O objetivo do trabalho foi comparar o desempenho de bezerros, não castrados, recriados no período das águas, exclusivamente em pastagens (CONT) ou suplementados com concentrado energético (ENER) ou protéico (PROT). Também foi avaliado o efeito da suplementação, no desempenho posterior destes animais na fase de terminação em confinamento. Foram utilizados 75 bezerros recém desmamados, com 8 meses de idade e 200,08 kg de PV, provenientes do cruzamento de touro Pardo Suíço com vaca F1 Angus x Nelore. Os animais foram mantidos em 22 ha de pastagem de capim Colonião (Panicum maximum), de dezembro de 2004 a maio de 2005. A pastagem foi dividida em 8 piquetes e manejada em sistema rotacionado, com período de descanso variável e adubada com 45 kg de N por pastejo. Os animais pastejavam em lote único e eram separados diariamente em 3 lotes conforme o tratamento experimental para receberem os respectivos suplementos. Os animais do tratamento controle (CONT) eram conduzidos de volta ao pasto logo após a separação. Todos os animais tinham mistura mineral a disposição nos pastos. Os animais dos tratamentos ENER e PROT, recebiam diariamente 0,6% do PV (em matéria natural) dos respectivos suplementos. O suplemento ENER (6,4% de PB na MS) continha polpa cítrica e mistura mineral com monensina sódica. O suplemento PROT (19% de PB na MS), continha polpa cítrica, farelo de algodão e mistura mineral com monensina sódica. O ganho de peso diário (GPD) foi maior (P<0,05) para os animais suplementados, sendo de 0,741; 0,908 e 0,967 kg.animal-1 para os tratamentos CONT, ENER e PROT respectivamente. Não houve diferença de GPD quanto ao tipo de suplemento (P>0,05). Após 158 dias da fase de recria em pasto, os animais foram terminados em confinamento por 127 dias. Todos os animais receberam a mesma ração, com 82% de concentrado e 18% de silagem de milho. Os GPD foram de 1,38, 1,51 e 1,45 kg/cab para os tratamentos CONT, ENER e PROT respectivamente. O GPD do tratamento ENER foi maior (P<0,05) que do CONT. Animais não suplementados durante a recria em pasto, não apresentaram ganho compensatório na fase de confinamento em comparação com os suplementados. O ganho de peso adicional dos animais, obtido com a suplementação na fase de pasto, foi mantido e até ampliado na fase de terminação em confinamento. / The objectives of this trial were to compare the performance of growing cattle grazing tropical pastures without (CONT) or with energy (ENER) or protein (PROT) supplementation. Also, the effects of supplementation during the grazing period on the feedlot finishing period were evaluated. Seventy-five crossbred (Braunvieh x F1 Angus x Nelore) bull calves, averaging 8 months old and 200 kg BW, grazed 22 ha of Guinea grass (Panicum maximum) from December 2004 through may 2005. Pasture area contained 8 paddocks managed on a rotational grazing system, with a variable resting period. Pastures were fertilized with 45 kg of N/ha/grazing cycle. Cattle grazed the pastures as a single group. Every morning, animals were separated according to the 3 experimental treatments, to be fed the respective supplements. The CONT animals were moved back to the pastures while ENER and PROT animals were fed their respective supplements at 0.6% of BW (as fed). ENER supplement (6.4% CP) contained dried citrus pulp and a mineral mix with monensin. PROT supplement (19% CP) contained citrus pulp, cottonseed meal and mineral mix with monensin. Daily weight gain was higher (P<0.05) for ENER (0.908 kg.animal-1) and PROT (0.967kg.animal-1 ) compared to CONT animals (0.74 kg.animal-1). Type of supplement did not affect cattle daily gain (P>0.05). After the 158 days of the grazing period, animals were feedlot finished. All animals were fed the same ration (82% concentrate and 18% corn silage). Average daily gains were 1.38, 1.51 and 1.45 kg.animal-1 for CONT, ENER and PROT treatments respectively and were different (P<0.05). Animals fed energy supplement (ENER) during the grazing period, gained faster (P<0.05) during the feedlot period than no supplemented animals (CONT). Animals not supplemented during the grazing period (CONT) did not present compensatory gain compared to supplemented ones (ENER or PROT) during the feedlot period. Compared to the CONT performance, the extra weight of supplemented animals (ENER or PROT), gained during the grazing period, was maintained or increased during the finishing period.

