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Consumo de alimentos ultraprocessados fora de domicílio no Brasil / Ultra-processed food eaten out in BrazilGiovanna Calixto Andrade 28 June 2017 (has links)
Introdução: Comer fora de casa tem sido relacionado com o aumento no consumo de alimentos caracterizados pelo alto grau de processamento, tal como refrigerantes, doces e fast food. Embora indiquem uma associação entre alimentação fora do domicilio e o consumo de alimentos ultraprocessados, estudos realizados até o momento não consideraram o grau e extensão de processamento industrial dos alimentos na avaliação da dieta fora de casa. Objetivo: Avaliar o consumo de alimentos fora de casa e verificar sua associação com características socioeconômicas e indicadores nutricionais. Métodos: Trata-se de um estudo transversal utilizando o Módulo de Consumo Pessoal da Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística entre maio de 2008 e maio de 2009. Os alimentos foram agrupados de acordo com a extensão e propósito do processamento industrial. O hábito de comer fora de casa foi avaliado por meio de dois indicadores: o percentual de calorias consumidas fora e a frequência de dias em que cada indivíduo relatou realizar refeições fora de domicílio, ambos descritos segundo características sociodemográficas. Foi estimado o percentual de participação dos grupos e subgrupos alimentares no total de calorias e segundo local de consumo. Adicionalmente, o percentual de participação de alimentos ultraprocessados dentro e fora de casa foi descrito segundo características sociodemográficas. Modelo multinível foi aplicado para avaliar a associação entre comer fora de casa e a participação de alimentos ultraprocessados na dieta. Análise fatorial foi conduzida para identificar padrões de alimentação fora de casa e modelos de regressão linear foram utilizados para explorar associação entre os padrões encontrados e indicadores nutricionais. Resultados: Observa-se uma maior contribuição de alimentos ultraprocessados fora de casa, destacando a participação de itens alimentares como refrigerantes e refeições prontas. Quando comparado com o consumo exclusivamente dentro do domicílio, realizar refeições fora de casa aumenta em 51% o consumo de alimentos ultraprocessados. A análise de componentes principais, no entanto, monstra que existem padrões de alimentação fora de casa que podem ter ou não um impacto negativo na dieta. Foram encontrados três padrões de alimentação na população que explicam conjuntamente 13,6% da variância. O primeiro padrão, denominado refeição tradicional, inclui em sua composição arroz, feijão, legumes e verduras, raízes e tubérculos, macarrão e outras massas, carne bovina, aves e ovos. O segundo padrão, nomeado lanche, é composto por manteiga, leite, café e chás, pão francês, queijos processados e margarina. O terceiro padrão, denominado alimentos de conveniência por ser composto exclusivamente por alimentos ultraprocessados, inclui doces, refeições prontas (tais como fast food, salgados, pizza, entre outras) e refrigerantes. De maneira geral, observou-se uma associação direta entre o padrão de refeições tradicionais e nutrientes saudáveis na dieta, enquanto o padrão lanches e alimentos de conveniência foram associados diretamente com nutrientes não saudáveis. Conclusão: Os resultados apresentados indicam que no Brasil, comer fora de casa está associado ao aumento na participação de alimentos ultraprocessados na dieta. Existem, porém, padrões de alimentação fora de casa. Quando baseada em lanches e alimentos de conveniência, comer fora de casa acarreta em um impacto negativo na dieta. É, no entanto, possível manter uma alimentação saudável fora de casa quando se adere a padrões tradicionais da culinária brasileira / Introduction: Eating out has been related to the increase on the consumption of food characterized by high degree of processing, such as soft drinks, sweets and fast food. Although they indicate an association between eating out and ultra-processed food consumption, studies do not consider the extent and purpose of food processing to evaluate eating out diet. Objective: Evaluate eating out food and verify its association with socioeconomic characteristics and nutritional indicators. Method: Cross-sectional study using the Individual Food Intake Survey, carried