como eles interagem com o ambiente, o papel de interações entre espécies, o papel de processos demográficos estocásticos, dentre outros fatores. Nesta tese investigamos a dinâmica temporal de populações e comunidades de borboletas e aves, e ao longo dos capítulos avaliamos o papel de diferentes processos na regulação dessas dinâmicas. No Capítulo 1 investigamos se um comportamento sazonal observado em borboletas Ithomiini (Nymphalidae, Danainae), supostamente adaptativo à seca - os \"bolsões de Ithomiini\"- seria uma simples resposta reativa à falta de chuvas ou se mecanismos endógenos (\"relógios biológicos\") estariam envolvidos. No Capítulo 2 realizamos um estudo de dinâmica populacional comparada de borboletas miméticas da tribo Ithomiini. Algumas evidências têm sugerido que além de convergir na morfologia, espécies co-miméticas tenderiam a convergir também no comportamento, no uso de microhabitats e possivelmente em suas dinâmicas populacionais. Testamos as hipóteses de que 1) pares de espécies co-miméticas (i.e., com a morfologia convergente) ou 2) pares de espécies mais próximas filogeneticamente teriam suas dinâmicas populacionais mais correlacionadas do que pares de espécies agrupados ao acaso. No Capítulo 3 descrevemos como a composição de espécies de assembleias de aves e borboletas de nove localidades tropicais e subtropicais na América do Sul e do Norte variou ao longo do tempo (anos a décadas), e se diferenças demográficas entre espécies (nicho) seriam importantes para explicar os padrões observados. No Capítulo 1 encontramos evidências de que a agregações seriam um comportamento endógeno sincronizado com o fotoperíodo, com plasticidade limitada para lidar com as alterações no regime de chuvas previstas para a região e para o continente. No Capítulo 2 encontramos que as dinâmicas populacionais de pares de espécies de Ithomiini de um mesmo anel mimético ou mais próximas filogeneticamente não tenderam a ser mais correlacionadas do que pares reunidos ao acaso, e que as espécies, anéis miméticos e subtribos estudadas tiveram suas dinâmicas temporais mais correlacionados do que seria esperado por acaso. Estes resultados e os do Capítulo 1 sugerem que na dinâmica desse sistema as pressões seletivas exercidas por fatores ambientais seriam mais importantes do que interações entre espécies. No Capítulo 3 mostramos que a composição de espécies de assembleias de aves na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Flórida se alterou ao longo dos anos, mesmo em assembleias de áreas bem preservadas. Sobreposta a essa rotatividade (turnover) interanual também encontramos rotatividade sazonal, previsível, na composição de espécies de assembleias de aves da Amazônia e da Mata Atlântica e na assembleia de borboletas Ithomiini. Padrões de rotatividade sazonal na composição de espécies podem ser mais comuns em comunidades neotropicais do que se imagina. As estratégias temporais dos organismos neotropicais, as quais parecem ser a base dos padrões sazonais observados nas comunidades, podem ser largamente determinadas por ritmos (\"relógios\") endógenos. Estudos sobre a regulação dos ritmos e estratégias temporais dos organismos, e dos efeitos das mudanças climáticas e do uso do solo sobre eles, são essenciais. Um importante passo nesse sentido é a disseminação de estudos de longo-prazo de populações e comunidades, contínuos, sistemáticos e com resolução para detectar padrões sazonais. Além disso, a interação das perspectivas, bases teóricas e abordagens da biologia molecular, fisiologia, cronobiologia e ecologia pode avançar nosso entendimento sobre os processos que moldam a dinâmica da biodiversidade e sobre as consequências das perturbações humanas sobre os ecossistemas / The species abundances and identities of any biological community change both over space and time. Nevertheless, Spatial biodiversity dimensions have been much more exploited than temporal ones. One of the reasons for which temporal patterns have received less attention is a scarcity of long-term studies, especially in the neotropical region, one of the most biodiverse and endangered on the planet. Studying the dynamics of populations and communities over time can reveal key ecological processes as well as describe how natural and human pressures affect biodiversity. Understanding the dynamics of populations and communities involves understanding organisms life histories, how they interact with the environment, the role of interactions among species, the role of stochastic demographic processes, and other factors. In this dissertation we investigated the temporal dynamics of butterflies and birds populations and assemblages, and throughout its chapters we evaluate the role of different processes in the regulation of dynamics. In Chapter 1 we investigated whether a seasonal behavior observed in butterflies Ithomiini (Nymphalidae, Danainae), supposedly adaptive to dissecation - the \"Ithomiini pockets \" - is a simple reactive response to drought or there is internal time-keeping mechanisms involved. In Chapter 2, we performed a comparative population dynamics study of mimetic butterflies of the Ithomiini tribe. Some evidence has suggested that besides the convergence in morphology, co-mimetic species would tend to converge also in behavior, in the use of microhabitats and possibly in their population dynamics. We hypothesized that (1) pairs of co-mimetic species or (2) pairs of species more phylogenetically related would have their population dynamics more correlated than pairs of species grouped at random. In Chapter 3 we described how species composition of bird and butterfly assemblages