Dois experimentos foram conduzidos no Departamento de Zootecnia da ESALQUSP. No experimento 1, o objetivo foi avaliar o aumento do suprimento de proteína metabolizável (uréia x farelo de soja) para bovinos em crescimento, confinados com rações com teores altos de polpa cítrica. Foram utilizados 28 machos Nelore não castrados, com peso médio inicial de 293 kg e 14 meses de idade, agrupados em 14 baias. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso. O período experimental teve duração de 93 dias, divididos em 3 sub-períodos de 31 dias. As rações com 16,5% de feno de Tifton e 83,5% de concentrado (%MS), foram isoprotéicas, formuladas utilizando o NRC (1996) Nível 1. Foram comparados 2 tratamentos. O tratamento U continha 2,3% de uréia na MS da ração e apresentava balanço positivo de PDR (proteína degradável no rúmen) e balanço negativo de PM (proteína metabolizável). O tratamento FS continha 6,61% de farelo de soja e 1,32% de uréia na MS da ração e apresentava balanços positivos de PDR e de PM. O ganho de peso diário (1,42 x 1,22 kg/cab) foi maior (P<0,05) para os animais do tratamento FS comparado com os do tratamento U. Houve tendência (P = 0,051) de maior consumo diário de MS (8,32 x 8,07 kg/cab) e tendência (P=0,058) de maior a eficiência alimentar (GPD/CMS) (0,172 x 0,153 kg) para os animais do tratamento FS em comparação com os do tratamento U. No experimento 2 o objetivo foi avaliar o aumento do suprimento de proteína metabolizável (uréia x farelo de soja) para bovinos em terminação, confinados com rações com teores altos de polpa cítrica. Foram utilizados 26 machos Canchim não castrados, com peso médio inicial de 351 kg e 14 meses de idade, agrupados em 14 baias. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso incompletos. O período experimental teve duração de 93 dias, divididos em 3 sub-períodos de 31 dias. As rações com 16,5% de feno de Tifton e 83,5% de concentrado (%MS) foram isoprotéicas, formuladas utilizando o NRC (1996) nível 1. Foram comparados 2 tratamentos. O tratamento U continha 2,3% de uréia na MS da ração e apresentava balanços positivos de PDR (proteína degradável no rúmen) e de PM (proteína metabolizável). O tratamento FS continha 6,61% de farelo de soja e 1,32% de uréia na MS da ração e apresentava balanços praticamente nulo de PDR e positivo de PM. O consumo diário de MS (8,76 x 8,64 kg/cab), o ganho de peso diário (1,39 x 1,42 kg/cab) e a eficiência alimentar (GPD/CMS) (0,160 x 0,167 kg de GPD/kg MS) não diferiram (P>0,05) para os animais do tratamento FS em comparação com os animais do tratamento U respectivamente. Houve interação significativa (P<0,05) entre tratamentos e períodos para as variáveis ganho de peso diário e eficiência alimentar. No primeiro período experimental, os animais do tratamento FS ganharam mais peso (1,56 x 1,29 kg/cab) com maior eficiência (0,179 x 0,156) que os do tratamento U. No terceiro período experimental, os animais do tratamento U ganharam mais peso (1,31 x 1,00) com maior eficiência (0,143 x 0,110) que os do tratamento FS. / Two trials were conducted at the Animal Sciences Department, ESALQ/USP. Trial 1: The objective was to evaluate the increase in metabolizable protein supply (urea vs soybean meal) for feedlot growing bulls, fed diets high in citrus pulp. Twenty-eight Nellore bulls, averaging 293 kg of body weight and 14 months of age, were grouped in randomized blocks. Animals were housed in 14 pens (4x7m), and experimental period lasted 93 days, divided in three 31 days sub periods. Diets were isonitrogenous and contained 16.5% Tifton hay and 83.5% concentrate (%DM), formulated using NRC (1996) Level 1. Treatment U contained 2.3% urea in ration dry matter, with positive RDP (rumen degradable protein) balance and negative MP (metabolizable protein) balance. Treatment FS contained 6.61% soybean meal and 1.32% urea in ration dry matter, with positive RDP and MP balances. Average daily gain (1.42 x 1.22 kg) was highest (P<0.05) for animals in the FS treatment. There was a tendency (P = 0.051) for highest daily dry matter intake (8.32 x 8.07 kg) and a tendency (P= 0.058) for highest feed efficiency (ADG/DMI) (0.172 x 0.153) for animals in the FS treatment. Trial 2: The objective was to evaluate the increase in metabolizable protein supply (urea vs soybean meal) for feedlot finishing bulls, fed diets high in citrus pulp. Twenty-six finishing Canchim bulls, averaging 351 kg of body weight and 14 months of age, were grouped in randomized incomplete blocks. Animals were housed in 13 pens (4x7m), and experimental period lasted 93 days, divided in three 31 days sub periods. Diets were isonitrogenous and contained 16.5% Tifton hay and 83.5% concentrate (%DM), formulated using NRC (1996) Level 1. Treatment U contained 2.3% urea in ration dry matter, with positive RDP (rumen degradable protein) and MP (metabolizable protein) balances. Treatment FS contained 6.61% soybean meal and 1.32% urea in ration dry matter, with null RDP balance and positive MP balance. Daily dry matter intake (8.76 x 8.64 kg), average daily gain (1.39 x 1.42 kg) and feed efficiency (ADG/DMI) (0.160 x 0.167) were not different (P>0.05) for FS and U treatment respectively. There were significant interactions (P<0.05) between treatments and periods for average daily gain and for feed efficiency. In the first sub period, animals in treatment FS gained more weight (1.56 x 1.29 kg) with greater feed efficiency (0.179 x 0.156) than animals in treatment U. On the other hand, in the third sub period, animals in treatment U gained more weight (1.31 x 1.00 kg) with greater feed efficiency (0.143 x 0.110) than animals in treatment FS.