out with 34,003 individuals aged 10 or more, between May 2008 and May 2009. All food items were classified according to the extent and purpose of food processing. The habit of eating out was evaluated through two indicators: the percentage of calories eating out and the frequency of days in which each individual reported eating out, both indicators are described according to the sociodemographic characteristics. The percentage of food calories per group and subgroups was estimated according to the place of consumption. In addition, the ultra-processed food percentage eaten at home and out was described according to sociodemographic characteristics. Multilevel model was applied to evaluate an association between eating out and the participation of ultra-processed food on diet. Factor analysis was used to identify the eaten out food consumption patterns and linear regression models were used to explore the association between patterns and the nutrient content of the diet. Results: It is possible to observe a higher contribution of ultra-processed food out home, emphasizing the participation of food items such as soft drinks and ready-to-eat meals. When compared to consumption exclusively at home, eating meals out increases the consumption of ultra-processed foods by 51%. Principal component analysis, however, demonstrates that there are eating out patterns, whether or not may have a negative impact on the diet. We identified three food patterns. The first pattern, called traditional meal, was positive for rice, beans, vegetables and greens, roots and tubers, pasta, beef, poultry and eggs. The second pattern, called snack, was positive for butter, milk, coffee and tea, processed bread, processed cheese and margarine. The third pattern, called convenience food because it consists exclusively of ultra-processed food, was positive for sweet, ready to eat meals and soft drinks. In general, there was a positive association between traditional meal pattern and healthy dietary markers, while snacks and the convenience pattern were positively associated to unhealthy dietary markers. Conclusion: In Brazil, eating out is directly associated to ultra-processed food consumption. There is, however, eating out patterns. When based on snacks and convenience food, eating out has a negative impact in diet. It is, however, possible to maintain a healthy diet out when adhering to traditional Brazilian patterns
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Padrões alimentares, nutrientes do metabolismo do folato e homocisteína e três desfechos em saúde / Dietary patterns, nutrients involved in one-carbon metabolism and three health outcomesTeixeira, Juliana Araujo 05 June 2018 (has links)
Introdução - Os hábitos alimentares e os nutrientes da via metabólica do folato e homocisteína possuem grande importância na manutenção da saúde. Objetivo - Investigar a relação entre padrões alimentares (PAs) e os nutrientes envolvidos nessa via metabólica, com medidas antropométricas do recém-nascido, duração da infecção por HPV em homens e concentrações de homocisteína (Hcy) em adultos. Métodos - Foram utilizados dados dos estudos de coorte ProcriAr (Influência dos fatores nutricionais e poluentes atmosféricos urbanos na saúde pulmonar de crianças: um estudo de coorte com gestantes da zona oeste do município de São Paulo, n=299); e HIM (História natural da infecção por HPV em homens, n=1.194); e do estudo transversal ISA-Capital 2008 (Inquérito de saúde do estado de São Paulo, n=281). Os padrões alimentares foram derivados por análise fatorial por componentes principais nos estudos ProcriAr e ISA-Capital 2008 e utilizando reduced rank regression (RRR) no estudo HIM. Modelos multivariados de regressão de Poisson e lineares foram utilizados nos estudos ProcriAr e HIM para identificar a relação entre PAs e medidas antropométricas do recém-nascido e duração da infecção por HPV em homens, respectivamente. Utilizando modelo de equação estrutural, investigou-se a relação entre PAs, concentrações bioquímicas de folato, vitamina B12 e ácido docosahexaenoico (DHA) e concentrações de homocisteína em adultos do estudo ISA-Capital, considerando polimorfismo da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR 677C>T). Os três estudos utilizaram questionário de frequência alimentar para avaliação do consumo alimentar. Resultados - No estudo ProcriAr, a maior adesão materna ao PA \"Snacks, sanduíches, doces e refrigerantes\", rico em energia, gordura, e folato sintético, esteve diretamente associada a ter um filho pequeno ao nascer (peso e/ou comprimento ao nascer, ajustado pela idade gestacional, abaixo do percentil 10 - INTERGOWTH-21st) (RR: 2,01; IC 95%: 1.13-3.57). No estudo HIM, homens com maior adesão ao \"PA3\" tiveram, em média, um aumento de 1,15 (IC95% 0,09-2,21) à 1,18 (IC95% 0,11-2,24) meses na duração da infecção por HPV. O \"PA3\" esteve positivamente correlacionado com vitamina B6 (r = 0,59), vitamina B12 (0,27) e DFE (0,07) e negativamente correlacionado com DHA (-0,37). No estudo ISA-Capital o PA \"Prudente\" esteve inversamente associado à concentração de Hcy (β = -0,12). O DHA esteve diretamente associado ao PA \"Prudente\"; composto por verduras e legumes, peixe, frutas, frango, suco natural e batata/mandioca/polenta (cozida ou assada). Conclusões - Os PAs estão associados às medidas antropométricas do recém-nascido, à duração da infecção por HPV em homens e às concentrações de homocisteína em adultos. Estes resultados reforçam a importância de estudos sobre alimentação e nutrição que considerem não somente nutrientes, mas principalmente o consumo de alimentos e suas combinações, servindo como base para a elaboração de estratégias e políticas públicas de promoção à saúde. / Introduction - The dietary habits and nutrients involved in one-carbon metabolism are of great importance in health. Objective - To investigate the relationship between dietary patterns (DP) and the nutrients involved in this metabolism, with newborn\'s anthropometric measurements, duration of HPV infection in men, and homocysteine (Hcy) levels in adults. Methods - Data from the cohort studies ProcriAr (Influence of nutritional factors and urban air pollutants on the pulmonary health of children: a cohort study with pregnant women from the western region of the city of São Paulo, n=299); and HIM (Natural history of HPV infection in men, n=1,194); and the cross-sectional study ISA-Capital 2008 (São Paulo State Health Survey, n=281) were used. The DP were estimated using factor analysis with principal component\'s estimation in ProcriAr and ISA-Capital 2008 studies and using reduced rank regression (RRR) in HIM study. Multivariate Poisson and linear regression models were used in the ProcriAr and HIM studies to identify the relationship between DP and newborn\'s anthropometric measurements and duration of HPV infection in men, respectively. Using a structural equation model, the relationship between DP, biochemical levels of folate, vitamin B12 and docosahexaenoic acid (DHA) and homocysteine levels was investigated in adults from the ISA-Capital 2008 study, considering the polymorphism of the enzyme methylenetetrahydrofolate reductase (MTHFR 677C>T). The three studies used a food frequency questionnaire to evaluate dietary intake. Results - In the ProcriAr study, the higher maternal adherence to the \"Snacks, sandwiches, sweets and soft drinks\" DP, which is a DP rich in energy, fat, and synthetic folate, was directly associated with having a child small at birth (weight and/or birth length by gestational age and sex below the 10th percentile - INTERGOWTH-21st) (RR: 2.01, 95% CI: 1.13-3.57). In the HIM study, men with higher adherence to \"DP3\" had, on average, an increase from 1.15 (95% CI 0.09-2.21) to 1.18 (95% CI 0.11-2.24) months in the duration of HPV infection. \"DP3\" was positively correlated with vitamin B6 (r = 0.59), vitamin B12 (0.27) and DFE (0.07) and negatively correlated with DHA (-0.37). In the ISA-Capital study, the \"Prudent\" DP was inversely associated with Hcy levels (β = -0.12). DHA was directly associated with \"Prudent\" DP; composed of vegetables, fish, fruits, chicken, natural juice and potato/cassava/polenta (cooked or roasted). Conclusions - Dietary patterns are associated with newborn\'s anthropometric measurements, duration of HPV infection in men, and Hcy levels in adults. These results reinforce the importance of studies on food and nutrition that consider not only nutrients, but mainly the consumption of foods and their combinations, serving as a basis for the elaboration of public health promotion strategies and policies.
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