from nine tropical and subtropical locations in South and North America varied over time (years and decades), and if demographic differences between species (niche) are needed to explain observed patterns. In Chapter 1 we found evidence that Ithomiini pockets are regulated by internal time-keeping mechanisms synchronized to photoperiod, and that mechanism has limited plasticity to cope with rainfall regime changes predicted for the study region and for the continent as a whole. In Chapter 2 we found that the population dynamics of Ithomiini species pairs more phylogenetically related or belonging to the same mimetic ring did not tend to be more correlated than pairs assembled at random, and that the species, mimetic rings and subtribes had their temporal dynamics more correlated than would be expected By chance These results and those of Chapter 1 suggest that this system dynamics is more influenced by selective pressures exerted by environmental factors than by species interactions. In Chapter 3 we show that the composition of bird assemblages in the Amazon, Cerrado, Atlantic Rainforest, and Florida has changed over the years, even in assemblies of well-preserved areas. Superimposed to this interannual turnover we also found seasonal, predictable turnover in species composition of bird assemblages of the Amazon and Atlantic Forest and in the Ithomiini butterflies assembly. Patterns of seasonal turnover in species composition may be more common in neotropical communities than is imagined. The temporal strategies of neotropical organisms, which appear to be the basis of the seasonal patterns observed in communities, can be largely determined by endogenous rhythms (\"biological clocks\"). Studies on the regulation of organisms\' temporal rhythms and strategies, and the effects of climate change and land use on them, are essential. An important step in this direction is the dissemination of continuous, systematic, population and community long-term studies, with sampling resolution to detect seasonal patterns. In addition, the interaction of perspectives, theoretical basis, and approaches of molecular biology, physiology, chronobiology, and ecology can advance our understanding of the processes that shape biodiversity dynamics and the consequences of human disturbances on ecosystems
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Dinâmica de populações e comunidades de borboletas e aves ao longo do tempo / Population and community dynamics of butterflies and birds over timeCarlos Candia-Gallardo 27 April 2017 (has links)
As abundâncias e identidades das espécies de qualquer comunidade biológica mudam tanto ao longo do espaço quanto do tempo. Não obstante, aspectos espaciais da biodiversidade têm sido muito mais explorados do que os temporais. Um dos motivos pelos quais padrões temporais têm recebido menos atenção é a escassez de estudos de longo prazo, especialmente na região neotropical, uma das mais biodiversas e ameaçadas do planeta. Estudar a dinâmica de populações e comunidades ao longo do tempo pode revelar processos ecológicos fundamentais, bem como descrever como pressões naturais e humanas afetam a biodiversidade. Entender a dinâmica das populações e comunidades envolve entender as histórias de vida dos organismos, como eles interagem com o ambiente, o papel de interações entre espécies, o papel de processos demográficos estocásticos, dentre outros fatores. Nesta tese investigamos a dinâmica temporal de populações e comunidades de borboletas e aves, e ao longo dos capítulos avaliamos o papel de diferentes processos na regulação dessas dinâmicas. No Capítulo 1 investigamos se um comportamento sazonal observado em borboletas Ithomiini (Nymphalidae, Danainae), supostamente adaptativo à seca - os \"bolsões de Ithomiini\"- seria uma simples resposta reativa à falta de chuvas ou se mecanismos endógenos (\"relógios biológicos\") estariam envolvidos. No Capítulo 2 realizamos um estudo de dinâmica populacional comparada de borboletas miméticas da tribo Ithomiini. Algumas evidências têm sugerido que além de convergir na morfologia, espécies co-miméticas tenderiam a convergir também no comportamento, no uso de microhabitats e possivelmente em suas dinâmicas populacionais. Testamos as hipóteses de que 1) pares de espécies co-miméticas (i.e., com a morfologia convergente) ou 2) pares de espécies mais próximas filogeneticamente teriam suas dinâmicas populacionais mais correlacionadas do que pares de espécies agrupados ao acaso. No Capítulo 3 descrevemos como a composição de espécies de assembleias de aves e borboletas de nove localidades tropicais e subtropicais na América do Sul e do Norte variou ao longo do tempo (anos a décadas), e se diferenças demográficas entre espécies (nicho) seriam importantes para explicar os padrões observados. No Capítulo 1 encontramos evidências de que a agregações seriam um comportamento endógeno sincronizado com o fotoperíodo, com plasticidade limitada para lidar com as alterações no regime de chuvas previstas para a região e para o continente. No Capítulo 2 encontramos que as dinâmicas populacionais de pares de espécies de Ithomiini de um mesmo anel mimético ou mais próximas filogeneticamente não tenderam a ser mais correlacionadas do que pares reunidos ao acaso, e que as espécies, anéis miméticos e subtribos estudadas tiveram suas dinâmicas temporais mais correlacionados do que seria esperado por acaso. Estes resultados e os do Capítulo 1 sugerem que na dinâmica desse sistema as pressões seletivas exercidas por fatores ambientais seriam mais importantes do que interações entre espécies. No Capítulo 3 mostramos que a composição