O objetivo do trabalho foi comparar o desempenho de bezerros, não castrados, recriados no período das águas, exclusivamente em pastagens (CONT) ou suplementados com concentrado energético (ENER) ou protéico (PROT). Também foi avaliado o efeito da suplementação, no desempenho posterior destes animais na fase de terminação em confinamento. Foram utilizados 75 bezerros recém desmamados, com 8 meses de idade e 200,08 kg de PV, provenientes do cruzamento de touro Pardo Suíço com vaca F1 Angus x Nelore. Os animais foram mantidos em 22 ha de pastagem de capim Colonião (Panicum maximum), de dezembro de 2004 a maio de 2005. A pastagem foi dividida em 8 piquetes e manejada em sistema rotacionado, com período de descanso variável e adubada com 45 kg de N por pastejo. Os animais pastejavam em lote único e eram separados diariamente em 3 lotes conforme o tratamento experimental para receberem os respectivos suplementos. Os animais do tratamento controle (CONT) eram conduzidos de volta ao pasto logo após a separação. Todos os animais tinham mistura mineral a disposição nos pastos. Os animais dos tratamentos ENER e PROT, recebiam diariamente 0,6% do PV (em matéria natural) dos respectivos suplementos. O suplemento ENER (6,4% de PB na MS) continha polpa cítrica e mistura mineral com monensina sódica. O suplemento PROT (19% de PB na MS), continha polpa cítrica, farelo de algodão e mistura mineral com monensina sódica. O ganho de peso diário (GPD) foi maior (P<0,05) para os animais suplementados, sendo de 0,741; 0,908 e 0,967 kg.animal-1 para os tratamentos CONT, ENER e PROT respectivamente. Não houve diferença de GPD quanto ao tipo de suplemento (P>0,05). Após 158 dias da fase de recria em pasto, os animais foram terminados em confinamento por 127 dias. Todos os animais receberam a mesma ração, com 82% de concentrado e 18% de silagem de milho. Os GPD foram de 1,38, 1,51 e 1,45 kg/cab para os tratamentos CONT, ENER e PROT respectivamente. O GPD do tratamento ENER foi maior (P<0,05) que do CONT. Animais não suplementados durante a recria em pasto, não apresentaram ganho compensatório na fase de confinamento em comparação com os suplementados. O ganho de peso adicional dos animais, obtido com a suplementação na fase de pasto, foi mantido e até ampliado na fase de terminação em confinamento. / The objectives of this trial were to compare the performance of growing cattle grazing tropical pastures without (CONT) or with energy (ENER) or protein (PROT) supplementation. Also, the effects of supplementation during the grazing period on the feedlot finishing period were evaluated. Seventy-five crossbred (Braunvieh x F1 Angus x Nelore) bull calves, averaging 8 months old and 200 kg BW, grazed 22 ha of Guinea grass (Panicum maximum) from December 2004 through may 2005. Pasture area contained 8 paddocks managed on a rotational grazing system, with a variable resting period. Pastures were fertilized with 45 kg of N/ha/grazing cycle. Cattle grazed the pastures as a single group. Every morning, animals were separated according to the 3 experimental treatments, to be fed the respective supplements. The CONT animals were moved back to the pastures while ENER and PROT animals were fed their respective supplements at 0.6% of BW (as fed). ENER supplement (6.4% CP) contained dried citrus pulp and a mineral mix with monensin. PROT supplement (19% CP) contained citrus pulp, cottonseed meal and mineral mix with monensin. Daily weight gain was higher (P<0.05) for ENER (0.908 kg.animal-1) and PROT (0.967kg.animal-1 ) compared to CONT animals (0.74 kg.animal-1). Type of supplement did not affect cattle daily gain (P>0.05). After the 158 days of the grazing period, animals were feedlot finished. All animals were fed the same ration (82% concentrate and 18% corn silage). Average daily gains were 1.38, 1.51 and 1.45 kg.animal-1 for CONT, ENER and PROT treatments respectively and were different (P<0.05). Animals fed energy supplement (ENER) during the grazing period, gained faster (P<0.05) during the feedlot period than no supplemented animals (CONT). Animals not supplemented during the grazing period (CONT) did not present compensatory gain compared to supplemented ones (ENER or PROT) during the feedlot period. Compared to the CONT performance, the extra weight of supplemented animals (ENER or PROT), gained during the grazing period, was maintained or increased during the finishing period.