de espécies de assembleias de aves na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Flórida se alterou ao longo dos anos, mesmo em assembleias de áreas bem preservadas. Sobreposta a essa rotatividade (turnover) interanual também encontramos rotatividade sazonal, previsível, na composição de espécies de assembleias de aves da Amazônia e da Mata Atlântica e na assembleia de borboletas Ithomiini. Padrões de rotatividade sazonal na composição de espécies podem ser mais comuns em comunidades neotropicais do que se imagina. As estratégias temporais dos organismos neotropicais, as quais parecem ser a base dos padrões sazonais observados nas comunidades, podem ser largamente determinadas por ritmos (\"relógios\") endógenos. Estudos sobre a regulação dos ritmos e estratégias temporais dos organismos, e dos efeitos das mudanças climáticas e do uso do solo sobre eles, são essenciais. Um importante passo nesse sentido é a disseminação de estudos de longo-prazo de populações e comunidades, contínuos, sistemáticos e com resolução para detectar padrões sazonais. Além disso, a interação das perspectivas, bases teóricas e abordagens da biologia molecular, fisiologia, cronobiologia e ecologia pode avançar nosso entendimento sobre os processos que moldam a dinâmica da biodiversidade e sobre as consequências das perturbações humanas sobre os ecossistemas / The species abundances and identities of any biological community change both over space and time. Nevertheless, Spatial biodiversity dimensions have been much more exploited than temporal ones. One of the reasons for which temporal patterns have received less attention is a scarcity of long-term studies, especially in the neotropical region, one of the most biodiverse and endangered on the planet. Studying the dynamics of populations and communities over time can reveal key ecological processes as well as describe how natural and human pressures affect biodiversity. Understanding the dynamics of populations and communities involves understanding organisms life histories, how they interact with the environment, the role of interactions among species, the role of stochastic demographic processes, and other factors. In this dissertation we investigated the temporal dynamics of butterflies and birds populations and assemblages, and throughout its chapters we evaluate the role of different processes in the regulation of dynamics. In Chapter 1 we investigated whether a seasonal behavior observed in butterflies Ithomiini (Nymphalidae, Danainae), supposedly adaptive to dissecation - the \"Ithomiini pockets \" - is a simple reactive response to drought or there is internal time-keeping mechanisms involved. In Chapter 2, we performed a comparative population dynamics study of mimetic butterflies of the Ithomiini tribe. Some evidence has suggested that besides the convergence in morphology, co-mimetic species would tend to converge also in behavior, in the use of microhabitats and possibly in their population dynamics. We hypothesized that (1) pairs of co-mimetic species or (2) pairs of species more phylogenetically related would have their population dynamics more correlated than pairs of species grouped at random. In Chapter 3 we described how species composition of bird and butterfly assemblages from nine tropical and subtropical locations in South and North America varied over time (years and decades), and if demographic differences between species (niche) are needed to explain observed patterns. In Chapter 1 we found evidence that Ithomiini pockets are regulated by internal time-keeping mechanisms synchronized to photoperiod, and that mechanism has limited plasticity to cope with rainfall regime changes predicted for the study region and for the continent as a whole. In Chapter 2 we found that the population dynamics of Ithomiini species pairs more phylogenetically related or belonging to the same mimetic ring did not tend to be more correlated than pairs assembled at random, and that the species, mimetic rings and subtribes had their temporal dynamics more correlated than would be expected By chance These results and those of Chapter 1 suggest that this system dynamics is more influenced by selective pressures exerted by environmental factors than by species interactions. In Chapter 3 we show that the composition of bird assemblages in the Amazon, Cerrado, Atlantic Rainforest, and Florida has changed over the years, even in assemblies of well-preserved areas. Superimposed to this interannual turnover we also found seasonal, predictable turnover in species composition of bird assemblages of the Amazon and Atlantic Forest and in the Ithomiini butterflies assembly. Patterns of seasonal turnover in species composition may be more common in neotropical communities than is imagined. The temporal strategies of neotropical organisms, which appear to be the basis of the seasonal patterns observed in communities, can be largely determined by endogenous rhythms (\"biological clocks\"). Studies on the regulation of organisms\' temporal rhythms and strategies, and the effects of climate change and land use on them, are essential. An important step in this direction is the dissemination of continuous, systematic, population and community long-term studies, with sampling resolution to detect seasonal patterns. In addition, the interaction of perspectives, theoretical basis, and approaches of molecular biology, physiology, chronobiology, and ecology can advance our understanding of the processes that shape biodiversity dynamics and the consequences of human disturbances on ecosystems
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